7.7.12

MECÂNICA QUÂNTICA E FENÔMENOS ESPÍRITAS


O Espiritismo Comentado publicou algumas vezes comunicações sobre um tema da moda, que é a tentativa de emprego da mecânica quântica para a explicação de fenômenos espíritas.

Como outras incursões em áreas do conhecimento já estabelecidas, esta pode parecer uma especulação com status de hipóteses, mas se os conceitos, seu significado e sua origem teórico-empírica não são de domínio da pessoa que propõe a suposta hipótese, eles perdem a condição de hipótese, para não ser mais que uma "tolice vestida de palavras usadas em ciência".

Não posso falar da Física, por não ter formação suficiente para tal, mas tenho acompanhado algumas incursões de espíritas, médiuns e até espíritos pela Psicologia Analítica. Conceitos como individuação, no contexto da obra de Carl Gustav Jung, se tornam irreconhecíveis em alguns textos que compilei. Não dá para aprender lendo um dicionário, nem um texto de divulgação do próprio Jung. Demanda um conhecimento da obra, dos demais conceitos (como o de arquétipo) que fazem parte de sua inteligibilidade e também da sua evolução no tempo, uma vez que os conceitos científicos, via de regra, são falíveis, e novas descobertas fazem autores e especialistas reformularem-nos.

Recentemente encontrei no portal A Era do Espírito um pequeno conjunto de textos de autoria do Dr. Alexandre Fontes da Fonseca (Doutor em Física), no qual se tecem considerações sobre o caráter e as explicações dadas pelos espíritos dos fenômenos de efeitos físicos e sua possível articulação com teorias físicas.

É perceptível que nossos especialistas entreveem problemas no emprego livre de conceitos de quântica para a explicação de, por exemplo, fenômenos de transporte ou apport, apesar de sua aparente similitude.

A falta de domínio de um campo de conhecimento é uma limitação grave para o emprego de seus conceitos. Mesmo especialistas são cuidadosos com o uso de conceitos teóricos, não é à toa que eles fazem sempre citações de onde leram, geralmente atuais, oriundas de periódicos revistos por pares, para que fique clara a fundamentação de sua argumentação ou proposição. Mesmo o mais conceituado trabalho, do mais conceituado especialista em um campo do conhecimento, qualquer que seja, não foge à arguição e análise dos demais pesquisadores, e, comumente, é reescrito, a partir destas discussões.

Como o Dr. Alexandre escreveu para o grande público espírita, vale a pena estudar seus textos e cotejar nossas ideias sobre o emprego da mecânica quântica e da física em geral em teoria espírita.

Acessem


6.7.12

"E A VIDA CONTINUA..." EM AGOSTO




Parte da apresentação de "E a Vida Continua" no Congresso Espírita Estadual de São Paulo

Ontem à noite tive a oportunidade de assistir ao Oceano falando sobre o filme "E a vida continua", na União Espírita Mineira, nas novas instalações do antigo Colégio "O Precursor".

Entrevistas com os atores e perguntas envolvendo a construção de filmes de temática espírita foram a tônica do evento.

Surpreendeu saber que Lima Duarte, que faz o papel de Dimas, é oriundo da região de Sacramento-MG e filho de espíritas. Infância humilde, seus pais mudaram-se para Ribeirão Preto e foram trabalhar como zeladores de um centro espírita local. Médium, a mãe participava das reuniões, e o filho iniciou sua carreira no teatro espírita, fazendo uma peça intitulada "O Espírito Obsessor". A escolha do nome artístico foi recomendação da mãe. Lima Duarte era o nome de seu espírito orientador.

A atriz principal parece ter incorporado bem (sem trocadilhos)  o papel de Evelina. Católica, traída pelo marido, ela se vê em um lugar estranho, que lhe parece um hospital psiquiátrico e tem muita resistência em aceitar a morte do corpo e a continuidade da vida espiritual.

As poucas imagens que assistimos no teaser de 6 minutos chamam a atenção pela qualidade e o ritmo do enredo. O público que participou da pré-estréia em Brasília emocionou-se e intrigou-se. O trabalho de filmagem e montagem foi minucioso: uma cena de 15 segundos, segundo o produtor, envolveu 7 horas de gravação.

Outra surpresa: o filme Nosso Lar, verdadeiro blockbuster nacional, gerou mais de uma dezena de milhão de prejuízo financeiro no circuito dos cinemas. Além do custo da produção, o custo de propaganda e distribuição inviabilizou o projeto como empreendimento financeiro. Esta informação do Oceano é muito importante, porque desconstrói as más línguas da crítica especializada, que creditou a renascença dos filmes nacionais de temática espírita a interesses econômicos.

Quem deseja assistir o filme deve se programar bem. Os donos de salas de exibição desejam público, e a primeira semana de exibição é geralmente a base para a decisão de continuidade da exibição e disponibilidade das salas. Se você deseja assistir na telona (e estão previstas 60 salas em todo o Brasil) não deixe para depois: programe-se para a primeira semana de exibição e, se não se importar com filas, no primeiro final de semana.

Aos mineirinhos que acompanham nossa matéria, mais uma boa notícia, a Paris Filmes, distribuidora do filme, está organizando pré-estréia em diversas capitais, e, entre elas, BH.


30.6.12

O ESPIRITISMO EM BELO HORIZONTE: MOVIMENTO OU MOVIMENTAÇÃO?


Foto: Vista Aérea de Belo Horizonte - MG

Lendo sobre a história da FEB e o papel de Bezerra de Menezes no movimento espírita, que foi muito descaracterizada sob a imagem mítica do filantropo (que não tenho dúvida que ele foi) e do apaziguador, fiquei a meditar sobre um ponto sobre o qual ele fundou sua ação no movimento: a organização da divulgação do Espiritismo. Dispersas, as poucas sociedades formais disputavam entre si por pontos menores, entrando em conflito interno por assuntos até relevantes, mas deixando que as diferenças entre si transformassem em um obstáculo para uma tarefa claramente superior: levar à sociedade brasileira uma visão mais clara do espiritismo, que vinha sendo atacado por segmentos organizados, como os médicos, os católicos e algumas elites conservadoras, através de legislações e ações de governo. Os conflitos também impediam algo fundamental: a ação coordenada e conjunta das instituições espíritas.

Quando reflito sobre o movimento belorizontino de hoje, continuo surpreso com a conformação que ele tomou com o passar dos anos. A política geral dos órgãos federativos no Brasil sempre preservou a necessária autonomia das sociedades espíritas. Houve tempos de orientações mais diretivas, mas desconheço qualquer ação no sentido da fiscalização das atividades realizadas intramuros de cada casa, tão fantasiosamente temidas pelos desinformados. Apesar disso, são poucas as ações organizadas no sentido de aproximarem-se as associações, apesar da quantidade imensa de eventos, ações de captação de recursos para as obras, iniciativas ligadas à arte, palestras, seminários e outros.

Parece que as iniciativas dos grupos concorrem com as iniciativas do movimento espírita. Batem cabeça. Fazem mais do mesmo, sem qualquer diferença. E a falta de uma limitação clara do público-alvo, assim como de compromissos entre lideranças, concorre para esta transformação do movimento em movimentação. As iniciativas são, geralmente, individuais, projetos de pessoas e não projetos coletivos. Há sempre uma liderança com um sonho pessoal, e escasseiam lideranças e trabalhadores para iniciativas articuladas das casas espíritas, o verdadeiro papel dos órgãos federativos e das casas de grande porte.

Penso que a iniciativa mais próxima desta integração das casas, não através de códigos de funcionamento, mas através de atividades conjuntas organizadas, com objetivos traçados com base nas necessidades e interesses comuns, na capital mineira é a realização das Confraternizações de Mocidades Espíritas de Belo Horizonte - COMEBHs, cuja separação setorial comprometeu a capacidade de aproximar trabalhadores jovens, futuras lideranças de sociedades espíritas diferenciadas. Vejo também um esforço organizado no movimento de evangelização infantil, mas os eventos são mais de formação que de aperfeiçoamento e reflexão. Espero não estar sendo injusto com outras iniciativas.

Um sintoma da fragilidade federativa é a falta de órgãos de comunicações que atinjam ao movimento. Pergunte aos frequentadores, trabalhadores e dirigentes de sua casa: qual é a revista, ou mídia eletrônica voltada à divulgação do que acontece em BH que eles lêem? Mesmo os mais estudiosos parecem focalizar seus interesses em livros de conteúdo doutrinário (ou nem tanto), mas desconhecem as iniciativas coletivas (será que existem ou são apenas uma teimosia de pequenos grupos organizados nos órgãos que tentam atender e organizar as necessidades das associações como um todo?)

Esta multiplicidade de eventos abertos a todos, mas não voltados a ninguém, fez desaparecer pequenos gestos que encontramos ainda nos grupos do interior mineiro: o envio de representantes das casas espíritas em encontros de sociedades espíritas, a realização de atividades conjuntas para o fortalecimento das casas locais, o envio de correspondências formais das lideranças justificando ausências, ou seja, estas pequenas considerações e o diálogo que faz o todo ser mais que a justaposição das partes. Estas pequenas gentilezas, em meu tempo, eram uma espécie de obrigação, que parece ter ficado fora de moda com o tempo.

Outro fenômeno que incomoda muito é a banalização da figura do expositor. Talvez seja um efeito indesejado do planejamento tipo “rolo compressor” dos estudos nas associações. Perguntemos aos associados: quem gostaríamos de assistir nas casas espíritas, porque trarão contribuições originais, incentivarão as atividades, nos trarão conhecimentos úteis e relevantes? Quem nos faria sair da rotina semanal da reunião, passe, tarefa, que incentivaria o encontro dos trabalhadores de grupos diferentes, que nos faria sair motivados e reflexivos da casa espírita? Quem é um estudioso com domínio diferenciado de um determinado tema ou atividade? Isto parece estar desaparecendo. Lembro dos tempos de juventude, quando receber Divaldo Franco, Raul Teixeira, Honório Abreu, Jorge Andréa dos Santos, era um desejo e uma alegria. Lembro de ter viajado para o interior em busca dos estudos de Deolindo Amorim, que após muitos anos pôde vir a Minas Gerais. Recordo-me das propostas instigantes de revisão da assistência social apresentadas pelo Dr. Mário Barbosa. Eram nomes de primeira linha que não apenas ouvíamos, mas líamos com avidez e interesse.

Esta autonomia individualista e a falta de cuidado com os órgãos federativos e representativos do movimento geram eleições esvaziadas, grupos de trabalho sem respaldo, e, o pior, a falta de significado real do esforço de construção coletiva do espiritismo na mente dos frequentadores. Ouvi de uma liderança importante da casa que frequento que os órgãos federativos são “sopas de letrinhas”. E não posso ficar irritado com tamanha franqueza, tenho que refletir como foi que a casa que frequento e os órgãos que a representam deixaram de ser membros de um trabalho conjunto para se transformar no “lugar da missa”, um espaço geográfico que acostumamos a frequentar semanalmente, tomar o passe, ouvir uma palestra ou participar de uma reunião mediúnica, fazer uma tarefa assistencial e voltar para casa.

27.6.12

PUBLICADO UM NOVO LIVRO SOBRE A VIDA DE ANNA PRADO

Foto: Capa do Livro

Há muitos anos temos contato com o Samuel Magalhães, autor dedicado à recuperação da memória espírita, participante da Liga de Pesquisadores do Espiritismo. 

A FEB agora lança o livro "Anna Prado: a mulher que falava com os mortos", de sua autoria. São oito anos de pesquisas, dedicadas à memória do amigo comum, Eduardo Carvalho Monteiro.

Como estou recebendo a boa notícia de antemão, ainda não li o livro, mas pelos livros que já li do autor, alguns deles já resenhados no Espiritismo Comentado, não espero pouco da obra. Convido os interessados na história do espiritismo e nos fenômenos de efeitos físicos a ler e comentar.


26.6.12

OS NOVOS AUTORES ESPÍRITAS: UMA ENQUETE

Foto: Sala de leitura do congresso norte-americano


Muito já se escreveu e falou sobre novos autores de livros espíritas. Cada vez mais se consegue imprimir livros com qualidade e lançá-los no mercado de leitores espíritas e espiritualistas. Este aluvião de novas obras modifica a cultura do movimento espírita com relação ao estudo e escolha de livros.

Ainda temos uma preocupação com o estudo de Allan Kardec, talvez com menos ênfase que o movimento de décadas atrás. Livros com linguagem mais contemporânea e com estilos narrativos ou com artifícios de livros-texto estão disponíveis, e muitas vezes a leitura fácil atrai as pessoas, mesmo que não estejam ainda bem seguras quanto à estrutura das ideias espíritas. 

Este estado de coisas faculta a criação de um caldo de ideias soltas e de sincretismos entre as teorias e teses espíritas e as propostas do movimento new age, dos espiritualismos, dos misticismos e outros.

Pergunta-se aqui, entretanto, qual é a posição interna de cada um de nós ante os novos livros. Como nos sentimos quando encontramos um livro novo de autores desconhecidos nas prateleiras da livraria espírita? Montei uma enquete para avaliarmos como o leitor do Espiritismo Comentado reage aos novos títulos. Está na coluna à direita do blog e expira daqui a alguns dias. Vamos participar? 

14.6.12

NOTÍCIAS DE RAUL TEIXEIRA

Fonte: Site da AME-Lavras, retirado do site da SEF de Maio de 2012


Muitos leitores têm pedido notícias da recuperação de Raul Teixeira. Como não encontrei mais comunicados oficiais no site da Sociedade Espírita Fraternidade (casa espírita onde Raul mantém suas atividades), encontramos o site da Associação Municipal Espírita de Lavras-MG, que tem notícias mais recentes. Basta entrar no link http://amelavras.webnode.com.br/news/j-raul-teixeira-tem-quadro-estavel-apos-sofrer-um-avc/

12.6.12

A ENFERMEIRA DOS ESPÍRITOS



Dona Odete

Extremo Sul da Bahia, década de 90. Convidado a fazer uma palestra em no Centro Espírita Semente de Luz, em Mucuri, fiquei conhecendo Dona Odete.

Ela havia sido fundadora desta sociedade espírita, mas tinha uma longa trajetória anterior na participação em casas espíritas. Sua experiência mais interessante foi com uma médium de efeitos físicos que durante anos trabalhou em reuniões de materialização e tratamento em Teófilo Otoni, Minas Gerais, chamada de Sinhá, segundo sua filha Vera.

Os doentes participavam da reunião. Dona Odete assumia a frente dos trabalhos como se fosse uma enfermeira. Organizava, preparava o material que seria utilizado, agendava os presentes, entre outros cuidados. Um de seus cuidados mais especiais era com os vidrinhos de vacina que esterilizava, rotulava, enchia com água e colocava à vista dos membros da reunião. Ao longo da sessão, sob a ação espiritual, a água dos vidrinhos mudava sua constituição: uma nova cor, um novo odor e um sabor diferente. Cada vidrinho, destinado ao tratamento de uma pessoa diferente, podia apresentar uma coloração diferente dos demais. Um detalhe: eles estavam fechados e lacrados.

Outra peculiaridade da reunião: os espíritos materializavam-se na penumbra e conversavam com os presentes. Dona Odete guardou consigo uma fita K7 na qual registrou de forma amadora as vozes dos seres que surgiam e se manifestavam. É, talvez, além da memória dos que participaram, o único registro que fizeram e que resistiu ao tempo.
Comentários, orientações, explicações, um humor leve, tudo isto se encontra nos muitos minutos de gravação. José Grosso e Palminha são alguns dos espíritos materializados que falaram ao público (e tiveram suas vozes registradas pelo gravador).

Ao terminarem-se as sessões, estavam escritas as prescrições e orientações de uso do conteúdo dos vidrinhos. Como não havia curiosidade científica, não tenho notícia de qualquer envio para análise das substâncias modificadas ao longo das sessões. Uma pena!

Odete informou-me que uma vez Chico Xavier foi assistir aos trabalhos. Ele advertiu aos organizadores que aquele tipo de mediunidade tornar-se-ia cada vez mais raro. De fato, hoje se contam nos dedos os grupos que trabalham com efeitos físicos, e são mais raros ainda aqueles que obtém fenômenos expressivos, com participação de ectoplasma tangível e visível. Será que na presente encarnação ainda assistirei um renascimento deste tipo de fenômeno para fins de estudos controlados? Espero que sim.

9.6.12

MEMÓRIAS DO LANÇAMENTO DO "CASOS E DESCASOS"

Participantes do lançamento do livro que se dispuseram a registrar o momento.

Sábado, 02 de junho. As reuniões de sábado  da casa de Célia Xavier uniram-se para confraternizar-se e lançar o livro "Casos e descasos na casa espírita", ditado por um espírito que identificamos apenas como Conselheiro.

Cinco ou seis reuniões foram criadas em agosto/setembro de 1986, oriundas de um grupo de mocidade que era composto de pessoas dos 18 aos 80. Com o tempo, alguns dos grupos se fundiram e hoje funcionam apenas três. Vinte e cinco anos, quase vinte e seis de atividades mediúnicas continuadas!

Muitas pessoas perguntaram: será apenas uma noite de autógrafos, regada a refrigerante? Claro que não! Era uma oportunidade ímpar de revermos juntos esta trajetória.

Durante a semana abrimos os álbuns de fotografias e conseguimos imagens da trajetória dos grupos. Cabelos fartos, penteados da moda, outros padrões de roupas, rostos lisos e sorridentes, colegas que já não mais participam conosco e membros que "mudaram de lado" na reunião e hoje são percebidos apenas pelos médiuns, tudo isso passou por nossos olhos em apenas 15 minutos de projeção de fotos e eventos que vivemos juntos.

Membros do grupo de sábado, no qual foram feitas as psicografias que compõem o "casos e descasos"

O poder da imagem é tão grande, que convidamos todos os presentes a registrarem esta hora tão especial, e logo, logo os três grupos se predispuseram a tirar fotos para marcar o encontro e, quem sabe, poder recordar no futuro que estivemos juntos comemorando uma realização coletiva.


Amigos-irmãos da casa, como o nosso eterno diretor Humberto Cerqueira, filho do histórico movimento espírita de Três Rios - MG.

Enquanto confraternizavam, o médium autografava os livros, o que é um momento igualmente de emoção. Encontram-se amigos que há muito não víamos, companheiros de jornada, membros da parentela espiritual, pessoas que vimos chegar jovens na casa espírita e hoje fazem parte da comunidade espírita local.


Autografando...

Foi como uma ventania! Após uma profusão de encontros e emoções, as pessoas se vão e ficam as memórias, nosso mais rico patrimônio.

8.6.12

O CONFLITO DOS PESQUISADORES RUSSOS

Mendeleev
Fonte: Blog engenharia química na rede

Aos poucos, a história do espiritismo e do espiritualismo vai saindo de baixo do tapete e tornando-se conhecida no mundo, aceita como relevante para diversas disciplinas acadêmicas.

Encontrei no Periódicos Capes o interessante artigo de Richard Rice, intitulado "Mendeleev's public oposition to spiritualism" (A oposição pública de Mendeleev ao espiritualismo), publicado na revista acadêmica Ambix, em julho de 1998.

Nele o autor mostra o interesse e simpatia pública pelo espiritualismo por Alexander Aksakof e A. M. Butlerov.

Alexander Butlerov
Fonte: European Association for Chemical and Molecular Sciences


Butlerov promoveu conferências e sessões públicas com Daniel Dunglas Home (1871), que atraíram cientistas famosos em seu país, como o matemático P. L. Chebschev. As sessões não foram bem sucedidas, o que deixou um clima de desconfiança em meio a muitos cientistas russos, e Home retornou à Inglaterra. Rice mostrou que o clima na Rússia era de desconfiança e rídículo contra Home e com relação à mediunidade, vista como diversão apenas. Não se sabia que ela era estudada seriamente por cientistas, o que causou surpresa.

Rice mostra que os estudos de Butlerov com o médium francês Camille Brédif fizeram com que a cortina de gelo e ceticismo se quebrasse e outro cientista russo famoso se afirmasse espiritualista: o zoólogo N. P. Vagner. As publicações em jornal em 1875 incomodaram a Mendeleev, que propôs a formação de uma comissão pela Physical Society para investigar fenômenos espiritualistas.

A comissão investigou dois médiuns ingleses, os irmãos Petty, de 17 e 14 anos, trazidos à Rússia por Aksakov. Em condições controladas, os supostos médiuns não apresentaram fenômenos e foram considerados fraudes.

Rice mostra os excertos dos debates públicos na imprensa entre Vagner e Mendeleev. O primeiro acusa a comissão de falta de imparcialidade e o último afirmou que não viu nada do que é ensinado pelos espiritualistas.

Um incidente com a comissão levou ao afastamento dos membros espiritualistas. Eles fizeram sessões com o médium Clayer, já estudado por Crookes na Inglaterra e eles desenvolveram mesas especiais (não se explica no artigo como foram construídas). Clay conseguiu movimentos com as mesas convencionais, mas não com as experimentais, e a comissão havia decidido que só as mesas especiais seriam utilizadas para fins de pesquisa, o que causou a indignação de Butlerov, Vagner e Aksakov e seu afastamento da comissão.

Mendeleev começou um mês depois a fazer conferências nas quais narrava os trabalhos da comissão e dava explicações com base em teorias naturalistas para os fenômenos alegados pelos pesquisadores espiritualistas. Para ele, o estudo espiritualista era uma superstição.

Rice mostra que a ciência russa desejava ser aceita internacionalmente e os céticos russos viam sua posição anti-espiritualista como uma vitória contra o misticismo em seu meio. Dostoievsky não acolheu bem a posição de Mendeleev, e questionava: "Talvez o comitê, neste caso, estivesse influenciado por alguma opinião alemão ou francesa, mas, se tal ocorreu, onde está sua própria experiência?"

Rice encontrou também o que ele considera como uma atitude preconceituosa, ou pré-concebida de Mendeleev em seus diários. "É necessário um professor para falar contra a autoridade de um outro professor." Ele escreveu. Ele se considera vitorioso em "varrer o espiritualismo da Rússia".

O texto de Rice, que tento resumir, é extremamente rico e detalhado, o autor mostra as posições opostas dos pesquisadores espiritualistas e céticos e merece ser melhor lido e conhecido por quem se interessa pela história do espiritualismo e do espiritismo.

Este trabalho lança mais elementos para os adeptos da tese da Conspiração do Silêncio, ou seja, os fenômenos espirituais foram estudados e discutidos amplamente pela inteligentsia européia e norte-americana no século XIX. Por que se conhece tão pouco sobre isso, nos dias de hoje?

27.5.12

TODOS CONVIDADOS PARA O LANÇAMENTO DO LIVRO CASOS E DESCASOS EM BH



Lançamento do livro em Belo Horizonte:

Local: Auditório da Associação Espírita Célia Xavier
Endereço: Rua Coronel Pedro Jorge 314, Prado. Esquina com rua Chopin.
Data: 02 de junho de 2012 - Sábado
Horário: 18:15 às 19:30 horas

Prestigie o evento

Visualizar A. E. Célia Xavier em um mapa maior

16.5.12

LIVROS ESPÍRITAS NA BIENAL DE BELO HORIZONTE - MG




Depois de amanhã começa a Bienal do Livro de Minas 2012. Já visitei o site oficial do evento e constatei a presença de um número significativo de editoras para todos os gostos, inclusive as espíritas e espiritualistas.

Dentre elas destaca-se um grande espaço destinado à Federação Espírita Brasileira (FEB), que está prestigiando o evento.

Das mineiras, encontrei a espírita Fonte Viva e a espiritualista Casa dos Espíritos.

Das desconhecidas, encontra-se a Editora Chico Xavier (EDLECX), sobre a qual gostaria de ter notícias.

Das editoras de livros gerais, com uma linha de livros que tratam de temas espíritas e espiritualistas encontrei a Martin Claret e a Bertrand Brasil.

Perdoem as editoras que não localizei em minha rápida leitura da lista de expositores do evento. Senti falta de palestras sobre livros espíritas e espiritualistas e não encontrei uma programação de lançamentos de livros espíritas na Bienal, mas o EC está aberto para divulgar, caso as editoras se manifestem.

Vale a pena dar uma passeada no Expominas para ver livros e livros.

9.5.12

UM GRUPO DE JOVENS EM FUNCIONAMENTO HÁ 40 ANOS


Foto: Lar Espírita Esperança, 2008

Recordo-me de uma visita de um jovem, há muitos anos, que estava fazendo um estudo sobre as mocidades espíritas de Belo Horizonte. Ele trazia uma tese, a de que as mocidades estariam desaparecendo. Esta tese não fazia qualquer sentido para a nossa experiência, talvez fosse uma vivência pessoal que ele buscasse generalizar.

Esta foto é de 2008. Foi um evento que comemorava 40 anos da mocidade da Associação Espírita Célia Xavier, em Belo Horizonte. Não me recordo com clareza, mas acho que esta reunião foi em um sábado, e a foto já foi no apagar das luzes. Raul Teixeira, ao centro, foi o palestrante do evento, que tinha por objetivo marcar muitos anos de contribuições, encontros, palestras, idas e vindas de Niterói.

Para os que não conhecem as pessoas, é apenas um grupo com membros de 8 a 80, mas, para nós, são as muitas gerações de jovens que se sucederam; são histórias vivas de superações e lutas, de dedicação e trabalhos diversos. Cada rosto traduz um imenso conjunto de experiências e afetos. Há lutas e desentendimentos, algum sofrimento, mas uma história de muita intimidade e realização.

Há famílias de duas ou três gerações presentes, algumas com os pais já desencarnados mas ainda presentes em nossas memórias pelo carinho com que nos trataram, pelos auxílios das mais diversas ordens que nos prestaram ao longo de suas contribuições, pela admiração que tínhamos por seus exemplos na assistência e promoção social, na mediunidade, nos estudos, e em muitas outras situações. Quem vê este grupo não tem a menor ideia do que significaram e significam para nós. Quem se atreve a falar do movimento espírita de fora, reduzindo a rica experiência que vivemos juntos ou não tão juntos assim aos estreitos jargões da alienação ou do controle social, definitivamente não têm qualquer noção do que escrevem.

Quando ouço um jovem nos dias de hoje repetindo as frases prontas dos anos 70, muitas vezes por desejarem trilhar o caminho das festas, relacionamentos brevíssimos e prazeres sem culpa aparente, só posso respeitar-lhes as escolhas e pensar comigo mesmo que eles não sabem o que fazem.

6.5.12

O LIVRO "CASOS E DESCASOS" ESTÁ NO PRELO


O grupo mediúnico que participo está em atividade desde 1986. Ele iniciou-se em uma casinha anexa à Associação Espírita Célia Xavier, e neste meio tempo, muita coisa aconteceu.

Meus exercícios com psicografia são mais recentes, iniciando-se no final dos anos 1990. Psicografia intuitiva, a capacidade de registrar outras informações sobre os espíritos comunicantes que não as ideias e as emoções são muito limitadas. Os primeiros resultados foram textos de um ou dois parágrafos, mas apesar das limitações, a continuidade possibilitou o surgimento de trabalhos diferentes, com estilos diferentes e propósitos diversos. Ao fundo, nota-se a limitação do médium para traduzir o aluvião de informações, imagens e sentimentos que envolvem uma comunicação espiritual.

Após muitos anos, um espírito que assina com o pseudônimo de Conselheiro iniciou um gênero totalmente diferente das dissertações, depoimentos e orientações que eram os principais conteúdos de minha produção mediúnica. Ele ditava pequenos contos, com um viés psicológico, sobre pesonagens fictícios, mas factíveis. Seu trabalho circulou discretamente nas mãos de espíritas que considero lúcidos, de Belo Horizonte e São Paulo, quando surgiu a proposta de publicação.

O Dr. Alexandre Caroli Rocha reviu paciente e voluntariamente o texto, com o cuidado que lhe é próprio, o que agradeço de coração. Mais um Alexandre Rocha, trouxe a si o interesse de produzir e dedicou-se ao projeto como editor do Instituto Lachâtre, que acolheu as histórias do Conselheiro, enriqueceu-as com a arte de Rita Folker, incentivou a criação de um índice remissivo e agora já apresenta as primeiras imagens da capa, que traduz bem o escopo do livro.

O Conselheiro escreve para os espíritas. Ele não os critica, nem elogia, apenas focaliza e tematiza seu cotidiano, seus conflitos interiores, suas relações com a família e os outros membros do movimento espírita, seus impasses ante as situações que surgem ao longo da vida, na maioria das vezes, fruto das nossas próprias escolhas presentes ou passadas. Creio que ele faz pensar, faz refletir.

Como nos trouxe reflexões públicas, achamos apropriado devolver ao público para que ele próprio faça sua avaliação e tenha, na pena do Conselheiro, um apoio para pensar sobre si mesmo e sobre o seu trabalho no movimento espírita.

Tenho, portanto, a satisfação de convidar a todos para acompanhar o nascimento deste livro, e a humildade de saber que depois de publicado, ele não mais nos pertence.

Informações sobre o livro e sua aquisição dentro de algumas semanas: http://www.lachatre.com.br/loja/index.php/

20.4.12

NASCE O "LEITURA ESPÍRITA"



O Instituto Lachâtre é uma instituição sem fins lucrativos sediada em Bragança Paulista - SP. Em abril, ele iniciou mais uma de suas atividades, o jornal Leitura Espírita.

O número 00 traz diversos artigos, ligados a temas interessantes e curiosos, inclusive um de quem agora escreve a você.

A jornalista Rita Folker prometeu em sua página do facebook um exemplar para quem curtir o jornal, acho que no endereço abaixo:

 http://www.facebook.com/pages/Instituto-Lach%C3%A2tre/197544110317565.

Em breve, este selo irá publicar um livro mediúnico do espírito Conselheiro. São contos psicológicos ambientados no universo espírita, intitulado: Casos e descasos na casa espírita. Fiquem de olho. 

18.4.12

O MINEIRO DIVALDO FRANCO



Notícia fresquinha e quentíssima. Divaldo Franco é mineiro! Mesmo não falando uai, nem sô, ele ganhou o coração dos habitantes das highlands brasileiras e tornou-se mineirim por decreto.

A Assembléia Legislativa, em um gesto de boa vontade com os espíritas que, influenciados por este homem e por outras estrelas brilhantes do espiritismo, dedicaram parte de suas vidas à construção de uma Minas Gerais melhor de se viver, mais admirável, mais respeitada pelos entes federativos, deu-lhe uma nova certidão de nascimento, agora, no ocaso da vida.

Divaldo pode ser encontrado em dezenas de cidades mineiras, ao mesmo tempo, em instituições que inseriram em seu frontispício o nome da Joanna de Ângelis, abriram suas cozinhas e suas salas de aula para a infância, a juventude, a idade adulta e a terceira idade. Ele pode ser visto furtivamente nas prateleiras de bibliotecas que acomodam parte dos milhões de livros publicados, dedicados ao bem e à prática da caridade benevolente.

Divaldo está nas ruas, nas rodas de conversas, nos grupinhos de jovens que saem das mocidades espíritas, nas sessões mediúnicas promovidas por pessoas sem idade delimitada. Ele está nos jardins da Sociedade Espírita Joanna de Ângelis, aberta em nome de sua mentora no bairro Primeiro de Maio, na esquina da rua Clara de Assis. Divaldo também pode ser encontrado nas residências, no momento íntimo do culto do evangelho no lar, nas telas de computadores que acessam tudo o que produziu.

Ele diz que nada fez, que apenas trouxe o que lhe foi concedido, mas bendito seja o mensageiro, o portador da missiva e da encomenda, que chega na hora aprazada para cumprir sua missão.

16.4.12

MÁ FORMAÇÃO CONGÊNITA E SER HUMANO



Não tenho conhecimento e informação suficiente para dizer se a Vitória deve ser ou não diagnosticada como anencéfala, mas admiro o amor e a coragem dos pais que vêm a público defender o direito dela à vida.

Cada vez mais as pessoas acham normal considerarem-se umas às outras pela capacidade de trabalhar e produzir. Os improdutivos estariam abaixo do nível da humanidade e com menos direito à vida?

Viver alguns dias é apenas um transtorno para a família e a sociedade? Este transtorno deve ser evitado com a morte?

A medicina realmente é capaz de prever com precisão, a partir de exames de imagem, genéticos, biópsias e todo o seu arsenal de geração de conhecimento, o que acontecerá com o bebê em gestação? Acho que o conhecimento avançou, mas ainda há limites.

Nenhum médico se arrisca a dizer quantos anos viverei, estando fazendo hemodiálise e praticamente sem função renal há cinco anos, e esta informação me é muito importante, porque uma estimativa, por mais imprecisa que fosse, me subsidiaria em decisões importantes para a minha vida. Faltam estudos de esperança de vida de pacientes renais? Creio que não. Por que então, se arriscam a fazer afirmações nos casos de suposta anencefalia e a orientar a interrupção da gravidez? Esta contraprova (e é a segunda que já vi filmada) dos limites do conhecimento médico não deveriam ser veiculadas em um período de uma decisão tão grave e tão problemática ao estatuto jurídico brasileiro?

Agradeço ao Marcelo Freitas Gil o envio deste caso.

13.4.12

CORREIO FRATERNO PUBLICA ENTREVISTA COM PRESIDENTE DO CONSELHO ESPÍRITA FRANCÊS



Michel Buffet, 68 é o atual presidente do Conselho Espírita Francês. Em entrevista exclusiva ele fala de temas como a situação atual do espiritismo na França, o Conselho Espírita Internacional, o trabalho de Jean Meyer e os efeitos da guerra no movimento francês.

Observa-se que há uma organização e um planejamento das ações por parte da federativa francesa, e as questões culturais também são consideradas por Buffet.

Além desta matéria o número conta com um artigo sobre a viagem espírita de Kardec em 1862, um artigo sobre consumismo escrito por André Trigueiro, uma leitura sobre o mundo infantil escrita por Pedro Camilo, um artigo sobre conflitos do Guaraci (Juiz de Fora), etc.

Vale a pena conferir. 

10.4.12

HERMÍNIO MIRANDA FAZ HOMENAGEM A OSMAR RAMOS FILHO



O jornal Correio Fraterno publicou um texto de Hermínio C. Miranda sobre Osmar Ramos Filho, que desencarnou em outubro de 2011. http://www.correiofraterno.com.br/nossas-secoes/23/875-o-pesquisador-que-identificou-a-presenca-de-balzac. Como ele não era ligado ao movimento espírita, a notícia de sua desencarnação foi discreta nos veículos de mídia espírita.

Conheci Osmar através de seu texto erudito, "O avesso de um Balzac contemporâneo: arqueologia de um pasticho". É um denso estudo comparativo do texto de Balzac-espírito, via Waldo Vieira, presente no livro "Cristo espera por ti" e de sua extensa obra publicada originalmente na língua francesa e já traduzida para o português. Na primeira edição da Lachâtre, ele tem 594 páginas, um livro que vai na contramão do mercado, mas uma contribuição importante ao conhecimento espírita. Evitarei repetir o que o Hermínio já disse sobre o Osmar, com que privava um convívio pessoal e fraterno.

O trabalho de Osmar é técnico e de difícil leitura para as pessoas não familiarizadas com o conhecimento técnico da literatura, assim como quem escreve a vocês. Recordo-me de quando era responsável pela compra e venda de livros em um centro espírita da capital mineira. Fiz uma ordem de compra de um ou dois exemplares para que o nosso público, de quase duas mil pessoas por semana, pudesse conhecer o livro. Passados alguns meses, como não fossem vendidos, o funcionário responsável pela venda de livros ria, não sem ironia, ao ver o exemplar na estante.

Não me arrependo do pedido e da presença dos livros na livraria. Ela cumpriu seu parte de seu papel, mesmo que ninguém se motivasse a ler ou arriscasse conhecer. Arrependo-me, sim, de não ter dado mais publicidade ao trabalho, fundamental para despertar a curiosidade dos que poderiam e podem ainda lê-lo. Acho que me redimo com esta pequena matéria.

Há grandes obras e autores cuja sina é não ser reconhecidos em vida, porque não seguem as tendências e as multidões. Com a redescoberta do espiritismo pelas academias, e a nova onda de estudos sobre a mediunidade, sobre os espíritas do século 19 e sobre a literatura espírita, quem sabe não veremos este trabalho ser redescoberto e valorizado em um futuro próximo, por um público capaz de aproveitar todo o suor e dedicação que lhe foram dedicados?  

3.4.12

ESPIRITISMO COMENTADO NO RÁDIO?


A rádio Boa Nova entrevistou-nos para o programa Roteiro, que é realizado pelo simpático radialista Adriano Marques.

Conversamos sobre assuntos diversos: o voluntariado, que é o tema central, mas também a Liga de Pesquisadores do Espiritismo (LIHPE), o Eduardo Carvalho Monteiro, o Espiritismo Comentado e o movimento espírita, sempre com bom humor e simpatia.


A data é 01/03/2012.

Comentem! Critiquem! Ajudem a melhorar.

31.3.12

ELIAS E JOÃO BATISTA NA VOZ DE TIM E VANESSA



Uma das passagens evangélicas estudadas por Kardec é o reconhecimento de Jesus diante dos discípulos que João Batista era o Elias que havia de vir. Ao contrário de outras tradições cristãs, os espíritas entendemos que se trata de uma afirmação da doutrina da reencarnação.

Gladston explora na letra da música a questão da lei de causa e efeito, na qual o homem é livre para escolher seus atos, mas se torna responsável por eles, ou seja, herda-lhes as consequências. No caso de João Batista, observa-se a simetria histórica de sua morte encomendada, frente à execução dos sacerdotes de Baal, feita por Elias.

Conhecer a vida dos dois personagens dá ao ouvinte uma capacidade de entrar nas poéticas palavras de Gladston, imortalizadas na voz dos dois intérpretes.