1. Atualidade do termo fluido ao espiritismo (Alexandre Fontes da Fonseca)
5.3.16
APRESENTAÇÃO DE TRÊS TRABALHOS DO REFORMADOR
1. Atualidade do termo fluido ao espiritismo (Alexandre Fontes da Fonseca)
17.11.13
EÇA, POR FERNANDO
4.12.10
AS ARTES MEDIÚNICAS DE FERNANDO
A editora da Federação Espírita Brasileira mantém em catálogo obras antigas, pouco comerciais, mas muito importantes para o estudo do Espiritismo.
Quando estudava o livro "Sessões Práticas e Doutrinárias do Espiritismo", de Aurélio Valente, tive a oportunidade de ler passagens da obra psicografada por Fernando de Lacerda, que de princípio impressionou-me.
Adquiri recentemente os quatro livros da coleção "Do País da Luz", no qual se encontram textos atribuídos a Eça de Queiroz, Camillo Castelo Branco, Júlio Dinis, Alexandre Herculano, Padre Antônio Vieira e outros escritores conhecidos da literatura portuguesa e francesa, entremeados por espíritos desconhecidos.
Capa do primeiro livro publicado pela FEBFernando foi estudado por espíritas portugueses, como o Dr. Souza Couto, que apresenta no prólogo do primeiro livro suas pesquisas e conclusões favoráveis à tese da mediunidade. Ele dá mostras de conhecimento da literatura científica da época e dos autores europeus que pesquisaram os fenômenos espirituais.
Médium psicógrafo, Fernando esteve sempre a duvidar e buscar evidências de sua própria faculdade, mas não temeu tornar públicos seus trabalhos de origem mediúnica.
Perseguido em Portugal após a implantação da república em 1910 e tendo perdido seu cargo de sub-inspetor de polícia administrativa, acusado de ser identificado com a monarquia (ele defendia publicamente a ideia de Deus e era espírita-cristão), Fernando vem ao Brasil em 1911, onde se integraria aos trabalhos da Federação Espírita Brasileira.
Para que não fique muito extenso, deixo ao leitor um poema do volume 1, atribuído a João de Deus (poeta português da segunda metade do século XIX). Ele foi psicografado simultaneamente com outra poesia, tendo a um lado da mesa o Dr. X. S. e ao outro Fernando de Lacerda. Eles psicografavam simultaneamente sextilhas. Ao final do trabalho, descobriu-se que um houvera psicografado as sextilhas pares dos dois poemas e o outro as ímpares. Os poemas se chamam À Mocidade e A Mocidade. Deixo transcrito apenas o segundo.
João de DeusA Mocidade
Ó mocidade,
Riso e saudade,
Do meu amor!
Hora tão linda
Que breve finda
Imersa em dor!
Aragem breve
Que bem de leve
Cicia e passa,
Sonho infantil,
Curto, sutil,
Cheio de graça!
Manhã rosada,
Branca alvorada,
Dia outonal!
Cativa flor,
Essência olor,
Dum roseiral!
Aura fagueira,
Que vem ligeira
Sorrir ao velho,
E o faz chorar
Ao remirar
Aquele espelho.
Ai quem lhe dera,
Por vã quimera,
Ser sempre assim!
E rindo, louco
Ir pouco a pouco,
Chegando ao fim!...