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17.4.11

AS MÃES EM CANNES


Foto 1: Luiz Eduardo Girão, produtor do filme, ladeado por Eliana Haddad e Izabel Vitusso do Jornal Correio Fraterno

As Mães em Sampa

As Mães de Chico Xavier fizeram sua pré-estréia em São Paulo no dia 30 de março, no Shopping Center Eldorado. Estimou-se um público de 1500 pessoas.

A comunidade espírita prestigiou o evento e participou ativamente.

As Mães no Brasil

O filme teve uma boa estréia, perdendo apenas para o hollywoodiano Rio. As Mães não investiram milhões em mídia, como os longas estrangeiros, nem teve o apoio da poderosa Rede Globo, com suas propagandas e merchandizing. A produção optou pelo marketing de rede, que foi oferecer as pré-estréias com pipoca e refrigerante a um grande público formador de opinião. Uma lógica muito coerente com a de Chico Xavier, para a tristeza das agências de publicidade e a alegria do público, razão de ser do filme.

Os efeitos são surpreendentes. Até 11 de abril, quase 350 mil pessoas já haviam assistido o filme. Se ele continuar nas salas de cinema pode chegar a um milhão de espectadores ou mais. Ele perdeu apenas para o longa Rio, cujo poderio do marketing reservou salas e salas de exibição nas grandes redes de salas de cinema.



Foto 2: Pedro Nakano, expositor espírita, "tietando" a atriz Vanessa Gerbelli


As Mães e a Crítica

Os críticos estão fazendo uma série de comentários ao filme. Francisco Russo, do site Adoro Cinema, focalizou em alguns pontos a sua avaliação:

1. O filme aproveita a "onda espírita" na mídia brasileira.
2. O filme é simplório e óbvio, por isso, cansativo
3. A questão do aborto foi tratada sob a ótica espírita, não permitindo ao espectador pensar sobre o tema complexo


Como a crítica é um exercício de diálogo, penso que a primeira afirmação é descabida ou pelo menos parcial. Não sei se o Francisco esteve no lançamento do filme, mas a Estação da Luz é uma produtora que quer dar imagem e som ao pensamento espiritualista. O filme estava sendo produzido antes do lançamento de Nosso Lar, como documentamos neste blog. Na verdade, ele é uma consequência do sucesso de bilheteria de Bezerra de Menezes: Diário de um Espírito, e irá gerar outros filmes, como O Livro dos Espíritos. Este filme não quer "fazer alguns trocados", como ele diz, mas quer atingir um grande público, penso.

Quanto ao filme ser cansativo, talvez haja um fundo de verdade. O roteiro poderia ser melhorado, mas já teve um imenso avanço com relação a Bezerra de Menezes. Não posso deixar de falar que a Estação da Luz é uma produtora em nascimento, uma iniciante do cinema em terras cearenses. Contudo, com certeza, o filme está longe de ser cansativo como o polêmico "Je vouz salue Marie", de Goddard, celebrado pela crítica e intragável, não por motivos religiosos, mas por seu roteiro nada óbvio e imensamente entediante e inextricável. O festejado "Deus e o Diabo na Terra do Sol" do ícone Glauber Rocha, é igualmente chato embora politicamente engajado e corajoso. "Fanny e Alexander" de Ingmar Bergman, é a chatura encarnada em filme. E ai de quem, pobre moral, ousar falar o que escrevi. Será visto como ignorante, inculto, e banido do círculo seleto dos intelectuais. Se o considera chato é porque não o entendeu, dirão os pedantes intelectuais do cinema, nada diferentes dos meus colegas de Universidade. Como na universidade, há uma grande vaidade em se sentir uma elite intelectual, diferenciada. Não digo que este é o caso do nosso comentarista, que me parece sensato e dialógico, mas infelizmente é uma herança cultural brasileira, que já foi ironizada pela Carla Camuratti em seu Carlota Joaquina - Imperatriz do Brasil.

Quanto à abordagem do aborto, considero que o crítico infantiliza o público. O roteiro sairia de seu rumo se se fizesse um grande debate entre os personagens sobre o aborto. O filme mostra a visão espírita, e especialmente do Chico, sobre o aborto. Como é uma visão de grupo minoritário, considerada por muitos como metafísica e indigna de participar de um debate racional, com certeza gera polêmica e debate, e já gerou, no próprio texto do comentarista. O público brasileiro está mais escolarizado que há décadas, mais politizado pelo próprio exercício da escolha de representantes e dirigente e é bem capaz de pensar nos argumentos que tem sido veiculados pelos quatro ventos.

Concordo com Francisco Russo que há muito o que avançar tecnicamente, mas como sou torcedor do América de Minas Gerais, sei bem o que é competir com gigantes financeiros do esporte brasileiro. Acho que As Mães está fazendo uma ótima campanha....

As Mães em Cannes


13 de maio é a data de exibição do filme brasileiro no internacionalmente famoso e badalado "Festival de Cannes". As mães vão vestir longo e passear no sul da França.

Creio que o público de Cannes tem tudo para não considerar óbvio o filme. A mediunidade e o Espiritismo ainda são ilustres desconhecidos na terra de Allan Kardec, e chegam a ser vistos como algo exótico e curioso. Curioso estou eu, aguardando as reações da crítica e do público internacionais ante a nossa produção verde-amarela.

22.3.11

AS MÃES E O FEMININO

Foto: Pirateada do blog oficial do filme... Clique na imagem e acesse-o

Ontem à noite fui, com minha filha de 9 anos, à pré-estréia do filme "As Mães de Chico Xavier. Apesar de iniciar às 21 horas, foi uma correria sem fim, posto que o trânsito e os encargos do dia a dia da capital mineira não ajudaram muito.

As salas de projeção do Pátio Savassi são confortáveis e amplas, e a primeira boa surpresa da noite foi encontrar o saguão de acesso aos cinemas lotado, com algumas pessoas conhecidas, muitos interessados, imprensa e a badalação costumeira com produtor e alguns atores. Nelson Xavier estava com a simpatia de sempre, tirando fotos com os fãs, bastante assediado.

Após nos munirmos do kit cinema, indispensável a uma jovenzinha de 9 anos (e a outro de mais de 40), outra surpresa. A produção distribuiu pipoca e refrigerante à multidão que lotou pelo menos três salas de projeção do pátio.

Na abertura, um produtor entusiasmado fala do filme e de outros projetos, agradecendo ao público o apoio com Bezerra de Menezes: História de Um Espírito, que possibilitou a filmagem deste.
Aos cinéfilos interessados em temas espíritas, a Estação da Luz mostrou um trailer de um novo filme sobre "O Livro dos Espíritos", com uma cena que lembra muito o texto "Há um século", psicografado por Chico Xavier e adaptado aos dias de hoje. O cinema brasileiro vive bons dias, foi-se o tempo das pornochanchadas, e o cinema volta a falar da alma brasileira...
O filme é um misto de drama e suspense. Não é um dramalhão, mas um roteiro psicológico, que acompanha como se fosse uma sinfonia, os estados de alma de três mulheres, mães, de três gerações diferentes. Elas parecem simbolizar todas as mulheres que procuraram o Chico e que continuam procurando forças para viver após a perda de grandes amores.
A habilidade dos responsáveis pela fotografia não consegue ocultar as locações na capital cearense, cuja praça, cadeia pública e outros patrimônios da brasilidade são facilmente reconhecíveis por quem já esteve nesta bela cidade. Contudo, isso não atrapalha o conjunto da obra, posto que se utilizou muito dos recursos de focalizar os atores de perto, no rosto, dando vida às mudanças de expressão e ao balé das emoções, no qual Vanessa, Tainá e Via são espetaculares.
A reconstituição de época tem seus limites. A capa dos livros da codificação que aparecem não é a dos anos 70 e 80, o bebedouro na sala de espera do hospital não é o da minha infância e juventude, eu não vi audis conversíveis rodando na época da reserva de mercado, mesmo entre gente muito rica, mas gostei de recordar da placa amarela do carro do Santiago, das roupas anos 70 dos artistas que comemoravam o fim de um curso, do figurino das atrizes e atores.
O roteiro não é linear, é um baralho de cartas, bem embaralhado, para que as histórias e os desfechos apareçam aos poucos e a atenção dos assistentes fique presa. Para compreender bem, atenção é fundamental, e um pouco de conhecimento espírita ajuda a entrever o que vai acontecer.
Minha filha se perdeu no vai e vem do tempo que aparece poucas vezes, e perguntou se um dos personagens era ou não outro, mas não tirou os olhos da tela. Saiu serelepe como entrou e conversou muito sobre o filme, para a tristeza de quem assentou junto a nós (e a alegria da produção, penso eu). Sentiu medo em uma das cenas, que lhe evocou o inferno, apesar de sua educação espírita. A cena é muito bem criada, porque mistura episódios que encontramos nas ruas das grandes cidades brasileiras com uma menção fotográfica ao mundo dos espíritos. Talvez ela tenha razão, e esta vivência, sobre a qual não posso falar muito, para não estragar a experiência do leitor que vai ver o filme, seja mesmo um inferno.
É um filme muito colorido, como as paisagens nordestinas. Não tem muitos recursos tecnológicos, estilo Hollywood, mas tem atrizes que dão show de interpretação, estilo teatro brasileiro.
O Nelson que me perdoe, mas elas roubam a cena. Até mesmo a atriz que faz a Dinorá (mulher que cuida do Chico em Uberaba), com seu sotaque mineiro e escapadelas do seu espírito cearense, hipnotiza a platéia. O personagem de Nelson exige suavidade das emoções e as mulheres expressam seu mundo íntimo com maestria e liberdade.
É um filme que tinha tudo para ficar cansativo, e não ficou. Neste mês de março, ganhamos um filme sobre os espíritos, mas muito mais sobre o mundo feminino que tanto admiro. Temas como maternidade, aborto, dorgas, morte de entes queridos, casamento, relacionamentos, sofrimento, amor maternal, insegurança, obsessão espiritual e psicológica, amor conjugal, perdão e compreensão são cartas embaralhadas neste roteiro que se parece com um tarô e a cada minuto apresenta uma das cartas da alma feminina.
Não direi ao leitor que vá ver o filme do Chico. Direi que vi um filme sobre a mulher brasileira, e adorei. A propósito, as atrizes são belíssimas...

5.5.10

ESPIRITISMO COMENTADO EM FORTALEZA: AS MÃES DE CHICO

A Estação da Luz, que gravou “Bezerra de Menezes”, tem um novo projeto: o filme “As Mães de Chico Xavier”.


A trama envolve três mulheres, que perdem seus filhos e vão procurar o médium mineiro em busca de consolo. Artistas conhecidos pelo público participam das gravações. Nelson Gonçalves fará novamente o médium.

Uma das locações do filme “As Mães de Chico Xavier”, que deverá estar nos cinemas ainda este ano, é a cidade de Fortaleza. Fazíamos um tour pela cidade quando a guia nos mostrou a equipe e comentou sobre a tolerância do brasileiro com as diferentes religiões, o que não é comum na Europa (a guia era portuguesa).

EC tirou fotos da equipe de filmagem no Passeio Público, em frente à Santa Casa.


Abaixo se vê a equipe de filmagem em atividade.


Mais informações podem ser obtidas no blog http://asmaesdechico.blogspot.com/