14.4.15
JOÃO
26.3.15
RELAÇÃO ENTRE CENTROS ESPÍRITAS E ÓRGÃOS DO ESTADO
6.7.11
GOVERNO FEDERAL FORMALIZARÁ O SUAS
SUAS é o sistema único de assistência social, inspirado no modelo no Sistema Único de Saúde. Segundo o Jornal do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRPMG), ele será coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, mas as ações serão implementadas nos três níveis de Estado (federal, estadual e municipal), assim como acontece no Sistema Único de Saúde.
4.7.10
PARCERIA: NOVAS POSSIBILIDADES DE PROMOÇÃO SOCIAL
6.12.09
AÇÃO SOCIAL ESPÍRITA NO INÍCIO DO SÉCULO XXI
Quando se pensa em assistência social, promoção social ou ação social espírita, acredito que se trata de um jogo de gato e rato com o Estado. Neste jogo, nós somos o rato, ou seja, estamos onde não está o Estado.
Todos conhecem a mensagem do espírto Cáritas em "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Ela passeia pelos subúrbios de Paris, à época, uma capital européia sem políticas sociais. O espírito fica sensibilizado com famílias que não tinham o mínimo para sobreviver ou enfrentar o rigoroso inverno Europeu. Kardec preocupava-se em montar uma caixa de assistência, no seu projeto de 1868, período em que a Sociedade Parisiense deixara de ser um grupo de estudos para tornar-se uma espécie de associação comunitária, caráter que marcou muitos dos centros espíritas do Brasil.
Se Cáritas estivesse hoje, fazendo sua ronda em Belo Horizonte, ela teria algumas outras preocupações.
Vivemos em uma sociedade múltipla (pessoas abaixo da linha da miséria, pessoas pobres, pessoas de classe média e pessoas ricas ou muito ricas) com alguma ação do Estado contra a pobreza, a doença e a ignorância.
Uma família pobre, geralmente constituída de mãe e filhos, outras de mãe, companheiro temporário e filhos, e uma minoria de mãe, pai e filhos, tem acesso a direitos sociais, como posto de saúde, alguns medicamentos, escola pública e mais recentemente uma minguada, mas útil, bolsa escola.
As mães pobres não são apenas cuidadoras, mas provedoras, e muitas trabalham fora de casa, o que justifica o sistema de educação infantil (creches). Os dados oficiais informam que há 60 instituições publicas de educação infantil e 193 creches conveniadas, totalizando o cuidado de cerca de 38.500 crianças. Não consegui saber quantas são as crianças em situação de risco de 0 a 6 anos, mas em uma cidade com mais de dois milhões de habitantes, com certeza faltam vagas para educação infantil.
Penso que Cáritas também se incomodaria com o analfabetismo funcional dos pais. Ela veria crianças que não conseguem aprender e pais que chegam tarde em casa e não podem ensinar, porque têm o trabalho doméstico para fazer e porque não sabem.
Ela se preocuparia muito com o futuro destas crianças, porque sabe que para ganhar um salário que as sustente, elas precisam concluir o ensino médio, saber ler, escrever e dominar as matemáticas, pelo menos a álgebra.
Cáritas também veria traficantes a distribuir cestas básicas para ser aceitos pela comunidade e a recrutar crianças para sua organização, que dissemina o vício e leva à morte prematura. Ela veria as crianças com baixa auto-estima e núcleo familiar fragilizado como vítimas preferenciais do crime organizado e da violência familiar.
Quem, então, este espírito destacaria? Se fosse no movimento espírita, Cáritas, com certeza, valorizaria quem promove o reforço escolar, regado a lanche e brincadeiras (há que se lutar pela infância). Ela valorizaria quem recebe estas crianças fora do período escolar e as retiram da rua, que tornou-se espaço de risco social.
O espírito que foi martirizado em Roma, valorizaria quem ensina estas crianças e seus pais a acreditarem no futuro, trazendo pessoas que enfrentaram e venceram a pobreza sem optar pela via do crime.
Cáritas também valorizaria quem educa as jovens mães, para que aprendam a cuidar dos filhos.
Ela se emocionaria com a juventude espírita, se a encontrasse retirando algumas horas da sua semana, já atribulada, para ensinar àquelas crianças o que os pais não conseguem.
Ela escreveria pelos que montam bibliotecas comunitárias e pelos que facilitam o acesso ao material escolar, especialmente quando este não é disponibilizado pelas autoridades.
Acho que Cáritas pediria aos grupos de costura para fazerem e consertarem uniformes escolares, despesas relativamente altas para as famílias que mal conseguem comer, bancarem com seus salários minguados.
Os princípios cristãos continuariam intocáveis, mas a ação no mundo modificaria, porque o mundo mudou, e sempre que o governo conseguisse erradicar da nossa sociedade um mal social, os espíritas, influenciados por Cáritas, modificariam sua prática, porque ainda falta muito para vivermos em um mundo feliz.
24.7.09
CRÔNICA: SEXTÃO EM NOVA LUZ
Autorizações escritas dos pais em mãos, aguardamos que uma mãe esquecida chegasse esbaforida de carro, trazendo o papel que esquecera para que a filha pudesse seguir com o grupo.
Figura 1: Sextão com as prendas preparadas para distribuir em Nova Luz
O bairro Rosaneves fica em Ribeirão das Neves, considerada cidade dormitório por alguns analistas econômicos e região de criminalidade violenta pela Polícia Militar. Seguimos a BR040 até a entrada para Esmeraldas e entramos à direita. O comboio de carros de passeio seguia em fila indiana, e dentro dos veículos a conversa era animada.
Ao chegar ao bairro, a paisagem modifica. Casas simples em uma arquitetura horizontal, um comércio ativo porque era manhã de sábado e uma comunidade evangélica em cada quarteirão. Muitas destas comunidades eram simples como o povo, mas a igreja da Universal se destacava com sua altura acima da linha dos telhados e as grandes janelas azuis, penso que indicando prosperidade em meio à simplicidade.
Chegamos cedo, mas já havia crianças e mães à porta, esperando, álacres.
As paredes são simples e o salãozinho estava decorado com frases da mediunidade de Chico Xavier e da codificação em banners feitos com dedicação e pequenos problemas de ortografia.
As salas de aula foram transformadas em barraquinhas de jogos: boca do palhaço, latas empilhadas, arremesso de argolas e outros, tão característicos das festividades juninas.
Aos poucos as crianças foram entrando e eu saí para a rua para conversar com os membros da população que foram atraídos pela curiosidade. Uma criança, que não publicarei o nome nem a foto, olhava por detrás do gradil procurando pelos colegas que já haviam entrado. Eu perguntei se ele conseguia ver alguma coisa, e nós dois ficamos meio decepcionados, porque as janelas abertas e as filas não permitiam ver os jogos. Eu perguntei porque ele não entraria e ele me respondeu chateado que não podia porque ali era um Centro Espírita e os pais evangélicos jamais o inscreveriam na evangelização espírita. Solidário, perguntei se ele não ia no culto ou na escola infantil da igreja evangélica que os pais freqüentavam, e ele apenas me disse que não gostava de lá.
As crianças entravam e recebiam cartões que indicavam o número de vezes que poderiam jogar (e ganhar alguma coisa, uma pipoca doce, uma prenda...) Os impressos eram do DCE da UFMG, iam ser jogados fora após seu uso em alguma comemoração, e a coordenadora resolveu dar uma nova utilidade antes de reciclá-los. Até o papel impresso enchia os olhos das crianças.
Os motoristas fomos visitar o terreno e ouvir os planos que os olhos brilhantes do Carlos tinham para aquela luz acesa na comunidade. Uma fábrica de vassouras, tendo em vista a auto-sustentação, uma plantação de flores, um novo espaço para as atividades que vão surgindo com a adesão dos moradores da região ao grupo e ao Espiritismo.
Fiquei de enviar a ele possibilidades de captação de recursos para a efetivação de seus projetos.
Terminada a evangelização ainda encontramos membros da comunidade na biblioteca, trazendo e levando livros espíritas para casa. Outros estavam prontos para as aulas de informática, em um pequeno laboratório com máquinas já antigas, mas úteis para a inserção digital dos interessados.
Tudo organizado, voltamos cansados e felizes para os carros e voltamos conversando durante os quarenta e cinco minutos de estrada. O Henrique, de sete anos estava satisfeito. Perguntei a ele se gostava mais da atividade ou das aulas de evangelização, que ele me respondeu com a honestidade franca infantil: - Você está brincando? É claro que a excursão é melhor!
7.7.09
CASA DIA: UM PROJETO DE APOIO A QUEM QUER FICAR DE "CARA LIMPA"
A Janete, da Fraternidade Luiz Sérgio, solicitou que o EC divulgasse sua atividade de ação social. Eles desenvolveram um conjunto de atividades para auxiliar pessoas que estão lutando para ficar livres da dependência química (Álcool, drogas, etc.).
É uma iniciativa inteligente, que atinge um segmento geralmente estigmatizado pela sociedade, parabéns à Fraternidade. Não sei informar sobre custos, peço à Janete que me auxilie enviando mais informações. Leiam o texto abaixo enviado pela Fraternidade.
Casa Dia - Projeto Afeto
Trata-se do acolhimento dos recuperandos no horário das 8:00 h às 18:30 h, com o objetivo de mantê-los em atividade e amparados espiritualmente, enquanto assimilam conhecimentos que os fortalecerão no processo de abstinência e na luta contra a dependência.
Atualmente estamos nos dedicando àqueles que, embora consigam manter-se abstinentes de segunda a sexta-feira, acabam sucumbindo aos sábados e domingos. Para esses mantemos toda uma estrutura de apoio e assistência aos finais de semana, oferecendo:
- Grupos de apoio – Programa Renascer
- Técnicas de abstinência
- Dinâmicas de Grupo
- Assistência e tratamento Espiritual
- Meditação
- Atendimento Fraterno
- Arteterapia
- Cerâmica
- Desenho e Pintura
- Esportes
- Atividades alternativas (vídeos – informática - alfabetização)
- Café da manhã, almoço e lanches
Aos sábados e domingos de 8:00h às 18:30h.
Rua Três Pontas 2055 – Padre Eustáquio – BH
Telefone: (31) 3082-6037
3.3.09
AS ATIVIDADES DO LAR DA CRIANÇA EMMANUEL
Este projeto visa uma ação educativa complementar a escola, onde os educandos realizarão atividades de ampliação do universo cultural, descobrindo suas potencialidades com o objetivo voltado para o desenvolvimento da comunicação, da sociabilidade, da habilidade para a vida e fortalecimento da auto-estima sempre em sintonia com a escola, família e comunidade. As crianças e adolescentes que participarão deste projeto terão a oportunidade de vivenciar momentos de inteira aprendizagem além de aprender noções de respeito, cumplicidade e executar tarefas que lhes permitirão ensinamentos para suas vidas, além de aulas de reforço para aqueles com dificuldades no processo de aprendizagem, capoeira, dança, artes, judô, futebol, musica, jardinagem e informática."
4.10.08
Toda Assistência é um Assistencialismo?
Assistência social: conjunto das medidas através das quais o Estado (ou entidades não governamentais) procura atender às pessoas que não dispõem de meios para fazer frente a certas necessidades, como alimentação, creches, serviços de saúde, atendimento à maternidade, à infância, a menores, velhos etc.; serviço social
Assistencialismo: 1 soc doutrina, sistema ou prática (individual, grupal, estatal, social) que preconiza e/ou organiza e presta assistência a membros carentes ou necessitados de uma comunidade, nacional ou mesmo internacional, em detrimento de uma política que os tire da condição de carentes e necessitados 2 pol pej. sistema ou prática que se baseia no aliciamento político das classes menos privilegiadas através de uma encenação de assistência social a elas; populismo assistencial
Não é preciso fazer uma revisão de literatura muito profunda para ver que existe uma diferença marcante entre a assistência social e o assistencialismo, como se pode observar nos verbetes do dicionário Houaiss. A primeira palavra tem o sentido de uma espécie de socorro, auxílio. A segunda palavra é seu pejorativo, ela focaliza o momento em que o socorro tem uma intenção pérfida, que é a de manter o socorrido necessitado com finalidades político-econômicas.
Apesar desta distinção gritante, a idéia de que toda assistência é um assistencialismo tornou-se vigente. Tem-se construído ao longo dos anos um preconceito imenso contra os trabalhos de auxílio empreendidos principalmente pelas instituições religiosas.
Eu já ouvi em uma reunião de estudantes a expressão “amansar o cordeiro” referindo-se às práticas assistenciais. Foi uma reunião curiosa, porque os acadêmicos “politizados” tinham medo de ter sua imagem associada a qualquer prática de auxílio, generosidade (esta sim, uma palavra mais aceita), socorro, apoio. Como se a omissão de socorro pudesse ser capaz de criar consciência social, pudesse mobilizar as pessoas a construir uma sociedade melhor, tivesse um valor em si.
Há mais de vinte cinco anos participo ativamente do movimento espírita, e tenho visto em poucos momentos a prática de assistencialismo, em muitos a prática de assistência. Os resultados são modestos (assim como os recursos que se consegue para obtê-los) mas atingem muitas vezes seu tímido papel transformador, ao contrário de muitas políticas de estado (que contam com grandes recursos e esparsos resultados).