Peça publicitária da época
Dando continuidade à biografia das Irmãs Fox escrita por Weisberg, ela trata como nenhum outro que li sobre a mediunidade paga. Para Barbara é como se as Fox houvessem criado um novo ofício, mais bem remunerado que qualquer outro ao seu alcance social, como mulheres de classe média-baixa dos Estados Unidos.
Um dólar por atendimento, é o preço que aparece em algumas partes do texto, em outras elas negociam o valor de uma temporada a serviço de pesquisadores, por exemplo, que ficam na faixa de milhares de dólares. Dependendo do ofício, elas receberiam três dólares por semana em uma fábrica, para termos noção do valor da moeda americana àquela época.
Apesar da vigilância de Margaretta Fox, em sua juventude, e dos cuidados de alguns amigos na idade adulta, o ofício as expunha em demasia para a época. Homens as procuravam em um misto de curiosidade e com um desejo interessado no toque de mãos para a realização dos fenômenos. Alguns, mais rudes, gabavam-se disto.
Outra coisa curiosa eram as tourneés por cidades norte-americanas. As médiuns viajavam em busca de um público novo que as pudesse remunerar por algum tempo. O fenômeno tornava-se mais importante que o conteúdo do que diziam os espíritos através delas.
William Crookes (?) examina uma médium
Barbara não poupa tinta para tratar das fraudes de médiuns profissionais para se manterem nesta nova indústria. Cúmplices, truques de magia, articulações estalantes, ventriloquia, sapatos com chumbo para serem seguros pelos ingênuos observadores, tudo isso é descrito, e as Fox dão mostras de conhecerem estes artifícios. Teriam utilizado estes truques para não descontinuarem suas sessões? Não se sabe. Barbara afirma que não foram flagradas fazendo truques em quarenta anos. O máximo que se conseguiu foi o relatório dos observadores de Buffalo, que não obtiveram batidas após imobilizarem com as mãos os joelhos das jovens.
Penso que muito sofrimento seria poupado se elas aceitassem o conselho evangélico de Allan Kardec: "Dai de graça o que de graça recebestes", ou a sabedoria prática de Chico Xavier. "O telefone toca de lá para cá."
Penso que muito sofrimento seria poupado se elas aceitassem o conselho evangélico de Allan Kardec: "Dai de graça o que de graça recebestes", ou a sabedoria prática de Chico Xavier. "O telefone toca de lá para cá."