Conheci o Passini a partir das suas letras. Ele fazia artigos críticos de trabalhos espíritas, aos moldes acadêmicos. Ele argumentava e discutia as ideias, nunca as pessoas. Sentia-se na obrigação de explicar que era normal, no meio acadêmico, esse tipo de debate de ideias. Na verdade, essa prática tão evitada por alguns espíritas, não era muito diferente do que fazia Allan Kardec, em sua notável Revue Spirite. Coloquei bem no início do texto, porque tenho certeza de que essa é uma marca que ele gostaria que fosse associada à sua imagem. Análise e discussão de ideias, algo bem próprio de um professor, título que deve lhe ser mais caro que o de pesquisador ou de administrador da coisa pública.
Pessoalmente, conheci-o no Centro Espírita Manoel Felipe Santiago, em Belo Horizonte, época em que vinha convidado para fazer palestras e divulgar o espiritismo. Ele era sério, mas uma pessoa alegre. Parece contradição, mas não é. Seriedade para expor seus estudos e ideias, alegria no trato com os que estavam assistindo, ou que o procuravam após a palestra, para ter aquele "dedo de prosa" bem mineiro.
Havia sido reitor, mas ela horizontal no trato. Em momento algum servia-se do currículo ou dos títulos para defender suas propostas. Tratou a todos em Belo Horizonte, de igual para igual.
O entusiasmo que está nesse texto póstumo irradiava dele. Olhos brilhantes, palavras com emoção, alegria de estar sendo recebido para divulgar Allan Kardec.
Vocês podem ver que o conheci pouco, mas que ele falou muito com seu jeito de ser. E agora, nos antecede na grande viagem. Vai com Deus, com os espíritos familiares e amigos, aqueles que conquistou com suas ações em sua trajetória pela vida terrena. Oxalá nos encontremos, no futuro para falar de Kardec e comer pão-de-queijo no infinito.
Bom dia ! Conheci esse confrade apenas de nome. Que os amigos espirituais o amparem na transição, e proporcionem paz e consolo à família.
ResponderExcluirGostava de assistir às palestras online que ele fazia de casa, aos domingos, na época da pandemia. Senti falta quando terminaram. O final do texto mencionando comer pão de queijo no infinito é ótimo: tenho comigo que nós que reencarnamos por aqui nas Minas guardaremos essencialmente traços da passagem nessas terras. Assim como vemos terem ficado "marcados" os espíritos vindos da antiga Roma e alguns outros locais específicos, de fortes características. Possivelmente nos perguntem no futuro, no espaço ou em outras vidas, "você já foi mineiro, né?". E que os bons amigos amparem José Passini em seu redespertar, e com a nossa gratidão. Elisane - Belo Horizonte
ResponderExcluirBelo comentário.
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