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9.3.12

DEUS PUNE?




A concepção espírita de Deus difere da de outras doutrinas cristãs. Deus não é visto como Espírito ou pessoa, mas como uma inteligência superior e a causa primeira de tudo.

Quando Allan Kardec escreve sobre a permissão de Deus para os atos dos homens, ou fala de castigos, ele se refere às leis universais, criadas por Deus e que conferem consequências e limites às ações do homem. Esta visão é bem clara na questão abaixo de "O Livro dos Espíritos" que transcrevo no EC:


964. Mas, será necessário que Deus atente em cada um dos nossos atos, para nos recompensar ou punir? Esses atos não são, na sua maioria, insignificantes para Ele?

“Deus tem Suas leis a regerem todas as vossas ações. Se as violais, vossa é a culpa. Indubitavelmente, quando um homem comete um excesso qualquer, Deus não profere contra ele um julgamento, dizendo-lhe, por exemplo: Foste guloso, vou punir-te. Ele traçou um limite; as enfermidades e muitas vezes a morte são a conseqüência dos excessos. Eis aí a punição; é o resultado da infração da lei. Assim em tudo.”

12.12.07

A Noite de São Bartolomeu

A Boa Nova Editora traduziu do russo mais um romance psicografado pela médium Wera Krijanowskaia, de autoria do Espírito Rochester.

Como a maioria dos romances de Rochester, ele se caracteriza por uma mescla entre o fantástico e o real. Como quase todo livro de Rochester, a feitiçaria se entrelaça ao fenômeno mediúnico, como um tempero da história contada. A reencarnação é citada mas não faz parte da trama. Do Espiritismo, encontra-se o caráter moral e o conceito de Nêmesis, uma deusa grega que personificaria a lei de ação e reação (na cultura grega, o destino traçado, do qual o homem não tem como fugir, uma idéia um pouco diferente da nossa).

A Noite de São Bartolomeu é um romance linear que se desenvolve em torno da vida de Diana, filha do Barão D'Arni. Ele tem ao fundo as intrigas da corte de Carlos IX e Catarina de Médicis.

O editor fez um trabalho muito interessante de pesquisa, apresentando fontes históricas que corroboram as informações que o autor espiritual fornece sobre os personagens reais da trama. São dezenas de citações no pé de página dos livros, de obras literárias e históricas.

A narrativa não é psicológica, mas os acontecimentos e revezes da história prendem o leitor do início ao fim. Uma boa leitura para as férias que se aproximam.