8.12.10

ESPIRITISMO E FÍSICA QUÂNTICA



Um amigo meu, há alguns anos, concluiu o curso superior de Física em uma das Universidades mais prestigiadas no Brasil. Interessado em continuar a estudar, procurou um professor de pós stricto sensu para verificar se ele poderia fazer um mestrado na área de Física Quântica. A resposta do professor foi negativa, ele precisaria se preparar melhor para poder tratar do tema.

No último ENLIHPE, o Dr. Alexandre Fonseca (Doutor e Pós-Doutor em Física, com trabalhos publicados em órgãos prestigiados como a famosa revista Science) desconstruiu o livro "A Física da Alma" de Amit Goswani. Em princípio ele apontou contradições entre o pensamento Kardequiano e o conteúdo do livro, mas não passaram despercebidas as críticas de "falta de sentido" para afirmações sobre a Física Quântica expostas pelo autor. Eu já havia ouvido de uma física que trabalha na Europa que Goswani não tem o endosso da comunidade de físicos.

Quando vejo o entusiasmo de alguns segmentos do movimento espírita para a aplicação de princípios de Física Quântica no entendimento de fenômenos espirituais, acho muito atual o comentário que Kardec fez sobre uma teoria polêmica em sua época:

"Pelo fato de o Espiritismo assimilar todas as idéias progressistas, não se segue que ele se faça campeão cego de todas as concepções novas, por mais sedutoras que apresentem à primeira vista, com o risco de, mais tarde, receber um desmentido da experiência, e de se dar ao ridículo de haver patrocinado uma obra inviável. Se não se pronuncia abertamente sobre certas questões controvertidas, não é, como poderiam supor, para poupar os dois partidos, mas por prudência, e para não se adiantar levianamente num terreno ainda não suficientemente explorado." (...) (Revista Espírita - julho de 1868)

4.12.10

AS ARTES MEDIÚNICAS DE FERNANDO


Foto de Fernando de Lacerda na Revista Illustração Portugueza no. 133 - Setembro 1908



A editora da Federação Espírita Brasileira mantém em catálogo obras antigas, pouco comerciais, mas muito importantes para o estudo do Espiritismo.

Quando estudava o livro "Sessões Práticas e Doutrinárias do Espiritismo", de Aurélio Valente, tive a oportunidade de ler passagens da obra psicografada por Fernando de Lacerda, que de princípio impressionou-me.

Adquiri recentemente os quatro livros da coleção "Do País da Luz", no qual se encontram textos atribuídos a Eça de Queiroz, Camillo Castelo Branco, Júlio Dinis, Alexandre Herculano, Padre Antônio Vieira e outros escritores conhecidos da literatura portuguesa e francesa, entremeados por espíritos desconhecidos.

Capa do primeiro livro publicado pela FEB

Fernando foi estudado por espíritas portugueses, como o Dr. Souza Couto, que apresenta no prólogo do primeiro livro suas pesquisas e conclusões favoráveis à tese da mediunidade. Ele dá mostras de conhecimento da literatura científica da época e dos autores europeus que pesquisaram os fenômenos espirituais.

Médium psicógrafo, Fernando esteve sempre a duvidar e buscar evidências de sua própria faculdade, mas não temeu tornar públicos seus trabalhos de origem mediúnica.

Perseguido em Portugal após a implantação da república em 1910 e tendo perdido seu cargo de sub-inspetor de polícia administrativa, acusado de ser identificado com a monarquia (ele defendia publicamente a ideia de Deus e era espírita-cristão), Fernando vem ao Brasil em 1911, onde se integraria aos trabalhos da Federação Espírita Brasileira.

Para que não fique muito extenso, deixo ao leitor um poema do volume 1, atribuído a João de Deus (poeta português da segunda metade do século XIX). Ele foi psicografado simultaneamente com outra poesia, tendo a um lado da mesa o Dr. X. S. e ao outro Fernando de Lacerda. Eles psicografavam simultaneamente sextilhas. Ao final do trabalho, descobriu-se que um houvera psicografado as sextilhas pares dos dois poemas e o outro as ímpares. Os poemas se chamam À Mocidade e A Mocidade. Deixo transcrito apenas o segundo.

João de Deus

A Mocidade

Ó mocidade,

Riso e saudade,

Do meu amor!

Hora tão linda

Que breve finda

Imersa em dor!

Aragem breve

Que bem de leve

Cicia e passa,

Sonho infantil,

Curto, sutil,

Cheio de graça!

Manhã rosada,

Branca alvorada,

Dia outonal!

Cativa flor,

Essência olor,

Dum roseiral!

Aura fagueira,

Que vem ligeira

Sorrir ao velho,

E o faz chorar

Ao remirar

Aquele espelho.

Ai quem lhe dera,

Por vã quimera,

Ser sempre assim!

E rindo, louco

Ir pouco a pouco,

Chegando ao fim!...

17.11.10

MOCIDADE MARIA JOÃO DE DEUS - BELO HORIZONTE

Fiquei bastante emocionado com o video da Mocidade Maria João de Deus, do Grupo Scheilla, no tradicional bairro da Floresta - Belo Horizonte-MG (Brasil). Já sexagenária, vem a público mostrar o que não se vê todos os dias na mídia.

O autor da apresentação captou com muita sensibilidade o espírito dos trabalhos de jovens espíritas, a convivência com pobres e ricos, a alegria, os atos de doação para pessoas sofridas pela vida, os momentos de estudo, o companheirismo, a relação com crianças que pleiteiam o direito de ter uma infância, visitas a instituições de terceira idade e outras atividades na casa espírita.

Emocionei-me porque identifiquei minha vivência como jovem espírita que fui.

Ao final, uma surpresa, e surpresa não se revela...

16.11.10

VOCÊ DESEJA ENCONTRAR ALGO NA OBRA DE KARDEC?


Desde a digitalização dos livros e revistas de Allan Kardec houve um avanço nas técnicas de busca de termos e trabalhos em sua obra. Antes destes recursos, a pesquisa dependia de sumários, índices analíticos e referências.
O IPEAK, de Curitiba-PR, lançou um instrumento de busca pela internet que indexou muitos livros e a Revista Espírita de Kardec, o que facilita imensamente a pesquisa por termos.
Certamente, este tipo de pesquisa não dispensa o conhecimento da obra, do autor, de seu tempo e dos significados específicos dos termos técnicos do Espiritismo para uma compreensão substantiva, mas é um auxiliar valioso no preparo de estudos e na realização de pesquisas.
Para utilizá-lo, basta digitar o termo que você deseja procurar na busca que se encontra no alto da página http://www.ipeak.com.br/site/index.php
O interessado encontra outro recurso igualmente útil, como o roteiro de estudo on-line de "O Livro dos Espíritos", que esperamos seja o primeiro de uma série.
Parabéns ao grupo de Curitiba, e, se não me engano, ao seu articulador, Prof. Cosme Masci, pelo presente que está generosamente doando ao movimento espírita e à sociedade interessada no conhecimento do Espiritismo.

15.11.10

AGENDA NA MÃO: MITOLOGIA GREGA E ESPIRITISMO




EC está entrevistando Leosino Miranda Araújo, poeta, escritor, artista cênico, espírita, que organizou o seminário “Mitologia à Luz da Doutrina Espírita: Os Doze Trabalhos de Hércules – Uma Busca Interior”

EC: Leo, de onde surgiu a ideia de fazer um seminário focalizado na interpretação de um mito grego à luz do Espiritismo?
Leo: Estudando a Mitologia há alguns anos, percebemos que a função dos mitos não é somente “o relato de um acontecimento no tempo primordial, mediante a intervenção de entes sobrenaturais; lendas; narrativas de um povo”, conforme o emérito professor doutor de Língua e Literatura Grega e Literatura Latina (PUC-RJ), Junito de Souza Brandão, Mitologia Grega, vol. I. Os mitos podem se tornar muito mais significativos quando analisados à luz do espírito imortal, em sua busca incessante de si mesmo, de seu autodescobrimento, para um dia galgar o seu Eu Superior, como afirma o espírito de Joana de Ângelis em “Autodescobrimento”, psicografia de Divaldo Pereira Franco. No livro lançado pela União Espírita Mineira, em 2010, “Emmanuel Responde”, psicografia de Chico Xavier e Wagner G. da Paixão, na 2ª parte, Mitologia, o espírito de Emmanuel, questionado sobre a sabedoria das lendas antigas, afirma que, “quanto mais remontamos ao passado, mais entenderemos a necessidade de símbolos e mitos, com que os antigos encerravam verdades e princípios para os pósteros”. Cremos que essas verdades ocultas podem ser desvendadas pelo olhar crítico e racional que a Doutrina Espírita nos oferece, quando buscamos, por meio de estudos e análises sobre a necessidade de nossa Reforma Íntima, aliar aos mesmos diversos temas do conhecimento humano como a Poesia, a Literatura, as Artes e a Mitologia.

EC: Leo, além dos anos de estudo e trabalho espíritas e de sua produção literária, qual é a sua formação?
Leo: Além dos 27 anos de estudos e trabalhos espíritas, tenho no momento sete livros editados, além de mais dois em fase de conclusão. Sempre li muito. Somente para escrever o livro VIVA O BRASIL, li mais de cem livros. Tive oportunidade de estudar em três faculdades: Administração de Empresas, História e Letras, sem concluir nenhum dos cursos, por motivos diversos. No entanto, quando fazia Letras na UFMG, estudei grego e latim, que foram muito úteis para o aprendizado sobre Mitologia.

EC: O mito grego reflete crenças partilhadas pelos povos gregos da antiguidade, algumas em clara dissonância com o pensamento espírita, como é a noção do determinismo dos Deuses. Como você concilia isto em seu seminário?
Leo: São várias as discordâncias contidas nos mitos gregos em relação à Doutrina Espírita, se os analisarmos ao pé da letra. Entretanto, partimos do princípio no qual as histórias antigas revelam em sua base mais profunda uma realidade comportamental, em que a ingenuidade humana é confirmada pelas emoções rasteiras e reações mundanas dos chamados deuses, como as traições de Zeus, as vinganças de Afrodite e de Hera ou a rebeldia de Hércules, podendo compará-las às fragilidades inerentes à estrutura psicológica ainda vigente no homem terrestre, assim como os valores positivos desses deuses na sabedoria de Zeus, na sensatez de Hera ou na incrível persistência de Hércules. O determinismo demonstrado nos mitos tem relação com as crenças do passado, ou seja, com a fé cega, contrária à fé raciocinada que o Espiritismo ensina e esclarece. Questionar o mito em busca de respostas que vão de encontro ao nosso crescimento interior é, portanto, racionalizá-lo.

EC: Você cita diversos autores espíritas encarnados e desencarnados usados como fonte para o seminário. Fale como alguns deles foram utilizados.
Leo: Se observamos os mitos em sua linguagem simbólica, permitimo-nos fazer analogias sobre a realidade dos símbolos que eles representam, pautando-nos dessa forma em um tema relevante a partir dos mesmos. No livro “A Caminho da Luz”, Emmanuel/Chico Xavier, cap. XIV, “o Apóstolo João, desdobrado, lê a linguagem simbólica do invisível”, para então escrever “O Apocalipse”. No mesmo capítulo, Emmanuel interpreta alguns desses mitos simbólicos como a Besta (666), iluminando nossas consciências ao retirar os véus do desconhecido e desmitificando alguns conceitos fantasiosos do homem. Nos livros da série psicológica de Joanna de Ângelis, Divaldo P. Franco, em que os estudos são desenvolvidos à luz da Consciência Profunda, aproveitamos esses ensinamentos para melhor balizarmos os comportamentos dos heróis mitológicos que habitam em nós. Procuramos utilizar autores espíritas confiáveis, que possam iluminar o nosso caminho evolutivo com suas colocações conscientes e clarificadoras.

EC: O mito grego também foi utilizado por alguns autores de formação psicanalítica e analítica para ilustrar fenômenos psicológicos humanos, mas foram usados ora como metáforas, ora como figuras do inconsciente coletivo. Há alguma relação entre a psicologia analítica e sua abordagem espírita do mito?
Leo: Quando o professor Junito de Souza Brandão ministrava cursos regulares de Mitologia em São Paulo, na Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica, falando sobre as tendências humanas contidas no inconsciente, representado pelo arquétipo atemporal, coletivo, e sobre o consciente, ego e suas finitudes, ele fertilizava a psicologia puramente conceitual, teórica, com imagens ricas em possibilidades e desenvolvimentos. O que nós pretendemos, então, é aproveitar ao máximo os ensinos de diversos estudiosos sérios como Junito e Joseph Campbell, entre outros não-espíritas, que se dedicaram com afinco à Mitologia, aliados a diversos autores espíritas, como oportunidade de novas reflexões do Espírito Imortal na sua jornada evolutiva. Não temos, portanto, quaisquer compromissos com as linhas da Psicologia Humana, principalmente aquelas eivadas de preconceitos e superficialidades, quando o tema se volta para a vida espiritual.

EC: Porque o seminário tem uma taxa de inscrição?
Leo: A taxa de inscrição será utilizada integralmente nas despesas de produção e pós-produção do filme “O 12º”, para pagamento dos serviços de profissionais não-espíritas envolvidos no Projeto. Estudo abordando o tema Mitologia já foi realizado na reunião de pais e em reuniões públicas na Associação Espírita Célia Xavier e em outras casas espíritas, não envolvendo ônus para a realização das mesmas.

EC: Fale um pouco de “O 12º.”.
Leo: Trata-se de um curta-metragem, com 15 minutos de duração, a ser gravado na cidade de Belo Horizonte. Será uma contribuição para a campanha lançada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), em 2006, através do site da FEB (Federação Espírita Brasileira). O Ministério da Saúde divulgou um estudo inédito e iniciou uma ampla estratégia de prevenção, inclusive com a criação de um site na Internet. A FEB - que mantém uma campanha em Defesa da Vida - foi autorizada pelo Ministério a publicar os dados do estudo e informa sobre a visão espírita acerca do suicídio.
A história de “O 12º” relata uma série de conflitos vividos por Ricardo, um jovem empresário de 39 anos, casado, enfrentando as intempéries advindas da falência de sua empresa. Em acréscimo aos problemas na área dos negócios, Ricardo não encontra o apoio que esperava por parte da esposa que tanto ama.
O objetivo principal do filme é proporcionar profunda reflexão sobre valores existenciais e demonstrar, com base em uma história possível de ocorrer em nosso cotidiano, que apesar da vida apresentar obstáculos difíceis de serem transpostos, sempre há uma razão para continuar tentando encontrar um caminho que possa levar qualquer um à uma vida mais segura emocionalmente, e que o suicídio não seria, de forma alguma, uma alternativa real e sensata.

EC: O filme é uma produção espírita, ou uma obra de arte alinhada aos valores espíritas?
Leo: A linguagem do filme é carregada de terminologia Espírita. A cena que encerrará o curta-metragem mostra o livro “Memórias de um Suicida”, de Yvonne A. Pereira. Através de efeitos especiais, será perceptível a presença de um ser desencarnado, antes do desfecho da história. Considerando esses detalhes, podemos declarar que o filme é uma produção Espírita.

EC: O filme foi aprovado pela “malha fina” da Lei Rouanet; por que não conseguiu aporte de recursos da iniciativa privada? Ainda é possível a uma empresa patrocinar ou auxiliar o patrocínio do filme com dinheiro de seus impostos?
Leo: Como não houve patrocínio de empresas para a execução do Projeto, que foi aprovado integralmente pela Lei Rouanet, a Cris, idealizadora do mesmo, que tem formação na área cinematográfica, resolveu continuar com o Projeto, realizando eventos a fim de angariar fundos para a sua conclusão, como o Seminário de Mitologia à Luz da Doutrina Espírita, contando, a princípio, com o apoio da Associação Espírita Célia Xavier.

EC: Qual será o destino da renda do filme?
Leo: A renda do filme será destinada para a Associação Espírita Célia Xavier, que se encarregará de sua venda e distribuição.

EC: De volta ao seminário, como inscrever-se e onde será realizado?
Leo: O Seminário será realizado na AECX - Associação Espírita Célia Xavier, à Rua Coronel Pedro Jorge, 314 – Bairro Prado – Belo Horizonte/MG. As inscrições podem ser feitas na Secretaria da AECX, no endereço acima, telefone: (31) 3334-5787 ou com a Cris (31)8606-8815 e o Leo (31) 9950-3617.

EC: Que instituições estão apoiando sua iniciativa?
Leo: União Espírita Mineira, Aliança Municipal Espírita de Belo Horizonte, Aliança Municipal Espírita de Contagem, Aliança Espírita Evangélica de Belo Horizonte, Associação Espírita Célia Xavier, Grupo da Fraternidade Eurípedes Barsanulfo e GAEV - Grupo Aprendizes do Evangelho.

10.11.10

EU TUÍTO, TU TUÍTAS, O EC TUÍTA. VOCÊ TUÍTA?

O Dicionário Aurélio inseriu em sua nova edição o verbo tuitar. Para quem ainda não conhece, o twitter (do inglês, tweet: piar, som emitido pelos pássaros) é um novo recurso da internet que possibilita que o participante escreva frases com até 140 letras e espaços.

Com este recurso, fica fácil receber informações em contas de e-mail, telefones celulares e no próprio site do twitter. A assinatura é grátis.

Fizemos, portanto, o endereço http://twitter.com/jadersampaio, no qual sempre que houver uma atualização do EC iremos notificar aos interessados.

Se você tuíta, acompanhe de perto o Espiritismo Comentado.

7.11.10

ESPIRITISMO COMENTADO COM NOVO VISUAL

O Espiritismo Comentado está com um novo visual há alguns dias. Experimentamos algumas composições de cor e imagem e decidimos pela atual.
Meus agradecimentos à Carol, que auxiliou com a nova estética.
E o leitor, o que tem a comentar?

3.11.10

ESPIRITISMO EM FRANCA - SP 2


Fachada do Centro Espírita Judas Iscariotes

O segundo lugar que escolhi para falar do Espiritismo em Franca é o Centro Espírita Judas Iscariotes, fundado por José Russo.
A fachada do casarão inaugurado em 1956 mostra por si o fôlego do fundador e de seus colaboradores.
Vista lateral da organização

Informou-nos o historiador Adolfo de Mendonça Júnior que o fundador vendeu a própria casa e subiu as paredes do centro, habitando em suas instalações.


Placa de inauguração
O nome da sociedade espírita causou (e ainda deve causar) espécie em Franca. Há uma tradição religiosa que vê o apóstolo como traidor, condena-lhe o suicídio e justifica a tradição de "malhar o Judas", onde um boneco é agredido e queimado pelos participantes (esta última prática da tradição popular não me parece muito cristã).
Na sociedade de sua época, certamente Judas era percebido pela maioria da população como uma "persona non grata".

Vista interna do salão

O pensamento espírita, de uma forma geral, vê de forma diferenciada o papel e o equívoco deste discípulo de Jesus.
Humberto de Campos, espírito, escreveu dois trabalhos sobre Judas: o primeiro no livro Crônicas de Além Túmulo (1935) onde dá a entender que Judas poderia ser Joana D'Arc, e mostra que Judas entendera que a política seria o caminho da libertação de Jerusalém. No livro Boa Nova (1940) ele retoma o tema, compondo uma narrativa articulada com os principais personagens do evangelho.
Todos sabemos que Joana D'Arc foi um dos espíritos que acompanhou Léon Denis, e lemos sobre a visão do discípulo de Kardec sobre ela em "Joana D'Arc, Médium".´
Vinícius (Pedro de Camargo), advogado e espírita, publicou em 1944 o texto Reabilitação de um Culpado, inserido em seu "Na Escola do Mestre", no qual age como defensor do apóstolo equivocado, colocando seu delito sob a ótica do cristianismo e das vidas sucessivas.
José Russo afirmou a visão espírita evolucionista e reabilitou a memória de Judas Iscariotes, com seu ato incomum. Aguardamos que os espíritas francanos recuperem o quanto antes a bela construção, colocando-a novamente viva, a serviço do movimento espírita.

2.11.10

AS CARTAS PSICOGRAFADAS POR CHICO XAVIER - NOS CINEMAS



O Cinema Brasileiro definitivamente descobriu o movimento espírita. Vejam o trailer de mais um filme que será exibido nos cinemas em novembro.

1.11.10

A CONDESSA PAULA, ALLAN KARDEC E A LUTA DE CLASSES

Capa do livro: A Condessa Paula - CELD, 1991

Um dos livros pouco estudados de Allan Kardec é "O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo". A segunda parte do livro é uma coletânea de diálogos com espíritos em diferentes condições espirituais.
Lido com olhos contemporâneos, é uma parte instigante. Allan Kardec inicia com relatos de espíritos felizes, que viveram e desencarnaram em boas condições. Muitos de seus contemporâneos são evocados e dão notícias de seu estado espiritual.
Chamou-me a atenção o relato de um espírito que se identificou como sendo a Condessa Paula. Um de seus parentes a evocou e conversaram sobre sua condição espiritual.

Paula desencarnara ainda jovem, com 36 anos de idade e os relatos sobre sua vida mostram uma nobre que cumpriu com seus deveres de posição, praticou a caridade moral e material e soube tratar seus concidadãos, empregados e prestadores de serviço com justiça, cordialidade e respeito.

Kardec faz anotações sobre seus valores morais e a compara com a dama caridosa descrita em "O Evangelho Segundo o Espiritismo".

Aparentemente simples, é curioso que Allan Kardec não a houvesse condenado por ter sido nobre. O espírito de época na França, especialmente nos meios intelectuais, era herdeiro das ideias iluministas, defensoras de uma revolução que viesse a mudar a sociedade francesa com o fim da nobreza e do clero.

"A sua beneficência era inesgotável, mas não essa beneficência ostentosa à luz meridiana; e assim exercia a caridade de coração, que não por amor de vanglórias. Só Deus sabe se as lágrimas que ela enxugou, os desesperos que acalmou, pois tais virtudes só tinham por testemunho os infelizes que assistia." (O Céu e o Inferno, parte 2a., cap. 2, p. 221)

Vê-se que a proposta espírita e o pensamento kardequiano não é simpático à luta de classes, mas à sua colaboração. Um dos pontos da doutrina social espírita é a reforma da sociedade a partir da reforma do homem, e não o contrário; uma ideia amadurecida em uma sociedade que, em nome da revolução, viveu os horrrores da dissolução do tecido social e o renascimento do despotismo após o enforcamento dos reis, em meio ao grupo que chegou ao poder e tornou-se dominante.

Quem desejar ler mais sobre o assunto veja:

1. A Condessa Paula. In: KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Rio de Janeiro, FEB.

2. A Condessa Paula (livro ilustrado). Texto de Allan Kardec. Ilustrações de Jefferson Alves de Souza. Publicação do Centro Espírita Léon Denis, 1991 (1a. Edição)

30.10.10

O BANDEIRANTE DE MINAS GERAIS


Foto 1: Betinho

Há diversas formas de inserção e atuação das pessoas no movimento espírita. Frequentadores, muitos; médiuns, expositores, dirigentes, trabalhadores, alguns. Este homem simples, de coração aberto, alma generosa e imensa disposição para o trabalho, discípulo de Virgílio Pedro de Almeida, resolveu ser bandeirante.


Betinho (Alberto Rodrigues dos Santos) é oriundo de Corinto-MG, terra natal de meu desencarnado e atuante pai. Iniciado no Espiritismo em função da enfermidade de uma irmã, após transferir-se para Belo Horizonte, "de mala e cuia", passou por alguns centros espíritas e fixou-se no tradicional "Centro Espírita Amor e Caridade", que traz em sua história a memória do médium Antônio Loreto Flores, conhecido na capital mineira.


Espírito viajante, não sei dizer ao certo como, mas iniciou sua extensa atividade de fundação de sociedades espíritas na capital mineira, com o GEAL - Grupo Espírita André Luiz, que iniciou-se no culto no lar de sua própria residência.


Parece que tomou gosto e não parou mais. Sua ação estruturante foi importante na formação das seguintes instituições:

- Centro Espírita Joana D'Arc - Belo Horizonte, MG

- Grupo Espírita Bezerra de Menezes - Corinto, MG

- Grupo Espírita Mauro Albino - Contria, MG

- Grupo Espírita André Luiz - Lassance, MG

- Grupo Espírita da Prece - Buenópolis, MG

- Grupo Espírita Francisco Cândido Xavier - Moeda, MG

- Lar Escola-Espírita Irmã Antônia - Belo Horizonte, MG

- Casa Espírita Urbano - Belo Horizonte, MG


Já tive o prazer de viajar com Betinho para o Grupo Espírita Bezerra de Menezes, antigo Centro Espírita Miguel Arcanjo. Guardo lembranças do papel aglutinador e incentivador de Betinho, que, graças à afinidade com o pensamento das obras psicografadas por Chico Xavier, sempre teve por diretriz o estudo do Espiritismo e o trabalho promocional, bases das organizações que auxiliou a fundar.


Muitos trabalham pela unificação, Betinho tem trabalhado pela "multiplicação" de casas. Como é que se faz as pessoas saírem do recesso do lar para empreender a construção de um centro espírita? Confesso que já vi acontecer muitas vezes, mas não sei fazer.


Curiosa a trajetória do Bandeirante Espírita das regiões onde viveu Guimarães Rosa. Quem sabe, no futuro, Diadorim troque sua arma de fogo pelo fogo da caridade, influenciada pelas novas casas que surgem no caminho após a passagem deste homem.

(Fonte: Conversando com Alberto Rodrigues dos Santos em, O Espírita Mineiro, n. 311 - out/dez 2009)


27.10.10

ESPIRITISMO EM FRANCA - SP

Estas fotos são de uma mesma instituição espírita em Franca-SP. Leitor, que tipo de instituição é esta? (use o espaço de comentários para sua sugestão).

Figura 1: Ruas do bosque.



Figura 2: Um jardim
Figura 3: Identificação de uma árvore de Pau-Brasil

Figura 4: Bosque do Beija Flor (placa)

Figura 5: Quadra de Bocha


Figura 6: Horta

Figura 7: Entrada da instituição com prêmios concedidos

Figura 8: Reunião e Passe

Figura 9: Fachada do Centro Espírita

9.10.10

QUEM FOI O PROFESSOR DE KARDEC?





Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) foi uma das influências mais notáveis na formação intelectual e moral de Rivail (que em sua obra espírita adotaria o nome Allan Kardec).


Quem foi e o que pensava sobre educação? Estou disponibilizando uma apresentação de seis minutos que encontrei na internet sobre o método educacional de Pestalozzi e aproveito para divulgar o DVD comercializado pela Video Spirite, com o título "Para Sempre Pestalozzi". Interpretação de Gian Maria Volontè, o longa mostra o conflito do educador suíço com a sociedade de sua época e sua ação na educação de crianças órfãs.

Além do longa, encontra-se no filme um vídeo extra, com conferência de Charles Kempf, do Conselho Espírita Internacional, no castelo de Yverdon, local em que Pestalozzi fundou sua escola.

8.10.10

TERCEIRENSES ATUALIZAM SITE DE SEU GRUPO NA INTERNET - PORTUGAL


Já havíamos dado notícias do Espiritismo na Ilha Terceira, no arquipélago de Açores, em Portugal. http://espiritismocomentado.blogspot.com/2009/11/o-espiritismo-nos-acores.html

Ficou um gostinho de quero mais, de quero saber como começou e o que fazem. Os amigos terceirenses publicaram um blog belíssimo contando sua história, suas atividades, as belas paisagens da ilha e sua dedicação ao Espiritismo.

Recomendo a todos que acessem, e visitem as páginas, deixando um incentivo para os amigos espíritas do velho mundo.

http://espiritismo-na-terceira.ilhaterceira.net/


2.10.10

SITE ESPIRITUALIDADES LANÇA VÍDEOS COM ENTREVISTAS DO 6o. ENLIHPE





O site Espiritualidade e Sociedade publicou uma série de vídeos com entrevistas dos participantes e expositores do 5o. e 6o. Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo.

Você pode acessar o site no endereço http://www.espiritualidades.com.br/ e acessar todos os vídeos. Alguns já se encontram no You Tube como este acima http://www.youtube.com/watch?v=j29dFuIWkeY que faz uma rápida cobertura do momento artístico da abertura do ENLIHPE (mais ou menos 90 segundos) apresenta a fala da Júlia Nezu aos participantes, que mostra a construção do Centro de Cultura e uma entrevista comigo, tratando dos eventos do ENLIHPE em geral. Confiram!

30.9.10

ESPIRITISMO COMENTADO EM SETENTA PAÍSES

Figura 1: Mapa do Espiritismo Comentado no Flag Counter

Chegamos a receber acessos de setenta países com um visitante da distante Palestina, o que nos dá muita satisfação. A língua, as dificuldades políticas, a cultura e a distância não são mais obstáculos para se impedir o estudo do Espiritismo.
O Espiritismo Comentado está ganhando o mundo através desta nova tecnologia, que é o blog. Identificamos, dentre os setenta, quais são os países que têm visitantes sistemáticos, em número maior de dez, que são dos seguintes:

No Continente Americano

Brasil (32903 visitantes)

Estados Unidos (536)

Canadá (41)

Argentina (29)

Bolívia (13)

Uruguai (10)

No Continente Asiático
Japão (100)
Rússia (11)
Na Oceania
Austrália (15)
Na África
Angola (17)
Moçambique (12)
Na Europa
Portugal (1157)
França (52)
Alemanha (44)
Reino Unido (40)
Espanha (35)
Itália (34)
Holanda (31)
Suíça (29)
Áustria (29)
Bélgica (10)
Bem-vindos leitores de todos os povos e países, comentem o Espiritismo e tragam-nos notícias do trabalho espírita em seu país.

28.9.10

ESPIRITISMO EM ANGOLA

Através do Boletim CEI conseguimos chegar ao site da SEAKA, em Angola - África.

O grupo apresenta atividades assistenciais como cestas básicas e assistência nutricional (sopa, pão, frutas, arroz, sucos, iogurte, doces, etc.). Em 2006 foram distribuídas mais de 3.000 sopas por dia!

Eles auxiliam hospitais, clínicas e instituições de terceira idade.

Está em curso um projeto para instalação de uma sede em uma área de 42 hectares de dimensão no município de Viana (?) com o nome de Casa de Caminho André Luiz. Veja o projeto abaixo:


O projeto inclui os seguintes espaços:

VILA RESIDENCIAL
CRECHE
JARDIM INFANTIL
CLUBE DA SAUDADE
ÁREA DE FORMAÇÃO ACADÉMICA
ÁREA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL
ÁREA DE SAÚDE
ÁREA DE FRUTICULTURA
ÁREA DO AUTO FINANCIAMENTO
ÁREA DESPORTIVA
ÁREA ADMINISTRATIVA
ÁREA DE ESTUDOS MORAL / ESPIRITUAL

Observa-se a influência da Mansão do Caminho e de Divaldo Franco neste projeto de promoção social com intenções de autosustentabilidade, assim como nas mensagens publicadas no site.

Desejamos sucesso aos irmãos angolanos em sua iniciativa.

Ficha Técnica e Contato:
Sociedade Espírita Allan Kardec de Angola
Presidente Amelia Trajano
Rua Amilcar Cabral, 29 - 4°. B
LUANDA - ANGOLA
Tel/Fax: 00 2 442 334 030 (residencial)
seakaangola@hotmail.com
ameliaccazalma@yahoo.com.br

25.9.10

UM ATENDIMENTO PSICOGRÁFICO EM BORDEAUX - 1861

Ponte de Pierre em Bordeaux - França


Uma das práticas mediúnicas própria de Allan Kardec era a evocação, que hoje utilizamos pouco. Sua intenção de explorar o mundo dos espíritos através das informações espirituais fê-lo utilizar esta técnica, que possibilitou discutir o mesmo assunto com espíritos diferentes através de médiuns diferentes.

No livro “O céu e o inferno ou a justiça divina segundo o Espiritismo” Kardec transcreve (?) um diálogo que se inicia com Sixdeniers, um conhecido do médium que havia se afogado e descrevia suas impressões da vida após a morte, através da psicografia.

Em meio ao “diálogo” o médium tem dificuldades para escrever e passa a redigir a comunicação de um espírito sofredor, que se denomina Valéria, que estava sendo auxiliado por Sixdeniers. Ela evita comentar sobre seu sofrimento, mas é beneficiada com uma prece que o atendente faz em seu favor.

Kardec insere uma nota na qual comenta a condição de espíritos como Valéria e afirma:

“É um erro e um mal repelirmos tais Espíritos que devemos encarar quais mendigos a pedirem esmola. Digamos antes: É um espírito infeliz que os bons me enviam para educar. Conseguindo-o, restar-nos-á toda a alegria decorrente de uma boa ação, e nenhuma melhor que a de regenerar uma alma, aliviando-lhe os sofrimentos. Penosa é muitas vezes essa tarefa e melhor fora, por certo, receber continuamente belas comunicações, conversar com Espíritos escolhidos; mas não é buscando a nossa própria satisfação, nem repudiando as ocasiões que se nos oferecem para praticar o bem que havemos de atrair a proteção dos bons espíritos.” (p. 201)

23.9.10

ESPIRITISMO COMENTADO COMEMORA 120 MIL VISITANTES.


O EC chegou a 120 mil visitantes. Para um site especializado em Espiritismo, é como se tivéssemos uma reunião diária de 150 pessoas (nossa média atual), interessadas em estudar o Espiritismo, debatê-lo e conhecer o Movimento Espírita.
Neste meio tempo, criamos o Eventos Espíritas (http://eventoespirita.blogspot.com) para divulgar palestras, lançamentos de livros, atividades beneficentes e muitos outros acontecimentos do movimento espírita. Ele tem uma janela no EC e já tem seu público próprio. Com o apoio do Leandro, o Eventos tornou-se sistemático e tem conseguido divulgar um grande número de acontecimentos que chegam até nós em formato de uma imagem jpg ou similar.
Em nome da pequena equipe do EC, agradeço a participação e convido-os a comentarem mais ainda nossas publicações, uma vez que o leitor é nosso principal analista.

22.9.10

TRABALHADORES, FREQUENTADORES OU ASSISTIDOS?

Igualdade ou hierarquia?

Há algumas décadas o Espiritismo atrai a atenção de antropólogos no Brasil.

Maria Laura V. Cavalcanti (O mundo invisível: cosmologia, sistema ritual e noção de pessoa no Espiritismo) observou uma desigualdade entre cooperadores e frequentadores. Não sou capaz de identificar de memória a fonte, mas há uma desigualdade também entre assistidos e estas duas outras categorias.

Penso que estas desigualdades são um desafio para as sociedades espíritas do século XXI. Não sei se é possível fazer desaparecer estas diferenças com um ato administrativo, mas é necessário diminuir as barreiras que nós mesmos construímos sem perceber e que dificultam o trânsito entre estes diferentes lugares da comunidade espírita.

Uma doutrina de intelectuais?

Uma análise apressada pode concluir que o Espiritismo é uma doutrina repleta de adeptos na classe média brasileira porque demanda estudo e leitura. Não é bem o que nossa história nos mostra. Muitos dos intelectuais de nosso país não freqüentaram bancos de universidades, e alguns espíritas de destaque regional ou nacional eram (ou são) pessoas com pouca escolaridade, que desenvolveram o hábito de ler e de estudar no contexto da casa espírita ou em sua história de vida.
Assistidos e Trabalhadores em uma distribuição de sopa e pão da AMA em Ponta Grossa - PR

Quando há sensibilidade da comunidade espírita, os assistidos podem ser incentivados a dar sua opinião, lhes são passadas responsabilidades, e com algum tempo eles são motivados a estudar, expor, trabalhar e cooperar com o grupo, tornando-se membros ativos e com uma experiência de vida ímpar. Não é uma proposta fácil, porque nos grandes centros urbanos tenho visto pessoas que são fruto da violência e do abandono de pais vivos, que não viveram no contexto de uma família e a quem falta todo um repertório social que desenvolvemos em casa e na escola. A convivência e o pacto de regras de relacionamento se torna um desafio.




Grupos de Trabalho: Jovens


Frequentadores eternos?

O problema dos frequentadores pode ser uma falta de oportunidade. Nas cidades de médio e grande porte, e nas sociedades espíritas maiores, é possível chegar e sair praticamente incógnito em uma reunião pública. Se a pessoa é tímida e não é acolhida pela comunidade espírita, pode ficar assistindo reuniões durante anos, às vezes desejosa de participar mais, às vezes sem se ater que a associação espírita é um espaço cooperativo.



Reunião Pública


As grandes sociedades criaram grupos de estudo, cursos, ciclos, estudo sistemático e outras denominações para um conhecimento mais circunstanciado do Espiritismo, mas para superar a condição de frequentador é necessário conviver, participar de um grupo ou equipe de trabalho, conversar sobre assuntos que vão além da doutrina e do trabalho espírita e que possibilitam a formação de uma relação com alguma intimidade e confiança. Os laços de comunidade devem ser cultivados pelos dirigentes e trabalhadores das sociedades espíritas. Sua ausência pode significar um abismo entre estes três espaços sociais que os antropólogos observaram em nosso meio.