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30.5.13

APARIÇÃO OU MATERIALIZAÇÃO?




Cometi um erro em Sapucaia do Sul que peço aos amigos que corrijam, se possível. Ao falar do conceito de aparição em Kardec, fiz uma distinção entre aparição e materialização. Estava equivocado.

Kardec só utiliza a palavra materialização nos seus escritos como um estado dos fluidos, como oposição ao estado de eterização. É posterior a Allan Kardec o uso de materialização como sinônimo de aparição tangível.

Encontrei no vocabulário da primeira edição de “O Livro dos Médiuns”, posteriormente traduzido como “Definições Espíritas”, pela Lachâtre, um verbete de quase uma página sobre aparições, escrito pelo próprio fundador do espiritismo. Está tão claro, que peço a licença dos leitores para transcrevê-lo:

Aparição: Fenômeno pelo qual os seres do mundo incorpóreo se manifestam visíveis.

Aparição vaporosa ou etérea: aquela que é impalpável, que não pode ser agarrada e não oferece qualquer resistência ao toque.

Aparição tangível ou estereotita:  aquela que é palpável e apresenta a consistência de um corpo sólido.

A aparição difere da visão pelo fato de que ela tem lugar no estado de vigília pelos órgãos visuais, quando o homem tem plena consciência de suas relações com o mundo exterior. A visão acontece no estado de sono ou êxtase, e também no estado de vigília pelo efeito da segunda vista. A aparição nos chega pelos olhos do corpo, produzida no próprio lugar onde nos encontramos; a visão tem por objeto coisas ausentes ou afastadas, percebidas pela alma em seu estado de emancipação e enquanto as faculdades sensitivas estão mais ou menos suspensas.” (Allan Kardec, Definições Espíritas. Niterói, Lachâtre, 1997)

Em outras palavras, aparição em Kardec é o que chamamos hoje de materialização, podendo ser esta vaporosa ou tangível.