Vinícius, autor importante do espiritismo brasileiro,
gostava muito de uma expressão latina: “res, non verba”, que significaria
“coisas, e não, palavras”. Trazendo para o contexto da evangelização da
infância e da juventude, vejo como desafio importante e inadiável a forma como
organizamos nossas aulas.
Na universidade em que trabalhei, o conceito de disciplina
foi transformado em “atividade acadêmica”. Na prática, mais que o nome, esta
mudança permitiu que diversas atividades de formação dos alunos que antes não
eram computadas, passassem a ser consideradas importantes e reconhecidas para o
seu percurso. Participação em grupos de estudo, ser membro de projetos de
pesquisa, estágios, vivências profissionais, participação em congressos e
eventos técnicos; isto e muito mais passou a ser passível de reconhecimento,
cômputo e registro para o histórico escolar e a formação de um aluno, porque a
aprendizagem não se dá apenas no espaço da sala de aula, com exposições e
provas.
Penso que é necessária uma expansão do conceito de
evangelização infantil para que se possa construir um novo conceito, no qual o
aluno se envolve mais com as atividades propostas. Desde a metade do século 20,
a literatura especializada de evangelização infantil tem sido muito voltada a
uma lógica de aula de evangelização que envolve a seguinte estrutura: abertura,
exposição (explicação de conceitos) ou história, atividade de fixação,
encerramento. Algumas aulas sequer contam com atividades de fixação, algumas
vezes realizando atividades desligadas do conteúdo da aula (um desenho para
colorir, por exemplo, para crianças menores).
Quando pensamos nas crianças de classe média em geral, elas
têm uma vivência escolar e um acesso à informação diferenciado do que tínhamos
na nossa infância. Desde jovens aprendem a buscar a informação na internet,
gostam de jogos computadorizados, têm acesso à televisão de uma forma mais
ativa (podem escolher programas em uma grade imensa das televisões pagas, podem
baixar filmes e programas da internet, etc.) estão expostos a metodologias de
ensino de pedagogia de projetos e construtivistas, embora ainda tenham a velha
e boa aula expositiva, dialogada ou não.
Nas escolas, usam-se filmes, reportagens televisivas, visitas a museus
e outras formas de apoio à educação.
Já passou da hora de diversificarmos os métodos de
aprendizagem, repassando às turmas um papel mais ativo e interessante de acesso
ao conhecimento espírita.
Eu gostaria de abrir um espaço no Espiritismo
Comentado para que os evangelizadores possam repassar suas experiências bem
sucedidas de situação dos alunos, crianças e jovens, na condição de atores
ativos na construção do seu próprio conhecimento. Os interessados podem
escrever suas histórias para espiritismocomentado@gmail.com,
e, se possível, com uma fotografia que a ilustre.
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