Propaganda do filme. Já saiu de cartaz.
Após acompanhar uma verdadeira guerra de opiniões sobre o último filme dirigido por Clint Eastwood, criei coragem e adquiri o blu-ray, que já está sendo comercializado e possivelmente alugado nas locadoras.
Alguns críticos diziam que era o pior filme do ex-ator e atual diretor, feito para ganhar uns trocados aproveitando a onda espiritualista. Outros diziam que era o melhor filme dirigido por ele, se observássemos que ele trata da vida e do homem, e não da mediunidade.
Eu gostei de tudo. O roteiro lembra o comemorado Babel, não direi porque, para não atrapalhar as emoções daqueles que não o assistiram ainda.
A mediunidade do personagem de Matt Damon não é o centro do filme, é uma espécie de fundo. O diretor focaliza no conflito que vive o médium em função das dificuldades do exercício de sua faculdade. A cena se desenrola na relação entre o médium e a pessoa que o procura, mais que entre o médium e o espírito. Por esta razão, na minha opinião ganhou um ponto quem acha que o filme é sobre a vida, o humano, as emoções e a sociedade de consumo.
A jornalista Marie vive uma experiência de quase morte que altera todo o seu mundo pessoal e profissional. Suas escolhas decorrentes de sua experiência levam-na ao que no filme e aqui no Brasil chamamos de Conspiração do Silêncio.
Quem mais me tocou foi o menino Marcus e sua busca incansável por seu irmão e pela reconstrução de sua família. Em sua fragilidade ele representa a força do ser humano, sua capacidade de superação e de inspiração.
Os espíritas ganham de graça um passeio pelo mundo dos médiuns londrinos, dos pesquisadores psíquicos e dos herdeiros do "modern spiritualism" anglo-saxão.
Cenas belíssimas, cortes secos, música deliciosa, cenários ricos e variados, o filme se parece às vezes com uma projeção de slides de três histórias que se embaralham. Eu vi e recomendo.