Mostrando postagens com marcador Leopoldo Machado. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Leopoldo Machado. Mostrar todas as postagens

9.8.23

TRÊS PILARES ESPÍRITAS DO SÉCULO 20


O Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro, vai fazer um ciclo de conferências nas próximas três sextas-feiras, das 20 às 22 horas, sobre três espíritas do início do século 20. Carlos Imbassahy, Deolindo Amorim e Leopoldo Machado.

Faremos as palestras sobre Imbassahy e Leopoldo, e Wilson Garcia fará a palestra sobre Deolindo. 

Inscrições são gratuitas e estão abertas no link: bit.ly/classicos-3

Participem! 





22.2.16

CANÇÃO DA ALEGRIA CRISTÃ

Cheguei quase no horário do início da reunião. Já havia estado naquela sala no mesmo dia, lendo as atas escritas pela mocidade da casa nos anos 70. Alguns dos personagens, cujos estudos estavam sintetizados brevemente, já estão no plano espiritual.

Passados os estudos, iniciou-se a parte da prática mediúnica. O silêncio imperava, alguns passes foram indicados pelo dirigente. Um espírito começou uma comunicação e no meio da fala pediu o médium que cantasse a música de Leopoldo Machado e Oli de Castro, Canção da Alegria Cristã. Inibindo a sugestão ele começou a recitar a letra, mas tropeçava nos versos. O espírito comunicante insistia que a música fosse cantada, mas o médium não tomava a inciativa. De repente, um dos membros, não se contendo, começou a cantar. Uma voz puxa a outra. Daí a pouco homens e mulheres presentes se alternavam fazendo uma bela “segunda voz” como nos tempos da mocidade.

De repente percebemos que era uma das músicas que cantávamos com o arranjo que surgiu, espontâneo, há trinta anos, nas reuniões de jovens da casa. A canção ergueu-se, bela, pela sala. Uma comunicação emocionada surgiu. O sentimento de profunda harmonia foi compartilhado por todos.


Os médiuns com alguma percepção haviam visto alguns dos personagens da leitura da manhã e alguns outros, ligados à casa e à mocidade, desde o início da reunião. Deixo então esta interpretação coletiva da canção da alegria cristã para sua apreciação. Aconteceu na comemoração dos 98 anos do nascimento de Leopoldo Machado, no Lar de Jesus, instituição fundada por um ele e por sua esposa na baixada fluminense, com a presença de trabalhadores notáveis da história do movimento espírita do estado do Rio de Janeiro.




26.9.15

RECUPERADO FILME SOBRE O PRIMEIRO CONGRESSO DE MOCIDADES ESPÍRITAS DO BRASIL



Leopoldo Machado e Lins de Vasconcellos foram os organizadores do Primeiro Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil, acontecido em 1948. Leopoldo defendia ideias de fortalecimento das atividades espíritas ligadas à ação social e aos problemas humanos. Ele intitulava de Cruzada de Espiritismo dos Vivos, estes princípios.

O vídeo parece ter sido criado como propaganda do evento, ele destaca a abertura, os apoios, as instituições que colaboraram com sua realização e os destaques, mas não apresenta o conteúdo ou suas deliberações. 

As principais ideias de Leopoldo Machado para as mocidades espíritas encontram-se no livro "Cruzada do Espiritismo dos Vivos", publicado em 1948 pela editora paulista O Clarim, de Matão-SP. Como foi publicado no mesmo ano do Congresso, não há nele informações sobre o que foi defendido ou deliberado.

O Anuário Histórico Espírita, organizado por Eduardo Carvalho Monteiro, traz mais algumas informações sobre o evento, que foram obtidas em entrevista de Thaumaturgo José Luz com Antônio Lucena.

Gabriela Araújo Costa, em sua biografia sobre Leopoldo, publicou as informações abaixo sobre o Congresso:

"Ainda em 1948, Leopoldo Machado, por sua preocupação e dedicação ao movimento espírita jovem, é convidado para presidir o I Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil. Leopoldo recusa, dizendo pertencer a FEB o direito à presidência do Congresso. A FEB, por sua vez, recusa o convite, alegando já haver a União das Juventudes Espíritas do Distrito Federal. Leopoldo então aceita o convite para presidir o Congresso e, em 17 de julho de 1948, inicia-se uma das mais belas manifestações do Espiritismo de Vivos. Foram mais de 600 jovens de vários estados trocando experiências sobre o funcionamento de suas Mocidades, obras assistenciais, edição de jornais, entre outras atividades.

Transcrevemos as conclusões do evento em outra matéria do Espiritismo Comentado, baseada em um livro de Clóvis Ramos, cedido por Eduardo Carvalho Monteiro. Confira:

11.3.08

QUAIS FORAM AS CONCLUSÕES DO CONGRESSO DE MOCIDADES ESPÍRITAS DE 1948?

Foto 1: Plenária do 1o. Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil realizado no Rio de Janeiro em 1948. Lins de Vasconcellos encontra-se de pé, ao microfone. Fonte: Anuário Histórico Espírita. Eduardo Carvalho Monteiro, Editora Madras/USE-SP, 2003. p. 25.


Muitos jovens no Brasil sabem que foi realizado o Congresso de Mocidades Espíritas em 1948, organizado por Leopoldo Machado. Sabe-se também que houve a participação de jovens de todo o Brasil. Clóvis Ramos estima que havia mais de 200 mocidades espíritas atuantes no Brasil àquela época. Hoje, a grande maioria dos Centros Espíritas se preocupa em manter um grupo de jovens.
Quais foram, contudo, as decisões desse congresso? Que ações ele desencadeou no movimento espírita brasileiro?

1. Criou um conselho consultivo para as mocidades no Brasil, composto de 15 membros entre jovens e adultos, que foram eleitos no congresso.
2. Adotou um programa padrão para as Mocidades, proposto por Leopoldo Machado, a ser adotado pelas Mocidades que não tinham programação de estudos.
3. Recomendou não utilizar o nome juventude, e sim, mocidade, para que não houvesse confusão com os movimentos político-partidários da época.
4. Incentivou os jovens a engajarem-se em campanha nos centros espíritas para que os espíritas encaminhassem seus filhos à evangelização infantil (então chamada de aulas de moral cristã na infância).
5. Recomendou o uso de uniformes ou distintivos a serem usados nas reuniões solenes e festivas.
6. Para que a mocidade pudesse realizar eventos e trazer expositores, além dos gastos usuais, recomendou a criação de um quadro de sócios e realização de festivais de arte espiritualista com venda de ingressos para a formação de uma espécie de fundo.
7. As mocidades deveriam apoiar o Esperanto, ministrando cursos em suas sedes para os interessados.
8. Recomendou a fundação de um Diário Informativo, com seções de cunho moral e propaganda do Espiritismo sob o seu tríplice aspecto. Este órgão seria de âmbito nacional.
9. Sugeriu-se a criação de colônias de férias, preferencialmente junto aos lugares de assistência social, para recreio dos confrades, com renda revertida para as atividades assistenciais.
10. Adotou a Canção da Alegria Cristã (Leopoldo Machado e Oli de Castro) como hino da mocidade espírita do Brasil.
11. Recomendou a realização de música, teatro, declamação e canto em reuniões e festas sociais (e não nas reuniões de estudo), sempre com finalidade educativo-doutrinárias.
12. Recomendou o tratamento menos cerimonioso e mais íntimo nas conferências e programas festivos em geral (o que na época era entendido como evitar Excelentíssimo Senhor, Vossa Excelência e Vossa Senhoria, por exemplo).

Clóvis Ramos explica que o conselho teve vida efêmera e com a Unificação (Pacto Áureo) adotou-se o termo Departamento das Juventudes da Federação Espírita...

16.2.08

Leopoldo Machado e Marília Barbosa


Procurei o livro "Graças sobre Graças" de Leopoldo Machado para extrair alguma das situações que ele viveu em visita a Belo Horizonte.

De Chico Xavier a Martins Peralva, passando por inúmeros espíritas que antecederam a nossa geração, a crônica do arauto de Nova Iguaçu recupera usos e costumes do movimento espírita da época.

Contudo, detive-me na segunda parte do livro, que trata da desencarnação de Marília Barbosa, esposa de Leopoldo. Ele nos abre algumas de suas vivências, de forma transparente e corajosa.

Encurtando a história, Dona Marília desencarnou de câncer, em uma época na qual a medicina tinha parcos recursos. Durante sua doença, manteve-se viva e ativa quanto pode. Operou-se na Casa de Saúde Santo Agostinho, mantida pela Associação Espírita Obreiros do Bem. "Anestesiada a gases aspirados" viu uma estrada muito ampla, com a figura luminosa do Cristo que a chamava com o braço direito, dizendo: - Vem! Após despertar, ela disse: "Preferi viver mais, para fazer muito bem a muita gente!"

Ainda hospitalizada, recebeu a visita de Lins de Vasconcellos e Campos Vergal. Os dois e Leopoldo combinaram os planos para a realização do Primeiro Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil.

Leopoldo narrou diversos eventos dos quais ela participou até a desencarnação.

Emocionou-nos o episódio que passo a transcrever:

"Uma tarde, abrindo os olhos de um ligeiro sono narcótico, deu conosco ao lado do seu leito, com os olhos em lágrimas.

- Você chorando? Você não é homem para choro!

- Quem pode vê-la assim, que lhe queira bem, e não chore! Perdoe, sim!

- Não pensei que você fosse tão meu amigo!"

Marília desencarnou em 1949 pedindo a Leopoldo: ..."não me deixem canonizar!"

O leitor minimamente informado vai se recordar do Lar de Jesus em Nova Iguaçu, de sua participação operosa e respeitada nesta comunidade e de sua presença silenciosa no movimento espírita.

Minha alma se cala, em sinal de respeito.