Com o avanço das ciências, novas
possibilidades de estudos sobre o passe ou técnicas similares às que vemos nas
sociedades espíritas se abriram. Ao contrário do que pensam alguns confrades,
os estudos sobre os passes não findaram ao apagar das luzes do século XIX.
Na Grã-Bretanha, há associações
de “spiritual healers”, com milhares de inscritos. São pessoas que se propõem a
tratar de pessoas doentes com imposição de mãos, normalmente sem toques no
corpo. A busca destes profissionais pela população tem influenciado muitos
pesquisadores da área de saúde a realizarem estudos, pelo menos sobre os
resultados observados, em comparação com doentes que não passam pelo tratamento
(por que não desejam).
Os estudos não são poucos. No
Brasil, um grupo de universidades tem acesso a uma base chamada “Periódicos
Capes”, que é formada por diversas bases de dados internacionais. São milhares
de revistas técnicas de todas as áreas de conhecimento.
Ao digitar a expressão “spiritual
healing” no campo de pesquisas por assunto, encontrei 116.455 artigos. Então
usei os filtros e reduzi para artigos, revistos por pares, da área de medicina
e encontrei 3615 artigos. Diante da
dificuldade, escolhi apenas os artigos que tinham a expressão “spiritual
healing” no título, publicados entre 2010 e 2017. Para minha surpresa são 78
artigos para se ler.
Vendo os resumos dos textos,
descobri que pesquisadores brasileiros estão criando um novo termo de pesquisa
para seus trabalhos. Trata-se de spiritist
“passe”, expressão cunhada por que estudaram os passes no ambiente
espírita. Obtive 37 retornos (alguns duplicados).
Este pequeno esforço me fez
pensar em duas coisas. A ideia que a ciência ou as ciências não se interessam e
têm preconceito para os estudos sobre os passes, precisa ser revista. Há muitos
trabalhos modernos, que atendem às exigências contemporâneas de publicação, infinitamente
maiores que comparadas com o século XIX. Houve o desenvolvimento da metodologia
de pesquisa, da estatística e o aumento (e a formação) dos pesquisadores e das
áreas de conhecimento limítrofes (psicologia, física, biologia, medicina,
etc...). Logo, são estudos com muito mais qualidade que os que lemos nos livros
dos magnetizadores do século XIX, por exemplo.
A segundo ponto, é que com a
exigência de internacionalização das publicações, trabalhos originalmente
seriam publicados em português, estão sendo publicados em inglês, para atingir
a um público maior. Se os espíritas desejarem estar “em dia” com o que se
produz de conhecimento, às vezes em sua própria cidade, precisarão estar
atentos e ter acesso, de alguma forma, a livros e artigos publicados na língua
de William Shakespeare.
"Prece e curas espirituais" é
o tema central do 13o. Encontro da Liga de Pesquisadores do Espiritismo, que
acontecerá em São Paulo, nos dias 26 e 27 de agosto. Inscrições abertas
em http://usesp.org.br/13o-enlihpe/
Vagas limitadas.