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5.8.16

MEMÓRIA ESPÍRITA DO ESTADO DE GOIÁS



Já se vão dezessete anos que o estudioso Eduardo Carvalho Monteiro idealizou e partiu para o trabalho de congregar estudiosos espíritas em torno de uma rede que permitisse a troca de informações e a preservação da memória do movimento espírita. Ele não era historiador de formação, mas certamente era memorialista de coração, e mesmo sem conhecer as grandes escolas da história, dispôs-se a procurar fontes, recuperar documentos, pesquisar livros raros, digitalizar o que pudesse e escrever livros de memória do movimento espírita.

Esta raiz do que hoje se tornou a LIHPE, está presente no pensamento dos que participaram dos primeiros anos de trabalho e embora a ênfase na memória não seja mais o propósito central da Liga, continua a ser um de seus pilares.

Não me lembro ao certo do ano, acho que foi em 2009, quando recebemos no evento a participação dos irmãos Airton e Eurípides Veloso de Matos, fruto do convite do então presidente da União Espírita Mineira, Marival Veloso de Matos.
Eles nos brindaram com sua simpatia infinita, com sua alegria e com uma curiosidade imensamente positiva. A impressão que tínhamos é que estavam em casa, aproveitando o evento como se estivessem visitando os parentes que não viam há muito.

Não sei em qual das nossas conversas veio a proposta, meio que desafio. Por que eles não escreviam sobre a história do movimento espírita de Goiás? Estavam radicados há muito e eram trabalhadores da FEEGO. 

Os convites são curiosos. Muitas pessoas nem reagem a eles. Algumas costumam dizer que não são capazes ou não estão prontas, respostas socialmente mais aceitas que dizer: "Isto dá muito trabalho" ou então, "Isto não interessa". Mas a reação dos dois foi diferente.

Sentimos falta dos irmãos no encontro seguinte, eles realmente haviam deixado saudades. Durante a organização do próximo ENLIHPE, eis que temos boas notícias. Eles haviam escrito um livro no contexto de um projeto denominado "Memória Espírita do Estado de Goiás", encampado pela Federativa.




Em 2011, os dois voltaram ao ENLIHPE para autografar a primeira pérola do seu projeto, o livro "Os primórdios do Espiritismo em Goiás". Cabelos grisalhos, riso fácil, fizeram um trabalho que soma capacidade de articulação, regionalismo, reflexão e contribuição para a memória espírita. 



Um ano depois, em 2012, veio a segunda pérola: Raízes Espíritas, Região Metropolitana, onde tratam de Chico Xavier e do espiritismo no triângulo mineiro, da influências geo-politicas na expansão do espiritismo em Goiás, do Centro Espírita Aprendizes do Evangelho e da União Espírita Goiana, sobre a sociedade goiana e alguns dos principais Centros Espíritas na região metropolitana, além das biografias de 28 espíritas, considerados pioneiros do Movimento Espírita Goiano. No final, algo para todos consultarem: uma cronologia de acontecimentos sobre o espiritismo em Geral, com a inserção dos principais eventos em Goiás.

Os dois, realmente, colocaram Goiás no mapa! Em grande estilo. E penso que fizeram justiça a trabalhadores que conheci, como Romeu Pelá, cuja história de vida não poderia ser varrida para o Letes do esquecimento.

Continuo com saudades dos dois. Vejam que não estou só nas minhas memórias sobre sua participação nos ENLIHPEs: