Década de 80. A Casa de Célia Xavier havia convidado Deolindo Amorim para fazer uma palestra na reunião de sexta feira. Deolindo veio com a companheira, Dona Delta e trajava terno com colete de lã, porque estava com um forte resfriado e o clima de montanha não lhe era favorável.
Eu não fui à conferência dele em nossa casa. Entristecido pela perda da oportunidade, recebi um convite irrecusável: viajei com um colega de mocidade, André, para Divinópolis, onde Deolindo falaria de Criminologia e Espiritismo. Palestra notáve. Mesmo em idade avançada, o fundador do Instituto de Cultura Espírita do Brasil falava como um jovem entusiasta. Se a memória não me falha, a palestra de Deolindo foi no Estudantes do Evangelho. Levei um exemplar comprado há anos do livro “Encontro com a Cultura Espírita” para autografar. Deolindo escreveu nesta coletânea um trabalho sobre Deus, e foi acompanhado por outros notáveis estudiosos do Espiritismo, como Altivo Ferreira, Jorge Andréa e Alexandre Sech. Ele não se achava digno de termos viajado para assisti-lo. Por dentro estávamos extremamente felizes de assistir pessoalmente a um trabalho de Deolindo.
Com a noite ganha, voltamos para Belo Horizonte. Não haveria outra programação para o final de semana. No domingo pela manhã, a rede de telefonemas começou a funcionar. Deolindo, mesmo incomodado pela enfermidade, pediu que lhe arranjassem “algum trabalho”. A mocidade foi convocada para uma palestra às 18:00 ou 19:00 horas. A palestra transformou-se em conversa, perguntas e respostas sobre temas quaisquer relacionados ao Espiritismo e ao Movimento Espírita.
Foi uma noite ainda melhor. Deolindo viveu momentos importantes do Espiritismo Brasileiro, incluindo o Pacto Áureo. Democrata, ele votou contra a incorporação da Liga Espírita do Brasil no sistema federativo, porque o tema foi encaminhado em assembléia de forma fechada, sem que se possibilitasse diálogo. Ele, contudo, afirmava que pessoalmente não era contrário ao Pacto Áureo, que deu nova feição ao movimento e fortaleceu a Federação Espírita Brasileira.
Deolindo exalava cultura e experiência. Foi o derradeiro encontro com ele, ainda encarnado. O Centro Espírita Léon Denis do Rio de Janeiro lhe fez justiça publicando sua obra em uma série de bom gosto editorial, com seus óculos, tão característicos, à capa, imortalizando sua contribuição ao pensamento espírita brasileiro. Se o pensamento for intenso o suficiente para atingi-lo, o que lhe diria é: “saudades, amigo”.
Eu não fui à conferência dele em nossa casa. Entristecido pela perda da oportunidade, recebi um convite irrecusável: viajei com um colega de mocidade, André, para Divinópolis, onde Deolindo falaria de Criminologia e Espiritismo. Palestra notáve. Mesmo em idade avançada, o fundador do Instituto de Cultura Espírita do Brasil falava como um jovem entusiasta. Se a memória não me falha, a palestra de Deolindo foi no Estudantes do Evangelho. Levei um exemplar comprado há anos do livro “Encontro com a Cultura Espírita” para autografar. Deolindo escreveu nesta coletânea um trabalho sobre Deus, e foi acompanhado por outros notáveis estudiosos do Espiritismo, como Altivo Ferreira, Jorge Andréa e Alexandre Sech. Ele não se achava digno de termos viajado para assisti-lo. Por dentro estávamos extremamente felizes de assistir pessoalmente a um trabalho de Deolindo.
Com a noite ganha, voltamos para Belo Horizonte. Não haveria outra programação para o final de semana. No domingo pela manhã, a rede de telefonemas começou a funcionar. Deolindo, mesmo incomodado pela enfermidade, pediu que lhe arranjassem “algum trabalho”. A mocidade foi convocada para uma palestra às 18:00 ou 19:00 horas. A palestra transformou-se em conversa, perguntas e respostas sobre temas quaisquer relacionados ao Espiritismo e ao Movimento Espírita.
Foi uma noite ainda melhor. Deolindo viveu momentos importantes do Espiritismo Brasileiro, incluindo o Pacto Áureo. Democrata, ele votou contra a incorporação da Liga Espírita do Brasil no sistema federativo, porque o tema foi encaminhado em assembléia de forma fechada, sem que se possibilitasse diálogo. Ele, contudo, afirmava que pessoalmente não era contrário ao Pacto Áureo, que deu nova feição ao movimento e fortaleceu a Federação Espírita Brasileira.
Deolindo exalava cultura e experiência. Foi o derradeiro encontro com ele, ainda encarnado. O Centro Espírita Léon Denis do Rio de Janeiro lhe fez justiça publicando sua obra em uma série de bom gosto editorial, com seus óculos, tão característicos, à capa, imortalizando sua contribuição ao pensamento espírita brasileiro. Se o pensamento for intenso o suficiente para atingi-lo, o que lhe diria é: “saudades, amigo”.