1.2.22
SE O ESPIRITISMO É FILOSOFIA, QUE FILOSOFIA É O ESPIRITISMO? COM A PALAVRA, DEOLINDO AMORIM
21.7.21
DEUS CRIOU O VÍRUS DA COVID 19?
Jáder Sampaio
“Segue-se que devam negligenciar as precauções necessárias em casos semelhantes [epidemia de cólera] e baixar a cabeça ante o perigo? Absolutamente: tomarão todas [as precauções] aconselhadas pela prudência e uma higiene racional, porque não são fatalistas e porque, se não temem a morte, sabem que não a devem procurar.” (Allan Kardec, O espiritismo e o cólera, Revista Espírita, novembro de 1865. P. 327)
Recentemente ouvi um expositor
espírita buscando Kardec para analisar um capítulo de livro de Divaldo Franco
sobre a pandemia. Iniciativa importante, uma vez que o pensamento kardequiano é
a estrutura básica do pensamento espírita em geral.
Causa primeira de todas as coisas
Ao analisar sua argumentação,
encontrei conclusões falaciosas com base em ideias colhidas no texto de Kardec,
que criam uma interpretação muito singular do autor, contraditórias às vezes,
com o próprio pensamento de Kardec.
Uma das afirmações que ele fez:
“Deus é a causa primária de tudo:
tudo é tudo mesmo, não é de uma coisa e outra não. ”
Ele não considerou o termo
primária (também traduzido como primeira), e mudou o sentido da frase. São
frases diferentes: “Deus é a causa de todas as coisas” e “Deus é a causa
primária de todas as coisas”. Na primeira frase, se eu sou infectado por um
parasita, isso é causado por Deus. Tudo o que acontece ao homem é causado por
Deus (inclusive o sofrimento). O universo e tudo o que acontece nele está
determinado pela vontade divina, portanto, não existe livre-arbítrio. Ele é
apenas uma ilusão.
Na segunda frase, as escolhas do
homem são de responsabilidade humana. Isso é o chamado livre-arbítrio, ou
liberdade de escolha. Deus criou o universo, ou seja, a natureza e os seres
espirituais (entre eles o homem). Por ter criado o princípio inteligente, o
princípio material e as leis que regem o universo, Deus é a causa primeira, ou
primária. Ele não é a causa imediata de todas as coisas. Aquilo que o homem
faz, as mudanças que ele, por exemplo, impõe à natureza com ações irrefletidas
ou criminosas, são causadas imediatamente por ele[1].
Nessa visão, o vírus não foi diretamente
criado por Deus. Sua mutação é consequência da ação do homem, seja modificando o meio ambiente ou
manipulando microorganismos em laboratório. Sua negligência ou desconhecimento,
associados às leis naturais, têm o Sars Cov 2 como resultado, e ele age no
homem segundo sua natureza. Deus não o criou porque desejava punir os homens
(isso é uma humanização divina), ou para fazer desencarnar em massa as pessoas
da Terra, ele é uma consequência indesejada das ações do homem na natureza, no
uso do seu livre arbítrio.
As leis universais são perfeitas,
fruto de Deus. As ações humanas são imperfeitas, uma vez que esse ser conhece
apenas parcialmente as leis universais ou as negligencia, fruto da ignorância e
do livre-arbítrio, assim como do egoísmo e do orgulho. Sempre que um homem vai
de encontro às leis universais (essas, sim, criadas por Deus), ele, com sua
escolha, leva consigo “todo o pacote”, ou seja, suas consequências.
O que causa a COVID-19? A
infecção com o Sars-Cov-2. Por que somos infectados pelo Sars-Cov-2? Uns porque
não usaram qualquer tipo de prevenção e tiveram o contato com o vírus, que se
multiplicou em seus organismos. Outros porque usaram de meios de prevenção e
mesmo assim foram infectados pelo vírus. Contudo, o risco dos primeiros é muito
maior que o risco dos últimos, se analisarmos um grande número de casos.
O que acontece com os que não se
preveniram? Desencarnam como o espírito André Luiz. Ele não desejava
desencarnar mais cedo, mas não se cuidou, e acabou indo antes do tempo. Isso
acontece também com os suicidas. Ninguém planeja encarnar para desencarnar
através do suicídio.
O que acontece com os que se
preveniram e desencarnaram? Ou passam por uma expiação ou por uma prova. Talvez seja o momento previsto para a desencarnação.
Cabe a nós, espíritas, diante
dessa forma de entendimento, recomendar a todos que tomem os cuidados
necessários contra a doença, que se vacinem, que tomem as medidas já estudadas
e propostas pela medicina, para que não venham a desencarnar antes do tempo.
[1] Em
“O evangelho segundo o espiritismo”, Kardec escreve que “há males nessa vida
em que a causa primária é o homem...” ou seja, há coisas decorrentes da ação e
das escolhas humanas. Dessas, Deus só pode ser considerado causa primeira ou
primária por ter criado o universo e estabelecido as leis que o regem.
20.6.20
ESTUDAR FILOSOFIA ESPÍRITA PELA INTERNET?
24.1.19
A COMUNICABILIDADE DOS ESPÍRITOS É UMA PREMISSA METAFÍSICA NO ESPIRITISMO?
Cabe lembrar também que não se trata de crença ingênua, porque Allan Kardec examinou as diferentes formas de explicação dos fenômenos estudados, como se pode ler no capítulo IV da primeira parte de O Livro dos Médiuns (Dos sistemas), verificando a capacidade explicativa de cada um deles e delimitando os fenômenos que só seriam devidamente explicados pelas comunicabilidade dos Espíritos.
Camille Flammarion não ficou satisfeito com este trabalho de Allan Kardec e continuou estudando empiricamente os fenômenos atribuídos aos Espíritos de forma geral. Publicou em 1865 o livro "As forças naturais desconhecidas", no qual analisa e considera verdadeiros diversos fenômenos estudados, mas ainda não conclui pela indubitabilidade da comunicação dos espíritos. Essa conclusão veio em 1922, quando publicou o terceiro livro de "A morte e seu mistério".
Vê-se, portanto, que seria um erro entender que o Espiritismo propõe a comunicabilidade dos Espíritos apenas como ideia ou princípio metafísico, mas que se trata do resultado de observações de fenômenos psicológicos (ou parapsicológicos, como queira o leitor) e que não nega a possibilidade de outras explicações, exigindo do seu observador uma análise cuidadosa para não levar "gato por lebre", ou seja, não confundir com as produções do inconsciente, com a imaginação ativa, com a fantasia, fraudes intencionais ou não e outras explicações possíveis.
8.11.18
ESPIRITISMO: CIÊNCIA NATURAL OU FILOSOFIA?
10.7.11
A QUESTÃO DE DEUS: KARDEC, TOMÁS DE AQUINO E JOHN DUNS SCOTUS
26.1.10
O DETERMINISMO DOS DEUSES GREGOS
30.5.09
ENTREVISTA COM ASTRID SAYEGH 5
ASTRID (IEEF) - Considero esse projeto de um valor inestimável. Dora Incontri é um Espírito muito lúcido e bem atualizado; o niilismo que caracteriza o existencialismo materialista exerce grande influência no pensamento da sociedade pós-moderna, daí a necessidade de conhecermos essas tendências de forma a saber combatê-las com fundamentos sólidos . O Espiritismo não pode estar a parte do momento histórico, e justamente por ser uma filosofia racional, essa razão iluminista deve continuar a serviço de uma crítica do momento histórico, de modo a superá-lo.
EC - Kardec utilizava um proto-conceito de classes sociais? Em caso afirmativo, ele é partidário da luta de classes ou da colaboração de classes?
ASTRID (IEEF) - Sob hipótese nenhuma os Espíritos se colocam a favor da luta de classes, pelo contrário, segundo a Lei da Igualdade, em O Livro dos Espíritos, todos os homens são naturalmente iguais, e as diferenças de classe são convenções. Existe sim diversidade de aptidões e de graus de conquista,mas dia chegará em que os homens não mais se olharão como castas de sangue mais ou menos puro, mas como Espírito mais ou menos puro. Embora os Espíritos admitam que seja impossível a igualdade absoluta de riquezas, longe de afirmar que exaltem a luta de classes, pelo contrário, em essência somos todos da mesma natureza, e um dia viveremos com as diferenças de forma harmoniosa.
EC - Herculano entendia que o Espiritismo é uma doutrina existencialista? Como se pode conciliar esta proposta com o pressuposto existencialista de que a existência antecede a essência?
ASTRID (IEEF) - Segundo Jean Paul Sartre, o mais conhecido filósofo contemporâneo, o homem veio do nada e volta para o nada. Efetivamente, surgimos no mundo como existentes, em meio a uma situação dada, de modo a então elaborarmos a nossa essência no mundo. Do ponto de vista espírita, poderíamos afirmar que a essência é que antecede a existência, potencialmente, e que no mundo tornamos essa potência ato; em outros termos, é na existência que revelamos nossa essência e a ela nos ajustamos.
EC - Alguns antropólogos brasileiros têm defendido a idéia de que Chico Xavier aproximou o pensamento de Kardec ao Catolicismo no Brasil. O que você pensa disto?
ASTRID (IEEF) - Na verdade, não foi Chico Xavier, mas Emmanuel que, por ter sido padre, certamente tem esse religiosismo muito presente em seu Espírito. No entanto, não considero essa questão comprometedora absolutamente, pois a atitude de reverência a Deus, termos que denotam paixão e não apenas a frieza da razão, nos contagiam muito mais que conceitos e raciocínios. Não vejo nada de misticismo como comentam alguns, pelo contrário, sinto a expressão de um Espírito fervoroso que, acima da expressão conceitual, pela nobreza de sentimento que o caracteriza-se, necessita expressar o seu interior de forma metafórica. Linguagem metafórica é uma coisa, igrejismo e dogmatismo, com todo respeito, é outra. Alguns filósofos inclusive consideram atualmente a linguagem metafórica como recurso mais adequado de se dizer as coisas espirituais.
Defendo a idéia de que o racionalismo puro também acaba por ser dogmático e não nos torna espíritas de fato, mas ardor e entusiasmo são geradores de mensagens autenticamente evangélicas e de conduta nobre. Eu diria que a mensagem de Emmanuel é antes evangélica cristã e não católica; seus livros nos induzem a educar os sentimentos, e não consta, absolutamente, nenhuma evidência de formalismo religioso.
23.5.09
ENTREVISTA COM ASTRID SAYEGH 4
ASTRID (IEEF) - Embora exalte a existência de duas substâncias e não uma só, como é o caso de Espinosa, não nos parece que os Espíritos sejam adeptos do paralelismo psicofísico, mas antes afirmam a existência de uma matéria ou corpo fluídico, mediador entre ao espírito e a matéria propriamente dita. Efetivamente a qualidade de pensamentos e sentimentos do espírito adere à matéria fluídica, mas não que se correspondam, em termos precisos.
EC - Alguns estudiosos de Kardec imputam uma influência do pensamento positivista em sua obra. O que você pensa disto?
ASTRID (IEEF) - Não considero o Espiritismo positivista. Talvez os fundamentos da Doutrina, a sua base seja positivista, mas sua essência é antes ética e metafísica, coisa que o positivismo, de um modo geral, nega. O positivismo lógico baseia-se nos fatos e aqui termina a ciência, porém o Espiritismo vai muito mais além; o fato é só o ponto de partida para a metafísica, que constitui a sua verdadeira natureza. Repito, Espiritismo é metafísica e não fenômenos, e isso precisa ser ensinado em nossas escolas, de modo a não destruirmos o próprio fundamento dos valores morais. Daí a importância da reflexão filosófica na casa espírita, de modo a exaltar a autoridade científica do Espiritismo, para não nos dogmatizarmos e reduzir o alcance e profundidade do Espiritismo ao assistencialismo.
EC - Quais são as grandes diferenças entre o pensamento do Agostinho de “Confissões” e “Cidade de Deus” para o Agostinho-espírito, interlocutor de Kardec? Quais as semelhanças?
ASTRID (IEEF) - Esta pergunta é um pouco difícil de ser respondida com precisão, pois se tratam de deduções apenas e não temos bases sólidas em que se apoiar para afirmar algo sobre o pensamento de Agostinho. Certamente, dado o fato de Agostinho fazer parte da Revelação Espírita nos leva a crer que tenha superado suas convicções como bispo. Através de suas mensagens, particularmente no que se refere ao autoconhecimento, em O Livro dos Espíritos, a necessidade de interrogar a consciência todos os dias faz lembrar o processo de Confissões, de modo a tornar possível uma conversão do Espírito. A Cidade de Deus hoje, talvez tenha outro signficado: embora devamos respeitar a Cidade Terrena, a vida pós-morte não é plena e nem tampouco dá-se o encontro definitivo com a eternidade. Muitos conceitos aqui entrarão em questão, o que merece uma reflexão detalhada senão quisermos ser imprecisos.
16.5.09
ENTREVISTA COM ASTRID SAYEGH 3
ASTRID (IEEF) - Essa questão é bastante extensa, mas poderíamos dizer que Descartes inaugurou a fase do Racionalismo e do Idealismo, abrindo as portas para o Espiritualismo. Podemos perceber ainda sua influência na Filosofia Espírita, particularmente por afirmar a trindade das substâncias, assim como seus atributos.
EC - A visão de Deus em Kardec, excetuando-se o mito da trindade, assemelha-se à de São Tomás de Aquino?
ASTRID (IEEF) - Tomás de Aquino buscou conciliar os ensinamentos cristãos com a Filosofia de Aristóteles, e foi assim um dos primeiros filósofos a buscar conciliar a fé com a razão. Nesse sentido ele, já à época, nos traz provas racionais sobre a existência de Deus, algumas das quais parecem identificar-se com o conceito espírita, particularmente no que tange a um Ser Inteligente.
EC - Qual é a diferença entre a concepção de Deus dos iluministas (especificamente o deísmo de Voltaire) e a dos espíritos da codificação?
ASTRID (IEEF) - Segundo Voltaire Deus existe porque existe a ordem do mundo, ou seja, o relógio é a prova de que existe o relojoeiro. Também a Filosofia Espírita, em O Livro dos Espíritos, afirma que a harmonia do universo pressupõe uma causa inteligente. Argumenta ainda Voltaire que no universo há seres inteligentes e que, portanto supõe-se uma causa inteligente que anima o universo. Por outro lado, Voltaire é deista no sentido de que a existência de Deus não é um artigo de fé, mas sim resultado da razão. Embora a Filosofia dos Espíritos exalte a provas racionais da existência e dos atributos de Deus, ela não nega a importância da fé.
9.5.09
ENTREVISTA COM ASTRID SAYEGH 2
ASTRID (IEEF) - Sem dúvida, Kardec é pouco conhecido no meio acadêmico; acredito que isso se deva ao fato de, primeiramente haver um preconceito muito grande por parte dos docentes, certamente por falta de conhecimento dos fundamentos doutrinários e da rigorosa metodologia empregada por Kardec; mas por outro lado, poucos espíritas se aventuram a apresentar no meio acadêmico, de forma metódica e segundo os requisitos científicos, a autoridade do Espiritismo, particularmente no seu aspecto filosófico. O Espiritismo nada tem a temer perante a filosofia acadêmica, assim como a filosofia tradicional só tem a ganhar com os conceitos espíritas, pois esses trazem a sanção dos valores morais que ela sempre pregou.
EC - Há uma corrente contemporânea de céticos que defendem a inexistência de evidências favoráveis ao Espiritualismo. O que você tem a dizer sobre isto?
ASTRID (IEEF) - Sem dúvida, vivemos um século caracterizado por um ceticismo extremado, talvez herança do pensamento positivista, para o qual só é considerado científico o que é de natureza observável. Ao se exaltar apenas o lado fenomênico do real, nega-se a face invisível, e que é a mais autêntica.
Ora, as evidências favoráveis ao Espiritualismo não são fenomênicas, como o próprio Kardec afirma na conclusão de O Livro dos Espíritos, isso se explica pelo fato de os sentidos não se prestarem ao conhecimento da realidade metafísica. Os fariseus também exigiam sinais de Jesus, e este afirmou que jamais os teriam. É impossível ao anatomista conhecer a alma através da dissecação do corpo, assim como é impossível conhecer as substâncias ou princípios constitutivos do universo através da física e de outras ciências naturais. Essas podem oferecer indícios, mas jamais conhecer a natureza do objeto metafísico. Confesso, Jader, preocupa-me o fato de espíritas quererem trazer o Espiritismo para a Física Quântica, como se este necessitasse da autoridade desta para se impor. O Espiritualismo racional e lógico, e por isso se basta. Cabe aqueles que o negam apresentar uma prova contrária à lógica.
Com efeito, ao reduzir o conhecimento à realidade observável, ou fenomênica, jamais poderemos falar de espiritualismo, pois esse transcende ao mundo sensível, como diria Platão. Daí a importância de exaltar a metafísica, a ciência das causas e princípios, tão menosprezada em nossos dias — até mesmo nas escolas espíritas.
EC - Quem desenvolveu o curso de Filosofia que você tem dado no CCPDE? É possível explicar seu programa e metodologia de estudos?
ASTRID (IEEF) - O Instituto Espírita de Estudos Filosóficos desenvolve um curso intensivo de um ano junto ao Centro de Cultura, Pesquisa e Divulgação Eduardo Monteiro. No entanto, os cursos regulares possuem a duração de quatro anos, cuja programação consiste em:
1º ano: O Espiritismo e os Filósofos
2º ano: Temas Filosóficos Espíritas
3º ano: Evolução do Princípio Espiritual
4º ano: Gnosiologia e Ética Espírita
Cursos para formação de Expositores de Filosofia
Curso sobre a obra de Leon Denis: O problema do Ser
Cursos modulares sobre as obras de Herculano Pires
As aulas são expositivas, mas a pedagogia do IEEF é ativista. Filosofar é uma atitude de questionamento e buscar a verdade através da reflexão em conjunto é muito significativo.
3.5.09
ENTREVISTA COM ASTRID SAYEGH
ASTRID (IEEF) - Em prolegômenos a O Livro dos Espíritos, estes afirmam ser o Espiritismo uma Filosofia Racional, livre do preconceito do espírito de sistemas. Por sistemas entende-se as várias escolas filosóficas, ou um conjunto de ideais de determinado autor organizadas logicamente. Os espíritos afirmam desta forma que o Espiritismo não se encaixa em nenhum sistema ou conceito de um autor particular. Isto não significa que a Filosofia Espírita venha a negar os sistemas filosóficos, mas antes que, como síntese de um processo, ela abarca questões que já foram abordadas pelos autores na história, porém mantém a sua conceituação particular, o que mantém a sua identidade na história da filosofia.
Herculano Pires, em Introdução À Filosofia Espírita, afirma que o Espiritismo é a síntese da tradição filosófica, e que nesta encontram-se as raízes da Filosofia Espírita. Isso significa que o pensamento dos filósofos culminou na Filosofia dos Espíritos, na época moderna, e que estes devem ser considerados de modo a entender a amplitude de conceitos doutrinários. Efetivamente, Kardec não dialoga com nenhum autor em particular, e ao mesmo tempo dialoga com todos os filósofos. No entanto, em todos os momentos, podemos dizer que Kardec dialoga contra os materialistas.
EC - A formação de um bacharel em Filosofia demanda quatro anos de ensino superior ou mais. Como inserir os estudos de Filosofia no movimento espírita?
ASTRID (IEEF) - Muito embora um curso superior de filosofia se estenda por anos, é possível abordar de forma sintética o pensamento dos filósofos. No IEEF estudamos os pensadores durante um ano, e estabelecemos sempre uma correlação com os conceitos da Filosofia Espírita. Essa parte é essencial, pois é através desta reflexão que podemos entender a origem e os princípios da Filosofa Espírita.
EC - Que obras de Filosofia você indicaria aos interessados em estudar as conexões da codificação com o pensamento europeu?
ASTRID (IEEF) - São poucos aqueles que se dedicam a um trabalho fecundo sobre esta relação entre os conceitos doutrinários e a tradição filosófica; podemos indicar toda a obra filosófica de Herculano Pires, pois ele percorre a evolução histórica do pensamento em quase todos os textos, assim como os livros do Professor Manoel P. São Marcos, Filosofia Espírita e seus Temas, o qual foi o primeiro a escrever estudos sistematizados de Filosofia Espírita. O IEEF em breve lançará a obra Princípios da Filosofia Espírita, como texto didático visando essa conexão.
24.1.09
Cursos de Filosofia Espírita em São Paulo
IEEF — INSTITUTO ESPÍRITA DE ESTUDOS FILOSÓFICOS
Comunica a todos que já se encontram abertas as inscrições para os cursos de Filosofia:
PROGRAMAÇÃO - 2009
CURSOS REGULARES
1º ANO: O ESPIRITISMO E OS FILÓSOFOS
Horários: 5ª. Feira – 9h, 16h e 19h30 e sábado 18h
2º ANO: TEMAS FILOSÓFICOS ESPÍRITAS
Horários: 5a. feira - 9h, 16h e 19h30 e sábado 18 h
3º ANO: EVOLUÇÃO DO PRINCÍPIO ESPIRITUAL: DO FENÔMENO À ONTOLOGIA
Horários: 5ª. Feira – 9h, 16h e 19h30
4º ANO: CONHECIMENTO, ÉTICA E RELIGIÃO EM ESPÍRITO E VERDADE
Horários: 5ª. Feira – 9h e sábado - 18h
FORMAÇÃO DE EXPOSITORES DE FILOSOFIA PARA AS CASAS ESPÍRITAS
Horários: 5ª. Feira - 19h30 e sábado 16h
CURSOS MODULARES
CURSO INÉDITO DE FILOSOFIA TRADICIONAL: "FILOSOFIA E MODOS DE VIDA"
Expositor: Prof. Alfredo Fernandes (FFLCH - USP)
Horários: 6ª. Feira – 18h e sábado - 16h
CURSO SOBRE HERCULANO PIRES: "CONCEPÇÃO EXISTENCIAL DE DEUS"
Expositor: Prof. Astrid Sayegh
Horário: 5ª feira -18 h. Início em abril
CURSO SOBRE LEON DENIS: "O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR"
Expositor: Prof. Walter Barreto de Almeida
Horário: 6ª feira 18 h – início em Agosto
*Para saber mais sobre os cursos, acesse o site: www.institutodeestudosfilosoficos.com
INSCRIÇÕES:
Pelo site: www.institutodeestudosfilosoficos.com
Por telefone: (11) 2215-2684 2215-2522
Por email: institutodeestudosfilosoficos@gmail.com.
LOCAL: INSTITUIÇÃO BENEFICENTE NOSSO LAR
Praça Florence Nightingale, 79 - Jardim da Glória (Vila Mariana)
CURSOS REGULARES INTENSIVOS DE UM ANO
OUTROS LOCAIS:
CENTRO ESPÍRITA NOSSO LAR — CASAS ANDRÉ LUIS
Rua Duarte de Azevedo, 691
Santana — São Paulo — SP
CEP: 02036-022— Tel: 2973-6580
http://www.nossolar.org.br/end1.php
CENTRO DE CULTURA DOCUMENTAÇÃO, PESQUISA DO ESPIRITISMO EDUARDO DE CARVALHO MONTEIRO
Al. dos Guaiases, 16
Planalto Paulista - (Travessa da Av. Indianópolis na altura do 1435)
CEP: 04079-010—Tel: 3661-3028
http://www.ccdpe.org.br-- Instituto Espírita de Estudos FilosóficosPraça Florence Nightingale, nº 79Vila Mariana - São PauloFones: 2263-8681 - 2215-2522Site:http//www.institutodeestudosfilosoficos.com
22.6.08
Blog Filosofia Espírita Publica Allan Kardec
7.2.08
Presciência Divina e Livre Arbítrio
Léon Denis, espírita francês e discípulo de Kardec, manifesta-se sobre este ponto em "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", recém republicado pela Federação Espírita Brasileira, da seguinte forma:
"Notemos que não é a previsão de nossos atos que os provoca. Se Deus não pudesse prever nossas resoluções, não deixariam elas, por isso, de seguir seu livre curso" (O Problema do Ser, do Destino e da Dor, página 344, 11a. edição)