Continuo insistindo que a sociedade mudou. Temos hoje toda uma estrutura criada fora do movimento espírita para a inclusão das pessoas no mundo do trabalho.
Vejo com bons olhos as iniciativas existentes, como a criação de estruturas nas casas espíritas para a profissionalização e a qualificação de um segmento da nossa sociedade que tem acesso apenas ao trabalho desqualificado e mal remunerado. Contudo, o que podemos fazer com este tipo de ação é limitado e muitas vezes amador.
Fui levado a ensinar educação profissional na Universidade por muitos anos. Existem recursos públicos (o Fundo de Amparo ao Trabalhador, por exemplo) e existem organizações que qualificam pessoas com escolaridade diversificada.
Penso que o maior problema dos chamados "assistidos" é o acesso à informação, a análise de potencial e o acesso à escola e aos cursos profissionalizantes.
Em vez de apenas executar as atividades de formação, as sociedades espíritas poderiam promover parcerias e realizar as atividades de orientação e fomento.
As organizações do sistema S (SENAI, SESC, SEBRAE, SEST, SENAR, SESI, etc.), por exemplo, já têm estrutura, seriedade e expertise para a formação dos jovens. Em Belo Horizonte, a ASSPROM, tem uma experiência de formação básica e inserção de jovens em situação de risco em organizações públicas e privadas.
A prática da caridade não se confunde com a esmola, já nos afirmavam os interlocutores de Kardec. Organizemo-nos para realizar ações mais efetivas.
Um futuro alternativo ao oferecido pelo crime organizado é um dos nossos grandes desafios nos centros urbanos dos dias de hoje.
As sociedades espiritas precisam compreender isto profundamente para uma colaboracao mais efetiva neste novo mundo que se inicia repleto de desafios. Li alhures que 'a caridade tem compromisso com resultado' e tenho certeza, mesmo que nossa missão seja apenas a de semeador, não poderemos perder o foco: o crescimento espiritual do ser, na sua integralidade. Muita paz!
ResponderExcluirJoao Lucio (Bhte-MG) - jotalu2004@yahoo.com.br