2.3.08
Espiritismo Comentado: Acessos de 25 países
O Espiritismo Comentado continua crescendo e ampliando fronteiras. No mês de fevereiro, foram mais de 2000 acessos, média de 44 visitantes diferentes por dia. Os países que mais acessam o blog são o Brasil, Estados Unidos e Portugal. Vamos começar a publicar, vez ou outra, matérias bilingues, para atender a um público maior. Além destes três países, os que foram registrados pelo nosso contador de acessos são os seguintes:
Das Américas: México, Canadá
Da Europa: Itália, Alemanha, Espanha, Áustria, Reino Unido, Dinamarca, Romênia, Finlândia, França, Holanda, Turquia, Suiça, Luxemburgo
Da Ásia: Japão, Ucrânia, Índia, Malásia, Cingapura
Da África: Moçambique e Angola
1.3.08
Princípios do Espiritismo por Amália
Amália Domingo Soler, em debate com o Bispo Dom Vicente Manterola, escreveu inspirada:
Cremos na existência de DEUS, na imortalidade e na preexistência da alma, na reencarnação.
Cremos no progresso indefinido, na prática do bem no trabalho como forma de realizá-lo.
Cremos nas recompensas e expiações futuras em razão dos atos voluntários, reabilitação e meta final para todos.
Cremos na comunicação universal dos seres, comunicação com o mundo dos espíritos, provada por fatos que são a demonstração física da existência da alma.
Cremos que devemos caminhar para Deus pelo amor e pela ciência, e ter fé racional, esperança, resignação e caridade para com todos.
Extraído do Livro "Contos Espíritas", de Amália Domingo Soler, publicado pela USE/MADRAS ESPíRITA. Em memória a Eduardo Carvalho Monteiro.
“Creemos en la existencia de Dios, en la inmortalidad del alma, en la preexistencia y en las reencarnaciones”.
“Creemos en la pluralidad de mundos habitables y habitados”.
“Creemos en el progreso indefinido, en la práctica del bien y el trabajo como medio de realizarlo”.
“Creemos en las recompensas y expiaciones futuras, en razón de los actos voluntarios, rehabilitación y dicha final para todos”.
“Creemos en la comunicación universal de los seres, comunicación con el mundo de los espíritus, probada por los hechos que son la demostración física de la existencia del alma”.
“Creemos que debemos ir hacia Dios por el amor y por la ciencia, y tener fe racional, esperanza y resignación y caridad para todos”.
¿Puede este credo conducirnos al mal, señor Manterola? Usted dirá que sí, que es el credo de Satanás; pero nosotros creemos que es el de la razón.
http://www.luzespiritual.org/Libros/Replicas1.pdf , "El espiritismo refutando los errores del Catolicismo romano"
Bezerra de Menezes escreve no Reformador em 1895
Canuto Abreu transcreveu e comentou o editorial do Reformador escrito por Bezerra em 1895, período em que os espíritas se dividiam por questões de interpretação do caráter do Espiritismo. O tema dá o que pensar nos dias de hoje, por esta razão, passo a transcrever o editorial do então Presidente da FEB.
"É para lastimar que, tendo-se difundido admiravelmente no Brasil as idéias espíritas de modo a não haver ninguém que não as aceite, seja a sua propaganda feita sem ordem nem sistema.
Nos Estados há grupos dispersos... Na Capital as associações estão desligadas... Empregam-se, nos Estados principalmente, métodos inconvenientes, tudo à falta de unidade de vistas... Cada grupo tem sua orientação...
Tudo progride e parece-nos que já é tempo de entrar o Espiritismo, entre nós, em nova fase analítica de que deverá subir à sintética, que unificará o Espiritismo no Brasil com o de todo o mundo.
Para passarmos do estado de confusão, em que nos achamos, ao de ordem bem regulada, para chegarmos ao de sistema que será o último trabalho humano, faz-se mister uma séria e bem compreendida organização.
Sem harmonia de ação, sem o concurso harmônico dos grupos entre si, o Espiritismo não fará mais progresso no Brasil, não passará de uma crença sem base, variante de indivíduo a indivíduo.
A união faz a força. Organização e organização, é a palavra que parte de todos os lábios, é a idéia que paira em todos os pensamentos, porque é chegada a hora de passarmos da fase sincrética à fase analítica, como acima indicamos.
Aceitamos, pois, de boa vontade, como nos cumpre, as inspirações que nos dão os prepostos do Senhor, incumbidos de desenvolver o Espiritismo no Brasil. Organizemos.
Para organizarmos é preciso, primo, ligar em uma grande falange os trabalhadores: segundo, regularizar metodicamente o seu trabalho. No próximo número daremos o plano de organização."
(Extraído do livro Bezerra de Menezes: Subsídios para a História do Espiritismo no Brasil até o ano de 1895. Escrito por Silvino Canuto Abreu. Edições FEESP)
28.2.08
Como Pesquisar no Blog "Espiritismo Comentado"
Figura 1: Cortesia de Marcus Vinícius Papa Lobo.
Muitos leitores do Espiritismo Comentado têm perguntado como encontrar postagens (publicações) antigas. O Blogspot oferece diversos recursos para encontrar o assunto que você deseja no EC. Hoje irei explicar como utilizar o instrumento de busca.
1.Observe a régua acima da primeira publicação da página do blog.
2. Ao lado do símbolo do Blogspot você encontrará uma caixa de pesquisa (um espaço quadrado branco para digitação), ao lado da informação "Pesquisar Blog"
3. Digite na caixa uma palavra ou expressão que você pretende pesquisar. Ex: Mediunidade, Honório, Dolores Bacelar, Universidade, Tese, etc.
4. Se você tiver uma determinada publicação em mente, escolha palavras que certamente estarão nela mas que dificilmente se encontrarão em outras publicações ("posts").
5. Clique em "Pesquisar Blog".
6. Após alguns instantes, as publicações abaixo serão substituídas por todas as que contém as palavras que você mandou pesquisar no Espiritismo Comentado.
24.2.08
Reuniões do Conselho e Assembléia da AECX
23.2.08
Espiritismo e Parapsicologia
22.2.08
Correio Fraterno de Cara Nova
O jornal "Correio Fraterno", publicado bimestralmente pela Editora Espírita Correio Fraterno, está com nova diagramação.
O tradicional preto-e-branco cedeu lugar para cores na primeira e quarta capas, deixando o jornal mais leve e atraente. A diagramação interna mudou, como no caso da seção de notícias do movimento, que ganhou ícones e ficou de leitura mais fácil.
O conteúdo continua com a mesma qualidade, informativo, analítico, atual e variado, atendendo a diferentes grupos de interessados no conhecimento da doutrina e do movimento espíritas.
Parabéns à equipe pela evolução do jornal. Longa vida ao Correio Fraterno.
21.2.08
IV Congresso Espírita Mineiro
No centenário de fundação da União Espírita Mineira, será realizado o IV Congresso Espírita Mineiro, no Minascentro, em Belo Horizonte, durante os dias 03 a 06 de abril de 2008.
Na programação encontram-se expositores e autores como Nestor Massoti (Presidente da FEB), Marival Veloso (Presidente da UEM) Divaldo Franco, Juselma Coelho, Marta Antunes Moura (FEB), Manuel Tibúrcio (Ituiutaba), Gilson Freire, Suely Caldas Schubert (Juiz de Fora), Wagner Gomes da Paixão (Mário Campos), Haroldo Dias, Oswaldo Moreira, Magda Abreu, Célio Allan Kardec e Simão Pedro (Patrocínio-MG).
As inscrições podem ser feitas on-line, pelo correio ou por fax.
Até 29 de fevereiro o valor das inscrições é de 40 reais, a partir de março, o valor passa a ser 50 reais. As vagas são limitadas.
20.2.08
Espiritismo e Universidade: 20 Casos Prováveis de Reencarnação
Vinte casos prováveis de reencarnação é um livro baseado em publicações realizadas nos anais da Sociedade Americana de Pesquisas Psíquicas, escrito por Ian Stevenson (leia sobre ele no site da Universidade de Virgínia, clicando no título deste "post") Ele selecionou casos estudados por sua equipe em países muito diferentes: Índia, Ceilão, Brasil, Estados Unidos (índios do Alaska) e Líbano.
A base de sua pesquisa são crianças pequenas com memórias espontâneas de outras vidas, que ele passa a investigar.
Suas conclusões são as seguintes:
1) A fraude é improvável, devido ao extenso número de testemunhas em muitos dos casos e a falta de motivação aparente.
2) A tese da criptomnésia (termo criado por Flournoy que significa memória inconsciente) explicaria alguns dos casos com menos evidências, mas é insuficiente para os casos de relatos mais detalhados, nos quais haveria uma identificação da criança com a personalidade recordada, antes dos sete anos de idade, sem qualquer sinal de alteração da consciência e com relato de informações muito íntimas.
3) Percepção Extra-Sensorial explicaria alguns dos casos, mas é uma tese muito tímida para cobrir todos os fatos dos casos mais detalhados. Ela explicaria o acesso, mas não a organização das informações pelas crianças, nem explica a apresentação de habilidades não desenvolvidas na vida presente, muito menos a identificação da criança com a personalidade do morto por anos a fio.
4) A tese da "possessão" (subjugação, em linguagem kardequiana), explicaria a apresentação de habilidades não aprendidas, mas não explica bem a sensação de relembrar que as crianças apresentam e relatam.
5) As marcas de nascença também depõem a favor da tese da reencarnação, embora em muitos dos casos elas não se apresentem.
Stevenson pesquisou centenas de casos ao longo de sua carreira acadêmica, o que se pode ler na autobiografia publicada por ele na Revista de Psiquiatria da USP, volume 34, suplemento 1, 2007.
O livro foi traduzido para o português na década de 70 (Herculano Pires?) e publicado anos a fio, até que a editora o retirou de catálogo.
19.2.08
Wallace e o Juiz Edmonds
Três homens de ciência anglo-saxões foram destacados na revisão que Alfred Russel Wallace fez do "estado da arte" do espiritualismo moderno: Augustus de Morgan (University College of London), o Juiz Edmonds (Nova York) e Robert Hare (Universidade da Pensilvânia) Ele reproduziu um trecho de carta de Edmonds publicada no "New York Herald" em 1853: "Iniciei as pesquisas pensando em uma ilusão e em tornar pública a minha explicação desta. Tendo chegado, a partir de minhas pesquisas, a uma conclusão diferente, sinto que a obrigação de tornar conhecido o resultado é tão justa quanto imperativa."
16.2.08
Espiritismo e Universidade: Médicos, Médiuns e Mediações
Eveline pesquisou hospitais, associações médico-espíritas, eventos médico-espíritas e descreve as práticas em um centro espírita.
A autora tenta durante o seu discurso "afastar-se" do movimento espírita, o qual parece conhecer de dentro de casa (um abraço ao Napoleão, nosso colega-pioneiro da LIHPE e à sua esposa Elci). Ela mosta domínio dos principais autores antropólogos e de ciências humanas e sociais que trabalharam com o Espiritismo no Brasil em sua revisão.
Temos pontos de divergência e convergência, que não apresentarei no momento, quem sabe em uma publicação futura.
O movimento espírita merece conhecer este trabalho. Basta clicar no título deste "post" e baixar gratuitamente a dissertação da Universidade Federal do Paraná em pdf.
Leopoldo Machado e Marília Barbosa
De Chico Xavier a Martins Peralva, passando por inúmeros espíritas que antecederam a nossa geração, a crônica do arauto de Nova Iguaçu recupera usos e costumes do movimento espírita da época.
Contudo, detive-me na segunda parte do livro, que trata da desencarnação de Marília Barbosa, esposa de Leopoldo. Ele nos abre algumas de suas vivências, de forma transparente e corajosa.
Encurtando a história, Dona Marília desencarnou de câncer, em uma época na qual a medicina tinha parcos recursos. Durante sua doença, manteve-se viva e ativa quanto pode. Operou-se na Casa de Saúde Santo Agostinho, mantida pela Associação Espírita Obreiros do Bem. "Anestesiada a gases aspirados" viu uma estrada muito ampla, com a figura luminosa do Cristo que a chamava com o braço direito, dizendo: - Vem! Após despertar, ela disse: "Preferi viver mais, para fazer muito bem a muita gente!"
Ainda hospitalizada, recebeu a visita de Lins de Vasconcellos e Campos Vergal. Os dois e Leopoldo combinaram os planos para a realização do Primeiro Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil.
Leopoldo narrou diversos eventos dos quais ela participou até a desencarnação.
Emocionou-nos o episódio que passo a transcrever:
"Uma tarde, abrindo os olhos de um ligeiro sono narcótico, deu conosco ao lado do seu leito, com os olhos em lágrimas.
- Você chorando? Você não é homem para choro!
- Quem pode vê-la assim, que lhe queira bem, e não chore! Perdoe, sim!
- Não pensei que você fosse tão meu amigo!"
Marília desencarnou em 1949 pedindo a Leopoldo: ..."não me deixem canonizar!"
O leitor minimamente informado vai se recordar do Lar de Jesus em Nova Iguaçu, de sua participação operosa e respeitada nesta comunidade e de sua presença silenciosa no movimento espírita.
Minha alma se cala, em sinal de respeito.
14.2.08
Espiritismo e Universidade: A FEB sob a Análise Antropológica
As Universidades têm se interessado pelo Espiritismo em diversos aspectos. Uma das abordagens mais produtivas tem sido a antropológica. Contam-se às dezenas os livros e teses escritas sobre o movimento espírita no Brasil e na França.
Um dos trabalhos mais comentados, agraciado com o Prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa de 1995 foi a tese, depois publicada como livro com o seguinte título: "O Cuidado dos Mortos: Uma História da Condenação e Legitimação do Espiritismo." Foi escrita pelo professor Emerson Giumbelli, hoje na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Fui presenteado pelo Milton Piedade, a quem agradeço de coração, e depois tive contato pessoal com o autor na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais.
O livro é muito rico para ser apresentado por uma publicação de "blog". Giumbelli fez um estudo histórico e etnográfico buscando compreender a delimitação de fronteiras e identidades entre o Espiritismo, tendo por objeto a Federação Espírita Brasileira, no período entre 1890 e 1950, no Rio de Janeiro, e o conflito com outras instituições, como a policial, a jurídica e a medicina.
Deixo o leitor com o parágrafo de justificativa do autor:
"A impressão a que se chega depois de uma incursão pela literatura antropológica, sociológica e historiográfica dedicada ao Espiritismo é a de sua insuficiência diante de sua importância cultural, social e histórica do assunto em questão. Estatísticas oficiais e outras estimativas apontam a existência de 2 a 4 milhões de adeptos espíritas no Brasil, reunidos em torno de milhares de centros de culto, sem contabilizar os outros milhões de pessoas que, mesmo não se identificando como tal, frequentam suas práticas. Sabe-se também do grande número de iniciativas e instituições filantrópicas organizadas e conduzidas por espíritas, cujos benefícios, ainda pouco avaliados, atingem um contingente significativo de pessoas. Conhece-se o extraordinário volume de publicações espíritas - desde periódicos até as mais diversas obras doutrinárias - que inundam mesmo as mais desconhecidas livrarias e o imenso prestígio e carisma que detém personagens como o "médium" mineiro Chico Xavier, cuja fama ultrapassa as fronteiras nacionais." (GIUMBELLI, Emerson. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1977. 326 p.)
13.2.08
Espiritismo Comentado em Quatro Continentes
12.2.08
VIII COJEREME
Albino Teixeira
Amigos de Jesus
Bezerra de Menezes
Caminhos de Luz
Cárita
Casa do Caminho
Célia Xavier
Cenáculo
Emmanuel
Francisco de Assis
Gênesis
Gotas de Luz
Helil
Herdeiros de Jesus
Irmã Scheilla
Irmão Eustáquio
Irmão Frederico
Irmão Glacus
Irmão Wernner
Ismael
Loreto Flores
Luz e Humildade
Manoel Felipe Santiago
Maria Francisca Rocha
O Consolador
Paulo de Tarso
Poder da Boa Vontade
SEMAN
Servos de Maria de Nazaré
União Espirita Mineira
Curiosidades: O Precursor da União Espírita Mineira
Doutrinação ou Atendimento?
Hermínio Miranda no livro "Diálogo com as Sombras" (FEB) afirma que doutrinar é "instruir em doutrina ou , simplesmente, ensinar". Na página 67 ele discorre sobre os problemas que o termo doutrinador traz:
- "... o espírito que comparece para debater conosco os seus problemas e aflições, não está em condições, logo aos primeiros contatos, de receber instruções doutrinárias, ou seja, acerca da Doutrina Espírita, que professamos, e com a qual pretendemos ajudá-lo. Ele não vem disposto a ouvir uma pregação, nem predisposto ao aprendizado, como ouvinte paciente ante um guru evoluído. Muitas vezes ele está perfeitamente familiarizado com inúmeros pontos importantes da Doutrina Espírita. Sabe que é um Espírito sobrevivente, conhece suas responsabilidades perante as leis universais, admite, ante evidência que lhe são mais do que óbvias, os mecanismos da reencarnação, reconhece até mesmo a existência de Deus.(...)
Portanto, o companheiro encarnado, com quem estabelece o diálogo, não tem muito a ensinar-lhe, em termos gerais de doutrina. "
Ele continua o capítulo tratando das qualidades e perfil do doutrinador. Apesar de criticar o termo, não o substitui.
Em nosso grupo, insatisfeitos com o termo doutrinador, utilizamos a palavra atendente e atendimento, que é mais próxima da idéia de atendimento psicológico e que tem suporte nas obras de André Luiz, que faz uso do termo atendente. Entendemos que o papel da pessoa que conversa com os espíritos é atendê-los, como faz um psicólogo em sua clínica. Devemos às vezes esclarecer, raramente instruir em doutrina, evitando a posição professoral ou do sacerdote exorcista.
Quanto à etimologia da palavra doutrinar, ela pode assumir o sentido de ensinar compulsoriamente e até mesmo punir, como nos mostra o mestre Houaiss:
v. (1344 cf. IVPM) 1 t.d.int. formular, transmitir, pregar doutrina ou nela instruir alguém; ensinar
Tenho certeza que com todo este cuidado linguístico, não adianta nada dizermos que atendemos se continuamos a impor pontos de vista ou ensinar doutoralmente e não há problema em se dizer que se doutrina espíritos, desde que o sentido esteja associado ao exercício do Ágape Paulino.
Figura 2: Dedicatória do Livro feita pelo autor a José Mário Sampaio
10.2.08
Mais um poema de Damasceno Sobral
Pudesse eu contaminar a humanidade inteira
desta paz, desta harmonia,
deste desejo do belo,
do infinito
e eterno
que me transbordam a alma neste momento...
Fosse dado a minha voz
se fazer ouvir nos quatro cantos do planeta
repetindo
o que me chega do "Outro Mundo",
em forma de murmúrios...
Tivesse eu o dom
de vos descrever com palavras
a integridade de minhas inspirações...
...e, certo, o mundo se transformaria!
Extraído do livro "Almas Libertas (poema). Divinópolis, 1949.
9.2.08
A Desencarnação de Allan Kardec
7.2.08
Divinópolis Inicia Oficina dos Sentimentos
Denis e a Evolução
Presciência Divina e Livre Arbítrio
Léon Denis, espírita francês e discípulo de Kardec, manifesta-se sobre este ponto em "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", recém republicado pela Federação Espírita Brasileira, da seguinte forma:
"Notemos que não é a previsão de nossos atos que os provoca. Se Deus não pudesse prever nossas resoluções, não deixariam elas, por isso, de seguir seu livre curso" (O Problema do Ser, do Destino e da Dor, página 344, 11a. edição)
Aos Espíritas Portoriquenhos
Siempre que una persona o grupo presenta públicamente nuevas ideas, corren rumores entre la gente.
Con el Espiritismo no podría ser diferente.
No importa la localidad o la cultura habrá siempre los que levantan la voz lanzando anatema, pero también surgirán siempre los que se identifican con la propuesta espiritista para el hombre y para la vida.
Si por ventura ocupas el puesto de pionero en tu familia, en tu grupo social o aun en tu ciudad, coragen, no te permitas abatirte delante de las dificultades que hacen parte de todo tipo de realización humana en el mundo. Acuérdate de tus conquistas personales y de todo que exigieron de ti antes.
Perseverancia, tolerancia y trabajo a los nuevos obreros de la verdad.
Psicografia intuitiva de Jáder Sampaio, el 26.01.2008, en la
Associação Espírita Célia Xavier, Belo Horizonte/Brasil
Traducción: Débora Zambalde Vitorino
Haverá rumores
Sempre que uma personalidade ou grupo vem a público apresentar idéias novas, geram-se rumores em meio ao povo.
Não seria diferente com o Espiritismo.
Não importa a localidade ou a cultura haverá sempre os que levantam a voz lançando anátema, mas também surgirão sempre os que se identificam com a proposta espírita para o homem e para a vida.
Se porventura você ocupa o posto de pioneiro em sua família, grupo social ou mesmo sua cidade, coragem, não se permita abater antes as dificuldades que fazem parte de todo tipo de realização humana no mundo. Recorde-se de suas conquistas pessoais e do que elas exigiram de você, antes.
Perseverança, tolerância e trabalho aos novos obreiros da verdade.
Psicografia intuitiva de Jáder Sampaio, em 26.01.2008, na Associação Espírita Célia Xavier.
Foto 2: Mapa e Localização de Porto Rico
31.1.08
Peça Força!
Foto: Charles Silva Duarte
Extraído do Boletim de Janeiro de 2008 da “The Spiritist Society of Florida”
Tradução: Jáder Sampaio
27.1.08
Mais um trabalho de Leandro Couto
A condição de nosso planeta vai melhorar e isto já está em processo. Alguns estudiosos, dentre vários campos do conhecimento humano, reuniram-se para esboçar o que achavam ser princípios de atitudes mais espiritualizadas e os compilaram num documento chamado Combinados. Antes, animada confraternização ocorria.
A geógrafa dialogava com o arte-educador:
― Na “nova” Terra os gigantes são outros. Vidas valem mais que diamantes, e a juventude é muito além de uma “banda numa propaganda de refrigerantes”.
O antropólogo comentava descontraído com o arqueólogo:
― Se o filho do Grande Chefe veio e bateram nele, o que dirá de nós em nossa caminhada terrena.
O biólogo e a paleontóloga, atentos, escutavam a afirmativa ponderada do historiador:
― A Vida evolui sobre o tempo, em “galhos frutíferos na árvore dos séculos”, como já disse André Luiz.
A socióloga falava ao pedagogo e à psicóloga:
― Somos crianças espirituais! Esta é a melhor categoria de análise que encontro para as sociedades de nosso globo.
Imediatamente próximos, o astrônomo e o geólogo, que mantinham tranqüila conversação sobre o tempo ser a dimensão espacial da eternidade, exprimiram com suave sorriso o deleite que sentiram com a resposta do pedagogo:
― Realmente, nosso planeta Terra é um Mundo-Escola e seu endereço é o Sistema Solar.
O economista expunha seu raciocínio ao interessado estatístico:
― O capitalismo conquista espaço através do consumismo quando muitas pessoas negligenciam o próprio cuidado mental e emocional. Vigiemos o nosso verdadeiro capital!
O jornalista dizia ao matemático:
― Felicidade compartilhada socialmente é felicidade multiplicada.
A afirmativa estimulou no “homem que calculava” um acréscimo amigável:
― E isto é exato!
A engenheira elétrica apresentava sua opinião ao inventor e ao arquiteto:
― É a ocasião de inventarmos uma lâmpada que funcione para sempre dentro de nós mesmos.
E o agrônomo compartilhava com o administrador o princípio que o orientava:
― Colhemos o que semeamos, como causa e efeito. Semeiam-se bons afetos, colhem-se bons afetos.
Não muito distante, o físico permutava opinião com o psicanalista amigo:
― Embora no plano físico não seja imediatamente nítido, nós permanecemos articulados às nossas próprias criações mentais, de modo que o pensamento se faz matéria.
O diálogo entre o teólogo e o músico seguia animado. Dizia o primeiro:
― Muitos são os caminhos que levam a Deus.
Ao que o segundo expôs sua opinião:
― Há vários, no entanto Jesus é o melhor diapasão que a humanidade recebeu.
― Inolvidável referência intelectual e moral, com certeza. O Cristo revela a vida como um conjunto de nobres preocupações da alma, a fim de que marchemos para Deus pelo raciocínio e pelo coração em caminhos retos.
Do diálogo entre a médica e o enfermeiro surgiu o seguinte comentário, não sendo possível precisar a autoria:
― Jesus é o médico. No máximo, somos enfermos cuidando de outros enfermos.
A professora formada em Letras dizia enfática ao biblioteconomista companheiro, extraindo-lhe sincero sorriso:
― Deus escreve certo por linhas certas e sua caligrafia é a mais linda que eu já li! Ele pinga todos os “i”s da escr“i”ta da v“i”da.
E em prosa vibrante, o jovem ator cênico falava a poetiza esboçando certo drama:
― Em certas ocasiões de nossa existência a vida se afigura à arte de fazer das tripas o coração.
Ao que ela respondeu:
― Em certas ocasiões sim, em outras não. ― E depois de breve pausa como se trabalhasse bem as palavras que ia proferir, disse: ― Mas, sempre o Amor fará da vida a arte do encontro, mesmo que sejamos cheios de desencontros.
Um escritor, amigo literato de idéias afins com a poetiza, completou-a com simplicidade esclarecendo ao jovem ator:
― A vida é o contexto do encontro de cada autor com sua obra. E do Criador com a criação, há Alguém nos esperando...
O filósofo, que observava a pouca distância esta conversação e, em geral, não gostava de ser superficial no conhecimento dos fatos e das coisas, escutava com dignidade e alma de menino aos colegas. Concluiu haver um Encontro Marcado e ponderou parecer-lhe que o livre-arbítrio consistia essencialmente em quando e como aceitar Deus.
Seu campo de visão alcançava também o jurista em diálogo empolgado com o cientista contábil:
― Nossa consciência é o verdadeiro tribunal divino, por isso a justiça indefectível nos acompanha em toda parte ― afiançou o jurista.
― Tudo vê, tudo ouve e tudo sabe ― validou o contabilista.
Por fim, o personagem “amigo da sabedoria” meditou, ao sobrevoar com o olhar o conclave científico do recinto, uma opinião própria que já trazia consigo de mais tempo. Eram muito evidentes os indícios da existência de uma inteligência que se manifesta no cosmos, na realidade e na vida. A cooperação, a bondade, a ordem e a organização que se explicitam em todas as coisas são tão grandes que chegam a constituir evidências ontológicas da existência de algo suprafísico. E disse a si mesmo com tom sereno na voz:
― No universo inteiro, tudo fala de Deus.
Espiritismo Comentado Chega à Marca dos 5000 Acessos
Um Romance com Personagens Bíblicos
O espírito que se identifica como Josepho seria o conhecido Flávio Josefo, escritor judeu-romano do século 1 DC? Independente da resposta à pergunta, o autor demonstra ter um grande conhecimento das tradições históricas e legendárias do antigo testamento.
A série é um relato de reencarnações de um mesmo espírito, o autor. Não sou capaz de dizer se se trata de uma estratégia literária ou se o autor pretende realmente fazer um relato memorialista das suas encarnações. A fragilidade documental da civilização hebraica, especialmente no período em que acontecem os eventos do primeiro livro da série, nos permitem dizer apenas que o autor parece conhecer os costumes hebraicos e a genealogia do livro do Gênesis.
Seu personagem central, Javan, mais que um representante de uma classe social ou homem de época, é um indivíduo diferenciado na tribo de Methusala (seria Matusalém, da Bíblia, como referencia Josepho?). Javan parece representar o espírita no mundo contemporâneo, de tendência espiritualista em meio a uma sociedade imediatista; romântico, em meio a pessoas sensualistas; com senso de dever e que toma decisões heróicas, pensando na comunidade e na vida após a morte antes dos interesses pessoais.
A cidade de Enoch, possivelmente a mesma que se diz no Gênesis Bíblico ter sido criada pelo filho de Caim, representa no contexto do livro a vida dirigida pelo poder, pela dominação e pelo sensualismo. Mesmo em Enoch, Javan encontra um patriarca que preza os valores e a tradição, Methusael, que convive com uma geração cainita dividida entre o poder dos guerreiros, simbolizados em Tidal e a teocracia dos sacerdotes de Baal.
Descendentes de Caim e de Seth se enfrentam no contexto do livro.
O autor espiritual e outros membros da equipe de Dolores Bacelar fazem inúmeras notas ao longo do texto e tecem explicações no contexto da ética espírita para muitos dos acontecimentos e decisões dos personagens.
A editora fez um excelente trabalho nas edições mais recentes. Ampliou os tipos, tornou a capa mais sugestiva, criou títulos para os capítulos, colocou as notas no rodapé das páginas, evitando que o leitor tenha que ir ao fim do livro para conhecer seu conteúdo, ampliou o tamanho das fontes facilitando a leitura e as limitações de leitores que, como eu, já passaram dos quarenta anos.
Apesar da profunda impressão que a leitura me causou, não me sinto informado o suficiente para a defesa do caráter histórico da narrativa, mas sem dúvida, seu caráter simbólico traz uma bela reflexão para a comunidade espírita, hoje.
No texto se encontram três ou quatro referências muito polêmicas: Capela, Lemúria, Atlântida e o dilúvio. O autor espiritual defende sua existência, embora relativize a questão do dilúvio, que aparenta ser regional. A referência aos avanços das sociedades atlantes e rutas (habitantes da Lemúria) são surpreendentes e causam estranheza, mas não chegam a comprometer o conjunto da obra.
Outra questão que apenas proponho, mas não tenho condições de desenvolver é se haveria uma influência do pensamento gnóstico no texto do autor espiritual.
Parece-me que conhecer e debater o conjunto da obra, que demonstra as muitas variações e possibilidades da faculdade mediúnica é uma tarefa importante para o movimento espírita, que ainda não lhe deu o devido valor.
13.1.08
O Livro Perdido de Damasceno Sobral
Eu o conheci nas viagens de divulgação da doutrina que fazia com papai (José Mário) e a amizade entre as famílias se perpetuou embora nos víssemos entre longos intervalos de tempo.Do seu grupo mediúnico, minha família recebeu as mensagens de papai cuja linguagem e análise de conteúdo mais revelam sua identidade pregressa.
Há anos guardo comigo um exemplar de seu livro de poesias, surpreendentemente desconhecido pela grande maioria do movimento espírita mineiro, dada a sua discrição. São versos livres, espirituais e psicológicos, no qual se revela sua sensibilidade e seus vôos espirituais a partir dos princípios espíritas.
Não são versos pobres ou ingênuos. A concepção do livro é moderna e o leitor tem sua atenção capturada pelas letras e imagens do poeta cristão-espírita. Os poemas, via de regra, iniciam-se no pé da primeira página e concluem-se no início do verso.
Os temas são diversos, mas a fonte de inspiração mais recorrente é a morte, ou melhor, a libertação do espírito após a morte e o conflito do homem que se divide entre a certeza da imortalidade e o sofrimento da perda. Sobral surpreende novamente quando trata de princípios e idéias doutrinárias com brevidade e consistência, sem perder a sensibilidade poética.
Algumas imagens são fortes, revelam sua personalidade ao mesmo tempo doce e determinada.
O livro foi prefaciado por César Burnier que lhe destaca o ponto de convergência entre a poesia e a filosofia e o papel demiúrgico da poesia e do poeta no mundo.
É muito difícil escolher um dos poemas para o leitor. Gostaria de deixar diversos deles (na verdade, eu gostaria mesmo é que o livro fosse reeditado, mas sei que a cada dia que passa a poesia tem menos lugar nas sociedades espíritas e o "mercado editorial" espírita decretou a morte comercial deste gênero literário), então deixo-lhe uma poesia sobre a poesia.
Eternidade da Poesia
A poesia não morre.
A poesia é o idioma das almas,
a tradução dos sentimentos
que ainda poucos homens entenderam.
Evoluindo,
ela se transforma
de trivial em filosófica,
de filosófica em transcendental.
A poesia não morre.
O homem,
na embriaguez da matéria,
é que morreu para a poesia.
8.1.08
Léon Denis e Lepoldo Cirne
Figura 1: Foto recente da fachada da antiga sede da Federação Espírita Brasileira, feita por André Cláudio V. C. de Mendonça em 2006 (http://www.pbase.com/andremendonca/image/62612683)
Figura 1: Foto de Léon Denis
Figura 2: Verso da foto acima onde se lê (em francês): Ao Sr. Leopoldo Cirne, lembrança fraternal. Léon Denis. 20/5/99 (1899)
7.1.08
A Psicografia de Stainton Moses
Stainton Moses, médium espiritualista inglês, escreveu sobre sua própria mediunidade em 1883:
"É interessante saber se os meus próprios pensamentos exerceram uma influência qualquer nos assuntos tratados nos ditados, apesar de ter tomado as maiores precauções para que esse fato não acontecesse. Ao começo, a escrita era lenta, sendo eu obrigado a segui-la com os olhos, mas, mesmo nesse caso, as idéias não eram minhas. De fato, as comunicações tomaram logo um caráter sobre o qual não podia eu ter dúvidas, pois que as opiniões emitidas eram contrárias ao meu modo de pensar. Distraía-me propositadamente durante o tempo em que a escrita se produzia, e cheguei a abstrair-me na leitura de um livro e a seguir um raciocínio cerrado, enquanto a minha mão escrevia com constante regularidade. As comunicações assim dadas enchiam inúmeras páginas, sem haver correção nem faltas de composição, revelando muitas vezes um estilo belo e vigoroso. "
(Extraído de "Ensinos Espiritualistas", W. Stainton Moses, FEB, 1981)
27.12.07
Mensagem Natalina
Nasceu Jesus, Jesus de Nazaré. Não é romano, não é patrício, é filho de um povo escravo, os judeus, que lutam e sonham com liberdade política e aguardam um enviado de Iavé cuja mão forte dirigir-lhes-á os exércitos.
Nasceu Jesus, Jesus de Nazaré, não em Jerusalém... Nasceu no interior, foi criado em cidade pequena, aprendeu a ser carpinteiro, e não rei; conviveu com pescadores, mais que com sacerdotes. Nasceu pequeno entre os pequenos.
Nasceu Jesus, Jesus de Nazaré. Tornar-se-á homem, varão do povo de Israel, mas não terá duas túnicas, nem uma pedra onde descansar sua cabeça, viajará a pé, conversará com todos, escolhidos e apartados, patrícios e plebeus, ricos e pobres.
Nasceu Jesus, de Nazaré, com uma missão: transmitir uma mensagem. Alguns se recordam de feitos milagrosos, outros dos sinais dos céus, outros das vozes de outro mundo, mas esse homem tem por legado apenas palavras.
Nasceu Jesus, de Nazaré. Considerado malfeitor pelos seus compatriotas, esquecido pelos representantes da justiça romana, condenado à pena máxima.
Foi-se Jesus, de Nazaré, mas suas palavras, seus atos, continuam em meio a nós. Não foi rei, mas seus feitos dividiram a História. Não foi guerreiro, mas conduziu-nos à luta interior. Não foi homem de letras, mas originou as páginas mais lidas pelos seus semelhantes. Não construiu monumentos, mas sua lembrança resiste ao tempo. E depois dele, sob sua palavra, os homens ficam diferentes.
Companheiros de trabalho, nós lhes desejamos um feliz natal, pleno da presença da mensagem do homenageado."
Recordando Yvonne
Os espíritos povoam sua vida, as recordações das encarnações passadas a atormentam e a prática mediúnica a liberta dos negros impulsos que a atraem à morte.
Sua visão ampliada de mundo mostra uma vida paralela à nossa, interferindo com o cotidiano de seus conterrâneos e contemporâneos. Obsessores, espíritos sofredores, suicidas, mentores, amores do passado, espíritos amigos, escritores atormentados, todos compõem este mundo que os materialistas rotulariam de fantástico.
As dificuldades e as provas associadas à prática da mediunidade desfilam aos olhos do leitor interessado em conhecer mais sobre esta curiosa faculdade. Yvonne alterna sua história com explicações de base doutrinária, fazendo com que seu livro seja mais que um mero relato memorialista.
Yvonne conclui sua introdução com a seguinte prece, da qual transcrevo um trecho:
"... A chama imaculada que do Alto me mandaste, com a revelação dos pontos da tua Doutrina, a mim confiados para desenvolver e aplicar, eu ta devolvo, no fim da tarefa cumprida, pura e imaculada conforme a recebi: amei-a e respeitei-a sempre, não a adulterei com idéias pessoais porque me renovei com ela a fim de servi-la; não a conspurquei, dela me servindo para incentivo às próprias paixões, nem negligenciei no seu cultivo para benefício do próximo, porque todos os meus recursos pessoais utilizei na sua aplicação. Perdoa, no entanto, Senhor, se melhor não pude cumprir o dever sagrado de servi-la, transmitindo aos homens e aos Espíritos menos esclarecidos do que eu o bem que ela própria me concedeu"
Um momento especial do Espiritismo em nosso país que não deve ser esquecido pelos trabalhadores do nosso tempo.
18.12.07
Victor Hugo e os Espíritos
O escritor francês foi condecorado cavaleiro da Legião de Honra em 1825, membro da Academia Francesa e foi eleito deputado constituinte de Paris em 1848 e 1849. Foi eleito presidente do Congresso Internacional da Paz em 1849. Em 1852 um decreto do governo de Luis Napoleão o expulsa da França e ele vai para a ilha de Jersey, onde teve contato com a mediunidade e os espíritos. Hugo só voltaria à Paris após a proclamação da república, mesmo tendo sido anistiado.
O livro de Maria do Carmo Schneider, de leitura agradável, focaliza o lado espírita de Victor Hugo, conectando-o à sua obra. São impressionantes os poemas obtidos pela via mediúnica na ilha de Jersey e os espíritos com quem comunicava-se, que adotavam pseudônimos poéticos como "Sombra do Sepulcro", "Dama Branca", "Leão de Ândrocles" e "Pomba do Arco". Poetas famosos também assinavam as comunicações, como Molière, Ésquilo, Shakespeare, Dante e Camões.
A pena dos historiadores e biógrafos de Victor Hugo muitas vezes o considerou um "louco no exílio", assim como foi feito com outras personalidades notáveis que se tornaram espíritas ou espiritualistas como William Crookes e Robert Owen. Em sua "loucura genial" Victor Hugo ainda publicou mais de vinte grandes obras, como "O Homem Que Ri", "Os Miseráveis", "William Shakespeare", "Trabalhadores do Mar", "Torquemada" e outras obras memoráveis.
Além do trabalho de Maria do Carmo, quem desejar conhecer uma abordagem filosófica da obra de Victor Hugo, pode ler o livro "Victor Hugo, Espírita", escrito pelo espírita argentino Humberto Mariotti e publicado em português pela editora EME.
Como um presente ao leitor do blog, fica um dos poemas mediúnicos da Ilha de Jersey, ditado pela "Sombra do Sepulcro":
"Espírito que quer saber o segredo das trevas,
E que, segurando nas mãos a terrestre chama,
Vem, furtivo, apalpando nas nossas fúnebres sombras,
Espicaçar a imensa tumba,
Retorna ao teu silêncio e sopra tuas velas,
Retorna à noite de onde algumas vezes sais;
O olho dos vivos não lê coisas eternas
Por sobre os ombros dos que não vivem mais."
(Resposta a Hugo da Sombra do Sepulcro após duas perguntas dirigidas a Molière) Leia sua interpretação na página 52 do livro de Schneider.
Solidariedade sem Fronteiras
A solidariedade não deve ter fronteiras religiosas ou políticas.
16.12.07
Dissertação de Mestrado da UNICAMP trata do Parnaso
Alexandre Caroli Rocha defendeu dissertação de mestrado sobre o conhecido livro psicografado por Francisco Cândido Xavier: Parnaso de Além Túmulo.
Em sua dissertação se encontra uma vasta revisão sobre a produção mediúnica, a interferência de espíritos e médiuns no texto, a similitude do estilo literário ao lado de uma intenção retórica dos espíritos e muitas outras características próprias ao texto mediúnico de médiuns conhecidos como o próprio Chico, Yvonne Pereira e Divaldo Franco.
É uma dissertação que merece ser lida, porque traz mais uma contribuição lúcida a uma literatura geralmente esquecida pela Universidade Brasileira e paradoxalmente muito lida pelo público brasileiro de espíritas e simpatizantes.
Quem desejar ter acesso ao texto completo basta acessar a biblioteca de teses eletrônicas da UNICAMP no endereço http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000236698
13.12.07
Textos e Apresentações do Ciclo de Estudos Sobre Passes
Foram publicadas no site Espiritismo Comentado (http://www.jadersampaio.uaivip.com.br/) alguns dos textos e apresentações utilizados no Ciclo de Estudos sobre Passes, realizados de setembro a dezembro na Associação Espírita Célia Xavier.
Os textos estão em pdf e as apresentações no formato powerpoint. Estão disponíveis aos interessados para download.
12.12.07
A Noite de São Bartolomeu
Como a maioria dos romances de Rochester, ele se caracteriza por uma mescla entre o fantástico e o real. Como quase todo livro de Rochester, a feitiçaria se entrelaça ao fenômeno mediúnico, como um tempero da história contada. A reencarnação é citada mas não faz parte da trama. Do Espiritismo, encontra-se o caráter moral e o conceito de Nêmesis, uma deusa grega que personificaria a lei de ação e reação (na cultura grega, o destino traçado, do qual o homem não tem como fugir, uma idéia um pouco diferente da nossa).
A Noite de São Bartolomeu é um romance linear que se desenvolve em torno da vida de Diana, filha do Barão D'Arni. Ele tem ao fundo as intrigas da corte de Carlos IX e Catarina de Médicis.
O editor fez um trabalho muito interessante de pesquisa, apresentando fontes históricas que corroboram as informações que o autor espiritual fornece sobre os personagens reais da trama. São dezenas de citações no pé de página dos livros, de obras literárias e históricas.
A narrativa não é psicológica, mas os acontecimentos e revezes da história prendem o leitor do início ao fim. Uma boa leitura para as férias que se aproximam.