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9.12.10

DR. CLEOMAR CONCEDE ENTREVISTA SOBRE MATERIALIZAÇÕES DE UBERABA



Dr. Cleomar Borges de Oliveira, de Franca, concedeu entrevista ao Espiritismo Comentado sobre as Materializações de Uberaba. Cleomar participou do episódio da Revista "O Cruzeiro", e presenciou os trabalhos que tornaram conhecida a médium Otília Diogo. Ele narra de forma simpática sua vivência com os espíritos materializados, Chico Xavier, Waldo Vieira e dá muitos detalhes vividos pessoalmente.
Agradecemos a ele, ao Hospital Psiquiátrico Allan Kardec e ao Adolfo de Mendonça Júnior o apoio para a realização deste vídeo de doze minutos.

14.8.08

Memórias de uma Enfermeira dos Espíritos

Foto 1: Dona Odete
Jáder Sampaio
Extremo Sul da Bahia, década de 90. Convidado a fazer uma palestra em no Centro Espírita Semente de Luz, em Mucuri, fiquei conhecendo Dona Odete.

Ela havia sido fundadora desta sociedade espírita, mas tinha uma longa trajetória anterior na participação em sociedades espíritas. Sua experiência mais interessante foi com uma médium de efeitos físicos que durante anos trabalhou em reuniões de materialização e tratamento em Teófilo Otoni, Minas Gerais, chamada de Sinhá, segundo sua filha Vera.

Os doentes participavam da reunião. Dona Odete assumia a frente dos trabalhos como se fosse uma enfermeira. Organizava, preparava o material que seria utilizado, agendava os presentes, entre outros cuidados. Um de seus cuidados mais especiais era com os vidrinhos de vacina que esterilizava, rotulava, enchia com água e colocava à vista dos membros da reunião. Ao longo da sessão, sob a ação espiritual, a água dos vidrinhos mudava sua constituição: uma nova cor, um novo odor e um sabor diferente. Cada vidrinho, destinado ao tratamento de uma pessoa diferente, podia apresentar uma coloração diferente dos demais. Um detalhe: eles estavam fechados e lacrados.

Outra peculiaridade da reunião: os espíritos materializavam-se na penumbra e conversavam com os presentes. Dona Odete guardou consigo uma fita K7 na qual registrou de forma amadora as vozes dos seres que surgiam e se manifestavam. É, talvez, além da memória dos que participaram, o único registro que fizeram e que resistiu ao tempo.
Comentários, orientações, explicações, um humor leve, tudo isto se encontra nos muitos minutos de gravação. José Grosso e Palminha são alguns dos espíritos materializados que falaram ao público (e tiveram suas vozes registradas pelo gravador).

Ao terminarem-se as sessões, estavam escritas as prescrições e orientações de uso do conteúdo dos vidrinhos. Como não havia curiosidade científica, não tenho notícia de qualquer envio para análise das substâncias modificadas ao longo das sessões. Uma pena!

Odete informou-me que uma vez Chico Xavier foi assistir aos trabalhos. Ele advertiu aos organizadores que aquele tipo de mediunidade tornar-se-ia cada vez mais raro. De fato, hoje se contam nos dedos os grupos que trabalham com efeitos físicos, e são mais raros ainda aqueles que obtém fenômenos expressivos, com participação de ectoplasma tangível e visível. Será que na presente encarnação ainda assistirei um renascimento deste tipo de fenômeno para fins de estudos controlados? Espero que sim.

6.3.08

Quem é o Espírita mais Querido de Minas Gerais?

Figura 1: Manoel Alves e Filhas. Da esquerda para a direita: Marilene, Maria Inês e Ismália.

Cemitério da Paz. Uma pequena multidão se aglomerava para prestar suas homenagens a Honório Abreu em um pequeno velório. Ao redor das edificações, em meio a jardins e corredores, espíritas que não se viam há muitos anos aproveitavam o momento para cumprimentar-se e rever-se. De muitas bocas eu ouvi a seguinte frase: Onde está Seu Manoel? Não posso deixar de vê-lo... Fiquei uns trinta a quarenta minutos ao seu lado, e espíritas dos mais diferentes centros espíritas e cidades paravam um minuto para cumprimentá-lo, abraçá-lo, receber ou dar notícias.
Quem é Manoel Alves? Como se tornou espírita?
Manoel Antônio Alves é natural de Belo Horizonte, da região do bairro Betânia, mas reside há muitos anos no Padre Eustáquio. Reencarnou-se em 18 de janeiro de 1925. Em 1951 foi diagnosticada uma esquistossomose. Os remédios para a doença eram trazidos da Alemanha e estavam sendo fornecidos para o Brasil de forma irregular, em decorrência do final da guerra.
Através do irmão de Chico Xavier, de nome André Luis, foi chamado a participar de uma reunião de tratamento com o médium de Pedro Leopoldo.
O Espírito Scheilla participou dos trabalhos de tratamento. Seu Manoel, com muito medo, ficou observando o Chico ajoelhado, fazendo uma prece, próximo a uma cama de solteiro com lençol branco.
Ele viu o surgimento de uma estrela luminosa, semelhante a uma estrela do mar, sobre a cama e o médium de Pedro Leopoldo falando ao irmão, com sotaque puxado ao alemão: "Manoelzinho vai morrer de medo!"
Ele relata que chegou a suar frio naquele primeiro contato com os espíritos.
Chico, mediunizado, saiu do quarto e colocou a estrela em sua mão. Era um objeto físico, tangível, envolto em uma substância luminosa. Em seguida, foram atendidas outras pessoas.
Manoel ficou curado da doença e das sequelas no fígado e no baço que começavam a apresentar sintomas. Em Uberaba, Scheilla ainda lhe indicou um medicamento para tratar prováveis lesões ainda existentes nos doís órgãos.
Após o tratamento, Manoel passou a estudar o Espiritismo e tornou-se um espírita convicto, atuante e, diga-se de passagem, rigoroso com o conhecimento espírita. Pessoalmente, é a criatura mais fácil de se afeiçoar, pelo bom humor, pelo tratamento gentil que dispensa a todos e o jeitinho mineiro de ser e de contar casos. Posteriormente, o Espiritismo Comentado vai apresentar mais da trajetória deste trabalhador da Doutrina nas terras mineiras.