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2.11.08

Raul Teixeira Visita Minas Gerais


Foto 1: Raul Teixeira no Lar Espírita Esperança

Nas comemorações de seus 40 anos, com o apoio da Aliança Municipal Espírita de Belo Horizonte, a mocidade da Associação Espírita Célia Xavier promoveu palestra do expositor fluminense Raul Teixeira.

Encontro de Gerações

O evento possibilitou o reencontro e a confraternização de diversas gerações da mocidade. Desde fundadores a atuais membros dos quatro ciclos, alguns ainda na casa de Célia, outros na Sociedade Espírita Joanna de Ângelis e até mesmo “jovens” que se afastaram do movimento espírita estiveram presentes e “mataram a saudade”.

Apresentação de Luiz Fernando e Virgílio Almeida

Luiz Fernando recordou alguns dos pioneiros da casa de Célia Xavier ligados à criação da Mocidade: Virgílio Pedro de Almeida e “Seu” Aphrodísio. Em sua fala de abertura, outros espíritas já desencarnados da casa foram lembrados.

Virgílio Almeida do SEJA abriu o evento, recordando as experiências que compartilhou com os amigos na década de 80. Ele reafirmou as diretrizes da mocidade AECX que se baseiam no tripé amizade, estudo e trabalho.

Mais Recordações

Raul, emocionado, recordou-se de sua primeira palestra na Mocidade da AECX, a convite de Wanderley Coutinho, há 36 anos. Referiu-se a pessoas e acontecimentos que marcaram sua trajetória durante todo este tempo, como a visita à casa da “Vovó Adelaide”, a desencarnação de Evaristo e outras histórias, algumas hilárias, outras tocantes.

Um Personagem do Evangelho

Ele tornou contemporânea a história evangélica do “mancebo rico”, dando um novo sentido à distribuição das riquezas. “A capacidade de ler é uma riqueza ante a pessoa analfabeta. Ensiná-la a ler é distribuir riquezas”.

Religião e Religiosidade.

O conferencista reafirmou que a ação do homem no mundo pode ser uma forma de atender ao chamado do Cristo. Não se deveria cindir a vivência da mensagem cristã, enclausurando-a no Centro Espírita e nas práticas dos grupos espíritas. O expositor referiu-se ao trabalho e às conquistas que o homem realiza em outras instâncias sociais, mostrando verdadeiros testemunhos no trabalho cotidiano dos enfermeiros, dos médicos, dos professores, dos lixeiros e de todas as profissões que possibilitam um serviço à pessoa humana e uma vivência cotidiana dos preceitos cristãos.

As Trajetórias

Raul se referiu às muitas trajetórias dos jovens da mocidade que conheceu há muitos anos. Suas conquistas e dissabores, suas esperanças e frustrações, sua condição, enfim, de homens encarnados no mundo, às vezes equivocados, às vezes enfrentando as agruras próprias do homem no mundo, como as dores, as doenças, os conflitos.

Um comentário psicológico

O autor fluminense inseriu em sua fala um convite ao autoconhecimento, com um toque psicanalítico. Ele mostrou cenas do cotidiano espírita em que a exterioridade do compromisso com valores entendidos como cristãos e espíritas predispõem ao desenvolvimento de reações e comportamentos neuróticos. A pessoa que não trabalhou sua sexualidade pode passar a ver nos demais intenções sexuais em gestos de cordialidade, que não existem, exemplificou. Ele distinguiu este tipo de personalidade do que dirigiu sua carga erótica em função de um projeto humano e cultural.

A reafirmação de valores cristãos

Recordando “O Livro dos Espíritos”, Raul Teixeira conduziu o público a uma reflexão sobre o conhecimento que antecede a reforma moral. Ilustrou com inúmeras histórias de confrades que, conscientes das implicações de seus atos, passam a não adotar práticas sociais, consideradas lícitas no mundo, mas inconvenientes às pessoas, diante de uma visão ampliada da vida, das relações entre os homens e da conservação do corpo humano.

Pains

No dia 01 de novembro o expositor visitou Pains, levado pela família de Walter e Marlene Assis. O Centro Espírita Messe de Luz tornou-se pequeno e a palestra foi levada a um auditório ao lado da Prefeitura Municipal.

Foto 2: Público de Pains
Espíritas de toda a região prestigiaram o orador.

Ghandi, Lincoln, Luther King e Madre Teresa

Raul traçou a trajetória de quatro ícones da humanidade: Ghandi, Lincoln, Martin Luther King e Madre Teresa de Calcutá. Ghandi obteve a liberdade da Índia a partir da sua política de não violência e de ações coordenadas de boicote aos produtos ingleses.

A abordagem de Lincoln focalizou-se na participação da médium Nettie Colburn Maynard (Sessões Espíritas na Casa Branca - Editora O Clarim) e dos espíritos que apoiaram o presidente na luta pela abolição da escravatura e, depois, na guerra de secessão.

Ghandi e Lincoln foram assassinados por seus ideais, assim como Luther King, com sua famosa frase "I have a dream" (eu tenho um sonho) e sua luta pacífica pela igualdade de direitos entre negros e brancos nos Estados Unidos, que antecederam o "civil acts" (a lei de direitos civis).

Foto 3: Mesa formada em Pains - Da esquerda para a direita Marlene Assis, Raul Teixeira, Ângela e seu "braço direito"
Madre Teresa foi focalizada em seu desprendimento em favor dos menos favorecidos na Índia. Homens e mulheres colocados no lixo para morrerem, crianças nas ruas, sem acesso a educação, e a religiosa abandonou o conforto do ensino das classes superiores na Índia para atender as dores da periferia de Calcutá. Na falta de todos os recursos, ela alfabetizou crianças com gravetos e areia, tratou os indigentes em um galpão, conseguido com dificuldades.

Dois políticos e dois religiosos a serviço dos homens, três deles cristãos, um deles hindu.
SEJA
O professor ainda fará um seminário na Sociedade Espírita Joanna de Ângelis, em Belo Horizonte, hoje dia 02 de novembro.