Mostrando postagens com marcador Carlos Alvarado. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Carlos Alvarado. Mostrar todas as postagens

6.7.16

CARLOS ALVARADO ESCREVE SOBRE POSSIBILIDADES DE ESTUDOS DE TRANSE MEDIÚNICO


Foto: Richard Hodgson



O pesquisador Carlos Alvarado, Phd em Psicologia, com mestrados em história e parapsicologia, publicou em 2010 um artigo sobre pesquisas com “mediunidade mental”, conceito que parece equivaler-se ao de mediunidade de efeitos inteligentes, que empregamos hoje sob a influência de Kardec e André Luiz.

Essencialmente ele discute uma série de variáveis associadas ao fenômeno mediúnico que foram analisadas pontualmente na literatura da pesquisa mediúnica, mas que podem ser mais profundamente discutidas e melhor compreendidas.

Eu me deterei nesta matéria apenas na questão do transe.

Alvarado entende que esta palavra é problemática, porque “além de ser usada para se referir a uma variedade de estados de consciência aparentes”, tem-se que levar em consideração que “pode se manifestar em graus”. Pekala e Kulmar, citados por ele, afirmam que, em hipnose, o conceito é mal definido e não foi devidamente operacionalizado. Já li alguma coisa sobre o assunto, e há uma tentativa de delimitação dos graus de transe, como, por exemplo, em um transe profundo, a não reatividade do sujeito em um determinado grau à dor, que é produzida por picadas de alfinete na pele, por exemplo, mas desconheço estudos recentes que analisem estes critérios.

Hyslop, pesquisador da American Society for Psychical Research, afirmou que no transe, o médium “mais ou menos exclui sua própria mente ou pensamentos, seja do entrelaçamento ou seja do controle da mensagem”.

Ele se detém em um episódio descrito com a Sra. Piper, médium norte-americana, que apresentava convulsões no início de seus transes e houve descrição deste comportamento no final deles. Carlos Alvarado sugere que se estude a prevalência desta reação entre os médiuns, uma vez que não é comum.

Hodgson descreveu estágios de transe em Piper. No estágio inicial, ela estaria consciente do consulente e dos espíritos. Depois ela teria consciência de estar “em relação direta com um outro mundo”. Em uma terceira fase, ela perderia capacidade de controlar seu corpo e esta função ficaria a encargo da “consciência supraliminar” (acima da consciência dos estímulos, termo criado por Myers). Em linguagem espírita, ele estaria se referindo ao que André Luiz chama de fenômenos de incorporação, e Kardec de possessão, em A Gênese? Depois o pesquisador descreve que estes estágios vão acontecendo ao contrário, no término do transe.

Alvarado conclui esta parte de seu texto, sugerindo o emprego de técnicas psicofisiológicas modernas no estudo dos estados de transe dos médiuns.


Alvarado, Carlos. Investigating mental mediums: research suggestions from the historical literature. Journal of scientific exploration, vol. 24, n. 2, p. 197-224, 2010.