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12.10.09

GUILLON RIBEIRO MODIFICOU A TRADUÇÃO DE "A GÊNESE"?


Está havendo um debate no meio espírita sobre as diferenças de tradução de "A Gênese", principalmente entre a terceira, quarta e quinta edições.

Carlos de Brito Imbassahy descobriu durante um programa que há diferenças entre a 5a. edição publicada pela FEB e a 3a. edição, que ele tem no original francês. Isto é fato, não há como negar. As explicações de Imbassahy podem ser lidas em http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/movimento/traducoes-falsas.html.

O que não me parece correto é a inferência (isto mesmo, inferência) que ele faz, de que Guillon Ribeiro teria modificado intencionalmente a obra de Kardec possivelmente motivado pela sua simpatia com as ideias de Roustaing.

Obtive na internet o original da Revista Espírita de 15 de março de 1885. Qualquer um pode acessar o site da Encyclopédie Spirite http://www.spiritisme.net/, cadastrar-se e baixar o texto publicado pelos espíritas franceses contemporâneos, que nenhuma relação guardam com as diferenças do movimento espírita no Brasil Imperial e da República Velha.

Àquela época, Pierre Leymarie (possivelmente, pelo que se entende da leitura do texto), foi acusado de ter modificado os textos de "A Gênese" após a desencarnação de Kardec, por Henri Sausse, hoje conhecido como biógrafo de Kardec. Esta acusação, considerada infundada por Desliens, secretário de Kardec e um dos diretores da Sociedade Científica do Espiritismo, responsável pela publicação da Revue, denota que já havia uma confusão sobre que texto utilizar, quando Guillon Ribeiro nem espírita era.

Irei publicar a tradução do texto, realizada gentilmente por amigos, um deles francês e a outra amiga de Carlos Imbassahy (pai), que a conheceu na tenra infância e autografou um de seus livros com uma sensível poesia.

As decisões sobre o texto a ser publicado por "A Gênese", foram tomadas àquela época, e posso dizer que tive acesso ao texto de uma edição francesa posterior às polêmicas, que traz o texto semelhante à primeira edição e muito fiel à tradução de Guillon.

Publico este e publicarei outras informações sobre a situação, nada preocupado com a questão, qual seria a edição definitiva do livro de Kardec, mas discordando veementemente da acusação de fraude feita a Guillon Ribeiro.

Agradeço aos amigos do Espiritismo Comentado se conseguirem os originais das edições francesas (a primeira eu já tenho, graças à gentileza de Washington Fernandes) e tenho também a tradução do original de Carlos de Brito Imbassahy, feito por ele próprio.