31.10.18

FALANDO DE UM LIVRO ESGOTADO E UMA MÉDIUM QUASE ESQUECIDA



Tenho estado às voltas com a produção do espírito Patience Worth e com sua médium Pearl S. Curran, cuja curiosidade existe desde há muito tempo, quando fiz uma apresentação sobre as hipóteses não espíritas para o fenômeno mediúnico e me baseei nas observações de Ernesto Bozzano para a defesa das explicações espíritas.

Depois reencontrei a dupla Patience/Pearl nas crônicas de Hermínio Miranda, e acompanhei seus comentários, até saber pelo Alexandre Rocha que ele havia encontrado e estava traduzindo a História Triste.

A série ficou encostada durante alguns anos na minha biblioteca, porque a leitura inicial era difícil, e saiu em um período difícil para minha saúde. Há alguns meses, conversando com meu amigo Waldemar Duarte, ele recomendou expressamente a leitura e indicou especialmente os dois últimos livros.

Recordei-me que Hermínio publicou o livro “O mistério de Patience Worth”, no qual fala da história da médium e faz referências a dois autores que a biografaram: Casper Yost e Litvag. Leitura fácil, rápida e interessante.

Para esta publicação resolvi retirar deste livro um dos testes que os curiosos-céticos fizeram com a médium. 



O Juiz Corliss perguntou ao grupo da Sra. Curran se eles sabiam o que significava a palavra sockman. Ninguém sabia, por se tratar de inglês antigo. Ao perguntar para o Espírito, veio à mente da Sra. Curran a seguinte imagem:

“... um homem caminhando atrás do tosco arado, enquanto o sangue lhe escorria das mãos.”  (pág. 34)

Hermínio não encontrou a palavra em seu Webster, dicionário inglês conhecido pela enormidade de verbetes. Aproveitando o acesso à internet, no Webster encontrei o seguinte:

A palavra sockman seria uma variante arcaica de socman e essa última de sokeman. Sokeman é um homem que está sob o direito feudal das terras de outro.

Ainda não está clara a relação entre a imagem e o significado, apesar da relação. Então encontrei em outro dicionário outra rede de sentidos que chega na palavra socage: “na idade média (e principalmente, mas não exclusivamente na Inglaterra medieval), um sistema legal através do qual um locatário de terras (tenant) pagaria o aluguel ou faria algum trabalho agrícola para o seu senhor” 

(https://www.wordhippo.com/what-is/the-meaning-of-the-word/socage.html)

No Webster há ainda a dissociação, no socage da obrigação de qualquer serviço militar.



A questão do juiz fazia muito sentido porque o Espírito Patience mostrava conhecimento da Inglaterra medieval em outras produções suas, e ao contar sua história para os membros da reunião nas terras norte-americanas. Chama nossa atenção uma resposta feita através de uma imagem, e não com linguagem, com uma definição. Para nós, espíritas, é um sinal que as imagens que aparecem na mente dos médiuns durante as reuniões devem ser comentadas de alguma forma, podendo fazer parte de um entendimento maior daquilo que os Espíritos estão tentando nos comunicar, ou, mesmo, ser uma criação do próprio médium.

29.10.18

LEMBRANÇAS DO DR PAULO TOLEDO MACHADO

Paulo Toledo Machado
Quando fiquei sabendo da existência do museu espírita de São Paulo, achei uma iniciativa tão importante que tentei auxiliar de alguma forma. Enviei um exemplar do livro “Coletânea de Estudos Espíritas” e recebi uma carta gentil e atenciosa de agradecimento e comunicação de incorporação do livro ao acervo do Museu.

Algum tempo depois, recebi um convite para participar de um evento Espírita no museu, que acontecia uma vez ao mês, no meio da semana, e nessa época eu já cursava o doutorado na Universidade de São Paulo, estando, portanto, na cidade que não dorme ao longo da semana.

Fui à mineira, sem qualquer alarde, e me perguntaram na entrada se eu tinha convite, porque o auditório não era muito grande e eles só podiam receber o número de pessoas cujos convites haviam sido emitidos. Eu entreguei o papel e percebi um ar de “quem é ele”, da parte dos organizadores.

Ao final da palestra, o Dr Paulo afirmou que havia um escritor de fora do estado, e perguntou quem era. Eu levantei a a mão e ele também olhou com o mesmo olhar de estranheza, perguntando uma segunda vez e recebendo uma segunda vez a minha mão levantada.

Paulo Toledo Machado


Foi o início de uma amizade muito frutífera. Procurei-o após o encerramento para conversar e ele me apresentou os amigos presentes. Dr. Paulo me convidou para uma pizza com os confrades após o evento, e aos poucos fomos nos conhecendo.

Lembro que pouco tempo depois eu havia ficado indignado com uma matéria da revista Veja, que insinuava que os espíritas brasileiros desconheciam o episódio do desmentido das irmãs Fox. Comecei uma pesquisa, então, e aproveitei a presença em São Paulo para obter alguma informação do Museu. A atendente não conhecia livros que eu já não tivesse, e me encaminhou para o Dr. Paulo. Ele me perguntou onde eu iria publicar, e eu expliquei  que seria no Reformador, ao que ele me deu acesso amplo ao acervo e ainda me permitiu fazer cópias xerox do que encontrei.

As reuniões mensais no Museu eram muito interessantes e produtivas. Lançamento de livros recém-traduzidos pela instituição, expositores renomados, debates posteriores às apresentações... Certa vez o Dr. Paulo levou o psicólogo Jon Ayspúrua, da Venezuela, que ocupava o cargo de presidente da Confederação Espírita Pan Americana. Na pizza, após as atividades da noite, vi o Dr. Paulo pedir ao Jon que a CEPA se entendesse com a Federação Espírita Brasileira. 


Capa de O primeiro livro dos Espíritos, tradução de Silvino Canuto Abreu

Expus em uma das noites, na qual se estava estudando as diferenças entre a primeira e a segunda edições de “O livro dos espíritos”. O Museu e o Lar da Fraternidade Universal vendiam a edição bilíngue comemorativa dos cem anos de “O Livro dos Espíritos”, impressa por Canuto Abreu. Dr. Paulo tinha muita amizade com Canuto. Uma das publicações que ele havia publicado e também mantinha era “O evangelho por fora”.


Capa da Revista ICESP

Cheguei também a publicar na revista mantida pelo Museu, intitulada Revista ICESP. Essa sigla significa “Instituto de Cultura Espírita de São Paulo”, que foi extinto na passagem do Museu para a Federação Espírita Brasileira (FEB).

Recordo-me de uma viagem que fiz a São Paulo com a esposa, ainda no período conservador da minha doença, em que o Milton Bonfante e o Dr. Paulo nos acolheram e nos levaram a uma cantina italiana, onde conversamos longamente.


Paulo Machado, Elza Mazzoneto, César Perri e Nestor Masotti

Com o fim do curso, fui perdendo o contato com o Dr. Paulo, mas nunca esquecerei a gentileza e a dedicação à memória espírita que ele dispendeu durante anos.

A desencarnação do Dr. Paulo se deu no dia 14 de setembro de 2018. Ele era muito amigo de Silvino Canuto Abreu, e imprimiu seus livros “O evangelho por fora” e “O livro dos espíritos e sua tradição histórica e lendária”, além de continuar distribuindo a tradução do grande espírita da primeira edição de “O livro dos espíritos”, bilíngue, feita para a comemoração do centenário de lançamento da obra. 

Oceano Vieira de Melo nos informou que o Dr. Paulo era filho de Américo Bairral, também espírita, cujo nome se encontra no Hospital de mesmo nome na cidade de Itapira – SP. Mais informações sobre Paulo, e também Elza, se encontra no filme “Kardequianos”. https://www.youtube.com/watch?v=hLcCF8UMh-E

16.10.18

FÓRUM E SEMINÁRIO EM VITÓRIA - ES








Amigos leitores de Vitória-ES e região. 

Estaremos participando do 2o. Fórum de Ciência Espírita do Estado do Espírito Santo e no Seminário "Conversando com os Espíritos: um toque de humanismo" na Sociedade Praiana de Estudos Espíritas. As inscrições são gratuitas para os dois eventos, mas as vagas são limitadas. 

Para se inscrever no Fórum, clique aqui

O seminário é um espaço para conversarmos sobre o atendimento a espíritos desencarnados em reuniões mediúnicas, tema que desenvolvemos no livro com o mesmo nome. Ele apresenta nossa experiência de diálogo com princípios desenvolvidos pelos autores da psicologia humanista. 

O livro tenta recuperar a questão da desobsessão na obra de Allan Kardec e trata também do funcionamento das reuniões mediúnicas.

Sejam bem-vindos.





5.10.18

OS DOIS CONCEITOS DE NATUREZA EM ALLAN KARDEC




Estivemos atendendo a um pedido da Aliança Municipal Espírita de Belo Horizonte, ao estudar com os amigos do Cenáculo Espírita Thiago Maior sobre “A natureza da alma e suas transformações”. Em princípio seria uma revisão de dois capítulos do livro de Allan Kardec chamado “O céu e o inferno ou a justiça divina segundo o espiritismo”.

Dois significados diferentes para a palavra natureza

Ao trazer ao título a questão da natureza fomos rever quais significados são utilizados por Kardec para essa palavra. Resolvemos usar a lógica de uma técnica usual dos tradutores, verificar o sentido das palavras ao longo da obra de um mesmo autor.

O dicionário Houaiss enumera treze sentidos diferentes com que essa palavra pode ser usada, mas nos interessam dois específicos que aparecem sob a rubrica da filosofia: a natureza como essência, como substância do ser (a natureza de Deus ou do homem, por exemplo) e “tudo quanto existe no cosmos sem intromissão da consciente reflexão humana”, ou seja, os planetas, os ecossistemas, etc.

A natureza como essência

Ao procurar em Allan Kardec qual sentido ele empregava, encontramos textos com os dois significados, logo em “O Livro dos Espíritos”. Ele fala em “natureza da alma” (introdução, item II), natureza do espírito (introdução item IV) e natureza de Deus (questão 11). Em todos esses casos, ele trata de “essências”, e não faz sentido falar em cosmos. Isso nos leva a entender que, em princípio, Kardec é dualista, porque entende que existem duas substâncias diferentes: o espírito (com é minúsculo) e a matéria (que pode ser ou não percebida pelos cinco sentidos).

Alguns espíritas entendem que Kardec é monista, porque o espírito não se apresenta sem o seu perispírito (é o que ele denomina como Espírito, com E maiúsculo, porque se encontra individualizado, capaz de ser identificado pelos médiuns, e que se encontra na questão 76 e seguintes), mas é bastante claro que Kardec e os Espíritos com quem ele dialoga falam de duas substâncias distintas que interagem, como na questão 27:

“Há, então, dois elementos gerais do Universo, a matéria e o espírito? “Sim, e acima de tudo Deus, o criador, pai de todas as coisas...”

A natureza como “cosmos sem intromissão da consciência humana”

Em outras situações, Kardec usa a palavra natureza como cosmos (e não como Universo, que seria formado a partir do espírito e da matéria). 

Na introdução de O Livro dos Espíritos, se encontra frases como “estamos longe de conhecer todos os agentes ocultos da Natureza”, e na questão 9 se encontra “Não podendo nenhum ser humano criar o que a Natureza produz...”. Nesses dois exemplos, a palavra natureza não significa essência, mas o universo material, descrito pela física, química e biologia, e suas leis.

Alguns tradutores de O Livro dos Espíritos, como Guillon Ribeiro e Evandro Noleto Bezerra perceberam essa diferença de significado, e traduziram com uma pequena diferença: quando entendem que a palavra natureza é cosmos, a escreveram com maiúscula, mesmo no meio da frase, e quando entendem que é essência, publicam em minúscula (exceto no início da frase, claro).

Quando levei a questão para dois amigos da LIHPE, um deles me perguntou se havia consultado o original francês. Olhei essas passagens e mais algumas em três diferentes edições francesas que encontramos no IPEAK e na edição bilíngue de Canuto Abreu. Para nossa surpresa, a distinção feita não é de Allan Kardec, que escreve natureza sempre em minúscula (exceto onde a gramática exige maiúscula), mas dos tradutores. 

Não me parece que os tradutores tenham agido como "traidores", como diz a expressão italiana "traduttore traditore", mas mereceria uma nota de rodapé nos livros, para que os leitores saibam exatamente o que foi feito, com a finalidade de transmitir o que pensava Allan Kardec e os Espíritos com quem dialogava, e deixando claro o risco do tradutor haver se equivocado em sua interpretação do texto que traduz. Não sei dizer, também, se no passado era considerada a diferença entre natureza e Natureza, como hoje é considerada a diferença de significado de estado e Estado.

Concluindo


Essa questão dos sentidos diferentes para palavras iguais, usada por Kardec em diversas situações, mais detidamente a questão da palavra natureza, não foi estudada por mim à exaustão, ou seja, só consultei uma dúzia de trechos da obra kardequiana. Merece ser ampliado, para termos uma boa compreensão dos seus livros e artigos.

Outra questão que fica relevante é a troca da palavra Natureza pela palavra universo, entre a quarta e quinta edições de A Gênese, ou seja, Allan Kardec não emprega essas duas palavras como sinônimas. Isso merece ser estudado mais detidamente.

Outra questão que se nos impõe é distinguir o conceito de princípio inteligente, ou espírito, como princípio ou substância (como diziam os gregos, e nos lembrou o Sílvio Chibeni) de princípio espiritual ou seja, uma dimensão espiritual nos animais, por exemplo, sem todas as faculdades encontradas no Espírito.

Para algumas pessoas pode parecer preciosismo, mas muitos espíritas acabam fazendo o que os Espíritos que se comunicaram com Kardec pedem que não seja feito: ficar brigando por causa de palavras. Explicar e justificar os significados, com abertura para o contradito, modifica a atitude de estudos dos interessados no espiritismo.

3.10.18

CONVERSANDO COM OS ESPÍRITAS POTIGUARES




Foto com os participantes do Seminário "Conversando com os espíritos", no Centro Espírita Luz Divina, em Natal - RN


Foi cheia de surpresas agradáveis a viagem que fizemos para a capital do Rio Grande do Norte para fazer um seminário sobre o livro “Conversando com os espíritos” e uma palestra na Federação sobre o livro “Novos estudos sobre a reencarnação”.

Agradeço a acolhida e a recepção familiar que Ricardo e Bárbara nos proporcionaram, deixando a sensação de estarmos em casa e de sermos bem-vindos à tarefa.

Estivemos no Centro Espírita Luz Divina - CELD para o seminário, e, para a nossa alegria, um bom número dos participantes participava de reuniões mediúnicas e já havia lido o livro, o que possibilitou um diálogo franco e interessante. Agradeço aos amigos potiguares que identificaram pequenos erros que saíram no Conversando com os espíritos, o que mostra a atenção com que leram. Na minha experiência de professor, mesmo indicando leitura prévia, poucos alunos leem antes da aula, o que exige uma apresentação sintética antes de qualquer debate, ou este se transforma em uma espécie de farsa. Com  os amigos do Rio Grande do Norte, talvez eu devesse ter feito uma parte maior de perguntas e respostas e uma parte expositiva menor, em função do domínio do conteúdo.
Uma das reações que um livro sobre a prática mediúnica pode despertar em seus leitores é uma espécie de sensação de ameaça, na qual o leitor sente questionado em sua prática. Explicamos que esse não era o objetivo do trabalho, que vinha apenas para explicar como e por que dialogamos com os espíritos da forma descrita. Cabe a cada leitor e a cada casa estudar, entender e tomar suas próprias decisões de mudanças ou manutenção das práticas atuais. O ambiente que se criou foi muito consistente com essa proposta.

Capa do livro usado para o seminário

Fomos recebidos com muito carinho e envolvidos nos planos de reformas da nova sede do Luz Divina. A venda dos livros foi realizada para apoiar esta iniciativa, com o lucro revertido para o próprio grupo. O centro se organizou para comprar os livros diretamente das editoras e para divulgar com antecedência o evento. Essas ações foram tão bem sucedidas, que na semana do seminário eu já havia recebido dezoito perguntas e comentários sobre o livro. Deu gosto de ver os membros da casa mostrando as tarefas que fazem, os espaços a satisfação com o interesse que o seminário acabou potencializando e os planos de futuro. Senti-me como se já os conhecesse antes, como se fosse apenas um reencontro, tal a naturalidade com que conversamos sobre a mediunidade. 


Palestra sobre o livro "Novos estudos sobre a reencarnação"

A noite não poupou surpresas. A Federação Espírita do Rio Grande do Norte – FERN, mantém oito turmas de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que participaram da exposição sobre o Novos Estudos sobre a Reencarnação. O número de pessoas que participam desse tipo de iniciativa é secundário, mas foi contagiante o entusiasmo que o público presente mostrou com o estudo doutrinário. A Federação tem uma excelente livraria, mas adotou o ato fraterno de apoiar o Centro Espírita Luz Divina, permitindo a venda dos livros que eles encomendaram no Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo – Eduardo Carvalho Monteiro e no Instituto Lachâtre, com a finalidade de apoiar o CELD no seu sonho futuro de construção da sede própria.

Por que novos estudos? Essa pergunta demandou considerações sobre a metodologia de pesquisa dos artigos que compõem o livro e possibilitou uma apresentação rápida dos novos pesquisadores internacionais do tema da reencarnação, como Jim Tucker, Antonia Mills e Erlendur Haraldsson.


Capa do livro divulgado na palestra

As perguntas do público foram todas procedentes, além do auxílio com algumas falhas de memória do expositor. O clima era de entendimento e a finalidade era a instrução. Assis, um dos dirigentes da casa que nos apoiou no evento, comentou após a palestra: 

- Aqui é uma casa em que se estuda o espiritismo.


Foto do público presente na Federação Espírita do Rio Grande do Norte

Como em todas as viagens que fazemos, sempre trazemos na bagagem muito aprendizado. Todos os que mostram compromisso com seu trabalho e suas casas, desenvolvem soluções criativas e relevantes para os desafios do seu contexto, e os espíritas potiguares não deixaram a desejar.

2.10.18

A HISTÓRIA DE KARDEC EM QUADRINHOS




Acabo de ler o livro “Kardec e os Espíritos”, na verdade uma grande história em quadrinhos para jovens e adultos que tem por tema a vida de Allan Kardec até o lançamento de O Livro dos Espíritos.



Como não podia deixar de ser, foi impresso com qualidade, e apesar da capa um pouco escura, a  história é contada em imagens mais claras, para as cenas que ocorrem supostamente de dia e outras que representam bem a noite e a penumbra,


O ilustrador e autor foi o portenho Guillermo Luis, que trabalha no Brasil desde 1985.

Ele optou por contar a história de modo não linear, entrelaçando a escrita e publicação de O Livro dos Espíritos, com a vida de Allan Kardec até seu contato com as mesas girantes.

Cada quadrinho é explicado nas páginas finais, que cita as fontes e distingue o que é ficção do que foi colhido nas diversas biografias de Allan Kardec. Muitos dos quadrinhos foram inspirados pelos escritos de Canuto Abreu, em seu “O livro dos espíritos e sua tradição histórica e lendária”.

Gabi ou Amélie, esposa de Rivail, ficou muito simpática nos traços e tintas do quadrinista.
Li o livro quase todo antes da palestra que fiz ontem , e as imagens facilitaram muito a memorização dos diversos personagens e passagens de Rivail-Kardec.

Recomendo aos interessados e espero que a editora consiga publicar em breve o tomo II, que será intitulado O Livro dos Médiuns.