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25.9.20

A MEDIUNIDADE NO LABORATÓRIO

 


Publicamos na revista Reformador de setembro de 2020 uma síntese breve de alguns resultados obtidos pela pesquisa recente da mediunidade, realizada pelos pesquisadores do Windbridge Institute, nos Estados Unidos.

Durante anos a pesquisa dos fenômenos de efeitos intelectuais, como os denomina Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, esteve parada em função das escolhas feitas pela comunidade de pesquisadores. Muitos, como Rhine, optaram por interromper a pesquisa de fenômenos de efeitos físicos, por entenderem que sempre que um médium era pego em fraude, os demais resultados obtidos eram postos em questão, inviabilizando o avanço do conhecimento. O pesquisador resolveu estudar fenômenos mais simples, como a telepatia, empregando cartas e o método experimental, capaz de identificar probabilisticamente a obtenção de resultados superiores por determinados grupos de pessoas.

Muitas críticas e explicações alternativas foram levantadas por céticos, na explicação dos fenômenos mediúnicos:

1) Leitura a frio (cold reading), segundo a qual o médium percebia reações faciais mínimas dos seus consulentes, o que possibilitaria o direcionamento dos conteúdos das mensagens.

2) Fraude: ou seja, os médiuns “fabricariam” suas mensagens com a finalidade de manter seu “negócio” (nos países de língua anglo-saxã a mediunidade pode ser paga) ou sua reputação de médium.

3) Tendência dos consulentes a acreditarem em conteúdos genéricos escritos por médiuns. A fragilidade emocional da perda de entes queridos e do luto tornaria mais frágeis as análises dos familiares que desejam “ter notícias” de seus afetos, então eles tomariam como elementos de identificação dos seus familiares falecidos, frases e expressões genéricas.

Uma pesquisadora em especial, a Dra. Julie Beischel, com PhD em Farmacologia e Toxicologia pela Universidade do Arizona, após conhecer o trabalho de médiuns por razões pessoais, resolveu estudá-los, controlando todas essas possibilidades levantadas pelos críticos.

Beischel, então, montou experimentos com médiuns nos quais o consulente não tem acesso ao médium, e vice-versa. A pessoa que deseja uma mensagem repassa algumas informações para o pesquisador que chamaremos número 1. Ele repassa as informações para o pesquisador número 2. Os médiuns, previamente selecionados (certificados) por serem capazes de obter informações precisas sobre pessoas desencarnadas, só têm contato com o pesquisador número 3, que lhes repassa mínimas informações de duas ou mais pessoas. Esse pesquisador pede ao médium que identifique características objetivas, se possível, do respondente. Entre elas temos: aparência física, personalidade, hobbies, causa da morte e o que ele deseja dizer ao parente, por exemplo.

O médium, portanto, sem ter como identificar o espírito, e sem ter acesso ao familiar, psicografa e entrega seus resultados ao pesquisador número 3. Ele terá psicografado em uma sessão as mensagens de duas pessoas com o perfil semelhante. O pesquisador entrega seus resultados ao pesquisador 2, que irá dividir as mensagens em conjuntos de frases, cada uma contendo uma informação. Então ele entrega inicialmente essas mensagens “divididas” ao pesquisador 1, que as entregará ao consulente para avaliação. 

Nessa fase da pesquisa, o consulente recebe duas mensagens. Uma atribuída pelo médium ao seu parente falecido e outra de algum espírito com perfil semelhante. Ele deve olhar frase a frase e identificar se a informação apresentada é verdadeira ou não. Ao final, tem-se uma pontuação para a mensagem do parente (que o consulente não sabe quem é) e para a mensagem do chamariz (o outro espírito com dados gerais semelhantes). Essa estratégia faz com que se evite a “tendência a acreditar”, porque os consulentes avaliam as mensagens sem saber qual delas foi atribuída ao seu parente.

O pesquisador 1, entrega então as duas avaliações para o pesquisador 2, que sabe qual mensagem é a do parente desencarnado. Ele verifica então o percentual de respostas certas, compara com o da mensagem chamariz e analisa com um teste estatístico se a diferença de pontuação sugere ou não que sejam espíritos diferentes. Com uma probabilidade de pelo menos 1 em 100 (mas geralmente maior), ele então conclui pela autenticidade ou não da mensagem atribuída ao parente desencarnado.

Dra. Beischel tem obtido muitos resultados favoráveis à mediunidade. Os médiuns não acertam 100% das informações, mas as diferenças entre a mensagem do parente e a mensagem chamariz têm sido favoráveis ao primeiro, ou seja, sugerem que os médiuns são capazes de obter informações verdadeiras e estatisticamente superiores às das mensagens chamariz.

Esse é apenas um dos diversos resultados que a pesquisadora tem conseguido, estudando mediunidade com o método experimental. Mais informações podem ser obtidas no artigo que escrevemos para o Reformador de setembro de 2020, nas páginas 50 a 53. Hoje a revista da Federação Espírita Brasileira pode ser assinada e acessada em computadores, notebooks, ipads e até smartphones. Importante que nós, espíritas, possamos acompanhar trabalhos de pesquisadores como Julie. Parte de suas pesquisas foi publicada em um livro escrito para o grande público com o nome Among mediuns, e pode ser comprado em inglês por pouco mais de dez reais nos sites da Amazon.

Outras publicações dos mesmos pesquisadores podem ser lidas no EC:


15.1.14

REVISTA DE PSIQUIATRIA DA USP PUBLICA ARTIGO DE REVISÃO SOBRE MEDIUNIDADE

Leonore Piper


A Revista de Psiquiatria Clínica da Universidade de São Paulo publicou no seu volume 40 no. 6 um artigo intitulado "Pesquisa em mediunidade e relação mente-cérebro: revisão das evidências", escrito pelo Dr. Alexander Moreira-Almeida.

Calcado em 124 referências bibliográficas, o autor apresenta as linhas de pesquisa da mediunidade contemporâneas. Ele argumenta que a mediunidade é uma "experiência humana", com ampla tradição de pesquisa empírica desde o século XIX, que foi negligenciada, de forma geral. 

Moreira-Almeida discute os problemas e questões que se impõem a este tipo de pesquisa, mostrando alguma influência do pensamento popperiano no desenho dos projetos contemporâneos. Ao contrário de Rhine, e alinhado com a perspectiva contemporânea de Schwartz e Beischel, ele propõe que se estude pessoas com alegada capacidade mediúnica e resultados constatados, em vez de insistir nos delineamentos de Rhine, que propunha o estudo de grande número pessoas comuns em busca de traços de faculdades psíquicas.

Entre outras questões ele mostra a falácia de se procurar um "experimento crucial", o que não é utilizado em praticamente nenhuma ciência natural. O trabalho dos cientistas envolve a busca sistemática de evidências e contra-evidências que vão possibilitando o amadurecimento teórico, como advogava Kuhn, mas principalmente Imre Lakatos. Esta posição põe em questão um argumento muito usado por céticos, que advogam ser necessário primeiro provar a existência dos espíritos para depois pesquisar a mediunidade. 

Moreira-Almeida apresenta pacientemente os principais resultados de estudos feitos com dois médiuns destacados: Leonore Piper e Chico Xavier. Ao contrário das conclusões de um pesquisador brasileiro que a-priori defende que o trabalho de Chico é pasticho ou psicopatologia, ele apresenta com cuidado os resultados de tese e dissertação de Alexandre Caroli Rocha. Além disso ele relaciona trabalhos já conhecidos pelo movimento espírita, como o da grafoscopia de Perandréa e o de comparação de informações de Severino.

O trabalho é cuidadoso e amplo, recomendo sua leitura e discussão entre os interessados. Acessem no Scielo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832013000600005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Ao lado da página acessada, é possível baixar o arquivo do artigo em formato pdf.


27.3.13

DESAFIOS EM CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE




O Dr. Alexander Moreira-Almeida é psiquiatra e pesquisador da pós-graduação da Universidade Federal de Juiz de Fora. Há anos dedica-se à realização de pesquisas com fenômenos espirituais e saúde, tendo contribuído para o avanço de temas como a questão cultural na psiquiatria. Ele articula métodos quantitativos e qualitativos e tem contribuições na área da epistemologia e da filosofia da ciência.

Muito claro em suas explicações, ele aponta para mitos e pressupostos filosóficos muito comuns no senso comum e na representação social da ciência, desconstruindo ideias divulgadas, mas equivocadas.

Em sua breve comunicação, conclui com recomendações para os interessados na área.

15.5.09

FOLHA ESPÍRITA PUBLICA ENTREVISTA SOBRE PESQUISA ESPÍRITA NO BRASIL

Foto 1: Marco Milani
Marco Milani, espírita e doutorando da USP responde a uma entrevista sobre a pesquisa espírita no Brasil. Ele fala um pouquinho da LIHPE. Acesse
http://www.folhaespirita.com.br/v2/?q=node/347 e leia diretamente na Folha Espírita.

27.4.08

Como Pesquisar Usando Marcadores




O Blogspot oferece um recurso para pesquisa no Blog intitulado "MARCADORES"


Eles aparecem ao final de cada publicação (post), sob a forma de uma lista de conteúdos tratados em cada publicação.


Se você estiver pesquisando um tema, por exemplo, mediunidade; e encontrar um marcador abaixo de uma publicação, clique nele e todas as publicações do Espiritismo Comentado que tiverem a mesma palavra ou expressão como marcador serão carregadas em sua tela.


Exemplos:

Na publicação Um Pensamento de Leandro Couto, clique no marcador Leandro Couto

Na publicação Fogo de Palha , clique no marcador Raul Teixeira

Observe que este tipo de pesquisa é mais restrito que a pesquisa por palavras chave na régua superior do Blogspot. Se você digitar Raul Teixeira e clicar em pesquisar blog, encontrará todas as publicações (posts) nas quais o nome do orador fluminense aparece, mesmo que não seja o assunto central da publicação.

9.3.08

Pesquise no EC usando os Marcadores

Marcadores são as palavras que aparecem no retângulo ao final das publicações (matérias ou "postagens", palavra inventada pelo mundo dos blogs).
Sempre que escrevemos uma matéria, escolhemos algumas palavras que apontam o que há de mais importante no seu conteúdo. O blogspot imediatamente gera uma espécie de índice. Se você clicar em uma das palavras, todas as publicações do blog que têm o mesmo marcador aparecem na sua tela após alguns segundos. Esta é outra forma fácil de procurar...

22.5.07

O Passe Pesquisado por Cientistas

Nos sábados do mês de maio tivemos a grata satisfação de apresentar um trabalho sintético sobre passes para os jovens do quarto ciclo de mocidade da AECX. O último encontro foi a apresentação de uma revisão de pesquisas sobre "spiritual healing". Conforme combinado, deixo um link para um dos artigos de revisão da Revista da Sociedade Real de Medicina (Journal of the Royal Society of Medicine), que mostra estudos experimentais de imposição de mãos em células "in vitro", fungos, animais e seres humanos. Os resultados são animadores para os que praticam ou procuram o passe como terapia complementar, embora não seja panacéia...

Basta clicar no título desta postagem.