Ênio Wendling
Recebi ontem a notícia da
desencarnação de Ênio Wenling, médium e liderança muito expressiva do Grupo de
Fraternidade Irmão Glacus, da capital mineira. Foi no dia 17 de janeiro do corrente.
Conheci o Ênio, ou melhor, o vi
em atividade mediúnica pela primeira vez no Grupo de Fraternidade Irmã
Scheilla, em Belo Horizonte, no início dos anos 80. Papai (José Mário Sampaio)
havia sido convidado para fazer uma palestra em uma tarde de domingo e fui
assistir. Era organizada pelo Grupo da Fraternidade Irmão Glacus, que ainda não
tinha sua sede no bairro Padre Eustáquio. Era uma espécie de reunião de
confraternização, e o Glacus tinha por prática separar um tempo para que
médiuns de psicofonia e psicografia pudessem permitir a manifestação dos espíritos.
Ênio foi o médium de José Grosso e Palminha. Um deles conversou em voz alta com
meu pai.
A construção da sede do Glacus no
Padre Eustáquio foi cheia de histórias. Houve a aquisição de um terreno na Nova
Suíça, cuja construção foi interrompida com um grande incêndio. Vendido o
terreno e adquirido outro, lembro-me dos automóveis que foram expostos na Praça
Sete, coração de Belo Horizonte, para o esforço de venda de rifas autorizadas
pelo governo federal, com a finalidade de arrecadação de recursos. O Glacus,
hoje conta com a sede no Padre Eustáquio e outra, imensa, com creche, parque
gráfico e outros espaços, na região do Ceasa.
Anos depois passei por uma
situação interessante com o médium. Já construída a sede do “Glacus”, fui
convidado a fazer uma palestra, durante a semana, à noite. Nunca havia feito
qualquer exposição nesta casa, e não conhecia os organizadores da reunião,
excetuando o Ênio, que lá estava, e que não conhecia pessoalmente. O salão da
casa ficou enorme e estava cheio. Neste dia, atrasei-me e quando cheguei a
reunião já havia iniciado. Resolvi não me identificar e assentei ao fundo, no
cantinho, para assistir à reunião. Vieram as exposições e depois as
comunicações, como de praxe. Não me recordo bem quando, mas iniciaram-se os
passes. O Glacus seguia uma orientação, talvez iniciada no antigo Centro
Oriente, que cada passista deveria aplicar apenas três passes. Eles não acatam
a orientação do espírito André Luiz, no livro Conduta Espírita, de “jamais
temer a exaustão das forças”. Daí a pouco fui procurado pelas pessoas deste
serviço, que me pediram que aplicasse passes. Ante minha expressão de dúvida,
disseram que foi orientação espiritual e que havia vindo da mesa de trabalhos.
Jamais soube se alguém me identificou ou se foi pela via mediúnica que souberam
que eu sabia e tinha condições de aplicar passes. Depois do terceiro,
agradeceram minha contribuição.
Já publiquei no Espiritismo
Comentado sobre o Grupo da Fraternidade Irmã Ló, onde Ênio trabalhou como
médium, ainda no período em que se tratava apenas de uma residência onde se
faziam reuniões de materialização, com a presença de outros médiuns que ganharam
expressão no movimento espírita, como Peixotinho. Estes trabalhos deram notoriedade a Jair Soares, que doaria no futuro a casa para a construção de um centro espírita.
http://espiritismocomentado.blogspot.com.br/2008/11/grupo-da-fraternidade-irm-l.html
Fiquei devendo os artefatos materializados, que eles guardam até hoje em uma
pequena cristaleira.
Ênio retornou à pátria
espiritual, após uma longa existência dedicada à mediunidade e à caridade. O
movimento espírita da capital mineira lhe deve o reconhecimento e uma multidão
de pessoas o agradece por tudo o que conseguiu realizar.
Localizei uma biografia no site da FEIG e uma entrevista com ele,
do jornal Evangelho e Ação, para o leitor que se interessar por sua biografia: