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26.11.14

JORNAL O GLOBO PUBLICA MATÉRIA SOBRE ESTUDO DE CARTAS DE JAIR PRESENTE, PSICOGRAFADAS POR FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER


O jornal O Globo publicou matéria em seu blog e entrevista com o Dr. Alexander da Universidade Federal de Juiz de Fora sobre um estudo conduzido pelos Drs. Alexandre Caroli Rocha e Denise Paraná. Ele pode ser acessado em http://oglobo.globo.com/sociedade/pesquisa-cientifica-avalia-veracidade-das-cartas-de-chico-xavier-1-14662863

Um artigo escrito a partir da pesquisa foi publicado pela revista Explore (Nova York) do grupo Elsevier (eles têm escritórios em 24 países e trabalham com a divulgação de publicações voltadas à ciência, saúde e tecnologia) e pode ser lido em inglês no seguinte link:


Segue uma tradução dos resultados apresentados no abstract do artigo.

"Identificamos 99 itens de informação verificável nestas treze cartas, 98% destes itens foram classificados como "de ajustamento claro e preciso" e nenhum item foi classificado como "sem ajustamento". Concluímos que explicações geralmente utilizadas para a acurácia da informação (ou seja, fraude, acaso, vazamento de informações, e leitura à frio) são apenas remotamente plausíveis. Estes resultados parecem dar suporte empírico para teorias não reducionistas da consciência."

19.11.13

CHICO SOB A ÓTICA DOS INTELECTUAIS DOS ANOS 30-40


Humberto de Campos com a farda da ABL

Com a desencarnação de Chico Xavier abriu-se um novo ciclo de exposição à mídia, e nos últimos anos muitos pesquisadores das universidades oriundos de diversos campos de conhecimento têm publicado sobre ele. 

Este "revival" vem acompanhado de velhas questões, algumas sobre a natureza de suas faculdades. Mesmo tendo sido discutidas no passado, a perda de contato com os debates antigos faz com que novos estudiosos voltem a fazer mais do mesmo, acreditando-se inéditos.

Alexandre Caroli Rocha, Doutor em Literatura Brasileira pela Universidade de Campinas, defendeu dissertação de mestrado e tese de doutorado analisando o Parnaso e a produção de Humberto de Campos antes e depois da morte. 

Ele acaba de publicar um artigo pela revista Ipotesi, da Universidade Federal de Juiz de Fora, intitulado "Complicações de uma estranha autoria (o que se comentou sobre textos que Chico Xavier atribuiu a Humberto de Campos". 

A revista é qualificada pela CAPES, como Qualis A1-Nacional, ou seja, é uma revista que se encontra no topo das categorias para o Brasil. 

O Dr. Alexandre apresenta em seu trabalho as mais diferentes opiniões de experts em literatura e outros intelectuais nos anos 30 e 40, quando o Chico ainda era um médium desconhecido para o grande público.

Caroli identificou dois níveis de análise da produção do médium mineiro. O nível 1 envolveria o próprio texto psicografado (se é semelhante ou diferente aos textos produzidos pelo "morto" em vida, por exemplo) e o nível 2 seriam considerações sobre "a gênese da criação literária de Chico Xavier" (se os textos seriam ditados pelo diabo, ou seriam fruto do inconsciente, por exemplo). Não vou tratar da análise de Alexandre Caroli, já que o leitor pode ele próprio ler e formar opinião ao acessar o texto completo no link: http://www.ufjf.br/revistaipotesi/files/2011/05/CAP02-25-36.pdf

Uma questão que incomoda a um psicólogo que estudou minimamente a psicanálise durante sua graduação, diz respeito ao uso inadequado do conceito de inconsciente como alternativa para explicar o fenômeno mediúnico. Esta discussão fica para outra publicação, por sua complexidade. Para que o leitor não fique no ar, este inconsciente como uma espécie de baú onde se acham guardadas informações esquecidas ou herdadas que são acessadas pelas pessoas, não é freudiano, nem junguiano.

Uma questão que é suscitada na leitura do trabalho que não deve passar despercebida é como os pastichadores precisam preparar-se para produzir suas imitações de estilo e conteúdo, e como é difícil a produção de conteúdo diverso e coerente, sem estudo profundo. Ao analisar-se o fenômeno Chico Xavier, o pastiche só se sustenta ante uma espécie de teoria da conspiração, aos moldes do que pesquisava Hodgson, quando colocava detetives atrás das médiuns que estudava, para saber se elas pesquisavam os assuntos sobre os quais produziriam.

Uma análise do conteúdo da obra do Chico assusta, porque ele faz metáforas com conceitos de física (Mecanismos da mediunidade), de biologia (Evolução em dois mundos), ele analisa casos psiquiátricos (No mundo maior), ele apresenta poetas de diferentes escolas e estilos (Parnaso de além túmulo), ele discute questões de diferentes áreas do conhecimento (O consolador), ele faz descrições meticulosas de fisiologia humana (Missionários da Luz) ele analisa o evangelho ("Caminho, verdade e vida" e outros livros). Chico não é um médium que apenas produziu conselhos morais e escreveu textos esparsos, como quis dizer um velho professor de psicopatologia que tive, mestre da oitiva e do esguelho, em matéria de espiritismo.

Acho que passeei. Leiam o trabalho do Dr. Alexandre e comentem!

2.1.13

INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS PUBLICOU ENTREVISTAS SOBRE O ESPIRITISMO



O Dr. Alexandre Caroli Rocha avisou-nos da publicação realizada em 2010 pela Revista do Instituto Humanitas Unisinos sobre o espiritismo. Os links para as entrevistas se encontram em uma régua vertical, à esquerda, com os nomes dos respectivos entrevistados. Eles vêm da história, antropologia, teologia e outros campos do conhecimento.

Os temas são muito interessantes e polêmicos. O caráter cristão do espiritismo, as tendências minoritárias new age e capitalista (ética da prosperidade), os paralelos entre o espiritismo e os cultos afro, espiritismo e ecologia, reencarnação e ressurreição são brevemente tratados pelos autores, cada um em sua área de atuação e dentro de seu contexto de produção.

Obviamente, o rigor acadêmico dos autores não assegura verdade, nem um perfeito ajustamento com a nossa visão do espiritismo, mas o diálogo é bastante rico e merece um bom debate.

Feliz 2013 aos leitores do EC, com muitas questões para se pensar ao longo do ano.

PS: Após a primeira publicação desta matéria o Alexandre Caroli Rocha enviou mais uma matéria de Bernardo Lewgoy nesta revista e pediu que fosse reconhecida a fonte em que ele encontrou a referência, o site Espiritualidade e Sociedade, do nosso amigo comum, Maurício.

18.9.10

HUMBERTO, CHICO E ALEXANDRE

Humberto de Campos

Com este título intrigante, tomei a liberdade de apresentar no Célia Xavier um dos trabalhos mais interessantes que li recentemente.

Todos adivinharam quem é a dupla Humberto e Chico: o escritor Humberto de Campos e Francisco Cândido Xavier, mineiro do século e médium.

Alexandre é um acadêmico, doutor pela UNICAMP, que pesquisou, entre outras coisas, as citações de Humberto-Espírito, escritas pelo lápis célere do médium de Pedro Leopoldo-Uberaba.

Minha impressão é de assombro (e redescobri que Sócrates tinha razão: não sei muito mesmo). Ele dá oito exemplos de citações que deveriam estar na cabeça de Humberto e não deveriam estar na cabeça de Chico, se os empiristas tivessem razão e fôssemos todos "tábulas rasas".

Só para instigar o leitor do blog: Há uma citação atribuída a Ernest Renan: "o cérebro queimado pelo raciocínio tem sede de simplicidade, como o deserto tem sede de água pura ".

Alexandre procurou na obra de Renan e encontrou a citação no livro Souvenirs d'enfance et de jeunesse. A citação está em francês: “Le cerveau brûlé par le raisonnement a soif de simplicité, comme le désert a soif d’eau pure”. Difícil o Chico ter acesso a isto, não é mesmo?
Quando ele fez uma pesquisa na Biblioteca Pública Benedito Leite, de São Luiz - Maranhão -, onde se encontra a biblioteca pessoal de Humberto de Campos, encontrou um exemplar deste livro de Renan que pertencia ao escritor.

Mais um exemplo ao nosso interessado leitor. O livro psicografado se chama Boa Nova, e o autor espiritual cita Horácio (65a.C., 8 a.C.):

“Ó sol fecundo
Que com teu carro brilhante
Abres e fechas o dia!...
Que surges sempre novo e sempre igual!
Que nunca possas ver
Algo maior do que Roma.”
Após apresentar os versos a um latinista, Alexandre encontrou o livro "Carmen Saeculare", versos 9-12, no qual se lê: “Alme Sol, curru nitido diem qui promis et celas aliusque et idem nasceris, possis nihil urbe Roma uisere maius”
Eu não falo latim (nem o Chico), mas acredito no Alexandre que afirma ser uma tradução - "talvez inédita".

Quer ler mais? São mais de oito exemplos em "A Temática Espírita na Pesquisa Contemporânea", que pode ser encontrado pela internet, no Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - CCDPE (http://www.ccdpe.org.br/) ou adquirido, em Belo Horizonte, na Livraria da Associação Espírita Célia Xavier (31-3334-5787) - Rua Coronel Pedro Jorge, 314 - Prado.

2.10.08

Espiritismo e Universidade: Tese de Doutorado na UNICAMP

Autor da Tese: Alexandre Caroli Rocha

Anote o link: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000443434

Ele vai levar você à tese "O caso Humberto de Campos : autoria literaria e mediunidade".

Leia o resumo: Entre 1937 e 1969, publicaram-se 12 livros que o médium Francisco Cândido Xavier atribuiu ao escritor Humberto de Campos e a Irmão X. O objetivo desta tese é estudar o funcionamento autoral desses textos. Ela foi dividida em cinco capítulos: uma apresentação de Humberto de Campos; um breve histórico da mencionada atribuição de autoria; uma análise da construção de um autor espiritual; uma leitura de cinco textos do conjunto mediúnico; e uma interpretação das noções autorais despertadas por tais livros

Read the Abstract: Between 1937 and 1969, the medium Francisco Xavier published 12 books that he attributed to Humberto de Campos and Brother X. The purpose of this doctoral thesis is to investigate the authorial functioning of this system. The present work is divided into five chapters: a presentation of Humberto de Campos; a short historical overview of the socalled authorship attribution; an analysis of the construction of a spiritual author; a critical reading of five texts taken from the mediunic set of writings; and an interpretation of the authorial notions suscitated by such books

16.12.07

Dissertação de Mestrado da UNICAMP trata do Parnaso

Foto 1: Alexandre Caroli Rocha, autor da dissertação.


Alexandre Caroli Rocha defendeu dissertação de mestrado sobre o conhecido livro psicografado por Francisco Cândido Xavier: Parnaso de Além Túmulo.

Em sua dissertação se encontra uma vasta revisão sobre a produção mediúnica, a interferência de espíritos e médiuns no texto, a similitude do estilo literário ao lado de uma intenção retórica dos espíritos e muitas outras características próprias ao texto mediúnico de médiuns conhecidos como o próprio Chico, Yvonne Pereira e Divaldo Franco.

É uma dissertação que merece ser lida, porque traz mais uma contribuição lúcida a uma literatura geralmente esquecida pela Universidade Brasileira e paradoxalmente muito lida pelo público brasileiro de espíritas e simpatizantes.

Quem desejar ter acesso ao texto completo basta acessar a biblioteca de teses eletrônicas da UNICAMP no endereço http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000236698