Aksakof escreveu o livro “Animismo e Espiritismo” para
discutir a crítica virulenta realizada pelo filósofo alemão Von Hartmann à
teoria espírita. Grosso modo, Hartmann desejava explicar os fenômenos
espirituais a partir da teoria do inconsciente.
Por esta razão, Aksakof iniciou sua argumentação a partir
dos fenômenos objetivos, perceptíveis pelos sentidos, e definiu-os como fenômenos
de materialização.
Ele cita Hartmann:
“Uma questão do mais alto interesse, do ponto de vista
teórico, é saber se um médium tem a faculdade não somente de provocar a
alucinação visual de uma forma em outra pessoa, porém ainda de produzir essa
forma como alguma coisa de real, posto que consistindo em uma matéria
rarefeita, no lugar objetivamente real, onde se acham reunidos todos os
experimentadores, e isto, desprendendo previamente do seu próprio organismo a
matéria necessária para formar a imagem. (...)” (p. 53)
Aksakof iria mostrar este tipo de fenômeno e outros. Ele
parte das seguintes definições:
“Há dois gêneros de materialização: há em primeiro lugar a
materialização invisível ao olho, e
não apresentando mais do que um atributo físico, acessível ao nosso confronto:
consiste na emissão de raios luminosos, que não produzem ação alguma sobre a
nossa retina, porém agem sobre a placa sensível de um aparelho fotográfico;
para os resultados, assim obtidos, proponho a expressão fotografia transcendente.
Há de um outro lado a materialização visível, que é
acompanhada dos efeitos físicos próprios ao corpo humano.” (p. 55)
Encontramos, portanto, em Aksakof o emprego da palavra
materialização com um sentido um pouco mais amplo do que entendemos
nos dias de hoje, no Brasil (como sinônimo de ectoplasmia visível).
Post Scriptum: Encontramos no livro “Um caso de desmaterialização” um capítulo introdutório, denominado teoria, no qual Aksakof volta a discutir a classificação das materializações. Ele as classifica em três categorias:
Post Scriptum: Encontramos no livro “Um caso de desmaterialização” um capítulo introdutório, denominado teoria, no qual Aksakof volta a discutir a classificação das materializações. Ele as classifica em três categorias:
1 – Materialização invisível que envolve, por exemplo, o
deslocamento de objetos que pressupõe uma ação espiritual, algumas vezes
constatada pela fotografia transcendente.
2 – Materialização visível e tangível, mas parcial e
incompleta.
3 – Materialização completa de uma forma humana.
Ele tenta, neste livro, associar os fenômenos de
materialização à desmaterialização parcial ou total do médium, mas esse é um
assunto para outra publicação.