28.5.10

O CONCEITO DE MENTE EM LÉON DENIS

Foto 1: Nova Capa do Livro de Denis

A terceira parte do livro "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", chama-se "As Potências da Alma". É um trabalho sobre a Psicologia do Ser Humano, ampliada pelas pesquisas e contribuições dos pesquisadores que trataram o que hoje se convencionou chamar recentemente de estados alterados de consciência.

Quando Denis trata da consciência ele desenvolveu um modelo muito interessante, que só não se perdeu no tempo porque seus livros continuam sendo publicados e lidos.

O discípulo de Kardec distingue três dimensões da consciência: o "sensorium", o "criterium" e a "consciência subliminar".

Sensorium

"Faculdade de concentrar as sensações externas, coordená-las, defini-las, perceber-lhes as causas e determinar-lhes os efeitos". É a relação entre os cinco sentidos e a consciência.

Criterium

"Faculdades de entendimento". Denis parece situar nesta categoria o que hoje se costuma denominar como habilidades cognitivas.

Consciência Subliminar

Um dos pais da Psicologia moderna, William James, ao estudar a experiência religiosa postula a existência de uma consciência profunda, e propõe que o nosso campo do conhecimento a estude. Denis entende que ao propor isto, ele aponta para a existência da alma. Ilustra seu argumento com a história de Hellen Keller, que ficou muito conhecida. Uma menina surda,muda e cega de nascença, que aprende a entrar em contato com o mundo a partir da influência. Apenas com o tato, uma professora consegue comunicar-se com ela, alfabetizá-la e ela desenvolve-se, tornando-se poetisa e sendo considerada filósofa e psicóloga. O espírita de Lyon entende que "o caso de Helen prova que, por trás dos órgãos momentaneamente atrofiados, existe uma consciência desde muito familiarizada com as noções do mundo."

Além de Keller, Denis apresenta o pensamento de Kant, o caso de Ella Hopkins, os experimentos de Lombroso sobre transposição de sentidos, o trabalho de Albert de Rochas com "Mireille", os detalhes da produção escrita de Walter Scott, uma declaração de J. J. Rousseau e, por fim, a mediunidade de Andrew Jackson Davis.

Léon Denis fez em sua época algo que é fundamental nos dias de hoje: colocou o Espiritismo para dialogar com os cientistas consagrados, analisou fatos documentados e publicou para o movimento espírita e para o público em geral.

19.5.10

VOLUNTÁRIOS EM SÃO PAULO


No último final de semana fizemos uma viagem de divulgação do Voluntários em São Paulo.

O primeiro compromisso foi no CCDPE, que sediava a reunião da USE (União das Sociedades Espíritas de São Paulo) Regional São Paulo. Agradecemos ao Luiz Fernando (presidente) e ao Jeferson Betarello (diretor do Departamento do Livro) pela acolhida.



No domingo estivemos no Grupo Espírita Batuíra. A casa foi erigida por Spartaco Ghilardi, cuja influência era patente. Na foto acima vemos Pedro Nakano, Luiz Fernando, Geraldo Ribeiro, Jáder, Júlia Nezu e Marco Milani à frente da entrada do GEB.




A comunidade do Batuíra prestigiou o evento, e se interessou pela palestra que tratava do voluntariado espírita, tema de sua vivência cotidiana, dada a dedicação deste grupo para com as pessoas em geral.



Mais uma foto da comunidade do Batuíra.


No Seara Bendita fomos recepcionados pela direção, que se fez atuante e presente.


Uma foto dos seareiros, em pleno sábado à noite.
Os eventos foram importantes para sensibilizar o movimento espírita para o apoio devido ao Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo, bem como para apresentar a proposta da Coleção Espiritismo na Universidade. Aguardemos o futuro.
Uma entrevista sobre o lançamento pode ser lida em http://www.espiritualidades.com.br/Liga/Liga_not_diversas/livro_voluntarios_lancamento_Jader_sp.htm

8.5.10

EC EM FORTALEZA: FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DO CEARÁ

Construída sobre as edificações do Centro Espírita Cearense (CEC), a jovem FEEC reiniciou suas atividades em outubro de 1990
Foto 1: Luciano Klein Filho recebe o EC na FEEC

Sua juventude permitiu a aplicação de experiências de outras federativas. A FEEC é composta de uma estrutura enxuta e voltada às principais atividades de uma federativa


Foto 2: Biblioteca da FEEC

Em seu estatuto encontram-se as finalidades de congregação das organizações espíritas, promoção de sua participação democrática, incentivo de estudos, assessoramento quanto à Lei Orgânica de Assistência Social, manutenção de distribuidora de livros, edição de periódico espírita e edição de livros espíritas.


Foto 3: Cidades Cearenses com Sociedades Espíritas

Mais informações podem ser encontradas em http://www.feec.org.br

7.5.10

EC EM FORTALEZA: LIVRARIA ESPÍRITA ITINERANTE

Calçadão da Avenida Beira-Mar em Fortaleza. Lugar agradável, construído para os passeios e pequenas corridas a qualquer hora do dia e da noite. Pontos de apoio ao turista, bares, barracas de praia, feirinha de artesanato, livraria espírita itinerante... Livraria itinerante? O que é isso?


Com a discrição mineira fomos chegando e logo encontramos um cearense cheio de sonhos e recordações. Clélio Cavalcanti trabalha há anos como voluntário nesta atividade. Conhece os livros, conhece os centros espíritas, conhece os autores e conhece muitos espíritas de todo o Brasil, incluindo a capital mineira. Trabalhou durante anos na Mansão do Caminho e veio “cedido” por Divaldo para apoiar o trabalho.
Logo mostra o novo Parnaso de Além Túmulo, recém publicado pela FEB para a comemoração de cem anos do nascimento de Chico Xavier.

“Estes livros são adquiridos e voltados para os turistas, igualmente itinerantes, às vezes espíritas, porque os espíritas locais geralmente compram nas livrarias dos Centros Espíritas para ajudá-los”, conta-nos.

A van é apenas uma das unidades móveis de divulgação de livros espíritas. Há também um ônibus cuja história começa no interior mineiro, em 1994.

Um homem desejava suicidar-se por haver perdido um ente querido e foi procurar Chico Xavier. Encurtando a história, após o atendimento consolador, ele resolveu utilizar suas posses para divulgar a obra do médium mineiro e adquiriu um ônibus, adaptou-o e enviou pelas estradas do Brasil. Como o projeto veio parar no Ceará, bem, é outra história. Venha à avenida dos hotéis cearenses e procure o Clélio...

6.5.10

CHICO XAVIER, O FILME, ESTÁ NA FRENTE...





02 de maio de 2010. Saiu o relatório dos dez mais vistos filmes no Brasil. Chico Xavier, na sua quinta semana de exibição, já gerou quase 26,5 milhões de reais em bilheteria, foi visto por mais de 2,89 milhões de expectadores e atraiu leitores em todo o Brasil para as biografias e obras do médium. A FEB lançou uma nova edição do Parnaso de Além Túmulo, e as livrarias de mercado montaram stands destacando os livros espíritas. Viva Chico...

5.5.10

ESPIRITISMO COMENTADO EM FORTALEZA: AS MÃES DE CHICO

A Estação da Luz, que gravou “Bezerra de Menezes”, tem um novo projeto: o filme “As Mães de Chico Xavier”.


A trama envolve três mulheres, que perdem seus filhos e vão procurar o médium mineiro em busca de consolo. Artistas conhecidos pelo público participam das gravações. Nelson Gonçalves fará novamente o médium.

Uma das locações do filme “As Mães de Chico Xavier”, que deverá estar nos cinemas ainda este ano, é a cidade de Fortaleza. Fazíamos um tour pela cidade quando a guia nos mostrou a equipe e comentou sobre a tolerância do brasileiro com as diferentes religiões, o que não é comum na Europa (a guia era portuguesa).

EC tirou fotos da equipe de filmagem no Passeio Público, em frente à Santa Casa.


Abaixo se vê a equipe de filmagem em atividade.


Mais informações podem ser obtidas no blog http://asmaesdechico.blogspot.com/

24.4.10

LIVRO DE HUMBERTO DE CAMPOS É RESENHADO

Leandro Couto


O livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho foi publicado pela editora da Federação Espírita Brasileira em 1938, sendo de autoria do espírito Humberto de Campos e tendo sido psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier. Em sua formalidade, a obra possui:
• um prefácio escrito por Emmanuel, que foi o espírito que acompanhou o médium em vida;
• um texto inicial de Humberto de Campos, intitulado “Esclarecendo”;
• 30 capítulos que percorrem o período a história do Brasil entre o último quartel do séc. XIV d. C. (1.37...) e a última década do séc. XIX d. C. (1.89...), na qual se consolida a maturidade da nação brasileira.

Uma possível classificação das obras psicografadas por Chico Xavier , enquadra o livro de Humberto de Campos na classe “Prosa Histórico-Geográfica” junto à obra A Caminho da Luz e aos romances que retratam o cristianismo primitivo, todos livros autoria espiritual de Emmanuel. Ao ler Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, surge-nos a oportunidade de aprofundar a compreensão sobre o livro através de vários caminhos. E um deles, ao qual me arrisco, é o literário.

Nosso livro possui uma estrutura textual narrativa, pois foca ações que ocorrem num dado tempo, praticadas por personagens em um determinado espaço e apresentadas pelo narrador, que lhes interpreta assumindo um ponto de vista sobre os fatos. Há, assim, o reconhecimento da subjetividade do autor impressa na obra. Na análise de fatos da história do Brasil, Humberto de Campos tem por objetivo demonstrar:
• a missão evangelizadora da nação brasileira, identificando no Brasil a condição de “coração espiritual da Terra”, evidenciada pela espontânea e enorme acolhida que a Doutrina Espírita teve em nosso país;
• o acompanhamento feito por Jesus do processo evolutivo brasileiro, baseando-se em dados colhidos no Plano Espiritual para tecer comentários sobre a escravidão, os movimentos nativistas, a Inconfidência Mineira, a Guerra do Paraguai, o Espiritismo e o Movimento Espírita no Brasil.

Corresponde ao gênero literário Épico, menos subjetivo que o Lírico, sendo do tipo Romance: uma narrativa de maior extensão na qual são apresentados vários episódios que formam a história de um ou vários personagens centrais (protagonistas), podendo explorar profundamente aspectos físicos, sociais ou psicológicos das personagens. O romance Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho tem o povo brasileiro como protagonista e lhe explora os aspectos espirituais.

Diferencia-se dos demais romances de prosa histórico-geográfica por possuir uma entidade coletiva como protagonista ao invés de indivíduos. Conforme Humberto de Campos, na formação da alma coletiva do povo brasileiro, os índios representavam os simples de coração, os brancos europeus chegavam sedentos da justiça divina, e, mais tarde, com os negros, veio a expressão dos humildes e dos aflitos.

Em uma visão geral da história do Brasil, por um prisma eurocêntrico, temos a Pré-história brasileira (de 58.000 a. C. até 1.500 d. C.), a Colônia (de 1.500 até 1.822), o Império (de 1.822 até 1.889) e a República (de 1.889 até a atualidade). Todavia, o intervalo histórico contemplado pelo livro de Humberto de Campos começa no final da pré-história brasileira e termina com proclamação da república, evento que atesta a maturidade coletiva do povo brasileiro.

Aproveitando o ensejo da metáfora, na adolescência, sob a tutela de Dom Pedro II, com equívocos e acertos, o povo brasileiro desenvolveu o senso de liberdade e aprimorou a sua fraternidade, somando-os à mansidão. Retrocedendo mais um pouco, o período colonial brasileiro corresponderia à infância do Brasil, ainda bastante preso à saia de sua mãe, Portugal. O século XIV d. C., no qual Portugal tem seu apogeu histórico com as grandes navegações e o encontro de novas terras além mar, seria como o período de gestação do Brasil. Nas palavras de Fernando Pessoa, “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”

A diferença com o livro A Caminho da Luz é mais profunda por ser este em estrutura textual dissertativa, consistindo em um esforço de síntese em contribuição “à tese religiosa, elucidando a influência sagrada da fé e o ascendente espiritual, no curso de todas as civilizações terrestres” .

Para Emmanuel, no prefácio de Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, “se outros povos atestaram o progresso pelas expressões materializadas e transitórias, o Brasil terá a sua expressão imortal na vida do espírito, representando a fonte de um pensamento novo, sem as ideologias de separatividade e inundando todos os campos das atividades humanas com uma nova luz.”

As contribuições do povo brasileiro serão (já são) expressões espirituais em favor do mundo.


_____________________________________________________

Marival Veloso Matos, 08/02/2008 – disponível em www.uemmg.org.br em 03/04/2010;
1º verso do poema “O Infante”, na 2ª parte, Mar Português, do livro Mensagem, de Fernando Pessoa;
Antelóquio do livro A Caminho da Luz (Espírito Emmanuel, pisc. Francisco Cândido Xavier. FEB: 1938).

23.4.10

CORREIO FRATERNO COMEMORA 50 ANOS DO LAR DA CRIANÇA EMMANUEL - SÃO BERNARDO DO CAMPO


O jornal Correio Fraterno publicou uma edição especial em comemoração aos 50 anos do Lar da Criança Emmanuel, obra mantida pelo grupo sobre a qual já publicamos no EC.

A surpresa veio por conta da matéria sobre voluntariado, que dá visibilidade ao livro que lançamos recentemente. Confiram.

21.4.10

REGIONAL NORDESTE DA AMEBH PROMOVE SEMINÁRIO DE INCENTIVO À LEITURA


Onze de abril. Atendendo a um convite gentil para tratar do livro Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz, fui parar no Grupo Espírita Universal Simão Pedro, na região do bairro Santa Mônica, em Belo Horizonte.





Presentes estavam membros de diversas casas espíritas da região. Os participantes haviam lido o livro em sua maioria e as crianças participavam de um evento paralelo, um seminarinho.



Terminadas as três horas de estudo (e um tempo para um lanchinho), adultos e crianças se reuniram para uma apresentação artística que os pequenos prepararam. Teatro e música.


Uma bela e talentosa tarde de domingo. Palmas para o movimento espírita.

19.4.10

VOLUNTÁRIOS FOI LANÇADO EM BELO HORIZONTE


Lançar um livro de uma coleção intitulada Espiritismo na Universidade não deixa de ser um ato quixotesco, dado o medo que têm os acadêmicos de serem acusados de "misturar as coisas".



Passado o "frio na barriga" do início do evento, provocado pela pergunta assombrada (será que vem alguém?), a caneta nova começou a fazer seu serviço e a deixar suas marcas nas páginas iniciais dos livros, ainda com cheiro de gráfica.


O "Voluntários" remeteu as pessoas ao "Pesquisas", mas a maioria delas já o conhecia (trem danado de bom...)


Livros, fila de leitores, pão de queijo, sorrisos. Um lançamento é festa e também é reencontro. Sensação indescritível.



Tanta gente boa e feliz, em torno de um livro. Agradeço, humilde, a todos. Espíritas, estudantes de Psicologia, professores de ciências humanas e sociais aplicadas, amigos, curiosos...
O livro não é impresso porque existe o autor, ele é possível porque existe o leitor.
(Fotos: Thiago Machado, fotógrafo. thiagomail2@gmail.com)

14.4.10

VOLUNTÁRIOS SERÁ LANÇADO NA LIVRARIA QUIXOTE (SAVASSI) - BH

Tenho a satisfação de convidá-lo (a) para o lançamento do livro “Voluntários: um estudo sobre a motivação de pessoas e a cultura em uma organização do terceiro setor”, neste sábado, dia 17 de abril.

O livro é baseado na minha tese de doutoramento da USP, foi publicado a partir de esforços de diversos parceiros (FAPEMIG, Editora EME, Universidade de Franca – SP, Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo – São Paulo). É o primeiro título da Coleção “Espiritismo na Universidade”, que visa publicar teses e dissertações que tratem do Espiritismo em fronteira com alguma área do conhecimento.

Ele trata de motivação e sofrimento de voluntários, cultura organizacional do terceiro setor, o ethos espírita brasileiro (com revisão de autores da Antropologia) e mostra os resultados de um estudo feito em uma creche espírita da capital mineira.

Em anexo segue a imagem da capa do livro. Por gentileza, repassem para suas redes de relacionamento, especialmente para os interessados no tema.

Local: Livraria Quixote
Data: 17/04/2010 (isto mesmo, neste sábado....)
Endereço: Rua Fernandes Tourinho 274, Savassi. Belo Horizonte – MG
Horário: das 11:00 às 14:00 horas
Preço: R$28,00

Prof. Jáder Sampaio
PSICOLOGIA UFMG – AECX - LIHPE

7.4.10

SUPERENVIESADO


O difícil trabalho do jornalista

O trabalho do jornalista exige que ele apresente prós e contras de um ponto polêmico sobre o qual está escrevendo, aponte diferentes pontos de vista, favoreça o diálogo entre os atores sociais. Nem sempre o que ele escreve é afim à nossa forma de pensar, e o jornalista competente sabe traduzir os contraditos com qualidade e de forma bem embasada.
O mercantilismo da mídia e o jornalismo inescrupuloso
Ao lado da nobre profissão, temos o uso dos meios de comunicação como investimento, altas tiragens, vendas elevadas, etc. Ao transformar o jornalismo em produto mercantil, há quem não se incomode com o sensacionalismo e até mesmo com o direcionamento do que escreve para uma finalidade instrumental.
O Jornalismo Manipulador
Quem não se recorda da lamentável matéria televisiva veiculada por uma grande emissora após o debate entre os candidatos Lula e Collor? Eu havia assistido o debate na véspera e fiquei atônito ao ver que um órgão de comunicação havia escolhido os piores momentos de Lula e os melhores momentos de Collor no dia seguinte. (E olha que não votei em Lula na última eleição).

Eu conheço jornalistas sérios e notáveis. Recordo-me de um que após a entrevista que concedi, desabafou: não vou escrever a matéria, não tenho a clareza necessária sobre o tema.
Recordo-me de outro de uma revista de circulação nacional, que me telefonou, sedutor, dizendo que queria saber o que eu fazia de espírita na Universidade para dar visibilidade ao Espiritismo. Eu desconfiei do tom amigável e sedutor e não lhe disse nada. Ele insistiu, queria saber se eu ensinava Espiritismo em minhas aulas de Psicologia do Trabalho (!!!!) e se adotava outras atitudes claramente sem ética. Na semana seguinte vinha a matéria, que tinha por interesse vilipendiar um funcionário de alto escalão do governo Fernando Henrique, apenas por ser espírita confesso e atuante. Conversei com alguns dos entrevistados e eles me disseram que o repórter chegou com uma pauta e perguntou outras coisas sem qualquer conexão com o objetivo expresso, que publicou, pontual e maldosamente no artigo, visando desacreditar o Espiritismo, para com isto atacar sua vítima. Não preciso dizer que não houve qualquer menção à minha entrevista e à de outros que responderam de forma semelhante.
É inesquecível, em meus tempos de estudante de graduação, o trabalho de um jornalista que colheu entrevistas visando identificar irregularidades no ensino público superior. Suas informações ficaram guardadas por meses e vieram à luz na semana em que o congresso constituinte votava a gratuidade do ensino superior público. Não preciso dizer que não se publicou nada de bom das universidades públicas. Pergunto ao meu leitor: havia ou não intenção de interferir parcialmente no trabalho dos constituintes, na defesa da opinião dos donos do jornal?

O Jornalismo de Superinteressante

Não me surpreende, portanto, que a Super, adote eventualmente esta linha sensacionalista. Aparentemente o trabalho sobre o Chico Xavier quer mostrar dois lados de um debate sobre a mediunidade. Seria excelente se fosse apenas isso, mas as entrelinhas e insinuações da repórter denunciam sua intenção (será mesmo dela ou da revista?): a de gerar descrédito e até ridículo na imagem pública do Chico.

1. Para fazer o contradito eles procuraram especialistas que estudaram o Chico ou sua obra? Não.
2. Estudaram o trabalho do Chico em profundidade? Não.
3. Apresentaram os autores que pesquisam mediunidade? Sim e não (Ficou isolada e descontextualizada a entrevista com o Dr. Alexander Almeida).
4. Usaram material de blogueiro, sem formação científica adequada? Sim.
5. Usaram termos da metapsíquica, há muito abandonados pela parapsicologia, como hipótese alternativa à mediunidade? Sim.
6. Usaram epistemologia positivista do século XIX? Sim (comprovação de hipóteses como sinônimo de verdade, em lugar de teste, corroboração ou falsificação de hipóteses).
7. Sugeriram a explicação da mediunidade a partir dos sintomas das crises de epilepsia? Surpreendentemente sim.
8. Apresentaram hipóteses físicas sobre materialização como se fossem conhecimento científico? Curiosamente sim. (Eles calculam a energia necessária para "surgir uma massa do nada", o que não é hipótese espírita para a explicação de fenômenos de materialização).
9. Ocultaram o conteúdo do episódio envolvendo David Nasser, seu colega de profissão, mesmo falando da matéria de O Cruzeiro? Sim
10. Inventaram uma nova explicação para a mudança do Chico para Uberaba, sem qualquer evidência? Sim.
11. Criaram uma imagem pública depreciativa para o Chico ao alcunhá-lo como piadista? Sim. (Ao que me consta, ele não escreveu nenhum livro de piadas, e o próprio Simonetti indignou-se ao ver como usaram o título de um de seus livros)
12. Alegaram fraude para as mensagens psicografadas pelo Chico com base em boatos? Sim.
13. Fizeram um ataque ao filho de Chico Xavier, Eurípedes Higino, sem lhe dar o direito do contradito? Sim, e ficou insinuado que ele usa os direitos autorais do pai adotivo em benefício próprio.
14. Sugeriram com base em um depoimento de um repórter que todos os fenômenos de odores no ambiente de materializações são fraudes? Sim.
15. Omitiram as conclusões do trabalho do Marcel Souto Maior, que estudou o Chico e outros médiuns durante muito tempo para escrever seus livros? Sim.
16. Afirmaram a existência de uma indústria com o nome do Chico Xavier? Sim, e se esqueceram de afirmar que eles também estão auferindo lucros, ao publicarem esta matéria agora e não há um ano.
Concluindo
Depois disso tudo, devem ter vendido muitas revistas. Parabéns ao administrador financeiro da Abril, meus pêsames ao editor. Não vou ficar argumentando contra um trabalho tão pueril e maldoso. Se o leitor quiser, acesse o link do site de Richard Simonetti. Ele está indignado e escreveu de forma incisiva, mas apresentou muitas evidências em contrário do que publicou a Superinteressante (ou será Superenviesada?)

http://www.richardsimonetti.com.br/artigos/superinteressante.html

5.4.10

HOSPITAL ANDRÉ LUIZ DIVULGA VAGAS GRATUITAS PARA TRATAMENTO - BELO HORIZONTE


O Hospital Espírita André Luiz divulgou a existência de vagas gratuitas para tratamento de portadores de transtorno mental e dependência química no hospital-dia. As vagas são voltadas a pessoas comprovadamente carentes. Mais informações podem ser obtidas nos telefones 031-3115-2641 e 031-3115-2640.

A lista de documentos necessários para uma avaliação do serviço social do Hospital é a seguinte:

- Contas de água, luz, telefone, aluguel, condomínio residencial em datas recentes. XEROX
- Notas fiscais e recibos referentes a gastos mensais da família. (medicamentos, planos de saúde, escola) XEROX.
- Carteira de Identidade (certidão de nascimento das crianças) de todos os membros que residem na casa. XEROX
- Carteira de trabalho de todos os maiores de 18 anos. ORIGINAL
- Declaração de Imposto de renda ou de isento de todos os maiores de 18 anos.
- Último contra cheque de todos que trabalham com carteira assinada. XEROX
- Declaração de próprio punho sobre a situação no mercado de trabalho, relatando ocupação, renda, ou a condição de desemprego. Esta deverá ser assinada por duas testemunhas com seus respectivos endereços e carteira de identidade.
- Comprovante de INSS, pensão, aposentadoria. XEROX

3.4.10

SEXTA FEIRA DA PAIXÃO CONTEMPORÂNEA

Foto 1: Três artistas, um personagem


Na minha infância, sexta-feira da paixão era dia de assistir filmes antigos da paixão de Cristo na televisão. Um dos primeiros que me recordo era tão atávico que não mostrava em momento algum o rosto do artista que personalizava Jesus.


Ontem foi uma paixão diferente. Chegamos com uma hora de antecedência no cinema de Ipatinga para assistir a um filme. Fomos os primeiros, de entrada já comprada, mas a fila se estendia até perder de vista, contornando a área exterior do shopping.


Filme diferente. A sessão anterior acabou e saiu apenas um casal. As pessoas não saíam e alguém puxou uma salva de palmas. O horário da exibição já havia chegado e não começávamos a entrar porque a funcionária ainda limpava a sala.


Entramos, finalmente, e as pessoas tinham um comportamento estranho. Apesar da impaciência contida decorrente do atraso e da incômoda fila, a maioria delas era cortês, qualidades que se nota com atos de gentileza gratuita, como buscar um apoio de assento para alguém mal acomodado, cumprimentar, pedir licença, agradecer... Aos poucos a impaciência cedeu lugar à tranquilidade e curiosidade.


Jesus cedeu lugar a um mineirinho sofrido, igualmente gentil e paciente, que também sofreu, mas também viveu pelas pessoas. Ele também colocou prostitutas para pensar em Deus. Acolheu os aflitos, os doentes, os desconsolados. Ele abriu mão de sua vida pessoal em função de uma missão com a qual se comprometeu. Ele conversou com demônios e com anjos. Sofreu bastante.


Apesar deste lado angelical, era humano, demasiado humano. Sentiu medo da morte e depois transformou-o no riso. Comprou e usou uma peruca "de gosto duvidoso". Sofreu a incompreensão do pai, de familiares, da população onde vivia, do clero. Chorou a morte de pessoas queridas. Trabalhou com pessoas que não entendiam direito o que fazia e dizia, o que lhe exigia uma cota extra de paciência e disciplina. Apegou-se a animais de rua.


Não foi crucificado na morte, mas pode-se dizer que diluiu o sofrimento de Jesus ao longo de sua vida, extensa, caridosa e produtiva.


Eu pude ver sua face criança, sua face jovem e sua face idosa, fiquei face- a- face com o homem que escolheu seguir Jesus radicalmente, e não consegui não ver Jesus em suas ações e reações.


Gostei deste filme da história de Jesus. É uma história recontada, mas não é maliciosa como "A Última Tentação de Cristo", nem tão sensorial como "Jesus de Nazaré" de Zefirelli, nem tão sanguinolenta como "A Paixão de Cristo" de Mel Gibson.


Eu senti Jesus nas ruas do estado em que fui criado, na linguagem matuta, nas emoções e ações violentas dos personagens do entorno, senti o sofrimento que vejo todos os dias nas ruas mas não enxergo, acostumado que estou a ser cego, e vi que é possível ser vidente em uma terra de cegos.

2.4.10

ESTADO DE MINAS PUBLICA ESPECIAL CHICO XAVIER

Foto 1: Chico Xavier em três momentos distintos de sua vida. (Fonte: Especial Chico Xavier)

No dia da comemoração dos 100 anos de nascimento de Chico Xavier o Estado de Minas e o Portal UAI, da rede dos Diários Associados, publicaram um especial sobre o médium brasileiro. São matérias e imagens históricas, como alguns cortes do famoso programa Pinga Fogo, no qual Chico consolidou sua imagem nacional.
Nele é possível ler uma entrevista com Eurípedes, que conta a história de sua adoção, acompanhar um slide show com fotos de Chico em diversos momentos, presenciar a cobertura à pré-estréia do filme, visitar a casa de Chico em Uberaba e muito mais.

Acesse: http://www.uai.com.br/htmls/page/326/capa_especial_chico_xavier.shtml

27.3.10

6o. ENLIHPE TERÁ CHAMADA DE TRABALHOS





6º ENCONTRO DA LIGA DE PESQUISADORES DO ESPIRITISMO
“O Espiritismo visto pelas áreas de conhecimento atuais”
21 e 22 de agosto de 2010
São Paulo-SP




Sobre o Congresso



Apresentação
O grande êxito alcançado com as edições do Encontro da Liga de Pesquisadores do Espiritismo* reforçou o propósito de seus integrantes e colaboradores em promover anualmente este evento científico.
O encontro tem se constituído em um espaço privilegiado para apresentação e discussão de conhecimentos na área e tem contado com a participação de pesquisadores de todas as regiões do país, interessados na divulgação e avaliação dos seus estudos científicos.

* Até a edição de 2009, o evento se denominava Encontro da Liga dos Historiadores e Pesquisadores Espíritas. A partir de 2010, o evento se denominará Encontro da Liga de Pesquisadores do Espiritismo, mantendo-se a sigla Enlihpe.


Objetivo
Promover o debate de idéias inovativas sobre a teoria e a prática espírita, além de incentivar a publicação e debate de trabalhos acadêmicos voltados à temática de fronteira com o Espiritismo

Submissão de trabalhos

Áreas temáticas
I) Memória do Espiritismo
II) Filosofia e Pensamento Espírita
III) Educação e Espiritismo
IV) Física e Psicologia dos Fenômenos Espirituais
V) Saúde Mental e Espiritismo
VI) Ações Sociais e Intervenções na Comunidade
VII) Administração do Centro Espírita
VIII) Movimento Espírita Brasileiro e Internacional
IX) Antropologia do Movimento Espírita

Instruções aos autores
Os trabalhos submetidos devem ser inéditos, isto é, que não tenham sido enviados para publicação em outro evento ou periódico e poderão ser redigidos em português ou inglês. A avaliação será feita utilizando-se o sistema Double Blind Review, por membros do Comitê Científico do encontro.
Todos os trabalhos deverão ser enviados, exclusivamente, para o seguinte email: trabalhos6enlihpe@ccdpe.org.br
O período de submissão é do dia 01 de março de 2010 até o dia 30 de maio de 2010. A confirmação do recebimento e aprovação do artigo também será enviada eletronicamente ao email do remetente.
Os trabalhos poderão ser submetidos em forma de artigos ou pôsteres, conforme formatos definidos a seguir:

Artigo científico
•Cada trabalho poderá ter, no máximo, quatro autores.
•Cada autor poderá submeter no máximo três trabalhos para o 6º Enlihpe.
•O artigo deverá ser gravado em 2 arquivos: ARQUIVO 1 – contendo o nome, o título do trabalho e o resumo; ARQUIVO 2 – contendo o título e o texto integral do artigo sem qualquer identificação de autoria. Ambos os arquivos deverão ser enviados, simultaneamente, ao seguinte email: trabalhos6enlihpe@ccdpe.org.br.

Formato do Trabalho:
Editor de textos: Word for Windows 6.0 ou Posterior
Número de páginas: Mínimo de 8(oito) e máximo de 12(doze)
Configuração das páginas
Margens: superior 3cm; inferior 2 cm; esquerda 3cm; direita 2 cm.
Tamanho do papel: A4 (largura 21 cm; altura 29,7 cm)
Fonte: Times New Roman, tamanho 12
Formato do parágrafo: Recuo especial: primeira linha 1,25 cm
Espaçamento: antes 0 pt; depois 6 pt; entre linhas: simples.
Figuras, tabelas e gráficos: Fonte Times New Roman, tamanho 8 a 12
Orientação geral: Normas da ABNT
Resumo: Mínimo de 1150 caracteres (aproximadamente 10 linhas), máximo de 1750 caracteres (aproximadamente 15 linhas)
Revisão ortográfica a cargo dos autores

Pôster
•Cada trabalho pode ter, no máximo, quatro autores.
•Cada autor poderá submeter no máximo três trabalhos para o 6º Enlihpe.
•Os pôsteres deverão gravar 2 arquivos: ARQUIVO 1 – contendo o nome, o título do trabalho e o resumo; ARQUIVO 2 – contendo o título e o texto integral do pôster sem qualquer identificação de autoria. Ambos os arquivos deverão ser enviados, simultaneamente, ao seguinte email: trabalhos6enlihpe@ccdpe.org.br

Formato do Trabalho:
•Dimensão: 100 x 90cm
•Conteúdo obrigatório (ARQUIVO 2): Título, introdução, objetivos, método, análise de dados, conclusão e referências.
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Cessão de direitos autorais
A aprovação de trabalhos está condicionada à cessão de direitos autorais para o Centro de Cultura e Documentação e Pesquisa do Espiritismo – ECM para posterior publicação. Esse documento está disponível em: http://www.ccdpe.org.br

CHICO XAVIER E ROBERTO MUSKAT


Eu era jovem quando começaram as publicações de livros de Chico Xavier contendo cartas de parentes desencarnados. Somos Seis, Jovens no Além, Motoqueiros no além, Crianças no Além e muito outros vinham à luz pela GEEM, pela CEU, IDE e outras editoras espíritas.
À época, imaginávamos que se tratava de um novo serviço da mediunidade sendo iniciado pelo Chico. Confesso que não dava a devida atenção aos livros. Achava que eles eram importantes para os familiares, e que para o movimento em geral eram apenas mais uma evidência da sobrevivência da alma. Como à época achava-me satisfeito com os trabalhos já lidos dos pesquisadores do século XIX e início do século XX, seguia a corrente vigente que afirmava não serem necessárias mais provas, mas a vivência do Espiritismo.
Apesar da atitude imatura, vez por outra adquiria um destes livros e retirava algumas horas do dia para a leitura das cartas e comentários dos compiladores. Recordo-me vagamente do conteúdo do livro organizado pelo médico Roberto Muskat, mas me recordo vividamente da impressão que ele me causou.
Eu já havia lido o livro "Luzes Acesas", de Bella Chagall, esposa do pintor Marc Chagall, no qual ela narra suas memórias de infância em uma família judia russa que cultivava os ritos e tradições de sua religião. Nele, Bella revive a infância, escreve como se fosse novamente criança, e descreve com palavras simples e intimistas o Purim, os Tabernáculos, o Hanukkah, o Yom Kippur, a Pessah (Páscoa), o Tishah Beav, o Sabá, a leitura e o significado dos livros proféticos e históricos do povo hebreu. Não é à toa que Clarice Linspector o traduziu. O livro mostra o mito vivo e o significado do judaísmo sendo desvelado por um olhar infantil.
O livro de Muskat é uma compilação comentada das cartas que ele recebeu do seu filho Roberto, pela mão incansável do médium de Pedro Leopoldo. Não foram apenas os nomes e referências extensas que Roberto faz à família, aos amigos e a assuntos que apenas os familiares poderiam validar que me impressionou mais. Emocionou-me a narrativa mediúnica de um jovem judeu que, aos moldes de Bella, desvelava sua visão do judaísmo vivido pela sua família.
Desnecessário dizer que das mãos do Chico saíram informações que não chegaram ao seu cérebro pela via dos sentidos e da percepção.
Na semana passada minha esposa preparava aulas de evangelização e me pediu um livro de mensagens de familiares. Dos muitos que tenho, recordei-me e indiquei imediatamente o livro de Muskat. Ela também se emocionou quando o leu pela primeira vez.
E emocionamo-nos juntos, ontem, ao conhecer a família Muskat através da câmara inquieta do Globo Repórter. Sensibilizamo-nos mais uma vez com o luto recordado pela mãe de Roberto, com a resistência honesta do Dr. David ao trabalho do médium, que só com o tempo e as mais de cinquenta mensagens foi sendo vencida, até o momento em que ele se sente obrigado a admitir a identidade do filho nas páginas brancas escritas à lápis.
Tocou-nos o vigor do judaísmo nesta família, que permaneceu fiel às suas tradições, mas abertos à ideia da sobrevivência da alma, tão questionada pelos fariseus contemporâneos de Jesus. Percebi que o Chico lhes legou a mensagem da Caridade, na qual passaram a se empenhar, mais que a da filiação a um grupo espírita.
Ainda tenho na mente a foto de Roberto, jovem, trajando um terno, cabelos lisos e olhos brilhantes, transmitindo alegria, que os pais escolheram para as capas do livro agora recordado em rede nacional.
Desnecessário dizer que recomendo a leitura, é minha humilde homenagem à memória daquele homem simples e dedicado à mediunidade e à caridade que na próxima semana comemoraria cem anos de nascimento.

21.3.10

JUDEUS E HELENISTAS NO CRISTIANISMO NASCENTE EM JERUSALÉM

FIGURA 1: O MARTÍRIO DE ESTÊVÃO
Recentemente fiz a leitura dos Atos dos Apóstolos, atribuído a Lucas, para apreender a visão do médico cristão sobre o nascimento do movimento cristão.

O Caminho
É conhecido por todos que os discípulos de Jesus de Nazaré inicialmente se identificavam ou eram identificados como os “do caminho”. O tradutor da Bíblia de Jerusalém entende que há uma referência direta a Jesus, que se intitulou “o caminho” (João 14:6). Não encontrei uma menção a uma construção ou lugar que se pudesse intitular a “Casa do Caminho” em Lucas, o que não quer dizer que não tenha existido. Há uma forte referência a uma comunidade identificada com os ensinos de Jesus, que inicialmente surgiu no povo judeu.

Os Helenistas
Os helenistas no livro dos Atos são os judeus que viveram longe da Judéia, geralmente em terras de influência grega, e que adotaram hábitos como o estudo da Lei e dos Profetas em grego, o que não era bem aceito pelos judeus autóctones. Os helenistas que se converteram ao Cristianismo parecem ter sofrido discriminação dos cristãos de hábitos judaicos, como é narrado no episódio da distribuição de víveres entre as viúvas helenistas, o que fez os apóstolos nomearem como o que seria conhecido por diáconos a sete jovens helenistas, dentre eles Estêvão. (Atos 6)

A pregação vigorosa de Estêvão e possivelmente sua condição de Helenista fez com que os judeus quebrassem a tolerância proposta por Gamaliel (Atos 5:38 e 39) e o denunciassem ao Sinédrio. Os Atos dos Apóstolos trazem sua defesa, que é uma belíssima peça de oratória e um ato de coragem, que culminou em seu apedrejamento (Atos 7).

A Dispersão

A dilapidação de Estêvão gerou medo em meio aos do Caminho, e muitos se dispersaram pela Palestina e pelos países ao redor, levando consigo suas convicções cristãs. Penso que a execução de Estêvão teve o efeito de fundar novas comunidades que serão chamadas de cristãs em meio a povos não judeus, considerados por estes como gentios ou gentes. Este é o nascedouro da ampliação do movimento cristão e a origem de uma de suas primeiras crises, que não tratarei nesta publicação: o do cristianismo para os gentios.

16.3.10

ONDE LANÇAR O VOLUNTÁRIOS?


O livro "Voluntários", primeiro volume da coleção "Espiritismo na Universidade" já está impresso com a ajuda de quatro organizações.
Pergunto ao leitor: onde e quando devo lançá-lo na cidade de Belo Horizonte?
Aguardo comentários.