Cheguei quase no horário do início da reunião. Já havia
estado naquela sala no mesmo dia, lendo as atas escritas pela mocidade da casa
nos anos 70. Alguns dos personagens, cujos estudos estavam sintetizados
brevemente, já estão no plano espiritual.
Passados os estudos, iniciou-se a parte da prática
mediúnica. O silêncio imperava, alguns passes foram indicados pelo dirigente.
Um espírito começou uma comunicação e no meio da fala pediu o médium que
cantasse a música de Leopoldo Machado e Oli de Castro, Canção da Alegria
Cristã. Inibindo a sugestão ele começou a recitar a letra, mas tropeçava nos
versos. O espírito comunicante insistia que a música fosse cantada, mas o
médium não tomava a inciativa. De repente, um dos membros, não se contendo,
começou a cantar. Uma voz puxa a outra. Daí a pouco homens e mulheres presentes
se alternavam fazendo uma bela “segunda voz” como nos tempos da mocidade.
De repente percebemos que era uma das músicas que cantávamos
com o arranjo que surgiu, espontâneo, há trinta anos, nas reuniões de jovens da
casa. A canção ergueu-se, bela, pela sala. Uma comunicação emocionada surgiu. O
sentimento de profunda harmonia foi compartilhado por todos.
Os médiuns com alguma percepção haviam visto alguns dos personagens
da leitura da manhã e alguns outros, ligados à casa e à mocidade, desde o
início da reunião. Deixo então esta interpretação coletiva da canção
da alegria cristã para sua apreciação. Aconteceu na comemoração dos 98 anos do nascimento de Leopoldo Machado, no Lar de Jesus, instituição fundada por um ele e por sua esposa na baixada fluminense, com
a presença de trabalhadores notáveis da história do movimento espírita do estado
do Rio de Janeiro.
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