Mostrando postagens com marcador A Gênese. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador A Gênese. Mostrar todas as postagens

11.3.20

ESPÍRITOS SUGEREM A KARDEC COMO REVISAR "A GÊNESE"



Recebi do Adair a publicação de uma carta psicografada para Allan Kardec por espíritos que sugerem que mudanças deveriam ser feitas em A gênese, os  milagres e as predições segundo o espiritismo.

Há sugestão de revisões "de comparações nos primeiros capítulos", possivelmente ambíguas, para "condensação das ideias" que já foram tratadas em outros lugares e de "adição de elementos novos, mas urgentes".

O autor espiritual sugere também deixar intactas  "todas as teorias que aparecem pela primeira vez aos olhos do público". Ele não fala em princípios ou princípios doutrinários, como comentou um dos leitores do EC.

No texto se lê também que os espíritos falam da revisão como algo em curso, recomendam que Kardec "não espere muito para realizá-la", mas que não se apressasse.

Há uma curiosidade que merece destaque: Kardec se refere à terceira e quarta edições, como se estivessem sendo feitas simultaneamente e decorrentes da venda rápida das primeira e segunda edições. O espírito considera que os exemplares continuarão sendo bem vendidos, como aconteceu com as primeiras edições.

A mensagem é de 22 de fevereiro de 1868. A Gênese foi publicada em 06 de janeiro de 1868 e, portanto, um mês após a publicação Kardec já está conversando com os espíritos sobre sua revisão e sobre a terceira e quarta edições. Outro detalhe importante: o médium é Armand Desliens, que sucederá Kardec após sua desencarnação sendo membro da diretoria das sociedades fundadas para dar continuidade ao trabalho do fundador do espiritismo.

Veja abaixo o link para ler a mensagem, sua transcrição e sua tradução na página do Facebook AllanKardec.online.

3.3.20

A EDIÇÃO DE 1869 DE A GÊNESE É CLANDESTINA?




Desde quando Carlos Seth Bastos publicou a descoberta de um exemplar de A Gênese publicado em 1869, e Samuel Magalhães publicou imagens de propaganda do mesmo em um exemplar de O Livro dos Médiuns, do mesmo ano, surgiu uma acusação feita pelo estudioso Paulo Henrique de Figueiredo, que denominou a edição de clandestina. Diversos leitores do EC me enviaram o texto desse autor. Carlos já fez comentários ao texto, estou publicando minhas observações. 

Como se pode ver, a ideia de uma edição clandestina é especulativa, inconsistente com as informações publicadas na capa e atingiriam não apenas os diretores da Sociedade Anônima da Caixa Geral e Central do Espiritismo, como a própria Amélie Boudet, que era dona dos direitos autorais do livro e participou da fundação da Sociedade e a partir de julho de 1869 como membro do Conselho Supervisor. 

Segue abaixo o texto de Paulo Henrique e meus comentários em cor vermelha.

Agradeço aos colegas que me auxiliaram com o texto. 

Jáder Sampaio, 03 de março de 2020

SOBRE A 5ª EDIÇÃO CLANDESTINA DE A GÊNESE DE 1869

Esclarecimentos do Pesquisador e Historiador Espírita
Paulo Henrique de Figueiredo

Foi encontrado um exemplar da 5ª edição de La Genèse, les Miracles et les Prédictions selon le Spiritisme, que possui em sua capa o ano de 1869. Uma relevante descoberta, que está relacionada com a questão da adulteração da obra em 1872. (A ideia da adulteração de A Gênese é especulativa).
Já sabíamos da existência dessa edição desde o ano passado e passamos a estudar profundamente o contexto desse fato novo.

Todavia, seria impossível para a Simoni Privato Goidanich citar essa edição em sua obra O Legado de Allan Kardec, (Se ela tivesse encontrado, a citaria e possivelmente reinterpretaria o material de estudo) quando pesquisou os documentos na França, pois ela é não só uma adulteração, mas também clandestina! (Afirmação especulativa; se fosse levada a sério, deveríamos considerar clandestinas outras edições de livros de Kardec, conforme aponta a pesquisa do Carlos Seth) Vamos demonstrar.

Compare a 4ª edição e a 5ª edição de A Gênese, ambas de 1869. Simplesmente analisando os detalhes das duas capas, já se pode deduzir informações importantes.

O pedido de impressão da 4ª edição foi feito em 4 de fevereiro de 1869. Allan Kardec pediu que fizessem 2.000 exemplares. Todavia, por desencarnar em 31 de março, no mês seguinte, não pode anunciar essa reimpressão na Revista Espírita. Ele morreu antes (um dia antes) do estabelecimento da Livraria Espírita, em seu novo endereço. Por isso, indica na capa, como em todas as suas edições: “bureau de la Revue Spirite, 59, rue et passage Ste-Anne”.

Veja agora a 5ª edição de 1869 agora encontrada, na capa: “Librairie Spirite et des Sciences Psychologiques”, em “7, rue de Lille”. Isso registra que essa edição foi publicada pelos continuadores responsáveis pela livraria após a morte de Kardec, ou seja, em data posterior à sua morte. (Possivelmente) Assim sendo, não foi publicada por Allan Kardec! (Possivelmente)

E quanto aos documentos legais desta 5ª edição que confirmariam oficialmente todas as informações sobre ela, existem? Não existem. (Especulativo, pois os documentos levantados comportam mais de uma interpretação) Simplesmente, após uma pesquisa minuciosa tanto na Biblioteca Nacional quanto nos Arquivos Nacionais da França, empreendidos por mais de uma vez este ano, por pessoas diferentes, confirmam que NÃO existe (não encontraram) nem pedido de impressão nem depósito legal. (Carlos Seth Bastos mostra que isso aconteceu em outra oportunidade na qual Kardec estava vivo. O Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas, nova edição aumentada, de 1865, não consta no registro dos depósitos legais.) 

Como se trata de conteúdo novo em relação à edição original, seria obrigação legal fazer tanto o pedido ao Ministério do Interior como depositar um exemplar na Biblioteca. (Na Biblioteca, não, na Prefeitura de Polícia) Temerariamente, nada disso foi feito! (Especulação) Trata-se de uma edição clandestina! (Uma edição cujos registros não foram encontrados até o momento) Poderíamos até dizer, criminosa. (Segundo a lei vigente à época, não há crime, deixar de registrar é contravenção. Só há crime se houver a intenção de atacar a França ou o Imperador)

Nada foi noticiado na Revista Espírita sobre essa nova edição revista, corrigida e aumentada. Nem uma nota. Quando seria fundamental avisar aos espíritas sobre isso! (Houve diversos pedidos de publicação de novos livros em 1869, além dos problemas da constituição da nova Sociedade) Kardec não o fez, pois foi posterior à sua morte. Os responsáveis pela livraria não o fizeram, pois se tratava de uma edição adulterada e clandestina. (Mega-especulação. A gráfica que trabalhou anos a fio com Kardec colocou seu nome em uma obra clandestina, correndo o risco de incorrer no artigo 41 da lei de Napoleão I, e de ser acionada judicialmente pela livraria? Como diz Carlos Seth Bastos, foram feitas quase 400 mudanças no período entre 31 de março e junho de 1869, mudados os clichês, impresso, em um período no qual se estava praticamente fundando a Sociedade  Anônima da Caixa Geral e Central do Espiritismo?)

Há uma menção a essa edição clandestina de A Gênese de 1869. E é a única. Está na referência das obras de Allan Kardec em Le Livre des Médiums, edição 11ª. na contracapa foi grafado: “ La Genèse, les miracles et les prédictions selon le Spiritisme, 1 vol., in-12, 5e édition”. (Então ou houve um erro do tipógrafo, ou a Livraria é responsável pela edição)

Temos a declaração do impressor e depósito legal dessa edição de O Livro dos Médiuns: Declaração de impressor em 09/07/1869 e depósito legal em 16/07/1869. Ou seja, a única menção sobre essa quinta edição clandestina de A Gênese de 1869 foi feita somente em julho (feita em julho, mas referente a junho, segundo a Revista Espírita) de 1869, quatro meses após a morte do professor Rivail. Pelos mesmos responsáveis por essa edição clandestina de A Gênese! (Diretoria aclamada em abril: Levent, Canguier, Ravan, Desliens, Delanne, Tailleur e Mallet – este último presidente. Diretoria eleita em julho de 1869 na residência de Amelie Boudet: Desliens, Tailleur, Monvoisin, Guilbert, Bittard e Joly, sendo que Amélie Boudet e Guilbet eram membros do Conselho Supervisor)
Como essa edição de A Gênese de 1869 foi, além de adulterada (especulação), também clandestina (especulação), o que fez Leymarie quando precisava publicar uma edição nova da obra em 1872? Ele sabia que a 5ª de 1869 era falsa (especulação), pois, tratando-se de um conteúdo novo, teve que fazer um depósito legal em 23/12/1872. Deveria ter declarado tratar-se de uma sexta edição. Revela sua culpa, ao repetir a numeração, omitir o ano na capa e publicar essa nova como sendo novamente 5a edição! (No registro, consta 5ª edição e 2ª edição, segundo Simone Privato. O que entendo é que foi registrado que era uma reimpressão (ou segunda impressão) da quinta edição. A explicação de Simone não faz sentido. Ela diz que é quinta edição porque veio após a quarta e que é segunda porque foi a primeira a conter alterações. Pág. 164-166 do livro O Legado de Allan Kardec)

A garantia da autenticidade da obra e de que seu conteúdo de fato espelha a vontade do autor repousa sobre o preenchimento dos requisitos formais de autorização de impressão e do depósito legal. (Sem o depósito legal, não há como provar que a obra foi publicada na data do registro, e se cria a possibilidade de alguém registrar a obra em seu nome. Não é o caso.) Sem isso, seu conteúdo é falso, apócrifo, (Mais uma dedução incorreta, sem isso fica mais complicado provar a autoria) segundo a legislação da época. (Não está escrito isso na lei) Alguém imagina, por absurdo, que o professor Rivail, tão cuidadoso com todos os seus documentos e sem nunca ter incorrido em qualquer ilegalidade em suas publicações, faria uma edição sem registro oficial? (Quem fez a edição foi A Livraria Espírita, em um período de extrema influência de Mme Kardec.)

Portanto ilegal, clandestina e toda modificada? (Frase de efeito, vimos que não há como provar isso. Atribuir crime à Livraria Espírita, sem provas, é calúnia) Sem avisar ninguém pela Revista Espírita? Está claro que Kardec pretendia fazer modificações nesse livro segundo os seus manuscritos, mas não o fez até a sua morte. (A FEAL tem os manuscritos, mas não deu ainda acesso às pessoas. Sem uma análise desses documentos, é também uma especulação) Nem foram certamente essas falsas que encontramos nas edições adulteradas. (Outra especulação)

Conclusão: tudo o que a Simoni Privato Goidanich afirmou em sua obra está vigente e intocável. (O trabalho dela é muito bom, especialmente a recuperação de informações e documentos. As conclusões e análises que ela faz se baseiam neles. Quando surgem novos documentos, há que se rever as análises. Não há nada de errado nisso, e nenhum demérito para ela.)  Apenas se acrescenta que a conspiração para adulterar a obra de Allan Kardec já se iniciou logo após a sua morte, (uma metaespeculação: especulação fundamentada em especulações)  alguns meses depois, por aqueles, como Desliens, que passariam o bastão do desvio (um ataque sem provas, que atinge a esposa de Kardec, que era membro do Conselho Supervisor, como nos mostra Privato) para Leymarie desde 1871.

Temos muitas outras informações e documentos sobre o caso. (Que não estão públicas, por isso, não se constituem como documentos a serem verificados. Nós temos que confiar que o argumentador tem acesso privilegiado e que por isso está interpretando corretamente os documentos a que teve acesso, ainda que Carlos Seth também tenha acesso aos mesmos documentos e tenha chegado a diferente conclusão) Mas uma investigação adequada deve ser divulgada publicamente somente quando todos os fatos e detalhes estão apurados e esclarecidos ao máximo. (Então poderemos rever nossas posições) Uma conclusão precipitada serve apenas para causar dúvidas, polêmica e divisão. (É o que está acontecendo, e esse seu texto se presta a isso, ao fazer acusações sem provas documentais) Nada disso interessa à divulgação do Espiritismo. (Concordamos) Portanto, vamos voltar ao assunto somente daqui a algumas semanas, quando vamos apresentar trabalho completo, como já havíamos planejado anteriormente. (Aguardamos)

Esperamos, assim, contribuir com os estudos desta Doutrina libertadora que não nos pertence, mas sim aos Espíritos Superiores que deram seus ensinamentos. Nós, espíritas, somos todos estudantes, e devemos divulgar e restabelecer a teoria original de Allan Kardec, com o objetivo de colaborar com a Regeneração da Humanidade. Os tempos estão chegados!

Paulo Henrique de Figueiredo, 2 de março de 2020.

2.3.20

MAIS UM DOCUMENTO TRATA DA QUINTA EDIÇÃO DE A GÊNESE EM 1869



Samuel Magalhães acaba de publicar imagens de O Livro dos Médiuns, de 1869, fazendo propaganda, na quarta capa, da quinta edição de A Gênese, os milagres e as predições segundo o espiritismo. O livro custava 3 francos, então.


A capa do livro original.

 A folha de rosto do mesmo livro. O Samuel informa que essa edição de O Livro dos Médiuns foi publicado em junho de 1869, três meses após a desencarnação de Allan Kardec.

1.3.20

NOVAS INFORMAÇÕES SOBRE A 5ª EDIÇÃO DE A GÊNESE




O CSI – Codification Séances Investigation: Imagens e Registros Históricos do Espiritismo encontrou um exemplar da quinta edição de A Gênese - revista, corrigida e aumentada, publicada em 1869 - catalogado na biblioteca da Université de Neuchâtel, na Suíça. Carlos Seth Bastos entrou em contato com o bibliotecário, pedindo imagens dos dados bibliográficos do livro e recebeu o arquivo de imagem em pdf acima.

As informações desse livro sugerem que foi Allan Kardec quem fez as modificações que foram posteriormente publicadas em 1872, no que seria uma espécie de reedição da quinta edição. Possivelmente, Simoni Privato não encontrou a autorização dessa edição nos livros de registro franceses, uma vez que considero como pessoas de boa-fé tanto as que concluíram que Leymarie poderia ter feito as alterações quanto as que nos apresentam essa imagem. Cada uma concluiu com base nas informações que obteve.

Considerando correta a informação do bibliotecário suíço, Kardec teria feito as anotações das modificações de A Gênese depois da primeira edição, tendo um período de alguns meses para a revisão. Quando e como foram modificadas as placas matrizes, não o sabemos.

Observe nas marcas da imagem que o livro já sai com o nome da Livraria Espírita e de Ciências Psicológicas, na Rue de Lille, no. 7, para a qual Kardec iria fazer sua mudança quando desencarnou.

Outra curiosidade: as notas tipográficas, na página anterior à da folha de rosto, apontam que a tipografia que fez a quinta edição foi a mesma que fez a primeira edição (e as outras três).

O leitor interessado pode acessar as páginas de Facebook abaixo para obter as informações sobre este novo capítulo da pesquisa de A Gênese, os milagres e as predições segundo o espiritismo, de Allan Kardec.


https://www.facebook.com/HistoriaDoEspiritismo/posts/650310282399424  Link da publicação sobre a pesquisa de A Gênese (5ª edição).

Acho que toda essa polêmica chamou a atenção do movimento espírita para as mudanças realizadas por Kardec ao longo das edições de suas obras, e também nos convida a sermos ainda mais prudentes com as fontes de informação do passado.

23.5.19

FEB PUBLICA A PRIMEIRA EDIÇÃO DE "A GÊNESE"




Há algum tempo se discute qual seria a última edição do livro "A Gênese, os milagres e as predições segundo o espiritismo" publicada por Allan Kardec. Após muita pesquisa e discussão, a Federação Espírita Brasileira publicou em "Edição Histórica Bilíngue" (Português e Francês) o texto da primeira edição francesa de Kardec. 

A tradução foi realizada por Evandro Noleto Bezerra. psiquiatra maranhense que traduziu toda a obra disponível de Allan Kardec para o português.

A editora publicou um aviso, explicando que o texto das quatro primeiras edições desse livro são, na verdade, reimpressões, uma vez que o texto não foi alterado por seu autor.

A quinta edição foi publicada em 1872 - após a desencarnação de Allan Kardec (1869) e foi traduzida por Guillon Ribeiro para a língua portuguesa. Ela apresenta alterações cuja autoria é questionada por alguns estudiosos, como Simoni Privato, cujo livro apresentamos neste blog. 

Com essa última publicação da federativa brasileira, os interessados no estudo do texto kardequiano poderão comparar as quatro primeiras edições com a quinta, e ainda conferir o texto original francês.

30.1.18

MAIS UMA POSIÇÃO SOBRE AS EDIÇÕES DE "A GÊNESE"




A Federação Espírita Brasileira acaba de publicar um documento explicando sua posição com relação às alterações do livro A Gênese, em sua edição de 1872.

Essencialmente, a entidade confederativa defende que as modificações devem ter sido feitas por Allan Kardec, ao contrário do que entende a autora Simoni Privato, cujo trabalho notifiquei há algumas semanas.

A explicação da FEB é minuciosa, e recomendo aos leitores do Espiritismo Comentado que a leiam e concluam por si sobre a questão.

11.1.18

PESQUISA MOSTRA QUE QUINTA EDIÇÃO DE "A GÊNESE" FOI ALTERADA




Há alguns anos discutimos a questão da alteração do texto de A Gênese, apontado por Carlos de Brito Imbasshy. Recentemente a autora Simoni Privato fez uma pesquisa profunda de livros e documentos na Biblioteca Nacional da França, na Confederação Espírita Argentina e no grupo Constância, na Argentina. Ela fez a conferência acima na Confederação Espírita Argentina no ano passado, em um evento que comemora o aniversário de Kardec.


Como muitos grupos estão estudando os 150 anos da publicação de "A Gênese", é importante que saibam que a quinta edição não é confiável. Há alguns anos Albertina Escudero Sêco fez uma tradução para o português da quarta edição francesa, publicada pela editora do Centro Espírita Léon Denis (comprei em formato eletrônico na Livraria Cultura). Carlos de Brito Imbassahy também fez uma tradução e disponibilizou na internet. Os originais franceses podem ser consultados no IPEAK, pela internet (Instituto de Pesquisas Espíritas Allan Kardec), pelo menos a quarta e a quinta edição. http://www.ipeak.net/site/conteudo.php?id=176&idioma=1

As publicações que fizemos anteriormente e os debates podem ser acessados nos seguintes links:





Quando tivermos outras traduções do texto que está entre a primeira e quarta edições em nossa língua, iremos divulgar. 


21.10.09

MAIS INFORMAÇÕES SOBRE A GÊNESE

Figura 1: Capa de "A Gênese" das Edições Philman


Recebi do Alexandre Caroli a seguinte contribuição para o atual debate sobre "A Gênese".


"Pesquisei no site da Bibliothèque nationale de France (BNF): www.bnf.fr Curiosamente, as duas mais antigas edições de A gênese do acervo da maior biblioteca francesa são a primeira e a quinta. Vá em: http://catalogue.bnf.fr/jsp/recherchemots_simple.jsp?nouvelleRecherche=O&nouveaute=O&host=catalogue E procure por: La Genèse, les miracles et les prédictions selon le spiritisme. Aparece:

1. Allan Kardec (1804-1869) La Genèse : les miracles et les prédictions selon le spiritisme / Allan Kardec Philman, 2004

2. Allan Kardec, Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, dit Allan Kardec. La Genèse, les miracles et les prédictions selon le spiritisme...
1923

3. Allan Kardec, Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, dit Allan Kardec. La Genèse, les miracles et les prédictions selon le spiritisme, 1952


4. Allan Kardec, Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, dit La Genèse, les miracles et les prédictions selon le spiritisme, par Allan Kardec,...
librairie internationale, 1868


5. Allan Kardec. La Genèse, les miracles et les prédictions selon le spiritisme / par Allan Kardec,... 5e éd.
librairie spirite, 1872"

Além da Biblioteca Nacional da França, ele pesquisou no site da Biblioteca Nacional (Brasil), que não apresenta exemplares em francês deste livro. Veja:

http://www.bn.br/site/pages/catalogos/outrasbases/outrasbases.htm

14.10.09

DESLIENS EXPLICA O QUE ACONTECEU COM "A GÊNESE"


Na última matéria, tratamos de uma questão referente às diferenças de edições de A Gênese na época de Kardec. Estou publicando agora a tradução de um artigo de 1885 em resposta ao texto que saiu na revista "Le Spiritisme", assinado por Henri Sausse, intitulado "Uma Infâmia". Há um outro texto anterior a este que dá detalhes sobre a pesquisa feita por Desliens junto aos responsáveis pela montagem das placas de letras soltas pela sua transformação em placas permanentes de impressão. Quem quiser ler em francês, este outro texto está na Revue Spirite, 1884, Nº 24, 15 dezembro, pp. 753.



A Gênese de Allan Kardec

Tradução: Alcione Albuquerque
Consultor para a língua francesa: Pierre Joseph Marchet
Revue Spirite, 1885, 15 de março, n. 6, ano 28, pp - 169 – 71


Paris , 1º de março de 1885.
Senhores membros do conselho de fiscalização da Sociedade Científica de Espiritismo.
Tendo sido eu o secretário de Allan Kardec até a sua morte, muitos espíritas buscaram as minhas lembranças para constatarem se o Sr. Allan Kardec teria introduzido modificações na primeira edição de A Gênese segundo o Espiritismo; eu vos peço que insiram esta resposta nas demandas que me foram feitas pois ela é a expressão da verdade.
Devo vos confessar, antes de tudo, que, ainda que as minhas convicções continuem inalteradas em me atendo ao credo de nosso mestre (refere-se a Allan Kardec), não tenho sido militante da vida espírita há quatorze anos. Isto colocado , eis aqui algumas palavras que posso afirmar:
A primeira tiragem de A Gênese, dividida em três edições, segundo o costume, foi editada pela livraria A . Lacroix, Verboeckhoven e Cia, no Boulevard Montmartre, 15, vindo a público em 1o de janeiro de 1868.
No correr deste ano de 1868, os editores faliram e o que restou da primeira tiragem ficou naturalmente perdida para Allan Kardec. O que aliás propiciou o acordo feito com o Sr. Bittard, nesta época empregado da livraria Lacroix, que o mestre ali estabeleceria as bases para a fundação de uma livraria especial para a publicação e a venda das obras sobre o Espiritismo. Este projeto começava apenas a ser executado quando a morte o surpreendeu, no dia mesmo da abertura da livraria espírita, na rua de Lille , 7.
Antes mesmo de ter se esgotado a primeira tiragem de A Gênese, Allan Kardec autorizou uma nova publicação em 1868, que são as 4a, 5a e 6a edições, o que os impressores Rouge, Dusnon e Fraisné podem confirmar como sendo esta a matriz que serviu para as edições publicadas de 1869 a 1871 e em diante.
As modificações que foram introduzidas nesta nova edição são, evidentemente, as que se tornaram objeto de polêmica.
O que posso afirmar , da maneira mais nítida e clara possível ,é que até o mês de junho de 1871, a Sociedade Anônima de Espiritismo, seguia sendo administrada pelos Senhores Bittard, Tailleur e eu; e que o Sr. Leymarie esteve completamente alheio à redação da Revista , bem como na reimpressão de qualquer das edições. Posso afirmar, igualmente, que neste período, de 1o de abril de 1869 a 1o de junho de 1871, nenhuma modificação foi introduzida na redação de A Gênese e que a sua última edição datada de 1868, é semelhante, exatamente àquela da primeira tiragem realizada pelo mestre.
Todos sabem que a impressão de uma obra se faz através de letras avulsas, reunidas em formas que por sua vez constituem as páginas. Se a obra não tem futuro está destinada a uma única edição e a composição é destruída imediatamente após a impressão servindo as letras para novas obras. Mas se se trata de um livro importante e de onde o autor espera retirar um certo número de edições, as formas são conservadas durante um certo tempo para permitir a introdução, no texto original, de todas as modificações julgadas necessárias a uma edição definitiva.
Uma vez o texto revisto e corrigido, sua impressão é definida; (foi o que fez Allan Kardec com A Gênese) e em seguida destroem–se as letras soltas (placa provisória). O que se ignora em geral é a diferença entre uma marca , um relevo e um clichê (matriz da placa).O relevo não serve para a impressão, é como um molde, uma forma que conserva as marcas das letras e estas não podem ser reproduzidas senão através da sua fonte (clichê).
Isto é o que pode explicar como, as impressões tendo sido realizadas em 1868, seus clichês só foram fundidos em 1883. Se fontes parciais foram feitas neste intervalo, foram sem duvida destinadas a uma publicação à parte, em brochuras especiais, extraídas de certos capítulos da obra. Ora, se estas impressões foram feitas em 1868, estando vivo Allan Kardec, é incontestável que o mestre, e somente ele, pode introduzir as mudanças que existem nas edições realizadas posteriormente, utilizando–se dos clichês anteriormente fundidos .E saiba-se que o mestre pagou pelas placas matrizes a seus impressores.
Possa esta curta explicação ser suficiente para eliminar toda causa de desunião a família espírita.
Lembremo-nos dos preceitos de nossos mestres:
“Amemo-nos uns aos outros. Fora da caridade não há salvação.”
A. Desliens

12.10.09

GUILLON RIBEIRO MODIFICOU A TRADUÇÃO DE "A GÊNESE"?


Está havendo um debate no meio espírita sobre as diferenças de tradução de "A Gênese", principalmente entre a terceira, quarta e quinta edições.

Carlos de Brito Imbassahy descobriu durante um programa que há diferenças entre a 5a. edição publicada pela FEB e a 3a. edição, que ele tem no original francês. Isto é fato, não há como negar. As explicações de Imbassahy podem ser lidas em http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/movimento/traducoes-falsas.html.

O que não me parece correto é a inferência (isto mesmo, inferência) que ele faz, de que Guillon Ribeiro teria modificado intencionalmente a obra de Kardec possivelmente motivado pela sua simpatia com as ideias de Roustaing.

Obtive na internet o original da Revista Espírita de 15 de março de 1885. Qualquer um pode acessar o site da Encyclopédie Spirite http://www.spiritisme.net/, cadastrar-se e baixar o texto publicado pelos espíritas franceses contemporâneos, que nenhuma relação guardam com as diferenças do movimento espírita no Brasil Imperial e da República Velha.

Àquela época, Pierre Leymarie (possivelmente, pelo que se entende da leitura do texto), foi acusado de ter modificado os textos de "A Gênese" após a desencarnação de Kardec, por Henri Sausse, hoje conhecido como biógrafo de Kardec. Esta acusação, considerada infundada por Desliens, secretário de Kardec e um dos diretores da Sociedade Científica do Espiritismo, responsável pela publicação da Revue, denota que já havia uma confusão sobre que texto utilizar, quando Guillon Ribeiro nem espírita era.

Irei publicar a tradução do texto, realizada gentilmente por amigos, um deles francês e a outra amiga de Carlos Imbassahy (pai), que a conheceu na tenra infância e autografou um de seus livros com uma sensível poesia.

As decisões sobre o texto a ser publicado por "A Gênese", foram tomadas àquela época, e posso dizer que tive acesso ao texto de uma edição francesa posterior às polêmicas, que traz o texto semelhante à primeira edição e muito fiel à tradução de Guillon.

Publico este e publicarei outras informações sobre a situação, nada preocupado com a questão, qual seria a edição definitiva do livro de Kardec, mas discordando veementemente da acusação de fraude feita a Guillon Ribeiro.

Agradeço aos amigos do Espiritismo Comentado se conseguirem os originais das edições francesas (a primeira eu já tenho, graças à gentileza de Washington Fernandes) e tenho também a tradução do original de Carlos de Brito Imbassahy, feito por ele próprio.

10.8.09

A GÊNESE EM PORTUGUÊS ANTES DA FEB

Tive em mãos um exemplar raro de uma tradução praticamente perdida de “A Gênese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec. Foi publicado em 1882 pela famosa livraria Garnier, do Rio de Janeiro, então capital do “Império do Brazil”.

O livro traz informações importantes para o entendimento da História do Espiritismo Brasileiro



UM POUCO DE HISTÓRIA

Canuto Abreu, em seu livro “Bezerra de Menezes”, situa o Grupo Confucius como a primeira instituição espírita do Brasil, criada em 1873 com a finalidade “dirigir o Espiritismo e orientar a propaganda”. Ele perdurou por menos de três anos, e nele se fez a primeira tradução de “O Livro dos Espíritos”, atribuída a Joaquim Carlos Travassos. Nele o espírito Ismael defendeu como diretriz para o Espiritismo Brasileiro a frase “Deus, Cristo e Caridade”.

Do processo dissolução do Confucius surgiram inúmeros grupos de estudo nos lares de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, o que fez surgir, em 26 de abil de 1876, a “Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade”, da qual um dos dirigentes ainda conhecido nos nossos dias foi Bittencourt Sampaio.

Houve discórdia dentro da Sociedade, associada às diferenças entre os alcunhados “místicos” e os “científicos”. Os primeiros fundaram em março de 1880 a Sociedade Espírita Fraternidade e os outros fundaram a “Sociedade Acadêmica Deus Cristo e Caridade” em 3 de outubro de 1879.



A TRADUÇÃO DE A GÊNESE

A Gênese que tenho em mãos é fruto de uma decisão do Centro, como se lê impresso, em agosto de 1881. Não sei dizer se a Sociedade Acadêmica atribuiu-se esta função ou se já existia uma tentativa de integração dos grupos existentes. Consta que foi traduzida em 1882 da oitava edição francesa.

Os editores fizeram informar no verso da capa que a Sociedade Acadêmica adotava cinco livros de Allan Kardec para seus estudos. São eles, com as respectivas classificações: O Livro dos Espíritos (parte filosófica), O livro dos Médiuns (parte experimental), O Evangelho Segundo o Espiritismo (parte moral), O Céu e o Inferno (parte doutrinária) e A Gênese (parte científica).

Os livros eram estudados em francês e suas traduções só eram aprovadas depois de cotejadas com o original. A tradução que tenho em mãos foi aprovada pela Sociedade Acadêmica.

O PREFÁCIO

A Sociedade faz escrever um prefácio ao livro de Kardec que cognominam “o colecionador” e, como os franceses, “o Mestre”.

Eles afirmam que alguns dos participantes da Sociedade queriam fazer modificações no livro, pela influência da obra de Roustaing, mas eles foram contrários:

“...publicamos a presente tradução da Gênese, sem a mínima alteração, e mesmo sem anotações; não concordamos que fosse aumentada, ou alterada...”

“A Sociedade Acadêmica julga que não lhe assiste, como a ninguém, o direito de alterar o plano e menos ainda as bases fundamentais, as teorias, a doutrina das obras publicadas pelo nosso Mestre...”

Alerta-se o leitor sobre a propaganda que se faz da Revista da Sociedade Acadêmica em substituição à da Revista de Paris (possivelmente a Revue Spirite), devido à facilidade de acesso para os leitores.





A DÚVIDA

Os acadêmicos publicaram uma página de homenagem à União Espírita Universal. Tratar-se-ia da União Espírita Francesa, proposta por P. G. Leymarie em assembléia futura (24/12/1882) que já estaria sendo debatida nos meios espíritas?