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21.12.17

LIVRO ELETRÔNICO (E-BOOK) ESPÍRITA: VALE A PENA?




Tenho lido e-books espíritas há alguns anos, e gostaria de aproveitar o período em que as pessoas repensam a vida para conversar sobre minha experiência.

Um artigo recente sobre o assunto, avaliando os e-books no Brasil, explicava que os aparelhos de leitura, estilo Kindle (Amazon) ou LEV (Saraiva) são adquiridos e efetivamente utilizados por pessoas que leem muito. As que leem pouco, geralmente consideram caro o investimento em um desses aparelhos.

O que não tem sido muito dito é que quando se adquire um e-book, você pode lê-lo em um tablet (como o IPAD), notebook, computador e talvez até no smartphone (celular com tela). Basta instalar o aplicativo neles.

Os livros que você compra se tornam uma biblioteca disponível pela internet, e você pode acessá-los de onde quiser. Seus livros ficam em uma “nuvem” (um espaço de memória acessível via internet) e você pode “baixá-los” onde deseja ler. A compra, se você tem um cartão de crédito, é extremamente fácil. Você pode ler “amostras de livros” (geralmente os primeiros capítulos) para ver se vale a pena, e o livro está disponível em um minuto para você, se for encontrado.

Quanto ao dispositivo de leitura, que no meu caso é um Kindle, ele tem uma série de recursos que não se encontra em um livro editado em papel. Você pode aumentar ou diminuir as letras do dispositivo, deixando-as da forma mais confortável. A tela dele é iluminada, ou seja, a luz é voltada para a tela em vez dela emitir luz para seus olhos, e você pode ler no escuro. Quando você abre o livro, ele automaticamente localiza onde você parou no texto, na última vez que leu. Há índices diversos, e você pode pedir para procurar o texto lido por palavras, por exemplo, caso esteja preparando uma palestra e não se lembre ao certo onde leu aquela frase.

O recurso que mais me agradou são os dicionários. O Kindle vem com acesso gratuito a dicionários de diversos idiomas, que você pode “baixar” no seu aparelho. Uma vez feito, sempre que se esbarra em uma palavra desconhecida ou com sentido aparentemente diferente do que conhecemos, basta pressioná-la para que o dispositivo acesse o dicionário e, se estiver ligado à internet, pesquise também na Wikipédia. Ainda são apenas dicionários de sinônimos (ou seja, não há dicionários de inglês-português, por exemplo), mas facilitam imensamente a leitura e economizam tempo.



O que ainda me aborrece no Kindle, talvez por não conseguir usar direito seus recursos, é identificar a página original do livro em papel para citações em artigos e textos.

Outro problema são os livros que vêm mal revistos, com erros de ortografia e a suspeita que algumas páginas foram suprimidas. Não é um problema do Kindle, mas da abertura do mercado para autores independentes e qualquer tipo de editora,. A reputação da editora continua sendo importante no momento de aquisição dos livros eletrônicos.

Há uma grande reclamação dos artigos que li sobre o preço do livro eletrônico, quando comparado ao mercado norte-americano, mas é possível economizar um bom dinheiro comprando o livro eletrônico. Acessei agora o site da Amazon. O Livro dos Espíritos da FEB, com a tradução do Evandro Noleto Bezerra, custa R$ 2,93, enquanto o livro em capa comum custa R$18,75 (que é um preço igualmente promocional). O mesmo livro na livraria da FEB, também em valor promocional, custa R$21,25. O romance Renúncia, de Emmanuel, custa R$8,85 na versão eletrônica da Amazon, R$20,61 na versão impressa, em capa comum e R$ 30,60 na livraria da FEB, em promoção.

Penso que as editoras espíritas estão investindo cautelosamente na publicação dos seus livros em versão eletrônica, mas já existem muitos títulos sob esse formato, de diversas editoras. 

Outra boa notícia são os livros espíritas em língua estrangeira. Além de baixá-los diretamente das bibliotecas (Flammarion, por exemplo, pode ser encontrado em francês na Gallica), os e-books costumam ter um bom preço. O livro History of Spiritualism, de Arthur Conan Doyle, por exemplo, custa cerca de 45 dólares em capa dura (Amazon) e apenas 62 cents (cerca de dois reais) em formato eletrônico, também na Amazon.

18.3.16

ESPIRITISMO DE OITIVA?




Estamos estudando ainda o livro “À luz do consolador”, de Yvonne Pereira, que é constituído de artigos que ela publicou na revista Reformador, entre as décadas de 1960 e 1980, a maioria sob o pseudônimo de Frederico Francisco.
Ela escreveu o seguinte:

“Está-nos a parecer, pois, que determinados leitores desprezam o verdadeiro estudo doutrinário, preferindo aceitar o espiritismo por ouvirem dele falar.” (PEREIRA, 2014, p. 145)

Lembrei-me  de um expositor que trabalhava em nome de uma federativa. Fiquei muito amigo dele e o estimava muito, mas ele só falava de oitiva. Quando alguém perguntava ou questionava algo, ele dizia: fulano disse assim, ou é a opinião de beltrano.

Uma vez alguém tomou a liberdade de falar com ele que ele deveria ler, para conhecer a origem e o sentido claro daquilo que ele falava. Ele redarguiu:

- Tenho um filho pequeno que exige minha atenção, por isso não posso ler.

Fiquei pensando como alguém pode expor sem estudar, com todo o respeito à dedicação do companheiro.

Uma das primeiras críticas que recebi na vida acadêmica veio de uma professora muito experiente, que analisou meu texto e questionou se algumas coisas que eu houvera escrito não eram “de oitiva”. Tive que rever e citar corretamente as fontes das partes do texto analisado.

O espiritismo não pode ser conhecido apenas por “ouvir falar”. No Brasil o movimento espírita sempre promoveu a divulgação do livro impresso, montou livrarias, criou bibliotecas, inventou “feiras do livro espírita”, fez edições populares para dar acesso aos que tinham poucos recursos financeiros. Nosso grupo de mocidade tinha um “mimeógrafo” à tinta, onde se imprimiram muitos textos de apoio aos estudos, apostilas, jornaizinhos entre outros.

Yvonne tem razão. É preciso que os centros espíritas prezem o incentivo à leitura, principalmente dos clássicos, cujo tempo tornou a linguagem mais distante da empregada hoje, para que o movimento não fique à mercê de opiniões.


28.12.12

QUAL É O PAPEL DAS LIVRARIAS ESPÍRITAS NA DIVULGAÇÃO DOS LIVROS DE MÁ QUALIDADE?





Em uma publicação anterior http://espiritismocomentado.blogspot.com.br/2012/12/correio-fraterno-discute-as-mudancas-do.html, apresentamos a publicação feita pelo jornal Correio Fraterno sobre o mercado editorial espírita. http://www.correiofraterno.com.br/nossas-secoes/68/1110-edicao-448

Raul Teixeira, sempre contundente, fala com clareza neste vídeo sobre a publicação em massa de obras que se apresentam como espíritas.

11.12.12

CORREIO FRATERNO DISCUTE AS MUDANÇAS DO MERCADO EDITORIAL ESPÍRITA




Já está nas gráficas a última edição do Correio Fraterno que conseguiu fazer uma espécie de fórum sobre as mudanças do mercado editorial espírita. Simonetti trata dos clubes do livro espíritas, tenho um artigo sobre pirataria de livros espíritas e novas mídias, o alerta do GEEM foi publicado, Allan Kardec foi consultado sobre a ética da publicação espírita, Ricardo Carrijo (ADELER) fala das novas exigências dos leitores e Marco Milani discorre sobre a necessidade de seleção de bons livros pela livraria espírita.

Parece-me que é uma boa oportunidade de fazer uma reflexão sobre um tema que vem sofrendo mudanças no cenário brasileiro e demando mudanças de editores, autores, leitores, gestores, donos de livrarias e outros atores do mundo do livro espírita.

Recomendo a leitura. A edição já está na internet: http://www.correiofraterno.com.br/nossas-secoes/68/1110-edicao-448