29.12.08
Cestas de Natal mobilizam jovens da AECX
Este ano foram 478 cestas ao todo, confeccionadas em dois dias de trabalho. A distribuição se fará entre as famílias que são assistidas no Lar Espírita Esperança (222), na Casa de Etelvina em Citrolândia, município de Betim (200) e na Unidade Nova Luz em Rosaneves, município de Ribeirão das Neves (56).
22.12.08
Espiritismo e Universidade: mais uma dissertação sobre organizações espíritas
20.12.08
4o. ENLIHPE: Entrevista com o autor do Espiritismo Comentado
Apesar do avanço, muitos entraves acadêmicos
“A Universidade é conservadora, em matéria de conhecimento”(Jáder Sampaio)
Por Izabel Vitusso e Eliana Hadad
Foto 1: Jáder no 4o. ENLIHPE
Pesquisadores e historiadores presentes no evento destacaram os desafios e dificuldades enfrentadas ainda pela resistência acadêmica, advinda na grande maioria das vezes do preconceito e do desconhecimento do que seja realmente o Espiritismo, doutrina científica e filosófica de conseqüências religiosas, codificada pelo francês Allan Kardec, que em 1857 lançou a sua obra básica, O Livro dos Espíritos, contendo perguntas e respostas sobre assuntos que envolvem diretamente a existência e o destino do homem, a criação e a imortalidade da alma – a vida do Espírito.
Ao final do evento, o psicólogo Jáder dos Reis Sampaio, um dos moderadores do grupo que se comunica pela internet há pelo menos seis anos, concedeu a entrevista abaixo, na qual abordou com clareza a dificuldade da produção acadêmica sobre temas ligados ao Espiritismo.
Premiado pela Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração – ENANPAD, Jáder Sampaio concluiu o doutorado em Administração pela Universidade de São Paulo em 2004. Atualmente é professor-adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais, tendo publicado 11 artigos em periódicos especializados e 19 trabalhos em anais de eventos, participando de 57 eventos no Brasil. Atua na área de Psicologia, com ênfase em psicologia do trabalho e organizacional Também é consultor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG, do Programa de Capacitação de Recursos Humanos – PCRH.
Entrevistadoras - Como você analisa a produção acadêmica com relação ao Espiritismo?
Jáder Sampaio - O assunto é mesmo complicado. Sobre a pesquisa na universidade, se você se declara espírita, ganha antipatia dos que se dizem marxistas, socialistas, ou seja de outras vertentes políticas e religiosas, o que costuma gerar também retaliações nos pedidos de pesquisa, ou na aceitação de nossos programas de pós-graduação.
Entrevistadoras - Você acredita que isso aconteça por puro preconceito?
Jáder Sampaio - Muitos acreditam que se tem escondido o propósito de fazer proselitismo sobre a Doutrina Espírita dentro da universidade.
Entrevistadoras - Mas o pesquisador não tem liberdade de pesquisar o que lhe seja de interesse de estudo?
Jáder Sampaio - Há um engano sobre isso. As pessoas ficam achando que o pesquisador tem liberdade, mas ele não tem tanto como imaginam. Não consegue recursos, tem dificuldade de desenvolver o projeto, de encontrar orientador que aceite seu projeto de pesquisa e acaba encontrando tantas outras dificuldades no dia a dia da universidade. Ele precisa ser muito corajoso e persistente para defender algumas teses.
Entrevistadoras - Há orientadores preparados para coordenar os trabalhos de defesa de tese sobre Espiritismo?
Jáder Sampaio - Há sim, nas mais diversas áreas, mas se você chegar com um tema, muitas vezes o orientador diz que não interessa orientar. Quando o tema do mestrando envolve o nome do orientador, ele fica cioso. Se ele aceita um tema relacionado ao Espiritismo e não faz uma crítica contundente, pode ficar mal visto pelos colegas e comunidade acadêmica. É mais seguro você escolher um tema já consagrado, aceito internacionalmente, e ficar produzindo o que já é aceito.
Entrevistadoras - Você acha que nas universidades, os acadêmicos ainda têm receio de defender temas como o Espiritismo?
Jáder Sampaio - Sim, e de temas novos de uma forma geral, especialmente os que possam ser considerados pseudociências ou ideologias. A Universidade é conservadora, em matéria de conhecimento e gregária em matéria de captação de recursos. De qualquer forma este receio é menor que no passado.
Entrevistadoras - O que você sugere para gerar o conhecimento espírita no mundo acadêmico?
Jáder Sampaio - Não sei se a melhor expressão é conhecimento espírita. Um dos papéis da universidade é gerar conhecimento. Os professores precisam ficar mais abertos para o estudo de temas que permitam discutir a existência do espírito, como o fizeram os intelectuais do século XIX. Na Inglaterra, por exemplo, a SPR oferece bolsas de estudos para jovens pesquisadores que desejam estudar temas ligados às ciências psíquicas. É necessário que os professores orientadores construam redes e promovam eventos com os resultados de seus trabalhos, aproximando colegas e comunidade. A imprensa espírita e em geral poderia ter uma atenção maior para cobrir os trabalhos concluídos, para que não se percam no esquecimento. Um segundo momento é construir redes internacionais e trazer pesquisadores do exterior que trabalham temas de interesse ao movimento espírita.
Entrevistadoras - Podemos vislumbrar mudanças com relação a essas posturas para um futuro próximo? Por quê?
Jáder Sampaio - Sim, porque em uma sociedade mais democrática, há mais possibilidade de voz para as minorias. Tenho acompanhado pela LIHPE e por outros canais de informação muitas iniciativas interessantes, como o estudo à base de exame de imagens que o Júlio Perez fez com médiuns nos Estados Unidos e o exemplar temático da revista de Psiquiatria da USP sobre espiritualidade, organizado pelo Dr. Alexander Moreira Almeida. No exterior existem revistas técnicas especializadas em parapsicologia e CAM - medicina alternativa e complementar, que têm apresentado resultados de trabalhos sobre passes e curas espirituais.
Entrevistadoras - Você, como acadêmico, percebe algum avanço para aceitação do Espiritismo, considerando-se seu tríplice aspecto – ciência, filosofia e religião?
Jader Sampaio - O Brasil tem deixado de ser uma sociedade exclusivamente católica para ser uma sociedade plural em matéria de religião. Não bastasse a diferença, o respeito entre os membros de religiões é maior. Uma vez aceito pela sociedade, esta passa a demandar uma visão do mundo acadêmico sobre o Espiritismo.
Entrevistadoras - Espiritismo não combina com o mundo acadêmico? Que ciência é essa?
Jáder Sampaio - É a ciência dos homens, que desejariam estar em um lugar terceiro, o lugar da verdade ou, pelo menos, do conhecimento rigoroso, mas que não conseguem superar seus medos e preconceitos na hora de fazer pesquisa.
São Paulo, 27/29 de setembro de 2008
Publicado originalmente em http://www.ccdpe.org.br/
Devem os centros espíritas manter creches?
É desnecessário argumentar em favor da filantropia e da caridade no movimento espírita brasileiro. A obra kardequiana defende, seguida por diversas contribuições de autores e médiuns brasileiros, a caridade como valor e a filantropia como dever. De uma forma muito pessoal e individual, “O Evangelho Segundo o Espiritismo” é um convite de muitas faces para que o homem de bem, e não apenas o espírita, atenda a exortações como:
“Encontra satisfações nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.” (KARDEC, 1978a, p. 285)
Uma vez aceito o imperativo ético da prática da caridade, e aceita a distinção entre caridade moral e material, como o faz Kardec na mesma obra, não é inusitado aceitar que as instituições espíritas organizem serviços capazes de atender às necessidades sociais, no limite de suas capacidades. O próprio Kardec propôs a manutenção de instituições como um dispensário, onde se realizariam consultas médicas gratuitas, uma caixa de socorros e um asilo, a serem mantidos com recursos da Comissão Central do Espiritismo, em seu conhecido Projeto de 1868. (KARDEC, 1978b)
Há que se distinguir a manutenção de instituições do imperativo da caridade. O espírita (pessoa) não precisa de uma instituição mantida por seu centro espírita para a realização de uma ação social beneficente. Ele pode juntar esforços a diversas iniciativas sociais mantidas pelo Estado ou por organizações sérias sem fins lucrativos. Da época de Kardec aos nossos dias, cada vez mais os Estados têm trazido para si a responsabilidade de fornecer serviços considerados necessários à população. Educação, saúde, proteção alimentar, entre outras ações, estão cada vez mais presentes nas agendas de governos, das mais diversas orientações políticas. Salamon (1998) defende, com números, que nas últimas décadas o número de organizações sem fins lucrativos, constituintes do chamado Terceiro Setor, têm crescido intensamente em todo o planeta. O movimento espírita não pode se furtar a refletir sobre as mudanças na sociedade e sobre o seu papel. Diante destas mudanças, é muito oportuna a questão que o Carlos Iglesia solicitou que se discutisse melhor: devem os centros espíritas manter creches?
Antes de tratar da questão das creches, devemos pensar em uma área que sofreu uma transformação mais intensa em nosso país, as ações de saúde. Seja pelo avanço da medicina e da tecnologia médica, seja pela evolução das políticas públicas de saúde, hoje, de uma forma geral, temos nos grandes centros urbanos um serviço de atendimento médico disseminado e articulado. O Sistema Único de Saúde (SUS) possibilitou a criação centros de saúde com corpo médico de generalistas e alguns especialistas, serviços de enfermagem, farmácia, campanhas de vacinação, odontologia, psiquiatria, psicologia, entre outros serviços, integrados a hospitais generalistas e de especialidades. Na última década os governos federais têm incentivado o Programa de Saúde da Família, no qual uma equipe de saúde visita residências e passa a acompanhar pacientes cujo cotidiano era desconhecido ao médico, que só os via no posto de saúde, e a atender pacientes que eram mal atendidos pelo sistema anterior pelas dificuldades de locomoção aos postos de saúde.
Respeitadas as diferenças entre regiões no Brasil e as exceções, um dispensário com um médico fazendo consultas gratuitas, é uma organização de qualidade inferior à que é oferecida pelo Estado (o que não acontecia à época de Kardec). Sem poder pedir exames que o auxiliem a fazer diagnóstico, sem poder encaminhar para hospitais de alta complexidade, sem poder contar com o apoio de uma equipe de profissionais da saúde, o seu trabalho, em que se pese a boa vontade e a disposição de ajudar o próximo, será de qualidade inferior ao que é oferecido pelos órgãos de Estado. Não é exagero dizer que esta instituição, nas condições acima indicadas, atende mais a necessidade do voluntário em prestar o serviço que a do atendido. A conseqüência da melhora dos serviços do Estado é que a exigência para a atuação neste espaço aumenta.
O que têm feito os centros espíritas que estão atentos às mudanças no cenário social? Quando já têm uma estrutura de saúde montada, vão migrando seus serviços para os espaços mal cobertos pelos órgãos de Estado ou vão aumentando a complexidade de suas ações. As farmácias ligadas aos centros espíritas trabalham com medicamentos que não são facilmente encontrados nos postos de saúde. Os serviços de odontologia vão fazer procedimentos cujo custo torna proibitivos aos postos de saúde. Os voluntários da área de saúde realizariam trabalhos que não estão disponíveis nos postos de saúde. Esta é uma forma inteligente de integração à rede de proteção social que o Estado e as organizações da sociedade formam.
Outra ação conhecida pelo movimento espírita brasileiro foi a constituição de Hospitais Psiquiátricos Espíritas em diversos lugares do Brasil. Possivelmente, esta iniciativa tem como motivo a preocupação do movimento espírita na distinção entre doença mental e mediunidade, mas não se reduz a isto, uma vez que são espaços de prática de uma especialidade médica e de profissionais da saúde mental. Estes hospitais vieram incorporando as modificações na Psiquiatria, as ações multidisciplinares e se adaptaram a muitas das justas exigências do movimento de luta antimanicomial e às disposições governamentais. Estas instituições espíritas romperam o isolamento e têm realizado encontros entre seus profissionais, têm promovido eventos e têm trocado experiências. Este, talvez, seja um dos projetos mais bem sucedidos das Associações Médico-Espíritas que se fundaram nos últimos anos em nosso país.
Da mesma forma que a saúde, a educação também mudou. A nova lei de Diretrizes e Bases atribuiu precariamente às prefeituras a obrigação de manter instituições pré-escolares. O Estado Brasileiro começou a destinar recursos e a pensar políticas para um segmento até então marginal às agendas públicas. Um movimento semelhante ao da saúde está acontecendo com a chamada educação infantil.
Os centros espíritas devem, então, manter creches? Penso que sim, desde que consigam fazê-lo com qualidade e mantidas as suas diretrizes.
Inicialmente, a obrigação das prefeituras ainda é relativa. A legislação atribui a educação infantil às prefeituras, mas prioriza o repasse de recursos ao ensino fundamental, ou seja, deixa uma brecha para os prefeitos justificarem a falta de fornecimento deste serviço à população. Muitos segmentos do tecido social ainda não tiveram atendidas as suas necessidades de cuidados para as crianças em idade pré-escolar. São recorrentes os casos de visitas a favelas nos quais se encontram crianças na segunda infância tendo que tomar conta de recém-nascidos e de seus irmãos menores, em nossa capital mineira. Além disto, muitas creches da rede de educação infantil não são mais que um espaço de cuidados à criança.
Em segundo lugar, da mesma forma que os hospitais espíritas têm envidado esforços para fornecer um atendimento diferenciado aos seus clientes, as creches espíritas podem dar uma educação e cuidados superiores aos seus pequenos clientes e às suas famílias. Ao lado do espaço de atuação voluntária (que deve ser conseqüente e inteligente), a integridade das instituições espíritas é um diferencial importante, em se tratando de aporte de recursos públicos ou de parceiros da iniciativa privada.
Um terceiro argumento é a necessidade dos centros espíritas manterem ações sociais conseqüentes, que possibilitem o engajamento não só de seus participantes, mas das comunidades como um todo. A finalidade maior é, nestes tempos de desigualdade social e dissolução do tecido social, além de possibilitar a integração dos espíritas em ações de impacto social, mostrar à sociedade que existem comunidades íntegras, capazes de incentivar as pessoas a darem uma contribuição pessoal pela melhoria de nossa sociedade, independente de sua posição religiosa.
Os centros espíritas devem ter atenção com o zelo pela humanização do cuidado infantil e evitar que a profissionalização de muitos dos espaços transformem as creches em uma espécie de anexo, um lugar no qual não se reconhece a ação de homens de bem, mas apenas um espaço burocrático de atuação técnica.
Para concluir, recordei-me de um comentário feito em um livro inusitado e quase esquecido pela grande maioria dos espíritas do nosso tempo, escrito pelo espírita argentino Humberto Mariotti. Ele afirma que se “o Espiritismo permanecesse à margem da questão social, adotaria um critério evasivo perante as grandes coletividades humanas que sofrem, esperando sua definitiva redenção”. (MARIOTTI, 1983, p. 106)
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 76 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978a.
KARDEC, Allan. Obras Póstumas. 17 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978b.
MARIOTTI, Humberto. Parapsicologia e Materialismo Histórico. São Paulo: EDICEL, 1983.
SALAMON, Lester. A emergência do Terceiro Setor: uma revolução associativa global. Revista de Administração. São Paulo, v. 33, n. 1, p. 5-11, jan/mar 1998.
Publicado no Boletim GEAE 514. Disponível em http://www.geae.inf.br/pt/boletins/geae514.html
19.12.08
Ampliando o Debate das Relações entre Ciência e Religião
18.12.08
SAPSE: O Que é Isto?
17.12.08
O Livro Psicografado por Isaac Post
16.12.08
A Sociedade dos Amigos e o Espiritualismo Moderno
Figura 2: Tratado de William Penn com os Índios Norte-Americanos
Figura 3: Isaac Post
8.12.08
4o. ENLIHPE (Continuação)
Pedro é articulista de Universo Espírita e já publicou dois livros sobre a médium, através da editora Lachâtre:
- Yvonne Pereira: Uma Heroína Silenciosa
- Pelos Caminhos da Mediunidade Serena
Uma vez que o tempo disponível para apresentação era curto, Paulo desenvolveu seu trabalho sobre Claude Bernard, que é um dos pais da medicina contemporânea.
Estudioso, Paulo recuperou alguns trabalhos contemporâneos sobre o médico francês e seu pensamento. Uma das comunicações supreendentes, que o editor de Universo Espírita encontrou, foi que Bernard era adepto de uma versão sofisticada do vitalismo e opositor do reducionismo naturalista do homem.
Paulo mostrou uma citação de tese de doutorado (infelizmente defendida na Universidade da qual sou professor) na qual a autora faz uma citação parcial de um texto de Bernard, afirmando exatamente o oposto do que ele defende. Após recuperar o texto original e sua tradução para o português de Portugal, Paulo mostrou claramente que a autora citou apenas partes do trabalho de Bernard e que alterou lamentavelmente o significado do que ele propunha por omissão de frases. Ficou claro também que ela citou da tradução para o português, e não fez uma tradução própria do original. Resta saber se a mesma leu o original.
A tese da Conspiração do Silêncio ganhou novos argumentos corroborativos, e fica no ar se tal conspiração é o fruto de um espírito de época vigoroso o suficiente para calar e ensurdecer-se ante as vozes dissonantes ou se é mesmo um acordo tácito da comunidade científica calcado em uma visão intolerante de ciência e de mundo.
5.12.08
O que podemos fazer?
1. Estamos no início do mês. Se você vai fazer sua compra do mês, escolha um supermercado que está participando das campanhas e compre um item a mais na sua lista. Pode ser um pacote de arroz, uma embalagem de absorventes, água, um brinquedo, ou outro produto necessário para quem necessita de tudo.
2. O natal está chegando. Como será o seu natal? Você espera ganhar roupas, suas crianças ganharão brinquedos, você vai se dar de presente algo que já tem? Então prepare sua casa para receber coisas novas, doando aquele sapato que já saiu de moda e que você insiste em guardar (quer dizer, ocupar espaço) no guarda roupa, dê uma vasculhada em suas roupas e separe as que tem usado pouco, converse com suas crianças e separe brinquedos que não são mais do interesse delas. Não doe roupas e brinquedos em mau estado, entregue-as lavadas e secas, para que sua doação não seja, na verdade, mais um problema para quem recebe.
3. Seu Centro Espírita está fazendo campanha de natal? Converse com os dirigentes de sua casa e veja a possibilidade de reservar um percentual das cestas para ajudar as vítimas de Santa Catarina. Se a campanha estiver muito aquém da meta, separe pelo menos uma cesta.
4. Você é dirigente de reunião pública? Converse com os frequentadores escolha um item qualquer e peça a eles. Um pacote de um quilo de feijão não vai deixar ninguém em situação crítica, mesmo que a casa esteja fazendo campanha de natal.
5. Fotografem o resultado da campanha e divulguem no mural do Centro Espírita.
6. Enviem fotos da doação para o Espiritismo Comentado. Expliquem em um parágrafo o que fizeram e que instituição frequentam. Vamos publicar as fotos. Elas podem ser contagiosas.
7. Faça uma prece pelas vítimas, pelos desempregados, pelos que perderam seus negócios, pelos que ainda sofrerão os efeitos da enchente durante o ano. Peça inspiração do mais alto e idéias simples sobre o que fazer.
8. Diga aos colegas de trabalho que está recebendo doações para as vítimas de Santa Catarina, se eles tiverem alguma coisa a doar, informe o dia em que levará o resultado da campanha para um dos postos de coleta. Junte no porta-malas do carro as doações e quando for entregar, fotografe. Fixe em sua sala o resultado das doações.
9. Se você é de Belo Horizonte, clique no título da última publicação e leia os comentários. Neles se encontra alguns endereços de postos de coleta, sites e contas bancárias fornecidas pela Coordenadoria de Ação Comunitária da UFMG. (Confiram os dados, se houver algum equívoco, me avisem, por favor).
10. Informe-se sobre o que as pessoas estão precisando. Se vamos doar pouco, que possamos doar certo. Se descobrirem algo que não falamos, comentem nesta publicação.
1.12.08
Que estamos fazendo?
29.11.08
Como Evangelizar Crianças de Comunidades Carentes?
É possível evangelizar crianças que perderam a infância?
Esta foi a pergunta central que motivou Soraya a enriquecer o trabalho de evangelização no Grupo Espírita Irmão Frederico, situado próximo à Vila São José, vizinho a uma comunidade próxima ao anel rodoviário de Belo Horizonte.
Após 15 anos de trabalho com reuniões de pais, ela aceitou o encargo de trabalhar com as crianças, trabalho para o qual ela tinha formação porém sem experiência.
Muitas das crianças haviam perdido sua infância. “Adultos miniaturizados”, porque ainda na segunda infância tinham que traballhar em casa e cuidar de irmãos menores sem a presença física dos pais.
Soraya contou muitas histórias de violência de diversas ordens, o que predispôs ao desenvolvimento de crianças sem vivência de afetos, resistentes ao contato físico, agressivas e ameaçadoras. Elas chegavam à sala de evangelização sem conseguir prestar atenção nas aulas, com emoções em desalinho.
O trabalho foi mudado. Passes oferecidos após a chegada das crianças, uma atividade anterior à evangelização identificada como “integração”, as aulas de evangelização propriamente ditas e, para terminar, uma suculenta sopa distribuída a todos.
A estratégia mostrou-se cheia de resultados, mas, como é feita a integração?
Integração
Uma das finalidades da integração é reconstituir a experiência lúdica, perdida nas histórias dos pequenos adultos.
Soraya trabalha com músicas, entre músicas infantis espíritas, cantigas e músicas utilizadas nas escolas, que ela integra com gestos e pequenas coreografias. “Algumas crianças mal conseguem pegar o lápis, têm dificuldades com a motricidade fina”, explica. Além de permitir a expressão de sentimentos e criar um ambiente descontraído, a música incentiva os pequenos a fazer gestos e movimentos de liberdade e graça, em conjunto.
Depois das músicas, ainda em conjunto (o número de crianças evangelizadas não é tão grande, devendo chegar a cerca de quarenta), no salão, iniciam-se jogos realizados em conjunto. “Antes dessa atividade ser implantada, elas chegavam na sala cheias de energia, e chamavam-lhes a atenção o tempo todo, inutilmente”. Os jogos foram escolhidos em diversas fontes, inclusive uma apostila da Federação Espírita Brasileira.
Soraya projetou as imagens de alguns dos jogos. São jogos com um componente corporal (conter bolas de tênis em um círculo de crianças, andar vendado em um labirinto de pinos de boliche orientado por duas equipes concorrentes, andar em conjunto com um colega, amarrados pelos pés com barbantes, etc.) após os quais se faz uma reflexão. As crianças identificam valores antigos, como a colaboração, a amizade, a parceria, a liberdade de escolha entre o bem e o mal...
Fotografias Psicológicas
A coordenadora apresentou muitas fotografias de seu trabalho. Nelas se vê faces ora sofridas, ora cheias de graça. Algumas crianças continuam resistentes ao contato físico (um semi-abraço, um toque de mão nos ombros, etc.), outras já se permitem interagir com a psicóloga e com os colegas.
Outro detalhe salta aos olhos: com o passar do tempo as crianças passam a se arrumar para participar do grupo. Não é mais necessário ser maltrapilho e se deseja apresentar bem frente ao outro. As adolescentes passam batom, as crianças chegam com os cabelos cuidados, os meninos passam gel... O centro espírita não é mais o lugar de cuidar dos pobres, é um local de encontro de pessoas dignas.
Prontos para a aula
O espaço lúdico-pedagógico torna-se valioso para os evangelizandos. Talvez seja uma das poucas oportunidades de brincar que têm, em sua vida sofrida. Eles passam a exigir dos pais a presença na casa espírita.
Após o passe e as brincadeiras, em vez de ficar excitados, eles “esgotam suas energias”, sendo mais capazes de assistir aulas preparadas pelos evangelizadores do grupo. Tornaram-se crianças, e como tais não se transformam em argila dócil, mas confiam mais na equipe, aceitam mais o contato humano e estão mais dispostos a ouvir histórias, discutir seu mundo à luz do Espiritismo e fazer atividades mais tranqüilas, como desenhar.
Alguns resultados
Com nomes fantasia, que protegem a identidade, Soraya apresentou-nos alguns dos resultados, que vieram com o tempo. A menina que brincava e liderava meninos na rua, que a havia ameaçado com um pedaço tosco de pau na mão foi se tornando feminina, dócil e integrando-se ao grupo. Hoje ela ajuda a evangelizar crianças pequenas, é uma jovem que se tornou membro do grupo que antes parecia ameaçá-la.
O menino que verbalizava não gostar de ninguém, fechado, sofrido, após um tempo de trabalho, deixou um coração vermelho desenhado e cortado na cartolina, dizendo aos evangelizadores, “eu amo vocês”, para a emoção de todos.
Desenhos coloridos com cores escuras, expressando cenas de dor e violência, dão lugar a traçados coloridos, azuis, verdes, amarelos e vermelhos, que para nós, psicólogos, são um indício de manifestação de “bons” sentimentos, tão ausentes na vivência anterior dessas crianças.
Os casos se multiplicaram, mas o tempo da palestra e o espaço dessas linhas não os comportam a todos.
Saímos todos meditativos. Há muito que pensar, que fazer e que mudar.
23.11.08
Joanna de Ângelis na Ediouro?
Os convites tratam de virtudes cristãs, como a fé, a esperança, a caridade, a resignação, a fraternidade, a humildade, entre muitas outras (são 60 convites!).
Figura 2: Capa da terceira edição da LEAE, feita por Jô.
Figura 3: Autógrado de Divaldo para o meu exemplar da terceira edição
Projeto Evangelizar - Jogos
22.11.08
Dicas para Ler Livros Espíritas
5.11.08
Saúde e Espiritualidade
Espiritismo Científico
"É com desgosto que observamos a tendência de certos adeptos no sentido de menosprezar a feição elevada do Espiritismo (...) para restringir ao campo da experimentação terra-a-terra, a investigação exclusiva do fenômeno físico". (página 10)
Os adeptos do Espiritismo francês discutiam se o trabalho de Kardec deveria ser abandonado ou posto em suspensão de juízo para que os fenônomenos fossem livremente estudados e as teorias construídas com base na observação de fatos, e não com o diálogo com os espíritos e o emprego do método da universalidade e concordância dos ensinos.
O discípulo de Kardec escreveu "No Invisível" para defender a prática da mediunidade como a conhecemos e o diálogo com os espíritos como método válido para a construção do conhecimento espírita. Ele se opunha ao renascimento dos que Kardec denominou "espíritas experimentadores", os que só se interessavam pelos fenômenos, sem considerarem a filosofia espírita e suas conseqüências morais e religiosas.
Lendo o trecho completo de Denis ver-se-á que ele quis criticar o experimentalismo e defender a prática mediúnica dialógica:
"De sobra se tem repetido: o Espiritismo será científico, ou não subsistirá. Ao que acrescentaremos: o Espiritismo deve, antes de tudo, ser honesto!” (Léon Denis, No Invisível, página 21)