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24.6.21

"CONVERSANDO COM OS ESPÍRITOS" AGORA EM FORMATO E-BOOK



Um recurso que as pessoas têm usado nas situações de isolamento social é a leitura de livros espíritas através dos leitores de livros digitais, ou fazendo encomendas de livros nas casas espíritas ou em livrarias que entregam em casa.

Tenho adquirido e lido muitos livros através do leitor da Amazon.com.br, chamado Kindle, que é capaz de armazenar uma grande quantidade (ele se torna uma biblioteca ambulante), tem diversos dicionários digitais gratuitos instaláveis e permite pesquisas de palavras ou expressões, facilitando muito a localização de trechos de livros para o preparo de estudos, palestras, aulas e outros.

Esta semana a Lachâtre disponibilizou via Amazon, o meu livro “Conversando com os espíritos”. Para quem não o conhece, ele tem uma parte de memórias das reuniões em centros espíritas que frequentei, de médiuns que conheci e de fenômenos que presenciei, prestando uma singular homenagem às pessoas que me formaram e me prepararam para o trabalho mediúnico na casa espírita.

Tento responder no capítulo 3 a uma questão simples: o que devemos conhecer sobre a vida após a desencarnação para melhor dialogar com os espíritos através da mediunidade? O períspirito e suas propriedades “garimpados” na obra de Allan Kardec são um dos conteúdos mais importantes para esta tarefa.

Depois, mergulho em Kardec tentando recuperar os casos de obsessão que ele atendeu através de reuniões mediúnicas. É possível ver que boa parte do que fazemos hoje foi instruído aos poucos ao codificador pelos espíritos que o orientavam. O texto tenta recuperar essas instruções, para que os trabalhadores de reuniões mediúnicas possam conhecer os princípios de seu trabalho. Reescrevo também diversos casos que aconteceram da França e na Espanha do século 19, que tiveram por protagonistas os membros do grupo de Kardec ou os espíritas da península ibérica. 

Segue um capítulo curto, no qual se discute como se dá essa conexão entre espírito comunicante, médium e atendente (termo que se usa em substituição a “doutrinador” ou “dialogador”). Fruto das observações das décadas de prática mediúnica, mostra ao leitor que se trata de uma conexão de duas vias, cognitiva, emocional e sensorial (às vezes), o que amplia a compreensão do efeito do diálogo com o espírito comunicante pela via mediúnica.

Três conceitos de psicologia humanista são empregados no próximo capítulo: congruência, compreensão empática e aceitação positiva incondicional. Esses conceitos convidam o atendente a repensar como conduz o diálogo com o espírito comunicante. Além desses conceitos, a noção de projeto de vida, da Análise Transacional é explicado.

O penúltimo capítulo, bem rico, é composto de transcrições de atendimentos e sua respectiva análise. São diversas histórias, às vezes apenas situações mais curtas, que mostram uma forma de atendimento mais respeitosa e compreensiva, no lugar de sugestões mal adaptadas das técnicas hipnóticas e dos chavões que mais visam a encerrar o diálogo que a auxiliar a pessoa desencarnada a compreender sua história e as consequências de suas decisões. Esses casos envolvem situações muito diversas, mas que verificamos ser comuns nas reuniões no meio espírita pelo Brasil.

Como anexo seguem pequenas biografias de trabalhadores espíritas que são citados ao longo desse trabalho, como Raul Teixeira, Virgílio de Almeida, José Mário Sampaio e muitos outros, a maioria de Minas Gerais.

Se você prefere ler o livro em papel, auxilie o Instituto Lachâtre, acessando: https://lachatre.lojaintegrada.com.br/buscar?q=Conversando+com+os+esp%C3%ADritos

Se quiser usufruir o preço mais em conta e os recursos digitais do livro no Kindle, acesse:

https://www.amazon.com.br/dp/B097S7C4DJ/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&dchild=1&keywords=Conversando+com+os+esp%C3%ADritos+J%C3%A1der&qid=1624527571&s=digital-text&sr=1-1

Ou digite “Conversando com os espíritos” Jáder em seu leitor eletrônico. O preço hoje está em R$17,45.


19.10.19

CONVERSANDO COM OS ESPÍRITOS



reuniao-mediunica.jpg

Uma reunião sem mesa. Não temos por hábito colocar as mãos para cima...


O último número do Correio Fraterno fez uma ótima síntese do nosso seminário "Conversando com os espíritos", baseado no livro de mesmo título publicado pela Lachâtre.

A imagem lembra bem nosso grupo. Uma reunião em círculo com cadeiras tipo universitário onde se pratica a mediunidade e se faz comunicações simultâneas. Um coordenador atento, médiuns de psicofonia (falantes), psicografia (escreventes) e desdobramento (sonambulismo mediúnico).

Os espíritos se comunicam contando suas histórias, dramas pessoais e sofrimentos, e aproveitamos uns poucos minutos que temos para auxiliá-los da melhor forma possível. Às vezes espíritos superiores, pessoas antes ligadas à nossa casa e já desencarnadas e espíritos que participam dos trabalhos "do outro lado" nos dão uma orientação, uma palavra de incentivo, um carinho.

Ao longo dos anos, estudando mediunidade em diversos autores na primeira parte da reunião, praticando na segunda parte e avaliando o que foi feito na terceira parte, observamos que os princípios da técnica de relação de ajuda, desenvolvida por Rogers no século passado, são úteis em nosso trabalho e mais úteis ainda para os espíritos em sofrimento. 

Verificamos, estudando Kardec, que alguns dos princípios do atendimento aos espíritos já se encontram esparsos em suas publicações, principalmente na Revista Espírita. Espíritos superiores foram falando "homeopaticamente", como lidar com espíritos obsessores ou em situação de sofrimento.

Confiram a bela síntese do seminário que a equipe do Correio Fraterno publicou recentemente, após estar conosco, clicando no link abaixo:





19.3.19

AINDA CONVERSANDO COM OS ESPÍRITAS EM BELO HORIZONTE




Nesse último domingo estivemos no Cenáculo Espírita Thiago Maior para fazer pela quinta vez o nosso seminário "Conversando com os espíritos". 

O evento foi organizado com muita dedicação pelos trabalhadores da casa espírita que fica em Belo Horizonte, na movimentada avenida Afonso Pena. Os participantes chegaram cedo e organizaram café, procuraram livros, abraçaram-se. Foi muito bom encontrar companheiros de outras casas espíritas, atraídos pela facilidade da inscrição via Sympla. Ainda na chegada vi nossos colegas trocando informações.


Agradeço à equipe do Thiago Maior o espaço para exposição dos livros da LIHPE, e à cuidadosa Maria, a organização e o empenho com o atendimento aos interessados. 

A primeira parte acabou se tornando uma espécie de simpósio, porque boa parte dos presentes haviam lido o livro, e queriam tirar dúvidas, apresentar experiências, levantar questões, dar contribuições. 


O intervalo foi regado a um lanche simples, mas muito concorrido. Quando assentei-me com o copo de café bem cheiroso, eis que vêm os pedidos de autógrafos e as conversas rápidas ao pé da mesa.

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As histórias rápidas são deliciosas. Amigos do Rio de Janeiro presentes, Taiobeiras (no Norte de Minas Gerais), gente que conviveu com Seu Virgílio (um dos biografados no livro), colegas do Célia Xavier de há muito tempo, amigos dos ciclos de estudos do Grupo Scheilla, irmãos espirituais do Grupo Espírita André Luiz e os amigos do Thiago, claro! Perdoem se estou me esquecendo de alguma casa espírita.


Maria havia preparado uma estante com os livros da Lachàtre e outra exposição em uma mesinha no auditório. Para minha surpresa, ainda no intervalo ela chega preocupada e me pergunta quais livros podiam ser levados para a venda. Quase do que livro do Jáder Cabral é vendido pela segunda vez...

Aos poucos, comecei a ouvir os lamentos. "O observador" havia esgotado. O remédio era comprar depois na União Espírita Mineira. Acho que "Conversando com os espíritos" também acabou. A casa havia feito uma venda prévia de dezenas de livros e trouxe mais algumas dezenas para o dia do seminário. Muita gente chegou com o livro "a tiracolo". Muitos livros foram comprados para presentear amigos que também trabalham com o atendimento aos espíritos em reuniões mediúnicas.

As perguntas foram inteligentes e levantaram temas para serem pesquisados depois. Uma delas foi sobre as crianças na espiritualidade, o que nos levou a reler a questão 381 de O Livro dos Espíritos e a 154 de O que é o espiritismo. 



Marival Veloso, veio com sua larga experiência e bom humor. Os irmãos do Grupo Espírita André Luiz participaram bastante e aproveitaram para almoçar juntos depois do seminário. Senti uma fraternidade enorme entre eles, e um entendimento enorme do propósito do trabalho: mais trocar experiências que dizer o que cada casa deve fazer.

Um tema que apareceu no seminário e é recorrente, causando interesse, são as comunicações múltiplas que adotamos em nosso grupo. Muitos grupos adotam a prática das comunicações sucessivas, em vez das simultâneas. E esta escolha gera consequências na rotina das reuniões. Isso ficou muito claro na medida em que conversávamos ao longo do seminário.

O seminário estendeu-se até depois das 13 horas. Apesar da extensão e da fome, acho que muitos ficaram com o gostinho de quero mais. Estendemos a conversa após o encerramento, e acho que só saí após as 14:30 horas da casa espírita, sem nenhuma pressa da parte dos organizadores. Tão bom este "fim de festa" espiritual!

Muita gente não entende o que os espíritas estariam fazendo em uma manhã chuvosa de domingo, acordando cedinho, na casa espírita. A alegria do encontro, só entende quem participa...

As próximas edições do seminário já estão agendadas para Montes Claros - MG e Conselheiro Lafaiete - MG. Darei notícias.

25.9.10

UM ATENDIMENTO PSICOGRÁFICO EM BORDEAUX - 1861

Ponte de Pierre em Bordeaux - França


Uma das práticas mediúnicas própria de Allan Kardec era a evocação, que hoje utilizamos pouco. Sua intenção de explorar o mundo dos espíritos através das informações espirituais fê-lo utilizar esta técnica, que possibilitou discutir o mesmo assunto com espíritos diferentes através de médiuns diferentes.

No livro “O céu e o inferno ou a justiça divina segundo o Espiritismo” Kardec transcreve (?) um diálogo que se inicia com Sixdeniers, um conhecido do médium que havia se afogado e descrevia suas impressões da vida após a morte, através da psicografia.

Em meio ao “diálogo” o médium tem dificuldades para escrever e passa a redigir a comunicação de um espírito sofredor, que se denomina Valéria, que estava sendo auxiliado por Sixdeniers. Ela evita comentar sobre seu sofrimento, mas é beneficiada com uma prece que o atendente faz em seu favor.

Kardec insere uma nota na qual comenta a condição de espíritos como Valéria e afirma:

“É um erro e um mal repelirmos tais Espíritos que devemos encarar quais mendigos a pedirem esmola. Digamos antes: É um espírito infeliz que os bons me enviam para educar. Conseguindo-o, restar-nos-á toda a alegria decorrente de uma boa ação, e nenhuma melhor que a de regenerar uma alma, aliviando-lhe os sofrimentos. Penosa é muitas vezes essa tarefa e melhor fora, por certo, receber continuamente belas comunicações, conversar com Espíritos escolhidos; mas não é buscando a nossa própria satisfação, nem repudiando as ocasiões que se nos oferecem para praticar o bem que havemos de atrair a proteção dos bons espíritos.” (p. 201)

2.8.08

Espiritismo Comentado na Universo Espírita


O número 55 da revista Universo Espírita publicou a matéria "Doutrinação ou Atendimento?" do nosso blog. Além do que o leitor já conhece, há uma apresentação sintética da vida e obra de Hermínio Miranda, autor do livro "Diálogo com as Sombras", publicado pela FEB.

Leia também muitas outras matérias, que tratam de Stanislav Grof, Dependência Química, do episódio das fotografias de fadas que ludibriou Conan Doyle e diversas matérias sobre as associações de profissionais da área de direito e o Espiritismo.

12.2.08

Doutrinação ou Atendimento?

Foto 1: Capa da Primeira Edição do Diálogo com as Sombras

Élcio Pires nos enviou a seguinte questão:
Gostaria de ouvir você sobre nossa ação numa reunião mediúnica. Como médium, DOUTRINAMOS, ou ESCLARECEMOS um Espírito que se manifesta a procura de ajuda? O termo “doutrinar”, pode levar a idéia de impor “algo a alquém”? Ou, nesse ato, “doutrinar ou esclarecer” acabam tendo o mesmo sentido? Qual sua opinião?

Hermínio Miranda no livro "Diálogo com as Sombras" (FEB) afirma que doutrinar é "instruir em doutrina ou , simplesmente, ensinar". Na página 67 ele discorre sobre os problemas que o termo doutrinador traz:

- "... o espírito que comparece para debater conosco os seus problemas e aflições, não está em condições, logo aos primeiros contatos, de receber instruções doutrinárias, ou seja, acerca da Doutrina Espírita, que professamos, e com a qual pretendemos ajudá-lo. Ele não vem disposto a ouvir uma pregação, nem predisposto ao aprendizado, como ouvinte paciente ante um guru evoluído. Muitas vezes ele está perfeitamente familiarizado com inúmeros pontos importantes da Doutrina Espírita. Sabe que é um Espírito sobrevivente, conhece suas responsabilidades perante as leis universais, admite, ante evidência que lhe são mais do que óbvias, os mecanismos da reencarnação, reconhece até mesmo a existência de Deus.(...)
Portanto, o companheiro encarnado, com quem estabelece o diálogo, não tem muito a ensinar-lhe, em termos gerais de doutrina. "

Ele continua o capítulo tratando das qualidades e perfil do doutrinador. Apesar de criticar o termo, não o substitui.

Em nosso grupo, insatisfeitos com o termo doutrinador, utilizamos a palavra atendente e atendimento, que é mais próxima da idéia de atendimento psicológico e que tem suporte nas obras de André Luiz, que faz uso do termo atendente. Entendemos que o papel da pessoa que conversa com os espíritos é atendê-los, como faz um psicólogo em sua clínica. Devemos às vezes esclarecer, raramente instruir em doutrina, evitando a posição professoral ou do sacerdote exorcista.

Quanto à etimologia da palavra doutrinar, ela pode assumir o sentido de ensinar compulsoriamente e até mesmo punir, como nos mostra o mestre Houaiss:
v. (1344 cf. IVPM) 1 t.d.int. formular, transmitir, pregar doutrina ou nela instruir alguém; ensinar 2 t.d. incutir em (alguém) opinião, ponto de vista ou princípio sectário; inculcar em alguém uma crença ou atitude particular, com o objetivo de que não aceite qualquer outra 3 t.d.int. ant. educar, corrigir com castigo 4 t.d. ant. fazer adestramento de; amansar, amestrar ¤ etim doutrina + -ar; ver doc(t)- ¤ sin/var adoutrinar; ver tb. sinonímia de instruir ¤ ant desdoutrinar ¤ par doutrinaria(1ª3ªp.s.)/ doutrinária(f.doutrinário[adj.s.m.])

Tenho certeza que com todo este cuidado linguístico, não adianta nada dizermos que atendemos se continuamos a impor pontos de vista ou ensinar doutoralmente e não há problema em se dizer que se doutrina espíritos, desde que o sentido esteja associado ao exercício do Ágape Paulino.

Figura 2: Dedicatória do Livro feita pelo autor a José Mário Sampaio