3.7.07

ESPIRITISMO COMENTADO ENTREVISTA ANTÔNIO LEITE: O ESPIRITISMO EM NOVA YORK

O Blog Espiritismo Comentado fez uma série de entrevistas com Antônio Leite sobre o Espiritismo nos Estados Unidos. Elas serão publicadas durante o mês de julho.
(Foto 1: Palestra de Antônio no Spiritist Group of New York)



EC: Antônio, Você poderia se apresentar aos nossos leitores?
Antônio: Bem, meu nome completo é Antonio Cunha Lacerda Leite, mas aqui em Nova Iorque, bem como no meio espírita, e mais especificamente na internet, eu sou conhecido como Antonio Leite, apenas. Sou natural do Estado do Ceará, onde nasci, mas antes de completar dois anos de idade, a minha família mudou-se para o antigo Estado de Mato Grosso. Passei a maior parte da minha vida em duas cidades do atual Estado de Mato Grosso do Sul, Pedro Gomes e Campo Grande, a Capital do Estado. Vivi também entre os anos de 1970 a 1977 na cidade do Rio de Janeiro, onde ingressei na Faculdade Cândido Mendes, para cursar Administração de Empresas. Venho de família católica praticante, especialmente a minha mãe, que tinha como seu grande sonho, ter um filho padre. A propósito, eu sou um dos quatro filhos que estudaram no Seminário Diocesano de Campo Grande, o qual era de regime fechado à época, onde permaneci durante três anos e meio.
Por volta do ano de 1977, oportunidade em que retornei do Rio de Janeiro para a cidade de Campo Grande-MS, travei contacto com a Doutrina Espírita. Este incidente foi de grande importância na minha vida, pois eu vivia naquela constante insatisfação por não ter condições de obter respostas satisfatórias às minhas inquirições filosófico-existenciais. O meu contato inicial com a Doutrina Espírita, o que faço questão de enfatizar, deu-se mais diretamente por intermédio do estudo das obras básicas da codificação e autores espíritas clássicos, do que pela participação no movimento espírita. Como sempre fui um leitor voraz. Ao me deparar com os conhecimentos espíritas e a medida que lia e os estudava, aquilo fluía de maneira muito natural e agradável para mim, tendo a impressão de que já houvera tido contato com tudo aquilo anteriormente. Obviamente que depois de algum tempo de estudo, comecei a me integrar no movimento espírita. Anos depois me casei e introduzi o espiritismo para minha esposa, que também vinha de família católica. O nosso único filho foi também, muito cedo, levado a participar das aulas de evangelização.
Com o meu retorno da cidade do Rio de Janeiro para Campo Grande-MS, tomei a decisão de parar com o curso de Administração de Empresas e ingressei nas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso, onde me graduei em Direito e passei a exercer a advocacia naquela cidade. Passados alguns anos na prática da advocacia e não me encontrando muito satisfeito com a profissão, decidimos dar uma guinada de trezentos e sessenta graus e vir morar em Nova Iorque, onde nos encontramos desde o mês de Julho de 1994.

Foto 2: O médium baiano José Medrado, João e Jussara Korngold (à direita), Antônio Leite e a secretária de Medrado em um evento promovido pelo SGNY e um grupo espírita de New Jersey, com a participação de mais de cem pessoas.

EC: Que sociedades espíritas você freqüentou em Nova York?
Antônio: Eu imaginava não existir centros espíritas por aqui. Qual não foi a minha surpresa ao chegar aqui e descobrir um pertinho da nossa casa, o Allan Kardec Doctrinal Society. Passamos a freqüentar as reuniões de estudos deste centro, aos domingos. Depois de alguns meses, a pessoa responsável pela condução desta reunião de estudos, a Norma Guimarães, resolveu fundar um novo centro com um grupo de amigos. Passamos a freqüentar esta nova casa, o Allan Kardec Spiritist Center, e em seguida nos envolvemos com as atividades de estudos espíritas dirigido aos jovens. Durante cinco anos, a minha esposa e eu, conduzimos os estudos com jovens na faixa etária entre 12 a 16 anos, o que foi uma maravilhosa experiência de aprendizado para todos nós. Um dos alunos da turma era o nosso filho, o qual tinha quase nove anos, quando viemos para os Estados Unidos. Dentre os estudos que desenvolvemos com esses jovens neste período, podemos mencionar o do The Spirits' Book [com a Introdução, inclusive], bem como o interessante livrinho do Sir Arthur Conan Doyle, The New Revelation, que todos gostaram muito. A menção dos títulos em inglês é proposital, para enfatizar que todos os estudos eram desenvolvidos na língua inglesa, o que parece ser o óbvio, mas nem todo mundo encarava a questão assim. Imagino que hoje isto seja um problema superado.
Em abril de 2001 nos unimos a um grupo de pessoas lideradas pelo casal Jussara & João Korngold, para iniciar um grupo espírita voltado para o público americano, ou seja, com atividades exclusivamente em inglês. Assim surgiu o Spiritist Group of New York, que tem feito desde a sua fundação um trabalho extraordinário, inclusive na área de traduções. Participamos ativamente das atividades e da direção deste grupo por um período de aproximadamente três anos, na condição de vice-presidente do mesmo. Ultimamente, não temos participado ativa e sistematicamente dos trabalhos semanais do grupo, o que fazemos esporadicamente, na medida das nossas possibilidades, neste e em outros grupos com os quais mantemos contatos. Recentemente, fizemos uma pequena palestra no SGNY, cujo tema foi: Spiritism, Spiritualism and The New Revelation.
No momento, o grupo espírita do qual eu participo ativa e sistematicamente de suas atividades, é o GEAE-Grupo de Estudos Avançados Espíritas. O GEAE é um grupo de estudos espíritas virtual, já com quase dezesseis anos de atividades ininterruptas, do qual sou um dos membros do Conselho Editorial e responsável pela elaboração, em conjunto com outros membros, do boletim em inglês, o The Spiritist Messenger.

EC: Que público geralmente frequenta o Spiritist Group of New York? Norte americanos ou latino americanos?
Antônio: No caso do Spiritist Group of New York e outros em que as atividades são todas em língua inglesa, eu diria que há uma participação de mais ou menos uns quarenta por cento de americanos. Nos centros espíritas em que as atividades são desenvolvidas em língua portuguesa, a quase absoluta maioria dos participantes são de brasileiros. Os norte-americanos que eventualmente comparecem aos encontros desses grupos, o fazem porque tem vínculos familiares ou afetivos com brasileiros e os acompanham, mas efetivamente não participam, pois não entendem a língua. O americano, com raras exceções, fala apenas o inglês. Já os latino-americanos participam em número um pouco maior, muito embora eles prefiram, por razões óbvias, participar de centros onde as atividades são desenvolvidas em espanhol.

EC: Que atividades são realizadas no Spiritist Group of New York?
Antônio: As atividades que se realizam semanalmente no grupo, o que pode inclusive ser checado no website do mesmo, são as seguintes: reunião mediúnica às segundas-feiras; reunião pública de estudos nas quintas-feiras, no momento, estudo de O Livro dos Espíritos (The Spirits' Book); reunião pública de estudos nos primeiros e terceiros domingos de cada mês, sendo que no momento estão sendo estudados, respectivamente, Os Mensageiros (The Messengers) de André Luiz, e o Evangelho Segundo o Espiritismo (The Gospel According to Spiritism).
Clique no título e acesse o site do SGNY. Continua.

XXIV Semana Espírita de Divinópolis




Segue a programação da XXIV Semana Espírita de Divinópolis. Divulguem.

21.6.07

Ciclo de Estudos Sobre Espiritismo


"Para combater um cálculo é necessário opor-se-lhe outro cálculo, o que exige saber calcular. O crítico não se deve limitar a dizer que tal coisa é boa ou má: é preciso que justifique a opinião por uma demonstração clara e categórica, baseada sobre os princípios da arte ou ciência a que pertence o objeto da crítica. Como poderá fazê-lo, quando não conhecer esses princípios?"
(Allan Kardec - O Que é o Espiritismo)


Kardec entendia que o Espiritismo foi construído a partir de métodos próprios das ciências e da Filosofia, o que exige dos que se interessam por ele um estudo cuidadoso de seus princípios e teses, antes de iniciar a experimentação. Muitas pessoas são atraídas, hoje, às casas espíritas, pela imensa publicidade que a mídia tem dispensado aos fenômenos e idéias espíritas.

As pessoas que chegam pela via das reuniões públicas correm o risco de freqüentar durante anos um Centro Espírita e sair dele sem conhecerem sequer os fundamentos doutrinários. Muitas sociedades espíritas optam por tratar de temas ligados à vida familiar, aos problemas contemporâneos e ao Evangelho, o que tem por efeito a criação de uma visão da Doutrina Espírita semelhante à de um quebra cabeças desmontado, com as peças espalhadas.

Buscando fornecer opções para os iniciantes e os interessados no estudo sistemático do Espiritismo, Fabrício e Larissa estão realizando às segundas-feiras, às 20:00 horas, na sede da Associação Espírita Célia Xavier, situada na Rua Coronel Pedro Jorge 314, Prado - Belo Horizonte-MG, um ciclo de estudos sobre Doutrina Espírita. O ciclo está sempre iniciando-se e reiniciando-se. Os interessados podem procurar os coordenadores nas segundas feiras e inteirarem-se de como participar.

Os temas do ciclo são:

Espiritismo, Materialismo e Deus
Jesus e a Segunda Revelação
Espírito e Perispírito
Livre Arbítrio, Lei de Causa e Efeito e Reencarnação
Plano Espiritual, Vida Futura e Pluralidade dos Mundos Habitados
A Prece
Pureza Doutrinária
Evolução
Fora da Caridade não há Salvação
Mediunidade
Influência dos Espíritos nas nossas Vidas
Cristão no Mundo

O ciclo dura cerca de três meses, é baseado em exposições dialogadas e tem funcionado com grupos pequenos, o que deixa os participantes mais à vontade para interagir.

Você se interessou? Não deixe para amanhã.

17.6.07

Correio Fraterno Lança Site e Republica Artigos



O Correio Fraterno publicou seu novo site, que apresenta algumas de suas matérias como cortesia ao internauta. O site mostra algumas das colunas mais frequentes do jornal: Entrevista, Literatura, Baú de Memórias (homenagem ao Eduardo Carvalho Monteiro), Você Sabia?, Biografia, Comportamento, Opinião, Filosofia e Ciência.

O endereço é: http://www.correiofraterno.com.br/

Agradeço à equipe a publicação de uma entrevista que fizeram na época da defesa da tese na USP. As perguntas da Izabel ficaram muito bem feitas e são abrangentes. O leitor do blog pode acessá-la clicando no título desta postagem.

9.6.07

Carlos Imbassahy


Vendo o rumo que tomam os debates no Movimento Espírita, recordei-me de um grande homem a quem tento, mas não consigo seguir os passos. O texto abaixo mostra um dos inúmeros episódios de polêmica no qual fez a defesa do Espiritismo, com uma elegância tal que não fazia inimigos. Acho que estes tempos se foram, mas nada impede que voltem.

"Certo dia o grande Medeiros e Albuquerque, autor de "Graves e Fúteis", membro da Academia Brasileira de Letras, orador renomado e uma das mais brilhantes penas do Rio de Janeiro, resolveu atacar o Espiritismo. Era psicanalista e escolheu para tema de um de seus inúmeros artigos os fenômenos espiríticos, procurando demonstrá-los à luz da interpretação freudiana.

Meu pai arvorou-se em rebater-lhe o artigo: escreveu a réplica e pediu a meu avô, crítico musical do Jornal do Brasil, que o fizesse publicar no referido periódico.

Como genitor, também dedicado às letras, antes de atender ao pedido do filho, fez-lhe ver que aquilo era loucura: querer discutir com um homem cuja pena todos temiam com justa razão.

- Não se importe, meu pai: ele sabe escrever, porém não conhece Espiritismo e nisso não leva nenhuma vantagem.

O redator do jornal adorou a idéia dessa polêmica e mandou publicar o trabalho, embora comentasse para o velho Arthur:

- Seu filho vai se meter em palpos de aranha; o Medeiros irá reduzi-lo, que não lhe poupa ninguém!

Mas a resposta do grande Medeiros e Albuquerque que tardava, para espanto geral.

Estava meu pai em seu trabalho, na "Estatística", à Rua Luiz de Camões, quando um contínuo veio anunciar-lhe que um senhor meio surdo desejava falar-lhe.

- Mande-o entrar.

E o convidado não se fez esperar. Um senhor bem apessoado dirigiu-se a meu pai:

- Talvez não me conheça... sou Medeiros e Albuquerque.

- !

- ... Vim porque li seu artigo e desejo respondê-lo, porém, por um princípio íntimo de honestidade, gostaria de debater alguns pontos críticos...

E começou a indagar coisas de Espiritismo. Uma conversa agradabilíssima de um homem erudito, fino, polido em toda íntegra, a inquirir pelo desejo de conhecer, debatendo o tema.

No dia seguinte, fez publicar um artigo no qual declarava que tomava conhecimento da resposta de meu pai e que, em breve, voltaria ao assunto, assim que reunisse elementos para a polêmica.

E as visitas tiveram continuidade, só a contra-resposta é que nunca foi escrita: dizem mesmo que, ao fim da vida, Medeiros e Albuquerque houvera declarado.

- Fui materialista durante esta existência; se houvesse religião que eu pudesse aceitar, esta seria o Espiritismo." (Memórias Pitorescas de Meu Pai, Carlos de Brito Imbassahy, 2a. ed, 1989, p. 283-284)


Passaram-se os anos e Medeiros e Albuquerque, espírito, deixa duas pérolas no livro "A Canção do Destino", citado abaixo.





3.6.07

O Conto Perdido


Jorge Damas Martins, sempre atento e atencioso, conseguiu a primeira edição do livro "A Canção do Destino", que eu havia divulgado na revista Universo Espírita. Além de uma introdução de Ismael Gomes Braga, encontra-se um conto de Bernardo Guimarães - Espírito, intitulado "O Bom Ateu". Este conto não foi publicado nas edições de Correio Fraterno.

O conto é uma ficção criada a partir da conhecida contradição entre as religiões e o comportamento dos religiosos, e tem por fundo uma espécie de versão moderna da Parábola do Bom Samaritano.

Sob a pena de Bernardo Guimarães, Jesus e Pedro voltam à Terra para saber porque tão poucos religiosos mereciam "o céu" após a morte. Eles passam por Jerusalém, pelo Vaticano, pela Igreja Anglicana e por uma sociedade espírita no Brasil. Como era de se esperar, ninguém reconhece a Jesus, a Pedro, nem aos ensinamentos cristãos. Todos se apegam a seus títulos, posições e instituições terrenas para justificar doutrinas estranhas à cristã difundidas como se a fossem.

No Espiritismo, o autor se detém nos conflitos históricos entre críticos e defensores das obras de Roustaing, e o personagem Jesus ensina a Pedro que os filhos do consolador prometido chegam a faltar com a fraternidade e o respeito entre si por divergência de idéias.

O final do conto é um encontro com um ateu caridoso, cujas ações impressionam a Jesus e Pedro, que concluem que devem esperá-lo "no céu".

A contra capa da primeira edição divulga o livro "Cânticos do Além". Os nomes de autores espirituais impressionam, pela variedade de literatos desencarnados. Confirmando-se a capacidade mediúnica de Dolores Bacelar, este livro tem potencial para se tornar um segundo "Parnaso de Além Túmulo". Não valeria a pena reeditar este livro?

31.5.07

Pelos Caminhos da Mediunidade Serena


Pedro Camilo reuniu entrevistas, psicografias inéditas e ensaios de Yvonne A. Pereira no livro Pelos Caminhos da Mediunidade Serena. Leia mais no site Espiritismo Comentado, seção de resenhas. (www.jadersampaio.uaivip.com.br)

Tese Sobre Motivação e Cultura de Creche Espírita Disponível na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP


A tese de Doutorado em Administração intitulada "Voluntários: Um Estudo Sobre a Motivação de Pessoas e a Cultura em uma Organização do Terceiro Setor", que apresenta o resultado de uma pesquisa realizada em uma creche espírita de Belo Horizonte, já se encontra disponível na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP.


O capítulo 7 trata de "Obra Social Espírita: Ethos e Visão de Mundo do Movimento Espírita Brasileiro"


Os interessados podem acessar diretamente o endereço http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-24052007-160054/

para obter informações e fazer o download da tese em pdf.

22.5.07

O Passe Pesquisado por Cientistas

Nos sábados do mês de maio tivemos a grata satisfação de apresentar um trabalho sintético sobre passes para os jovens do quarto ciclo de mocidade da AECX. O último encontro foi a apresentação de uma revisão de pesquisas sobre "spiritual healing". Conforme combinado, deixo um link para um dos artigos de revisão da Revista da Sociedade Real de Medicina (Journal of the Royal Society of Medicine), que mostra estudos experimentais de imposição de mãos em células "in vitro", fungos, animais e seres humanos. Os resultados são animadores para os que praticam ou procuram o passe como terapia complementar, embora não seja panacéia...

Basta clicar no título desta postagem.

19.5.07

Professor de Neurologia Faz Acusações ao Movimento Espírita

O professor Paulo Bittencourt, titular da cadeira de neurologia da UFSC, orientou um artigo intitulado "Tratamento em Medicina Alternativa em Pacientes com Epilepsia em Santa Catarina", publicado em português e comunicado em congresso internacional no qual faz inúmeras acusações gratuitas aos espíritas catarinenses e ao Espiritismo.

"...os centros espíritas de nosso estado filiam-se basicamente às idéias de seu mentor francês, Alan Kardec. Centros desta natureza apresentam-se à sociedade como uma forma de panacéia: tornando claras, justificando e tratando todas as doenças, disseminando entre seus praticantes a idéia conformista de que os problemas de saúde atuais são consequência de processos de vidas passadas. Resumindo, a doença atual é produto da vida de ontem, e no amanhã virá a consequência do que se fez ou não hoje. Tais centros tem uma poderosa ferramenta terapêutica que denominam cirurgia espiritual. Este tipo de procedimento, ocorre numa sequência análoga às cirurgias reais, onde o médium é uma espécie de cirurgião-chefe."

Tristes comentários. O pior é que o pesquisador não se deu ao luxo de estudar minimamente o Espiritismo para falar dele, quando muito, reproduziu o que ouviu seus pacientes dizerem, ou seja, escreve de oitiva...

Há uma contradição no texto. Panacéia ou conformismo? Panacéia é o remédio para todos os males. Se o Espiritismo possui alguma, por que o conformismo? Se conhecesse o tema sobre o qual escreve, o autor veria que não há defesa de panacéias nem apologia do conformismo em matéria de Doutrina Espírita.

Kardec e os principais autores espíritas não defendem a idéia "conformista" de que os problemas de saúde atuais são todos conseqüências de processos de vidas passadas. Se o autor do artigo e seus colaboradores tivessem avaliado a obra do codificador antes de escreverem sobre ele, teriam encontrado um pensamento muito mais complexo do que barbaramente reduziram em seu texto. Ele escreve em "O Evangelho Segundo o Espiritismo":

"De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, promanam de duas fontes bem diferentes, que importa distinguir. Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida." (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 5)

No mesmo capítulo, mais à frente, ele escreve:

"Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso." (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 5)

Quanto ao conformismo a que se referem os autores, Kardec escreveu sobre a fatalidade e se refere a ela da seguinte forma:

Do fato de ser infalível a hora da morte, poder-se-á deduzir que sejam inúteis as precauções para evitá-la?
“Não, visto que as precauções que tomais vos são sugeridas com o fito de evitardes a morte que vos ameaça. São um dos meios empregados para que ela não se dê.” (O Livro dos Espíritos, questão 854)

A idéia de conformismo não é consistente com as opiniões de Kardec e dos Espíritos nem em matéria de enfermidades, como já o mostramos, nem em matéria de desigualdades sociais como se lê:

813. Há pessoas que, por culpa sua, caem na miséria. Nenhuma responsabilidade caberá disso à sociedade?

“Mas, certamente. Já dissemos que a sociedade é muitas vezes a principal culpada de semelhante coisa. Demais, não tem ela que velar pela educação moral dos seus membros? Quase sempre, é a má educação que lhes falseia o critério, ao invés de sufocar-lhes as tendências perniciosas.” (685) (O Livro dos Espíritos)

Quanto às cirurgias espirituais, a sua qualificação irônica como "poderosa ferramenta terapêutica" demonstra a atitude de pouco afastamento ou objetividade com que escreveu o artigo. Diversos autores sérios pesquisaram o tema e os resultados são controversos, assim como é controversa a questão no seio do movimento espírita. Não existe uma conduta comum com relação às cirurgias espirituais nos centros espíritas.

Eu poderia continuar citando obras espíritas. Vêm-me à mente o livro Mediunidade Serena, de Yvonne Pereira e os livros de Carlos Toledo Rizinni, pesquisador do CNPq, que se opõem claramente a esta suposta interpretação que estes médicos catarinenses fazem da doutrina dos espíritos. Poderia citar toda a revisão bibliográfica que tenho feito sobre curas espirituais em periódicos internacionais, cujas posições dos autores são geralmente contraditórias às desrespeitosas afirmações dos médicos catarinenses.

Quanto ao design do trabalho, encontram-se inúmeras falhas, de forma que ele dificilmente seria aceito em um periódico criterioso com blind review. Como pesquisa descritiva, ele é não probabilista, não se podendo generalizar resultados, como os autores bem o admitem no seio do trabalho. Como não é experimental, ele não comparou resultados de terapias alternativas aos da medicina oficial, não podendo comparar a eficácia dos métodos. A revisão bibliográfica é limitadíssima, talvez devido à má delimitação do tema de pesquisa.

Para mais confundir ainda, eles admitem que a doença tem taxas altas de remissão, mas não as explica em bases fisiológicas, nem é capaz de distinguir o que ocorre devido à "natureza" (termo empregado pelos autores) daquilo que acelerou os processos naturais ou interviu de outras formas. Em suma, ele é uma manifestação dos preconceitos do grupo de médicos que o escreveu, de forma tão descuidada, tão desrespeitosa, que não se deu ao luxo de sequer analisar e fundamentar suas acusações e impropérios, talvez julgando ignorantes os espíritas e incapazes de perceber dimensão de leviandade com que produziram este trabalho.



10.5.07

REVISTA ICESP 21

A Revista ICESP, do Instituto de Cultura Espírita de São Paulo, publicou seu número 21 referente ao primeiro trimestre de 2007. A matéria de capa trata de Jean Meyer, um dos mais ativos continuadores da obra de Kardec, fundador e mantenedor da Maison des Spirites e do Instituto Metapsíquico Internacional.



Agradeço ao seu diretor a publicação do artigo "Mediunidade, Inconsciente e Psicopatologia: Considerações sobre um Estudo de Caso de C. G. Jung.". Ele não poupou espaço na revista e o publicou na íntegra.



Além dos artigos a revista sempre publica informações sobre eventos espíritas no Brasil e no Mundo, traduções de trechos de obras raras e resenhas de livros, mantendo seu leitor informado sobre a memória e o movimento espírita.



Os interessados em assiná-la podem fazê-lo pela módica quantia de R$20,00 anuais (quatro exemplares). Maiores informações podem ser obtidas através de e-mail icesp@frontier.com.br ou no site www.frontier.com.br/icesp.

9.5.07

O Espiritismo Espanhol no Século XIX



Os livros de Florentino Barrera, escritor (ainda que não se autodenomine como tal) argentino, têm sido publicadas em português graças a um esforço de trabalhadores espíritas de diferentes estados, trabalhando em conjunto.
Dono de uma erudição destacada e de uma história de pesquisa e busca do conhecimento espírita, Florentino teve seu livro intitulado "O Auto-de-Fé de Barcelona" publicado pelo Centro de Cultura e Pesquisa Espírita - Eduardo Carvalho Monteiro, após um trabalho de equipe de membros da Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas - LIHPE.
O livro interessa ao leitor que pesquisa a história do Espiritismo, porque Florentino não se atém apenas aos atos imediatos associados ao já conhecido auto-de-fé, mas faz uma leitura panorâmica da trajetória do movimento espírita na Espanha e cita fatos de países americanos de língua espanhola, mostrando conexões entre política, religião e perseguição a minorias, no caso, a minoria espírita.
O leitor do blog encontrará no site Espiritismo Comentado uma resenha crítica do livro, mas recomendo aos interessados no tema em discussão que formulem sua própria opinião a partir da leitura do livro.

8.5.07

O Espiritismo na Áustria

O Blog Espiritismo Comentado entrevistou Rejane Spiegelberg Planer, engenheira elétrica e nuclear, residente em Viena – Áustria, sobre as atividades de sua casa espírita.

EC: Rejane, como nasceu o grupo espírita que você freqüenta na Áustria? Como ele se chama?
Rejane: As sementes da nossa casa - Sociedade para Estudos Espiritas Allan Kardec (VAK) - foram plantadas por Divaldo Franco em 1988, quando pela primeira vez proferiu uma palestra em Viena, capital da Áustria. Um ano após, Raul Teixeira aqui esteve, e desde então, ambos vem apoiando o desenvolvimento deste núcleo espírita através de palestras e seminários, e orientando o grupo com sua sabedoria e vivência espírita.
A semente germinou sob a liderança de Josef Jackulak, tcheco de nascimento, que aos poucos foi reunindo os companheiros espíritas de Viena. A princípio, um pequeno grupo reunia-se em sua casa semanalmente para estudo e orações, depois devido ao crescente número de interessados, em local mais apropriado à rua Spengergasse 10/3, onde ainda hoje é a sede do VAK. No ano de 2000, a Sociedade para Estudos Espíritas Allan Kardec foi registrada oficialmente e legalizada na cidade de Viena. Desde então, Josef Jackulak é seu presidente e eu, apoio os trabalhos como vice-presidente.




Foto: À frente e à esquerda, Rejane, Divaldo Franco, atrás Josef Jackulak e Nilson. Os demais são membros do VAK.


EC: Rejane, que atividades vocês fazem em sua casa espírita?
Rejane: Temos várias atividades por semana, concentradas em 3 dias: segunda, terça e sábado. São 2 palestras semanais às terças-feiras e aos sábados. Nestes dias realizamos estudos especializados e oferecemos evangelização infantil (aos sábados). É rotina da casa o estudo para médiuns, pois acreditamos que o estudo faz parte do dia a dia do médium, ajudando no equilíbrio mental e emocional, mas atualmente também conduzimos um estudo especial para passistas. Na segunda-feira reunimos o grupo mediúnico e o grupo de orações e irradiações.
Além destas atividades na sede do VAK em Viena, há 5 anos também atuamos junto a 2 países vizinhos – a Republica Tcheca e a Eslováquia, onde também sob a liderança de Josef Jackulak organizamos 2 grupos espíritas locais. Estes grupos de cidadãos tchecos e eslovacos, reúnem-se uma vez por mês para palestras e estudos espíritas nas cidades de Brno (Republica Tcheca) e Bratislava (capital da Eslováquia). As palestras são proferidas em português com tradução consecutiva para o idioma tcheco, ou diretamente em tcheco, uma vez que os participantes não falam português.

EC: Há quanto tempo vocês se organizaram?
Rejane: O grupo que originou a nossa Sociedade para Estudos Espíritas Allan Kardec, reúne-se desde 1988, portanto há quase 20 anos. No entanto, o VAK foi legalizado no ano de 2000, portanto há seis anos.
O grupo de Bratislava iniciou-se em 2002 e o grupo de Brno em 2005, um trabalho que vem amadurecendo aos poucos.

EC: Os trabalhadores do grupo são predominantemente brasileiros residentes na Áustria ou austríacos? As reuniões em seu grupo são realizadas em que idioma?
Rejane: Em Viena, o grupo é internacional. São brasileiros, portugueses, espanhóis, tchecos, austríacos, japoneses, todos residentes em Viena. Os trabalhadores da sociedade ainda são predominantemente brasileiros, mas esperamos e trabalhamos para aos poucos formar um grupo firme de trabalhadores austríacos, atendendo assim, a comunidade local e não somente a comunidade flutuante internacional ou de brasileiros residentes em Viena.
Deste modo, as reuniões da Sociedade para Estudos Espíritas Allan Kardec de Viena são realizadas em português ou alemão, dependendo dos participantes. Já fizemos experiências de conduzir as palestras também em inglês, mas o número de interessados não justificou a iniciativa, e optamos por manter o alemão e o português.

EC: Suas atividades estão articuladas com centros de outros países europeus?
Rejane: Iniciamos e continuamos dando nosso suporte a 2 grupos: um na República Tcheca e outro na Eslováquia. Nestes grupo, damos palestras mensais traduzidas para o tcheco e o eslovaco.
Josef Jackulak é o pai desta iniciativa, eu o acompanho na tarefa. Ele fala tcheco, e lidera o trabalho, e é um batalhador e divulgador do Espiritismo. É claro que o trabalho conjunto e o apoio mútuo é necessário, mas eu acredito, que sem a sua força de nobre trabalhador da causa espírita, este trabalho no leste Europeu e aqui em Viena não seria feito.



Foto: Divaldo Franco e Josef Jackulak em Brno, na República Tcheca.

EC: Há outras atividades de divulgação doutrinária feitas por vocês?
Rejane: Anualmente organizamos as viagens de Divaldo Franco no leste europeu, que inclui República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Polônia e na ONU de Viena, e neste ano (2007), pela primeira vez em Istambul, na Turquia onde estaremos dia 23 de maio. Organizamos também as visitas de Raul Teixeira e Juan Durante nestes países. São eles, na minha opinião, as 3 estrelas que apóiam o desenvolvimento da nossa sociedade e do Espiritismo nesta região.
Além disso, atuamos junto a ONU em Viena, seja organizando palestras destes líderes do Espiritismo atual, como participando de eventos onde podemos divulgar o Espiritismo, ou oferecendo livros em inglês, que é a língua de trabalho na ONU. Os frutos deste trabalho minúsculo, vemos este ano, com a ida de Divaldo Franco a Turquia, que é organizada por um ex-colega da ONU, que acompanhou silenciosamente as palestras de Divaldo na ONU, desde 1992. O trabalho da espiritualidade é discreto, mas os frutos são colhidos na hora certa.

EC: Você tem notícias das origens do Espiritismo Austríaco? Quando ele surgiu? Quem eram seus fundadores? Qual foi sua trajetória?
Rejane: Morando na Áustria há 18 anos, espírita de nascimento (minha família foi fundadora de um dos primeiros centros espíritas em Porto Alegre Brasil) não poderia deixar de buscar as origens do espiritismo na Áustria. O que sabemos no momento, é que em Viena existiu uma sociedade espírita já na época de Kardec, pois a Revista Espírita menciona uma troca de correspondência de Allan Kardec com o Sr. Delhez , que foi também o tradutor de O Livro dos Espíritos e outras obras da codificação para o alemão. A Sociedade Espírita de Viena existiu portanto desde a época de Kardec (1862).
No entanto, o império austro-húngaro abrangia um território muito maior do que a Áustria dos dias de hoje. Nossas pesquisas abrangem, portanto, a Republica Tcheca e Eslováquia, principalmente a região da Boêmia, e a Hungria. Nestas regiões existiram grupos espíritas até antes da segunda guerra mundial. Uma das conhecidas médiuns espíritas da região é a Baronesa Adelma von Vay, que também viveu no mesmo período e que deixou vários livros psicografados, entre eles citamos “Espírito, Forca e Matéria” (psicografado em 36 dias em 1869), e seus belos livros de orações, que infelizmente somente encontramos em língua tcheca. Depois disto, como em toda a Europa, o movimento espírita foi diminuindo até quase desaparecer. No entanto, no contato com os freqüentadores locais, principalmente na Republica Tcheca e Eslováquia, fomos descobrindo que alguns núcleos espíritas mantiveram-se em atividade quase em segredo em certas famílias espíritas. Muitos destes senhores e senhoras participam hoje de nossos estudos, e aos poucos vão tornando-se mais ativos trabalhadores espíritas, possibilitando assim o ressurgimento do Espiritismo em nossos dias nestes locais. (Clique no título do blog e veja uma foto da Baronesa Von Vay - Contribuição de Marco Milani/LIHPE)

EC: Você tem informações sobre os grupos na Áustria? Quantos são? Em que cidades estão situados?
Rejane: Atualmente existem somente dois grupos espíritas na Áustria: a nossa Sociedade para Estudos Espíritas Allan Kardec (VAK) na capital, em Viena, e um grupo fundado em Dornbin, Voralberg.

EC: Há alguma singularidade no Espiritismo Europeu, quando comparado ao brasileiro?
Rejane: Sem esquecer que o Espiritismo codificado por Allan Kardec é um só, eu diria que existem diferenças sim, pois a cultura européia é diversa da cultura brasileira.
O Espiritismo brasileiro é de brasileiros, portanto, cresceu em torno da cultura do povo brasileiro, e sofreu e sofre a influência desta cultura diversificada, colorida.
O espiritismo europeu, com algumas exceções, ainda cresce em torno dos imigrantes brasileiros, mas deve tomar um caráter local para que não se restrinja aos brasileiros e dissemine-se pelo povo local, atingindo o seu objetivo de educar o ser humano quanto aos mistérios da vida, de acabar com o misticismo e colocar o fenômeno na sua correta perspectiva, através dos aspectos científicos do Espiritismo, e trazer ao indivíduo, as metas primordiais, que são a auto-educação e busca pelo autoconhecimento.
Dar espaço para o desenvolvimento de grupos locais, com participação local, deve ser, na minha opinião a meta destes trabalhadores do Espiritismo no solo europeu.

EC: Vocês têm planos para o futuro? Quais são?
Rejane: Nossos planos são modestos. Seguir a doutrina através das orientações de Allan Kardec nas suas obras básicas, e principalmente seguir Jesus, sem jamais nos afastarmos dos ensinamentos do Mestre. Estes dois pontos já bastam para uma vida inteira. E a Sociedade é a nossa vida.
Esperamos seguir em frente e um dia, ser uma semente de luz no céu de Viena, iluminando os corações e as vidas de seus habitantes – sejam eles austríacos de nascimento ou de coração, ou passageiros do trem da vida, que aqui aportam por um tempo.

EC: Que dificuldades vocês têm enfrentado para poder estudar e praticar o Espiritismo na Áustria?
Rejane: Nenhuma. Nossa Sociedade foi legalizada no ano de 2000, como sociedade beneficente espírita na Áustria, sem dificuldades.
As dificuldades que encontramos são aquelas normais de todo agrupamento humano, seja ele um centro espírita ou não. Como somos um grupo internacional, mas no momento predominantemente de brasileiros, temos de enfrentar os problemas da língua – tradução de material para a língua local, etc. Mas, seguindo Kardec, que foi e é universal, pois segue os ensinamentos do mestre Jesus, estamos seguros de seguir o caminho certo.

EC: Como os espíritas brasileiros podem auxiliar o trabalho de vocês?
Rejane: Os espíritas brasileiros vêm ajudando nossa Sociedade de vários modos. A Editora Leal, e portanto, Divaldo Franco e Nilson de Souza Pereira tem auxiliado e disponibilizado literatura em alemão, tcheco, húngaro e inglês, facilitando a divulgação do Espiritismo nas línguas locais. Alguns grupos ou indivíduos têm ajudado mandando DVDs, livros e material de consulta que ficam então disponíveis na nossa biblioteca, e servem de apoio ao trabalhador e de material de consulta e estudo.
Agradecemos a todos que procurarem ajudar através da doação de livros e material de estudo.

Finalizando gostaria de deixar nosso endereço:

Sociedade para Estudos Espíritas Allan Kardec
(Verein für spiritistische Studien Allan Kardec)
Spengergasse 10/3 – entrada pela Jahngasse 28
1050 Wien
email: vakardec@msn.com

28.4.07

Correio Fraterno Publica Conto sobre Síndrome de Burnout

A Síndrome de Burnout ou Esgotamento Profissional é um conjunto de sintomas que antigamente era associado apenas ao trabalho. Foi descrita inicialmente nos anos 70 e mais recentemente tem sido encontrada também no trabalho voluntário. Em alguns grupos de profissionais, como professores e profissionais de saúde encontra-se maior incidência da síndrome, que se diferencia do estresse porque não se alivia nas férias ou com a interrupção dos trabalhos. Há associações entre a síndrome, situações de estresse e quadros de depressão.


O burnout é descrito a partir de três aspectos básicos: a exaustão emocional (a pessoa se sente com pouca energia para realizar seu trabalho/tarefa), a despersonalização (distanciamento emocional nas necessidades dos colegas e pessoas a quem atende) e a redução da realização pessoal e profissional (um sentimento acentuado de baixa auto-estima, a pessoa acha que investe muito e não é reconhecida pelos colegas ou instituição, dá "murro em ponta de faca")


O desconhecimento desta doença e um grau de exigência continuado nas Sociedades Espíritas, mantido pelo relacionamento entre os membros, pode desencadear a síndrome. É necessário avaliar com cuidado, para não confundi-la com depressão, anemia, obsessão (no seu sentido espírita) ou desinteresse. Especialmente os Centros Espíritas com grande número de frequentadores e relações interpessoais mais distantes são mais passíveis de ter trabalhadores com burnout sem que os colegas de tarefa o percebam.


O indivíduo com burnout é tratável com psicoterapia e, em certos casos, com acompanhamento psiquiátrico. As instituições devem refletir se não estão criando ambientes propícios ao desencadeamento deste transtorno.


"O Martírio de Antônio" - página 16 de Correio Fraterno, mar./abr. de 2007


26.4.07

Semana da Família na Associação Espírita Célia Xavier

Confira a programação da Semana da Família em Belo Horizonte.

Associação Espírita Célia Xavier
Rua Coronel Pedro Jorge, 314 - Prado
Telefone: (31) 3334-5787
Belo Horizonte - MG
Brasil

24.4.07

Flores no Dólmen de Allan Kardec



"Aquele que visita um túmulo, apenas manifesta, por essa forma, que pensa no espírito ausente" (O Livro dos Espíritos)

"Supões, porventura, que a lembrança de um ser querido dure menos no coração de um pobre, que não lhe possa colocar sobre o túmulo senão uma singela flor?" (O Livro dos Espíritos)

O movimento espírita francês, no século XIX, transladou o corpo de Allan Kardec para o cemitério de Père-Lachaise e erigiu um dólmen e um busto sobre inscrições na pedra em sua memória.

Nos 150 anos da publicação de O Livro dos Espíritos, nossos amigos Élcio e Selene visitaram o túmulo e fizeram estas belas fotos que partilhamos com os leitores do blog.

Após muitos críticos do Espiritismo afirmarem que o mesmo pereceu na Europa, as flores no túmulo de Kardec parecem lhes desafiar as crenças. Outros amigos que lá estiveram dizem que são trocadas amiúde. Um dos ombros do busto se desgastou de tanto que as pessoas lhe colocavam as mãos, ao ponto da União Espírita Francesa e Francófona lhes pedir por escrito que evitassem este hábito, para que as pessoas não associassem o Espiritismo com "manifestações de idolatria".

Pensar que este belo monumento, símbolo que recorda à humanidade o esforço de um homem em realizar o intercâmbio com os chamados mortos, já foi objeto de vândalos que lhe puseram uma bomba caseira há alguns anos.

Que emoções controversas a memória do codificador do Espiritismo desperta nas pessoas!

Não há dúvida que o olhar dos fotógrafos põe em destaque sentimentos muito diferentes daqueles que nublam o coração dos céticos e críticos da doutrina dos espíritos.

Bendita seja a luz dos céus de Paris nesta manhã do dia 02 de abril de 2007 que permitiu fizessem tão belas fotos.






21.4.07

Atualização do Site Espiritismo Comentado


O Site Espiritismo Comentado foi atualizado. Os artigos estão divididos por seções temáticas (mediunidade, promoção social, evangelização da criança, temas doutrinários e memória espírita) e foram acrescentados novos artigos:

- Resenha do livro Evidências da Sobrevivência, escrito por Carlos Guimarães;
- Síntese da palestra "Como foi escrito O Livro dos Espíritos?" na seção memória espírita.

www.jadersampaio.uaivip.com.br


19.4.07

150 Anos de Espiritismo em São Paulo

O Movimento Espírita Paulistano se mobiliza para a comemoração dos 150 anos da publicação de O Livro dos Espíritos por Allan Kardec, evento que marca o início da codificação do Espiritismo no mundo.

Autores, expositores, médiuns e uma grande exposição de cartazes e fotos, acompanhados de arte e música tomarão as instalações do Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo - Capital, ao longo do dia 21 de abril. Já estão confirmadas as presenças de Divaldo P. Franco, José Raul Teixeira, Dora Incontri, Ercília Zilli, Heloísa Pires, Alkíndar de Oliveira, Antônio César Perri, Nancy Pullman di Girolamo, Marlene Nobre, Miguel de Jesus Sardano e muitas outras personalidades espíritas conhecidas nacional e mundialmente.


Maiores informações podem ser obtidas clicando no título deste post, que encaminha o leitor para o site oficial do evento.


Segue um fac-símile da primeira página da primeira edição de "O Livro dos Espíritos" traduzida por Silvino Canuto Abreu, como parte da comemoração do centenário do lançamento deste livro.

4.4.07

Célia Xavier Comemora 150 Anos de Publicação de O Livro dos Espíritos



16/04 - O Livro dos Espíritos (1a. Parte) - Jáder Sampaio (20 horas)

17/04 - O Livro dos Espíritos (2a. Parte) - Fátima Delgado (20 horas)

18/04 - Lei de Destruição - Luiz Reis (20 horas)

19/04 - Espiritismo, O Consolador Prometido - Mário Andrade (15 horas)

19/04 - As Leis Morais - Rita (20 horas)

20/04 - Reflexões sobre os 150 Anos de Espiritismo - Eliana Mello (20 horas)

Associação Espírita Célia Xavier

Rua Coronel Pedro Jorge, 314 - Prado

Belo Horizonte - MG Fone: 31-3334-5787

1.4.07

Adolescentes de 11 e 12 anos Estudam Dr. March

Douglas, Giulia, Lorena, Lucas, Júlio, Raphael e Marcela passaram a manhã de sábado, 31 de março, estudando a vida do Dr. March. Após a rápida exposição, cada um deles preparou um material para compor um mural, cujo título foi "Dr. March, Homeopata de Almas". Ao lado segue uma foto do mural completo, composto de título, foto e datas de nascimento e óbito, localização dos lugares onde o Dr March viveu, homenagem da Sociedade Homeopática Internacional pelo seu trabalho de prevenção da gripe espanhola do pós guerra com remédios homeopáticos, foto de um tílburi semelhante ao que ele utilizava para atender seus pacientes no início da clínica, frase do discurso de agradecimento feito por March à comissão de Niterói que o presenteou com uma casa nova pelos serviços voluntários prestados à população fluminense e um desenho que mostra o Dr March, no final da vida, ainda encarnado, mas inconsciente, prescrevendo com o auxílio de médiuns receitistas fluminenses. Detalhes das imagens podem ser vistas abaixo.