13.11.07
Raul Teixeira nos Estados Unidos
Raul Teixeira, físico, professor e médium de Niterói-RJ fará uma extensa viagem visando a divulgação e diálogo sobre a organização das atividades espíritas nos Estados Unidos. Veja abaixo um recorte da sua agenda de novembro de 2007.
13 Palestra em Dallas-Texas-EUA, às 20h
14 Palestra em Dallas-Texas-EUA, às 20h
15 Palestra em Houston-Texas-EUA, às 20h
16 Atividades em Washington-DC-EUA (Conselho Espírita dos Estados Unidos)
17 e 18 Atividades em Washington-DC-EUA (CEEU)
19 Seminário em Baltimore-Maryland-EUA, das 19 às 22h
20 Palestra em Deerfield Beach-Flórida-EUA, às 20h
21 Palestra em Fort Myers-Flórida-EUA, às 20h
23 Palestra em Tampa-Flórida-EUA, às 20h
24 Palestra em Orlando-Flórida-EUA, às 20h
25 Palestra em Miami-Flórida-EUA, às 10h
25 Palestra em Pompano Beach-Flórida-EUA, às 18h
26 Palestra em Miami Beach-Flórida-EUA, às 20h
6.11.07
Notícias da COMECON
O estudo tratou da contribuição de dois autores espíritas de épocas diferentes ao entendimento do ambiente, conteúdo e significado da codificação: Deolindo Amorim (Allan Kardec: o homem, a época, o meio, as influências e a missão. Instituto Maria, 1981) e Dora Incontri (Para Entender Allan Kardec. Lachâtre, 2004).
As atividades se realizaram das 8:00 às 13:00 horas, em clima de respeito, integração e alegria. A comissão de música apresentou sua seleção de músicas para o encontro durante o evento.
Os debates e discussões abrangeram questões sobre o caráter epistemológico do Espiritismo, as influências do pensamento na constituição da Doutrina por Kardec, os antecedentes (antecedentes filosóficos, Doutrina Swedenborguiana, antecedentes cristãos e o contexto sócio político do século XIX) e os desdobramentos (Espiritualismo Moderno, Pesquisa Psíquica, Metapsíquica e Parapsicologia). A centralidade de "O Livro dos Espíritos" na obra de Allan Kardec e seu papel no interesse de Flammarion, Delanne e Denis encerraram o estudo que terá continuidade em novas prévias.
3.11.07
GEAE completa 15 anos de vida virtual
Figura 1: Logomarca do Boletim GEAE
EC: O que é GEAE e como surgiu?
CARLOS: O GEAE é um grupo de pessoas que se reúne pela Internet para estudar o Espiritismo. Estudamos os seus diversos aspectos e as relações que tem com outros campos do conhecimento humano. Procuramos tratar de forma equilibrada as questões religiosas, científicas e filosóficas da Doutrina.
Estamos abertos a participação de todas as pessoas que de boa vontade queiram contribuir aos estudos propostos. Não faz parte dos nossos objetivos fazer proselitismo ou promover qualquer tipo de polêmica religiosa ou filosófica
A propósito, quando nos referimos aos aspectos religiosos do Espiritismo, estamos falando de suas conseqüências e aplicações nos domínios da Religião. Por Religião entendemos, utilizando as palavras de Léon Denis, a "concepção geral que, do mais intimo da vida interior, eleva o pensamento às culminâncias da Criação, até Deus, e liga todos os seres numa intérmina cadeia".
A história do GEAE é interessante. Ela começa em 15 de outubro de 1992 com uma mensagem que o Raul Franzolin Neto distribui na BRASNET propondo a criação de um grupo de estudos sobre Espiritismo. Eram os primeiros tempos da Internet, em que ela estava restrita ao meio acadêmico e a BRASNET era um “newsgroup”, uma lista de discussão, onde se discutiam questões relacionadas ao Brasil e servia de meio de contato entre brasileiros que estudavam fora do país.
Figura 2: Encontro de Pirassununga de 1999
O Raul é de família espírita e estava na época estudando nos Estados Unidos. Como não existiam grupos espíritas nas proximidades de onde se localizava, pensou em usar o novo meio de comunicação para reunir pessoas que tinham o mesmo interesse de manter o contato com a Doutrina Espírita. Uma das primeiras pessoas a se juntar ao grupo foi o José Cid, que também estudava em outra cidade dos Estados Unidos. À medida que a Internet foi se espalhando, o grupo também foi crescendo.
EC: Como esta iniciativa cresceu?
CARLOS:As pessoas mandavam textos ou comentários para o e-mail do Raul e ele os consolidava em um Boletim semanal que distribuía para os assinantes. O Boletim por sua vez era a base para os estudos e alimentava os debates. A mensagem colocada pelo Raul na BRASNET foi o primeiro Boletim. Quando o Raul retornou ao Brasil, após o termino de seus estudos em julho de 1993, ele deixou o encargo da edição e distribuição dos Boletins para o José Cid.
Eu conheci o GEAE em 1994, através da cópia do Boletim GEAE n° 1 que havia sido postada novamente na BRASNET pelo José Cid. Na época eu trabalhava com o desenvolvimento de sistemas de comunicação de dados e tive os primeiros contatos com a Internet, que começava a se estender para usuários fora da área acadêmica. Lembro que as tecnologias de acesso eram bastante limitadas, bem distantes dos recursos atuais, mas já permitiam a troca de e-mails com relativa facilidade.
Fiz a inscrição no grupo e durante algum tempo apenas acompanhei as trocas de idéias. Fiquei impressionado com a forma como o José conduzia as discussões, ele levava o debate de tal forma que o GEAE parecia o equivalente virtual daquelas rodas de amigos que se formam nas universidades para aprofundar os estudos de algum tema mais difícil. E via-se claramente que participando dos debates estava um grupo de pessoas sérias e empenhadas no aprendizado. As idéias eram apresentadas e debatidas em réplicas e tréplicas que convergiam para um entendimento maior da questão inicial, sem personalismos ou vaidades.
Incentivado pelo ambiente simples e fraterno me aventurei a mandar alguns comentários sobre história do espiritualismo, um tema que sempre me interessou bastante, e aos poucos fui participando mais ativamente dos debates.
Em 1995 foi montada pelo Sérgio a primeira página WEB do GEAE e neste mesmo ano conseguimos autorização da FEESP para colocar o Livro dos Espíritos no site. A digitalização do livro levou quase um ano, passamos as páginas para o formato digital usando um scanner manual e era necessário revisar detalhadamente os textos para eliminar os erros do processo. A equipe que participou deste trabalho foi o núcleo do Conselho Editorial que se formou em 1996. A volta do José ao Brasil, ao término de seus estudos nos Estados Unidos, foi um grande desafio para a continuidade do GEAE e assim ele - em contato com o Raul - teve a idéia de criar este grupo de trabalho com o papel de editor e moderador. O Conselho Editorial possibilitou que o trabalho se tornasse menos pessoal e mais independente das eventuais trocas de editores, permitindo a continuidade do grupo até hoje.
Figura 3: Encontro de Pirassununga em 1998
EC: Hoje, quantas pessoas compõem a equipe do GEAE?
- Ademir Luiz Xavier Junior (Campinas, Brasil)
- Alexandre Fontes da Fonseca (Texas, EUA)
- Antonio Leite (Nova Iorque, EUA)
- Carlos A. Iglesia Bernardo (São Paulo, Brasil)
- José Cid (Vancouver, Canadá)
- Raul Franzolin (Brisbane, Austrália)
- Renato Costa (Rio de Janeiro, Brasil)
Minha esposa e o filho do Antonio participam das atividades do GEAE ajudando na elaboração dos Boletins e na revisão das matérias. Além deles há também a Regina Werneck (Belo Horizonte, Brasil) , jornalista que tem nos ajudado na revisão final dos textos do Boletim antes da transmissão.
EC: Como vocês trabalham à distância?
CARLOS: Nossa principal ferramenta de comunicação é o e-mail. A troca de e-mails entre nós é praticamente diária e há uma grande afinidade de pensamento e propósitos entre nós, o que facilita bastante o trabalho a distância. Eventualmente fazemos reuniões usando recursos de vídeo e som, porém as diferenças de fuso horário dificultam a logística dessas reuniões.
EC: Vocês já fizeram alguma reunião presencial do GEAE?
CARLOS: Sim, já nos reunimos algumas vezes. A primeira reunião que participei foi em 1996 com o José Cid.
Figura 4: Encontro de 2006 em Pirassununga
EC: O trabalho no GEAE é todo voluntário?
CARLOS: Totalmente voluntário. Inclusive somos um grupo informal, não existe uma instituição formada para dar sustentação ao trabalho do grupo.
EC: Como as pessoas podem participar do GEAE?
CARLOS: Participando dos estudos, enviando textos ou comentários para o endereço editor@geae.inf.br ou participando mais diretamente da elaboração do Boletim e da manutenção da página. Precisamos de pessoas que escrevam bem em inglês e espanhol para nos ajudar a desenvolver os estudos nessas línguas.
EC: O GEAE mantém boletins em três idiomas? Que públicos foram atingidos pelo GEAE?
CARLOS: Atualmente mantemos apenas os Boletins em português e em inglês. Infelizmente não conseguimos manter a publicação da versão em espanhol por causa da dificuldade de preparar material suficiente nessa língua para manter uma edição periódica.
Grande parte dos assinantes é brasileira, distribuídos geograficamente por todo o país e pelo exterior. Muitos freqüentam grupos espíritas e o Boletim é um complemento aos estudos que já fazem neles. Mas há também os que residem em localidades onde não há grupos espíritas e que tem o GEAE como um meio de estudar o Espiritismo. Algumas vezes já tivemos contato com pessoas que queriam conhecer o Espiritismo e buscaram informações na Internet antes de procurar um centro espírita.
EC: Quantas pessoas recebem o boletim GEAE em português, hoje?
CARLOS: O Boletim GEAE 530 foi distribuído para 2583 e-mails e o Spiritist Messenger 87 para 353. O Spiritist Messenger é o boletim em inglês do GEAE e seu público são pessoas de língua inglesa interessadas em estudar o Espiritismo. A maioria reside nos EUA ou fora do Brasil.
EC: Quantas pessoas acessam o site, de que pontos do mundo?
CARLOS: Pela estatística do site tivemos em setembro 13974 visitas (125075 hits) de 53 países diferentes. A maior parte dos acessos é feita por endereços dos domínios .com e .br, mas há acessos de locais tão distantes de nós quanto Singapura e Nova Zelândia.
EC: O que aconteceu com uma lista de Centros Espíritas no exterior que vocês mantinham no site?
CARLOS: Na época em que criamos a lista havia uma grande procura por informações sobre Centros Espíritas no exterior e era muito difícil de conseguir essa informação atualizada. Usávamos nossa rede de contatos no exterior para conseguir os endereços. Com o desenvolvimento do Conselho Espírita Internacional, que também completou recentemente os 15 anos de atividade, a situação se modificou e eles passaram a ter informações atualizadas sobre os grupos no exterior. Tornou-se desnecessário mantermos uma lista no GEAE e passamos a direcionar os pedidos de informações para o CEI.
EC: Trabalhos publicados originalmente no GEAE já foram republicados em outros órgãos de divulgação espíritas, como o Reformador. É correto pensar o GEAE como um espaço de gestação, da mesma forma que um congresso funciona para um trabalho científico?
CARLOS: Gostamos de nos ver como um grupo de aprendizes que se reúne para estudar em conjunto. Trocamos idéias e desenvolvemos nossa visão da Doutrina Espírita. Desta forma creio que fazemos o papel de um espaço de gestação de idéias e me agrada pensar que o ambiente aberto do grupo incentivou muitos amigos a começarem a escrever e expor suas idéias.
EC: Ao completar 15 anos você escreveu que o GEAE é uma pitada de sal. Não é uma posição modesta, diante das informações desta entrevista?
CARLOS: Acredito que não. Somos aprendizes e pessoas com vontade de conhecer mais sobre o Espiritismo e sobre a vida, experimentamos alguns caminhos que deram certo e talvez tenham contribuído para o desenvolvimento dos estudos espíritas na Internet, mas estamos muito longe do trabalho de outros irmãos que impulsionam o movimento espírita.
EC: Quais são os projetos para o futuro?
CARLOS: Continuar a estudar e a aprender. Talvez conseguir superar nossas limitações de tempo e dar maior regularidade a edição dos Boletins. Gostaríamos muito de voltar a editar o “Mensajero Espirita” e eu sonho em ter uma edição em Esperanto do Boletim.
Não consegui ainda tempo para desenvolver meus conhecimentos de Esperanto, aprendi apenas a ler e escrever de forma bastante irregular, mas acredito firmemente que a língua fraterna é a grande esperança para uma globalização verdadeira da humanidade no futuro. Sem um veículo que permita a expressão do pensamento de forma ágil e isenta nunca aproximaremos efetivamente o coração dos povos. Farão negócios e trocarão conhecimentos, mas não serão irmãos de fato.
1.11.07
Visita ao Centro de Cultura
O Centro foi criado a partir da iniciativa do Eduardo, hoje desencarnado, que dedicou sua vida à construção de um acervo de livros, documentos impressos e digitais referentes ao Espiritismo e outros assuntos.
Há mais de um ano a equipe assumiu o desafio e inicialmente transferiu, higienizou e está catalogando o acervo doado.
O acervo ocupa um andar inteiro do prédio e estará aberto a consultas após a catalogação e registro. Entre livros, documentos e outras fontes ele foi estimado em mais de 40.000 objetos.
Outra frente de trabalhos do CCDPE é a publicação das obras do Eduardo e de outras obras para a preservação da memória e história espíritas no Brasil. Com o selo do CCDPE já foram publicados "Marechal Ewerton Quadros: Primeiro Presidente da Federação Espírita Brasileira", "O Espiritismo na Bíblia", "Cem Anos de Evangelho com Eurípedes Barsanulfo" e "Auto de Fé de Barcelona". Este último encontra-se resenhado no site Espiritismo Comentado.Outros livros do Eduardo também são encontrados como "História da Dramaturgia com Temática Espírita (1850-1950)", "Anália Franco - A Grande Dama da Educação Brasileira", "Maçonaria e Espiritismo: Encontros e Desencontros", além dos três volumes do "Anuário Histórico Espírita" editados a partir dos trabalhos dos membros da Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas.
Com infra-estrutura montada para cursos e reuniões, o Centro de Cultura vem ocupando seu lugar bandeirante na construção de um espaço novo e oportuno no Movimento Espírita Brasileiro.
Agradecemos à gentileza da Júlia Nezu, da Izabel Vitusso e do Geraldo que nos receberam de coração aberto. Desejamos à equipe muito sucesso nos seus sensatos empreendimentos em prol da divulgação e pesquisa da cultura espírita.
7.10.07
Leandro Cosme Couto
Àqueles que querem emagrecer, o Ministério da Saúde poderia advertir: "Campanha do Quilo é um exercício recomendável para a saúde humana: você ganha alguns quilos enquanto perde outros e ainda faz bem a muitos corações!"
2.10.07
Visita ao Lar da Criança Emmanuel em São Bernardo
Foto 2: Crianças brincando no parquinho
Foto 3: Crianças, Crianças e Crianças...
Além de brincar, comer. Uma cozinha quase industrial funciona sob as regras de higiene e cuidado, para repor as energias das pequenas e dos funcionários.
Foto 4: Funcionária antiga da creche, Tia Lolô (Leonor) trabalhando ativamente com as refeições
Em alguns minutos, as crianças estão em fila, servindo-se sob os olhares cuidadosos da funcionária. A seguir assentam-se nas muitas mesinhas, da sua altura, para almoçar.
Na hora do almoço a máquina fotográfica já não faz muito sucesso, mas ainda atrai as crianças da fila.
Foto 5: Crianças servindo seu prato.
Depois de comer, dormir. Um segundo andar repleto de crianças no horário da soneca, deitadas nos colchões à meia luz, nos fez andar nas pontas dos pés. Os sapatinhos guardados ao longo dos corredores, um do lado do outro, da mesma forma que as meias de Natal, esperando o presente de Papai Noel, encantam os visitantes. Nesta hora, nenhuma foto para não atrapalhar o sono...
Foto 6: Sapatinhos...
Apesar dos avanços, as paredes da creche guardam seus segredos. Histórias de falta, de tristeza, de medo, de violência, de abandono e desconfiança. Histórias mil, ocultas por detrás de algumas horas de infância por dia. Passados os anos e apesar das aparências, o Lar é um oásis para a infância que hoje habita a selva de asfalto e solidão da periferia dos grandes centros urbanos. Um local de refazimento em um curto, mas importante período da vida.
Foto 7: Afresco....
O Lar da Criança é realmente da criança. Móveis adequados, lavatórios à altura dos clientes, afrescos com temas infantis por todos os lados demarcam o território da infância. Visto a olhos rápidos, de viajante, o lar parece a materialização de uma oração psicografada por Chico Xavier há muitos anos, intitulada "Oração da Criança ao Homem". Deus e seus agentes no mundo os conservem.
25.9.07
A Dama da Caridade em Uberaba
22.9.07
Semana de Espiritismo e Psiquiatria no Hospital Espírita André Luiz
Semana de Kardec 2007
I Simpósio Paulista de Saúde Espiritualidade e Educação
12.9.07
Projeto Futuro: O Programa Espírita de Rádio de Divinópolis
2.9.07
Assista o Trailer do Filme de Bezerra de Menezes
1.9.07
Revista Espírita
O número 13 apresenta, entre outras matérias, uma entrevista com Décio Iandoli Jr., professor titular da cátedra de Fisiologia da Universidade Santa Cecília. Uma das idéias que ele desenvolve em seu trabalho é a de que "por crer-se capaz de curar, ainda que inconscientemente, o médico acaba assumindo uma posição de superioridade com relação ao paciente, alimenta um sentimento de onipotência que se transmite de geração em geração nas escolas médicas. ... O médico que se despoja do peso da onipotência de portador do dom de curar, tira dos ombros um fardo que nunca foi capaz de carregar: a responsabilidade pelo outro. Ele se converte em irmão, companheiro, que auxilia, orienta e conforta."
Richard Simonetti discute a posição de Jesus frente à humanidade e se mostra contrário à idéia de evolução em "linha reta", que se entendida como uma evolução sem erros, situaria este espírito em uma posição semelhante às dos anjos católicos.
Ainda neste número, resgata-se uma evocação de Kardec a um chefe taitiano, já desencarnado, que foi condecorado pelo governo francês. Apesar de médium intuitivo, ele redigiu corretamente dados que desconhecia, como o agraciamento deste chefe com a comenda da Legião de Honra.
Enrique Baldovino escreveu um trabalho sobre a tradução de "Telêmaco", escrito por Fénelon, pelo professor Rivail para o francês, seu significado e implicações futuras para a codificação.
Com desenhos cuidadosos e coloridos, a revista apresenta trechos do livro "Pai Nosso", de Meimei, psicografado por Chico Xavier e publicado no Paraguai com o título "Padre Nuestro".
Uma narrativa de pressentimentos de morte, explicada pelos espíritos a Amália Domingo Soler, um trabalho de Grisot sobre a inteligência animal e uma breve dissertação sobre como o Espiritismo pode melhorar a vida das pessoas, escrita por Divaldo Franco, concluem este número.
A assinatura anual da Revista pode ser feita por módicos 20 reais nas terras brasileiras. Maiores informações podem ser obtidas no link inserido no título desta postagem.
26.8.07
O ESPIRITISMO NOS ESTADOS UNIDOS III
Figura 1: Centro Libertad del Espiritismo em NY, década de 30 (?).
EC: De uma forma geral, dê aos nossos leitores algumas informações sobre o movimento espírita nos Estados Unidos.
Foto 4: Membros da Spiritist Society of Florida
Antônio: Não posso falar muito sobre o movimento organizado do Espiritualismo Moderno aqui, uma vez que não participando dele ativamente fica difícil entender a dinâmica do mesmo. O que posso dizer e conjecturar a respeito do assunto, tem mais uma visão sob o ponto de vista histórico que advém das leituras que habitualmente faço sobre o tema, o qual me fascina sobremaneira. A percepção que tenho é que a exagerada ênfase dada aos fenômenos físicos, especialmente a partir dos produzidos pelas irmãs Fox, em Hydesville, de uma certa forma, já de início transformou-se num obstáculo à convergência de esforços mais direcionados para a instituição de algo mais sólido que viesse efetivamente crescer harmoniosamente, fundado numa base capaz de resistir aos embates que viriam pela frente. Quando vejo a grandiosidade da literatura espiritualista, e aqui me refiro a obras de qualidade inquestionáveis, bem como o volumoso acervo de obras no campo da pesquisa psíquica, produzidas por cientistas de nomeada e pesquisadores das maiores universidades do mundo, não consigo entender como o movimento do Moderno Espiritualismo sequer foi capaz de construir uma doutrina de base sólida em torno desse interminável acúmulo de fenômenos oriundos da "invasão organizada" da espiritualidade, nas palavras mais sábias do grande escritor Arthur Conan Doyle. Ao contrário, estarrece-nos a constatação de que alguns de seus membros mais notáveis, gastaram parte substancial do seu precioso tempo, na tentativa de combater a doutrina nascente do Espiritismo, naquilo que ela tem de mais fundamental, ou seja, a reencarnação. Se o leitor se interessar por maiores informações neste particular, recomendo a leitura do Capítulo 16 [”Luzes e Sombras do Espiritualismo”] do excelente livro de Hermínio C. Miranda, cujo título é Sobrevivência e Comunicabilidade dos Espíritos. Cabe ainda ressaltar aqui, que até mesmo o maior e mais notável de todos os pioneiros dessa nova era, o profeta da Nova Revelação, Andrew Jackson Davis, que entre outras coisas previu o advento dos fenômenos que desencadeariam o surgimento do movimento do Moderno Espiritualismo, era nessa época visto com reservas pelos próprios espiritualistas, por causa das críticas que o nobre pioneiro fazia em relação a postura de excessiva ênfase e aferrado apego ao aspecto fenomênico das revelações, em prejuízo do lado filosófico e moral das mesmas. A única explicação que encontro no tocante a incapacidade por parte dos espiritualistas na construção de uma doutrina sólida a partir de toda aquela fenomenologia em curso, é que uma já estava sendo esboçada - a Doutrina Espírita, e a espiritualidade superior sabia e sabe que não precisamos de mais de uma. Em outras palavras, em time que está ganhando, não se mexe. Infelizmente, essa tendência de supervalorizar o fenômeno ainda reflete sobremaneira no meio do movimento do Espiritualismo Moderno por aqui, o que é fácil de se constatar pela forma com que a prática da mediunidade ainda é exercida. É uma profissão remunerada como qualquer outra. Não nos cabe aqui fazer julgamentos e muito menos descaracterizar os resultados benéficos que o exercício da mediunidade sadia pode trazer, mesmo nessas circunstâncias, mas convenhamos que a questão material é mesmo um entrave no exercício desta nobre faculdade que nos é dada gratuitamente e como tal deve ser devolvida aos nossos irmãos mais necessitados. Enfim, como diz o ditado popular, “o tempo é um grande remédio”. A reencarnação que não é invenção do espiritismo nem de religião alguma, muito ao contrário é uma lei natural como muitas outras, que alguns ainda resistem em aceitar a sua inexorabilidade, lenta e gradualmente cada vez mais conquista as mentes e os corações das pessoas pelo mundo afora, e o progresso espiritual que também é inexorável segue o seu curso. Assim, esperamos que os irmãos ligados ao movimento do Moderno Espiritualismo também percebam a necessidade de mudanças e se adequem a realidade dos tempos atuais corrigindo os equívocos perpetrados no caminho, para que o distanciamento entre o movimento e os que o mesmo pretende atingir, não se distancie cada vez mais. Em realidade, a convivência entre os movimentos espírita e espiritualista é quase inexistente, e eu entendo ser isto um fator de muita importância na grande convergência que todos esperamos acontença num futuro não tão distante, o que imaginamos ser este o grande desejo dos pioneiros de ambos os movimentos que nos assistem do plano espiritual, o que podemos perceber nas palavras proféticas do codificador, no fragmento da mensagem acima registrado. Foi com muita alegria e esperança que vimos a realização do evento ocorrido em julho de 2005 em Lily Dale, mencionado anteriormente, o qual reuniu pela primeira vez os dois movimentos. Aliás, foi para mim motivo de muita frustração não ter podido participar do mesmo, pelo fato de ter viajado para o Brasil um dia antes do acontecimento. Esperamos que muitos outros eventos aconteçam e o Espiritismo e o Moderno Espiritualismo venham mesmo se fundir nessa grande Filosofia natural que será adotada por todos nós num futuro não tão distante.
Antônio: A não ser as igrejas espiritualistas das diferentes denominações que se vê por aí, pouco ou quase nada se ouve a respeito do movimento do Moderno Espiritualismo por aqui. Ao conversar com as pessoas em geral, nota-se que o movimento do Espiritualismo Moderno é muito pouco conhecido por aqui. Isto foi algo que nos surpreendeu. Afinal de contas, foi no Estado de Nova Iorque que surgiu a mola propulsora e o ponto de partida, através do episódio das Irmãs Fox, para a instituição e organização do movimento do Espiritualismo Moderno. Além disso e com maior justeza ainda, temos o fato de que há poucas milhas de Nova Iorque, mais precisamente na cidade de Poughkeepsie, viveu por muitos anos aquele que é considerado um verdadeiro apóstolo no âmbito dessa nova era de revelações espirituais em benefício do progresso da humanidade, tanto pelas obras que deixou como pelo exemplo de vida que foi. Isto sem falar obviamente dos grandes pioneiros que aqui viveram e deixaram trabalhos monumentais nesta seara, como é o caso do ilustre Juiz John W. Edmonds com sua famosa obra Spiritualism e o grande cientista Robert Hare com o seu Experimental Investigation of the Spirit Manifestations. Por essas e outras razões, é natural que a gente espere que o movimento fosse muito mais visível através de eventos maiores e da mídia em geral, como acontece com o Espiritismo no Brasil, o qual há poucas décadas atrás ainda era caso de polícia. Felizmente, temos a internet que propicia a todos nós uma gama enorme de material de estudo facilmente acessível nesta área. A grande maioria das obras que formam o acervo da literatura espiritualista clássica e de boa qualidade, está hoje disponível na internet. Obras novas e de boa qualidade também surgem de vez em quando, o que mantém acesa a chama do desejo do conhecimento por parte daqueles que se interessam pelo estudo dessas questões. No caso específico do episódio das irmãs Fox, mencionamos aqui uma obra bem recente de autoria de Barbara Weisberg, Talking to the Dead [Conversando com os Mortos]. Sob o ponto de vista histórico eu recomendo que o leitor interessado visite na internet as páginas de ambas as organizações que representam o Movimento do Moderno Espiritualismo, aqui nos Estados Unidos e no Reino Unido. Ai encontrarão todas as informações sobre este extraordinário movimento, desde o seu nascimento e posterior desenvolvimento, bem como relatos do sacrifício de muitos pioneiros que tanto nos legaram. São elas: National Spiritualist Association of Churches of the United States and The Spiritualists' National Union.
Antônio: Bem, aqui na cidade de Nova Iorque (a Big Apple) especificamente temos apenas 3 centros espíritas no momento. São eles o Allan Kardec Doctrinal Society; o Allan Kardec Spiritist Center; e o Spiritist Group of New York. Havia um quarto, o Centro de Estudos Espíritas Boa Nova, o qual funcionou por muitos anos e com um trabalho maravilhoso, sob a liderança da Katy Meire, mas saindo um pouco para uma área de maior abrangência, conhecida aqui como tri-state region [que engloba partes dos estados de Nova Iorque, New Jersey e Connecticut], aí o número cresce para mais ou menos uns quinze. Não é um número tão pequeno, pois quando cheguei aqui, há treze anos atrás, havia mais ou menos uns cinco apenas.
Antônio: Imagino que uma das formas seja através deste contato via internet, o que possibilita um permanente entrelaçamento e troca de informações. Eu costumo chamar o "milagre da internet", pois as possibilidades neste novo mundo globalizado são mesmo inesgotáveis. A propósito, saliente-se que graças a ela, a internet, o espiritismo está se propagando pelo mundo com muito mais rapidez do que podíamos ao menos imaginar há pouco tempo atrás. Os grupos espíritas espalhados pelo mundo afora devem mesmo utilizar esta ferramenta maravilhosa e, na medida do possível, procurar se comunicar e trocar informações e experiências com grupos de outras localiddes. Isto é muito salutar e ajuda muitíssimo o grupo em seu propósito de disseminar o espiritsmo em bases harmônicas e sólidas. E, como sabemos, os amigos no Brasil tem muito a nos dar, pois o movimento espírita aí se encontra muito mais bem estruturado e já com muito mais experiência adquirida.
3.7.07
ESPIRITISMO COMENTADO ENTREVISTA ANTÔNIO LEITE: O ESPIRITISMO EM NOVA YORK
EC: Antônio, Você poderia se apresentar aos nossos leitores?
Antônio: Bem, meu nome completo é Antonio Cunha Lacerda Leite, mas aqui em Nova Iorque, bem como no meio espírita, e mais especificamente na internet, eu sou conhecido como Antonio Leite, apenas. Sou natural do Estado do Ceará, onde nasci, mas antes de completar dois anos de idade, a minha família mudou-se para o antigo Estado de Mato Grosso. Passei a maior parte da minha vida em duas cidades do atual Estado de Mato Grosso do Sul, Pedro Gomes e Campo Grande, a Capital do Estado. Vivi também entre os anos de 1970 a 1977 na cidade do Rio de Janeiro, onde ingressei na Faculdade Cândido Mendes, para cursar Administração de Empresas. Venho de família católica praticante, especialmente a minha mãe, que tinha como seu grande sonho, ter um filho padre. A propósito, eu sou um dos quatro filhos que estudaram no Seminário Diocesano de Campo Grande, o qual era de regime fechado à época, onde permaneci durante três anos e meio.
Por volta do ano de 1977, oportunidade em que retornei do Rio de Janeiro para a cidade de Campo Grande-MS, travei contacto com a Doutrina Espírita. Este incidente foi de grande importância na minha vida, pois eu vivia naquela constante insatisfação por não ter condições de obter respostas satisfatórias às minhas inquirições filosófico-existenciais. O meu contato inicial com a Doutrina Espírita, o que faço questão de enfatizar, deu-se mais diretamente por intermédio do estudo das obras básicas da codificação e autores espíritas clássicos, do que pela participação no movimento espírita. Como sempre fui um leitor voraz. Ao me deparar com os conhecimentos espíritas e a medida que lia e os estudava, aquilo fluía de maneira muito natural e agradável para mim, tendo a impressão de que já houvera tido contato com tudo aquilo anteriormente. Obviamente que depois de algum tempo de estudo, comecei a me integrar no movimento espírita. Anos depois me casei e introduzi o espiritismo para minha esposa, que também vinha de família católica. O nosso único filho foi também, muito cedo, levado a participar das aulas de evangelização.
Com o meu retorno da cidade do Rio de Janeiro para Campo Grande-MS, tomei a decisão de parar com o curso de Administração de Empresas e ingressei nas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso, onde me graduei em Direito e passei a exercer a advocacia naquela cidade. Passados alguns anos na prática da advocacia e não me encontrando muito satisfeito com a profissão, decidimos dar uma guinada de trezentos e sessenta graus e vir morar em Nova Iorque, onde nos encontramos desde o mês de Julho de 1994.
EC: Que sociedades espíritas você freqüentou em Nova York?
Antônio: Eu imaginava não existir centros espíritas por aqui. Qual não foi a minha surpresa ao chegar aqui e descobrir um pertinho da nossa casa, o Allan Kardec Doctrinal Society. Passamos a freqüentar as reuniões de estudos deste centro, aos domingos. Depois de alguns meses, a pessoa responsável pela condução desta reunião de estudos, a Norma Guimarães, resolveu fundar um novo centro com um grupo de amigos. Passamos a freqüentar esta nova casa, o Allan Kardec Spiritist Center, e em seguida nos envolvemos com as atividades de estudos espíritas dirigido aos jovens. Durante cinco anos, a minha esposa e eu, conduzimos os estudos com jovens na faixa etária entre 12 a 16 anos, o que foi uma maravilhosa experiência de aprendizado para todos nós. Um dos alunos da turma era o nosso filho, o qual tinha quase nove anos, quando viemos para os Estados Unidos. Dentre os estudos que desenvolvemos com esses jovens neste período, podemos mencionar o do The Spirits' Book [com a Introdução, inclusive], bem como o interessante livrinho do Sir Arthur Conan Doyle, The New Revelation, que todos gostaram muito. A menção dos títulos em inglês é proposital, para enfatizar que todos os estudos eram desenvolvidos na língua inglesa, o que parece ser o óbvio, mas nem todo mundo encarava a questão assim. Imagino que hoje isto seja um problema superado.
Em abril de 2001 nos unimos a um grupo de pessoas lideradas pelo casal Jussara & João Korngold, para iniciar um grupo espírita voltado para o público americano, ou seja, com atividades exclusivamente em inglês. Assim surgiu o Spiritist Group of New York, que tem feito desde a sua fundação um trabalho extraordinário, inclusive na área de traduções. Participamos ativamente das atividades e da direção deste grupo por um período de aproximadamente três anos, na condição de vice-presidente do mesmo. Ultimamente, não temos participado ativa e sistematicamente dos trabalhos semanais do grupo, o que fazemos esporadicamente, na medida das nossas possibilidades, neste e em outros grupos com os quais mantemos contatos. Recentemente, fizemos uma pequena palestra no SGNY, cujo tema foi: Spiritism, Spiritualism and The New Revelation.
No momento, o grupo espírita do qual eu participo ativa e sistematicamente de suas atividades, é o GEAE-Grupo de Estudos Avançados Espíritas. O GEAE é um grupo de estudos espíritas virtual, já com quase dezesseis anos de atividades ininterruptas, do qual sou um dos membros do Conselho Editorial e responsável pela elaboração, em conjunto com outros membros, do boletim em inglês, o The Spiritist Messenger.
EC: Que público geralmente frequenta o Spiritist Group of New York? Norte americanos ou latino americanos?
Antônio: No caso do Spiritist Group of New York e outros em que as atividades são todas em língua inglesa, eu diria que há uma participação de mais ou menos uns quarenta por cento de americanos. Nos centros espíritas em que as atividades são desenvolvidas em língua portuguesa, a quase absoluta maioria dos participantes são de brasileiros. Os norte-americanos que eventualmente comparecem aos encontros desses grupos, o fazem porque tem vínculos familiares ou afetivos com brasileiros e os acompanham, mas efetivamente não participam, pois não entendem a língua. O americano, com raras exceções, fala apenas o inglês. Já os latino-americanos participam em número um pouco maior, muito embora eles prefiram, por razões óbvias, participar de centros onde as atividades são desenvolvidas em espanhol.
EC: Que atividades são realizadas no Spiritist Group of New York?
Antônio: As atividades que se realizam semanalmente no grupo, o que pode inclusive ser checado no website do mesmo, são as seguintes: reunião mediúnica às segundas-feiras; reunião pública de estudos nas quintas-feiras, no momento, estudo de O Livro dos Espíritos (The Spirits' Book); reunião pública de estudos nos primeiros e terceiros domingos de cada mês, sendo que no momento estão sendo estudados, respectivamente, Os Mensageiros (The Messengers) de André Luiz, e o Evangelho Segundo o Espiritismo (The Gospel According to Spiritism).
17.6.07
Correio Fraterno Lança Site e Republica Artigos
O endereço é: http://www.correiofraterno.com.br/
Agradeço à equipe a publicação de uma entrevista que fizeram na época da defesa da tese na USP. As perguntas da Izabel ficaram muito bem feitas e são abrangentes. O leitor do blog pode acessá-la clicando no título desta postagem.
10.5.07
REVISTA ICESP 21
Agradeço ao seu diretor a publicação do artigo "Mediunidade, Inconsciente e Psicopatologia: Considerações sobre um Estudo de Caso de C. G. Jung.". Ele não poupou espaço na revista e o publicou na íntegra.
Além dos artigos a revista sempre publica informações sobre eventos espíritas no Brasil e no Mundo, traduções de trechos de obras raras e resenhas de livros, mantendo seu leitor informado sobre a memória e o movimento espírita.
Os interessados em assiná-la podem fazê-lo pela módica quantia de R$20,00 anuais (quatro exemplares). Maiores informações podem ser obtidas através de e-mail icesp@frontier.com.br ou no site www.frontier.com.br/icesp.
8.5.07
O Espiritismo na Áustria
EC: Rejane, como nasceu o grupo espírita que você freqüenta na Áustria? Como ele se chama?
Rejane: As sementes da nossa casa - Sociedade para Estudos Espiritas Allan Kardec (VAK) - foram plantadas por Divaldo Franco em 1988, quando pela primeira vez proferiu uma palestra em Viena, capital da Áustria. Um ano após, Raul Teixeira aqui esteve, e desde então, ambos vem apoiando o desenvolvimento deste núcleo espírita através de palestras e seminários, e orientando o grupo com sua sabedoria e vivência espírita.
A semente germinou sob a liderança de Josef Jackulak, tcheco de nascimento, que aos poucos foi reunindo os companheiros espíritas de Viena. A princípio, um pequeno grupo reunia-se em sua casa semanalmente para estudo e orações, depois devido ao crescente número de interessados, em local mais apropriado à rua Spengergasse 10/3, onde ainda hoje é a sede do VAK. No ano de 2000, a Sociedade para Estudos Espíritas Allan Kardec foi registrada oficialmente e legalizada na cidade de Viena. Desde então, Josef Jackulak é seu presidente e eu, apoio os trabalhos como vice-presidente.
Foto: À frente e à esquerda, Rejane, Divaldo Franco, atrás Josef Jackulak e Nilson. Os demais são membros do VAK.
EC: Rejane, que atividades vocês fazem em sua casa espírita?
Rejane: Temos várias atividades por semana, concentradas em 3 dias: segunda, terça e sábado. São 2 palestras semanais às terças-feiras e aos sábados. Nestes dias realizamos estudos especializados e oferecemos evangelização infantil (aos sábados). É rotina da casa o estudo para médiuns, pois acreditamos que o estudo faz parte do dia a dia do médium, ajudando no equilíbrio mental e emocional, mas atualmente também conduzimos um estudo especial para passistas. Na segunda-feira reunimos o grupo mediúnico e o grupo de orações e irradiações.
Além destas atividades na sede do VAK em Viena, há 5 anos também atuamos junto a 2 países vizinhos – a Republica Tcheca e a Eslováquia, onde também sob a liderança de Josef Jackulak organizamos 2 grupos espíritas locais. Estes grupos de cidadãos tchecos e eslovacos, reúnem-se uma vez por mês para palestras e estudos espíritas nas cidades de Brno (Republica Tcheca) e Bratislava (capital da Eslováquia). As palestras são proferidas em português com tradução consecutiva para o idioma tcheco, ou diretamente em tcheco, uma vez que os participantes não falam português.
EC: Há quanto tempo vocês se organizaram?
Rejane: O grupo que originou a nossa Sociedade para Estudos Espíritas Allan Kardec, reúne-se desde 1988, portanto há quase 20 anos. No entanto, o VAK foi legalizado no ano de 2000, portanto há seis anos.
O grupo de Bratislava iniciou-se em 2002 e o grupo de Brno em 2005, um trabalho que vem amadurecendo aos poucos.
EC: Os trabalhadores do grupo são predominantemente brasileiros residentes na Áustria ou austríacos? As reuniões em seu grupo são realizadas em que idioma?
Rejane: Em Viena, o grupo é internacional. São brasileiros, portugueses, espanhóis, tchecos, austríacos, japoneses, todos residentes em Viena. Os trabalhadores da sociedade ainda são predominantemente brasileiros, mas esperamos e trabalhamos para aos poucos formar um grupo firme de trabalhadores austríacos, atendendo assim, a comunidade local e não somente a comunidade flutuante internacional ou de brasileiros residentes em Viena.
Deste modo, as reuniões da Sociedade para Estudos Espíritas Allan Kardec de Viena são realizadas em português ou alemão, dependendo dos participantes. Já fizemos experiências de conduzir as palestras também em inglês, mas o número de interessados não justificou a iniciativa, e optamos por manter o alemão e o português.
EC: Suas atividades estão articuladas com centros de outros países europeus?
Rejane: Iniciamos e continuamos dando nosso suporte a 2 grupos: um na República Tcheca e outro na Eslováquia. Nestes grupo, damos palestras mensais traduzidas para o tcheco e o eslovaco.
Josef Jackulak é o pai desta iniciativa, eu o acompanho na tarefa. Ele fala tcheco, e lidera o trabalho, e é um batalhador e divulgador do Espiritismo. É claro que o trabalho conjunto e o apoio mútuo é necessário, mas eu acredito, que sem a sua força de nobre trabalhador da causa espírita, este trabalho no leste Europeu e aqui em Viena não seria feito.
Foto: Divaldo Franco e Josef Jackulak em Brno, na República Tcheca.
EC: Há outras atividades de divulgação doutrinária feitas por vocês?
Rejane: Anualmente organizamos as viagens de Divaldo Franco no leste europeu, que inclui República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Polônia e na ONU de Viena, e neste ano (2007), pela primeira vez em Istambul, na Turquia onde estaremos dia 23 de maio. Organizamos também as visitas de Raul Teixeira e Juan Durante nestes países. São eles, na minha opinião, as 3 estrelas que apóiam o desenvolvimento da nossa sociedade e do Espiritismo nesta região.
Além disso, atuamos junto a ONU em Viena, seja organizando palestras destes líderes do Espiritismo atual, como participando de eventos onde podemos divulgar o Espiritismo, ou oferecendo livros em inglês, que é a língua de trabalho na ONU. Os frutos deste trabalho minúsculo, vemos este ano, com a ida de Divaldo Franco a Turquia, que é organizada por um ex-colega da ONU, que acompanhou silenciosamente as palestras de Divaldo na ONU, desde 1992. O trabalho da espiritualidade é discreto, mas os frutos são colhidos na hora certa.
EC: Você tem notícias das origens do Espiritismo Austríaco? Quando ele surgiu? Quem eram seus fundadores? Qual foi sua trajetória?
Rejane: Morando na Áustria há 18 anos, espírita de nascimento (minha família foi fundadora de um dos primeiros centros espíritas em Porto Alegre Brasil) não poderia deixar de buscar as origens do espiritismo na Áustria. O que sabemos no momento, é que em Viena existiu uma sociedade espírita já na época de Kardec, pois a Revista Espírita menciona uma troca de correspondência de Allan Kardec com o Sr. Delhez , que foi também o tradutor de O Livro dos Espíritos e outras obras da codificação para o alemão. A Sociedade Espírita de Viena existiu portanto desde a época de Kardec (1862).
No entanto, o império austro-húngaro abrangia um território muito maior do que a Áustria dos dias de hoje. Nossas pesquisas abrangem, portanto, a Republica Tcheca e Eslováquia, principalmente a região da Boêmia, e a Hungria. Nestas regiões existiram grupos espíritas até antes da segunda guerra mundial. Uma das conhecidas médiuns espíritas da região é a Baronesa Adelma von Vay, que também viveu no mesmo período e que deixou vários livros psicografados, entre eles citamos “Espírito, Forca e Matéria” (psicografado em 36 dias em 1869), e seus belos livros de orações, que infelizmente somente encontramos em língua tcheca. Depois disto, como em toda a Europa, o movimento espírita foi diminuindo até quase desaparecer. No entanto, no contato com os freqüentadores locais, principalmente na Republica Tcheca e Eslováquia, fomos descobrindo que alguns núcleos espíritas mantiveram-se em atividade quase em segredo em certas famílias espíritas. Muitos destes senhores e senhoras participam hoje de nossos estudos, e aos poucos vão tornando-se mais ativos trabalhadores espíritas, possibilitando assim o ressurgimento do Espiritismo em nossos dias nestes locais. (Clique no título do blog e veja uma foto da Baronesa Von Vay - Contribuição de Marco Milani/LIHPE)
EC: Você tem informações sobre os grupos na Áustria? Quantos são? Em que cidades estão situados?
Rejane: Atualmente existem somente dois grupos espíritas na Áustria: a nossa Sociedade para Estudos Espíritas Allan Kardec (VAK) na capital, em Viena, e um grupo fundado em Dornbin, Voralberg.
EC: Há alguma singularidade no Espiritismo Europeu, quando comparado ao brasileiro?
Rejane: Sem esquecer que o Espiritismo codificado por Allan Kardec é um só, eu diria que existem diferenças sim, pois a cultura européia é diversa da cultura brasileira.
O Espiritismo brasileiro é de brasileiros, portanto, cresceu em torno da cultura do povo brasileiro, e sofreu e sofre a influência desta cultura diversificada, colorida.
O espiritismo europeu, com algumas exceções, ainda cresce em torno dos imigrantes brasileiros, mas deve tomar um caráter local para que não se restrinja aos brasileiros e dissemine-se pelo povo local, atingindo o seu objetivo de educar o ser humano quanto aos mistérios da vida, de acabar com o misticismo e colocar o fenômeno na sua correta perspectiva, através dos aspectos científicos do Espiritismo, e trazer ao indivíduo, as metas primordiais, que são a auto-educação e busca pelo autoconhecimento.
Dar espaço para o desenvolvimento de grupos locais, com participação local, deve ser, na minha opinião a meta destes trabalhadores do Espiritismo no solo europeu.
EC: Vocês têm planos para o futuro? Quais são?
Rejane: Nossos planos são modestos. Seguir a doutrina através das orientações de Allan Kardec nas suas obras básicas, e principalmente seguir Jesus, sem jamais nos afastarmos dos ensinamentos do Mestre. Estes dois pontos já bastam para uma vida inteira. E a Sociedade é a nossa vida.
Esperamos seguir em frente e um dia, ser uma semente de luz no céu de Viena, iluminando os corações e as vidas de seus habitantes – sejam eles austríacos de nascimento ou de coração, ou passageiros do trem da vida, que aqui aportam por um tempo.
EC: Que dificuldades vocês têm enfrentado para poder estudar e praticar o Espiritismo na Áustria?
Rejane: Nenhuma. Nossa Sociedade foi legalizada no ano de 2000, como sociedade beneficente espírita na Áustria, sem dificuldades.
As dificuldades que encontramos são aquelas normais de todo agrupamento humano, seja ele um centro espírita ou não. Como somos um grupo internacional, mas no momento predominantemente de brasileiros, temos de enfrentar os problemas da língua – tradução de material para a língua local, etc. Mas, seguindo Kardec, que foi e é universal, pois segue os ensinamentos do mestre Jesus, estamos seguros de seguir o caminho certo.
EC: Como os espíritas brasileiros podem auxiliar o trabalho de vocês?
Rejane: Os espíritas brasileiros vêm ajudando nossa Sociedade de vários modos. A Editora Leal, e portanto, Divaldo Franco e Nilson de Souza Pereira tem auxiliado e disponibilizado literatura em alemão, tcheco, húngaro e inglês, facilitando a divulgação do Espiritismo nas línguas locais. Alguns grupos ou indivíduos têm ajudado mandando DVDs, livros e material de consulta que ficam então disponíveis na nossa biblioteca, e servem de apoio ao trabalhador e de material de consulta e estudo.
Agradecemos a todos que procurarem ajudar através da doação de livros e material de estudo.
Finalizando gostaria de deixar nosso endereço:
Sociedade para Estudos Espíritas Allan Kardec
(Verein für spiritistische Studien Allan Kardec)
Spengergasse 10/3 – entrada pela Jahngasse 28
1050 Wien
email: vakardec@msn.com