28.9.15

PROMOÇÃO DA EDITORA LACHÂTRE



O Instituto Lachâtre tem sido nosso parceiro na publicação dos livros psicografades e traduzidos. Já está quase no fim a revisão do texto de mais um livro de Alfred Russel Wallace.

Recentemente o Instituto lançou uma promoção de combos envolvendo os autores que publicam: Hermínio Miranda, Palhano, Ada May, Amália Domingo Soler, Mauro Camargo, Wallace Neves e muitos outros. 

Os livros "O observador e outras histórias" (composto de psicografias de depoimentos de Espíritos) e "Casos e descasos na casa espírita" (histórias do Espírito Conselheiro, sobre situações polêmicas nos centros e no movimento espírita) estão com um bom desconto (20%), se comprados juntos. Confiram:


26.9.15

RECUPERADO FILME SOBRE O PRIMEIRO CONGRESSO DE MOCIDADES ESPÍRITAS DO BRASIL



Leopoldo Machado e Lins de Vasconcellos foram os organizadores do Primeiro Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil, acontecido em 1948. Leopoldo defendia ideias de fortalecimento das atividades espíritas ligadas à ação social e aos problemas humanos. Ele intitulava de Cruzada de Espiritismo dos Vivos, estes princípios.

O vídeo parece ter sido criado como propaganda do evento, ele destaca a abertura, os apoios, as instituições que colaboraram com sua realização e os destaques, mas não apresenta o conteúdo ou suas deliberações. 

As principais ideias de Leopoldo Machado para as mocidades espíritas encontram-se no livro "Cruzada do Espiritismo dos Vivos", publicado em 1948 pela editora paulista O Clarim, de Matão-SP. Como foi publicado no mesmo ano do Congresso, não há nele informações sobre o que foi defendido ou deliberado.

O Anuário Histórico Espírita, organizado por Eduardo Carvalho Monteiro, traz mais algumas informações sobre o evento, que foram obtidas em entrevista de Thaumaturgo José Luz com Antônio Lucena.

Gabriela Araújo Costa, em sua biografia sobre Leopoldo, publicou as informações abaixo sobre o Congresso:

"Ainda em 1948, Leopoldo Machado, por sua preocupação e dedicação ao movimento espírita jovem, é convidado para presidir o I Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil. Leopoldo recusa, dizendo pertencer a FEB o direito à presidência do Congresso. A FEB, por sua vez, recusa o convite, alegando já haver a União das Juventudes Espíritas do Distrito Federal. Leopoldo então aceita o convite para presidir o Congresso e, em 17 de julho de 1948, inicia-se uma das mais belas manifestações do Espiritismo de Vivos. Foram mais de 600 jovens de vários estados trocando experiências sobre o funcionamento de suas Mocidades, obras assistenciais, edição de jornais, entre outras atividades.

Transcrevemos as conclusões do evento em outra matéria do Espiritismo Comentado, baseada em um livro de Clóvis Ramos, cedido por Eduardo Carvalho Monteiro. Confira:

21.9.15

RICHARD BUONO EM BELO HORIZONTE


Caros leitores. Evito divulgar eventos no Espiritismo Comentado, deixando este espaço para o blog Eventos Espíritas, contudo, na próxima quinta-feira vamos receber o Sr. Richard Buono no auditório da Associação Médico-Espírita de Minas Gerais. Buono é o atual presidente do CSF - Conselho Espírita Francês e Francófono. Convido os leitores da capital mineira e da região a prestigiar o evento.

16.9.15

AMIGOS DESENCARNADOS


Marcellin Jobard (1792-1861)

No último sábado eu estava lendo uma conferência de Kardec publicada na Revista Espírita de 1864. Era o dia dos mortos, na França, e a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas iniciou uma comemoração que se repetiria nos anos seguintes: eles se reuniriam para dar “um testemunho particular de simpatia” para companheiros espíritas que já haviam desencarnado.

Kardec nomeia os ex-membros: Jobard, Sanson, Costeau, Hobach e Poudra. Ele também nomeia alguns dos espíritos que os assistiam nos trabalhos: João Evangelista, Erasto, Lamennais, Georges, François-Nicolas-Madeleine, Agostinho (considerado santo), Sonnet, Baluze, Vianney (Cura D’Ars), Jean Raynaud, Delphine de Girardin, Mesmer e os que tomam a designação de Espírito. O presidente da SPEE destaca Luiz (considerado santo), por “tomar a sociedade sobre seu patrocínio” e lhe faz uma menção especial no discurso.

Depois da palestra, sobreveio a parte mediúnica. Não há como não se emocionar com as mensagens de alguns dos homenageados, como Sanson, que comenta que Kardec era conhecido como pessoa que não elogiava ninguém, e diz-se sentir-se orgulhoso por ter sido lembrado. Hobach dirige-se ao amigo Canu, afirmando ser ele mesmo, frase que sugere alguma conversa que tiveram enquanto Hobach estava encarnado. Costeau dirige-se à esposa, ainda encarnada, e após agradecer as preces diz-lhe “Vamos, cara amiga, consola-te! ... Consola-te porque és mais feliz que muitas outras: tens irmãos que te amam, que são felizes por ver-te entre eles”.

Deixei a leitura do texto pela metade, porque era dia de nossa reunião mediúnica e o horário urgia. Esqueci-me do texto, preocupado com as ocupações da noite, e a reunião transcorreu normalmente.


Ada Eda em 2004

Quase ao final da reunião, um dos médiuns emocionou-se bastante. Ele dialogava mentalmente com nossa Ada Eda, dirigente do grupo que desencarnou há algum tempo, mas vez por outra é percebida por alguém em nossa casa. Ela desejava conversar com todos, com seu jeito italiano, emocional, que a tornou tão querida pelos membros do grupo. O médium sabia que não seria possível uma comunicação no “apagar das luzes” e pediu que ela passasse uma mensagem curta para cada um, uma palavra, que ele pudesse memorizar para externar após o término da reunião.

Eda foi qualificando cada um dos membros: estudioso, cuidador, trabalhador, singelo, alegre... Estavam presentes mais de dez, e ela teve um adjetivo para cada um, muito pertinente com as respectivas personalidades e vidas. O médium descreveu as reações dela ante cada um dos membros. Todos nos emocionamos, então, lembrei-me da leitura da tarde e contei a todos.


Momentos como este são raros no dia a dia de um grupo mediúnico. Sei que os que nunca participaram de uma reunião talvez se sintam desapontados por não eu não estar relatando fenômenos indubitáveis, ou acontecimentos que abalem as crenças da alma mais cética. Aqueles, contudo, que frequentam uma reunião mediúnica, talvez entendam o significado do evento que uniu a distante reunião francesa de 1864 ao pequeno grupo brasileiro em 2015.

15.9.15

FRANCESES E BRASILEIROS DE DIVERSOS ESTADOS SE ENCONTRARAM NO RIO DE JANEIRO




Reinauguração do monumento na Praça Professor Rivail, em Niterói

Passados alguns dias do término do 1º. Encontro de Cultura e Pesquisa Espírita – XII Colóquio França-Brasil, somente agora consigo comunicar minhas impressões do evento.

A primeira impressão positiva foi a presença de mais de 200 pessoas dispostas a passar o final de semana discutindo o surgimento do espiritismo no Brasil e na França. A grande maioria foi de pessoas do Rio de Janeiro, local de realização, mas tivemos presenças notáveis de outros estados e países.
César Perri fez a conferência de abertura, na qual tratou dos 150 nos de “O Céu e o Inferno”, com sobriedade e erudição. Ele nos explicou uma velha dúvida, que é a ausência de uma introdução deste livro. A introdução de Kardec existiu nas primeiras edições, e foi recuperada na nova edição da FEB, traduzida por Evandro Noleto Bezerra.


Mesa de abertura: Da esquerda para a direita - Profa. Telma (UERJ), Pedro Nakano, César Perri, Paulo Sérgio, Nely, Roberto e o Diretor da Rádio Rio de Janeiro

Jorge Brito e Evandro Noleto fizeram uma mesa meticulosa, que demonstrou o cuidado de ambos com a recuperação das obras elaboradas por Kardec. Jorge é bibliófilo e tratou das edições e dos editores na França e no Brasil. Foram tantas informações que não consegui registrar, embora estivesse anotando as conferências para esta matéria que agora escrevo. Penso que este é um dos DVDs que devem ser comprados por quem se interesse pelo ´processo  da formação do espiritismo.


Marion Aubrée

Fiquei muito sensibilizado com a simpatia da Dra. Marion Aubrée. A antropóloga fez um trabalho em parceria com o Prof. Laplantine sobre o espiritismo no Brasil e na França, propondo a ideia da reexportação das ideias espíritas do nosso país para o berço do espiritismo. Ela dedicou muitos anos de sua vida estudando os dois movimentos, visitou instituições e participou ativamente do evento até seu encerramento. Já publiquei anteriormente algumas críticas que fiz ao livro “A mesa, o livro e os espíritos”, mas isso não impede a simpatia pelos esforços de Marie Jeanne. Com um olhar externo, ela pontuou muitos pontos que às vezes preferimos não ver no movimento espírita brasileiro, como os misticismos envolvendo a mediunidade de cura.
A conferência de abertura do sábado de manhã foi feita pela Dra. Nadja do Couto Valle. Uma aula de história da filosofia, que é seu campo, até a época de Kardec. O texto que Nadja publicou no livro “Em torno de Rivail: o mundo que viveu Allan Kardec” é uma síntese desta palestra, mas a fala foi ainda mais rica e cheia de informações. Outro DVD que vai interessar muito aos estudiosos da filosofia espírita.

Houve uma boa conexão entre a conferência da Dra. Nadja e a mesa que mediamos, composta pelo Dr. Alexander e pelo doutorando Marcelo Gulão, que trataram do método de Kardec. Ambos mostram como o trabalho de Kardec foi cuidadoso, e, de certa forma, considera-lo apenas como codificador não revela a dimensão de pesquisador e pensador que esteve presente na construção de sua obra. Citei o livro “A temática espírita na pesquisa contemporânea”, que contém um artigo de Alexander e Klaus sobre a metodologia de Kardec, e o capítulo que publiquei do livro “O espiritismo, as ciências e a filosofia”, que mostra como Kardec empregou a hermenêutica em seu trabalho e como ele antecipou em meio século algumas das ideias da fenomenologia de Husserl. Os livros foram muito procurados pelos presentes, quase se esgotando, tal o interesse do tema.

O Prof. François Gaudin fez uma palestra interessantíssima sobre Maurice Lachâtre, que é conhecido no Brasil apenas pelo episódio do auto-de-fé de Barcelona, mas que tem uma longa trajetória de atuação em favor das ideias socialistas e de parceria com Allan Kardec. Lachâtre, por exemplo, fundou um banco de trocas com Rivail, que chegou a ter 500 participantes, mas de vida curta. Gaudin nos apresentou a inclusão do espiritismo nos dicionários e enciclopédias de Lachâtre, que foram muito vendidos em sua época.


Luciano Klein Filho

Dos brasileiros tivemos a presença bem humorada e muito erudita de Samuel Magalhães e Luciano Klein Filho. Ambos trataram das origens do espiritismo no Brasil, especialmente no Amazonas e no Ceará, terra de Bezerra de Menezes. Ambos estudam e pesquisam seus temas há muitos anos, têm livros publicados, e conhecem com detalhes espíritas como Bezerra de Menezes e Ana Prado. A recuperação da história do espiritismo no Amazonas mostra o quão pouco conhecemos em geral da história do nosso país e do nosso movimento.

A mesa francesa, composta por Vincent Fleurot e Olivier Geneviéve, que encerrou a tarde de sábado, mostrou o esforço conjunto entre Niterói e Lyon para homenagear publicamente a memória de Allan Kardec. Hoje existe um menir de Allan Kardec em Lyon, que foi construído próximo ao local de nascimento do fundador do espiritismo, na rua Sala. Em Niterói, cidade irmã, se construiu um monumento na praça Allan Kardec, que foi restaurado e visitado como parte do Encontro, nas sexta feira pela manhã. As camisas do encontro têm representados os dois monumentos.


Dora Incontri

Não pude assistir as conferências de Dora Incontri e Yasmim Madeira, em função dos horários de voo de retorno a Belo Horizonte. Dora enfrentou alguns problemas com a projeção das imagens que ela havia planejado, mas seu domínio e conhecimento prevaleceram no pouco que pude assistir de sua conferência sobre o diálogo entre espiritismo e universidade.

Nos intervalos, onde um encontro pessoal aconteceu, quando pudemos conhecer pessoalmente pessoas como Cláudia Bonmartin, pioneira da reconstrução do espiritismo em Paris e Europa, Mauro Camargo, escritor radicado em Santa Catarina, Darcy, pioneira das Comeerjs de décadas atrás e atuante na CEERJ, e muitas pessoas que foram participar do evento, jovens, estudantes de pós-graduação, trabalhadores de frente do movimento espírita do Rio de Janeiro, entre muitas outras pessoas. Foi muito bom encontrar e conhecer pessoalmente muitos dos atores da nova relação que se estabeleceu  no final do século XX, entre França e Brasil, espíritas.